Os perigos evitados |
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A Escritura ensina que o nosso Deus não tosqueneja e não dorme, mas nos protege continuamente. Eis o que está escrito nos Salmos: "Elevo os olhos para os montes... De onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não deixará que o teu pé vacile; aquele que te protege não tosquenejará. Eis que, aquele que protege Israel não tosquenejará nem dormirá. O Senhor é aquele que te protege; o Senhor é a tua sombra; ele está à tua direita. De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite. O Senhor te protegerá de todo o mal; ele protegerá a tua alma. O Senhor protegerá a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre" (Salmo 121). Sendo, pois, o nosso Deus o nosso protector, Ele nos livra dos muitos perigos que podemos correr, e isso o faz de várias maneiras. E algumas vezes nós nem sequer nos apercebemos que Ele nos livrou de um perigo ou nos apercebemos que o fez só algum tempo depois. |
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Na Escritura estão mencionadas muitas libertações operadas por Deus em favor dos seus servos. Quero citar apenas algumas delas para vos fazer compreender como Deus é o Deus das libertações e que a ele pertence o preservar da morte (cfr. Sal. 68:20). |
Deus livrou José da morte impedindo que os seus irmãos o matassem: "Ora, foram seus irmãos apascentar o rebanho de seu pai, em Siquém. Disse, pois, Israel a José: Não apascentam teus irmãos o rebanho em Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. Respondeu-lhe José: Eis-me aqui. Disse-lhe Israel: Vai, vê se vão bem teus irmãos, e o rebanho; e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom; e José foi a Siquém. E um homem encontrou a José, que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe: Que procuras? Respondeu ele: Estou procurando meus irmãos; dize-me, peço-te, onde apascentam eles o rebanho. Disse o homem: Foram-se daqui; pois ouvi-lhes dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu seus irmãos, e os achou em Dotã. Eles o viram de longe e, antes que chegasse aonde estavam, conspiraram contra ele, para o matarem, dizendo uns aos outros: Eis que lá vem o sonhador! Vinde pois agora, matemo-lo e lancemo-lo numa destas covas; e diremos: uma besta-fera o devorou. Veremos, então, o que será dos seus sonhos. Mas Rúben, ouvindo isso, livrou-o das mãos deles, dizendo: Não lhe tiremos a vida. Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mão nele. Disse isto para livrá-lo das mãos deles, a fim de restituí-lo a seu pai. Logo que José chegou a seus irmãos, estes o despiram da sua túnica, a túnica de várias cores, que ele trazia; e tomando-o, lançaram-no na cova; mas a cova estava vazia, não havia água nela. Depois sentaram-se para comer; e, levantando os olhos, viram uma caravana de Ismaelitas que vinha de Gileade; nos seus camelos traziam tragacanto, bálsamo e mirra, que iam levar ao Egipto. Disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar nosso irmão e encobrir o seu sangue? Vinde, vendamo-lo a esses Ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque é nosso irmão, nossa carne. E escutaram-no seus irmãos. Ao passarem os negociantes Midianitas, tiraram José, alçando-o da cova, e venderam-no por vinte siclos de prata aos Ismaelitas, os quais o levaram para o Egipto" (Gen. 37:12-28). |
Deus impediu muitas vezes que Davi caísse nas mãos de Saul que o perseguia para matá-lo, numa particular ocasião está escrito: "E Saul e os seus homens foram em busca dele. Sendo isso anunciado a Davi, desceu ele à penha que está no deserto de Maom. Ouvindo-o Saul, foi ao deserto de Maom, a perseguir Davi. Saul ia de uma banda do monte, e Davi e os seus homens da outra banda. E Davi se apressava para escapar, por medo de Saul, porquanto Saul e os seus homens iam cercando a Davi e aos seus homens, para os prender. Nisso veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te, e vem, porque os Filisteus acabam de invadir a terra. Pelo que Saul cessou de perseguir a Davi, e se foi ao encontro dos Filisteus. Por esta razão aquele lugar se chamou Selá-Hamalecote" (1 Sam. 23:25-28). |
Deus livrou dos seus inimigos os exilados Israelitas durante a sua viagem de regresso a Israel. Esdras diz: "Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos humilharmos diante do nosso Deus, a fim de lhe pedirmos uma boa viagem para nós, para nossos pequeninos, e para toda a nossa fazenda. Pois tive vergonha de pedir ao rei uma escolta de soldados, e cavaleiros para nos defenderem do inimigo pelo caminho, porquanto havíamos dito ao rei: A mão do nosso Deus assiste todos os que o buscam; mas o seu poder e a sua ira estão contra todos os que o deixam. Nós, pois, jejuámos, e pedimos isto ao nosso Deus; e ele atendeu às nossas orações. Então separei doze dos principais dentre os sacerdotes: Serebias e Hasabias, e com eles dez dos seus irmãos; e pesei-lhes a prata, o ouro e os utensílios, que eram a oferta para a casa do nosso Deus, que o rei, os seus conselheiros, os seus príncipes e todo o Israel que estava ali haviam feito; entreguei-lhes nas mãos seiscentos e cinquenta talentos de prata, e em utensílios de prata cem talentos; e cem talentos de ouro; e vinte taças de ouro no valor de mil dáricos, e dois vasos de bronze claro e brilhante, tão precioso como o ouro. E disse-lhes: Vós sois consagrados ao Senhor, e sagrados são estes utensílios; como também esta prata e este ouro são uma oferta voluntária, feita ao Senhor, Deus de vossos pais. Vigiai, pois, e guardai-os até que os peseis na presença dos principais sacerdotes e dos levitas, e dos príncipes das casas paternas de Israel, em Jerusalém, nas câmaras da casa do Senhor. Então os sacerdotes e os levitas receberam pesado a prata, e o ouro, e os utensílios, a fim de os trazerem para Jerusalém, para a casa do nosso Deus. Então partimos do rio Ava, no dia doze do primeiro mês, a fim de irmos para Jerusalém; e a mão de Deus estava sobre nós, e ele nos livrou da mão dos inimigos, e de todas as ciladas, durante a viagem. Chegamos, pois, a Jerusalém, e repousámos ali três dias. No quarto dia pesámos a prata, e o ouro, e os utensílios, na casa do nosso Deus, que entregámos ao sacerdote Meremote filho de Urias; e com ele estava Eleazar, filho de Finéias, e com eles estavam os levitas Jozabade, filho de Jesuá, e Noadias, filho de Binuí. Tudo foi contado e pesado; e o peso de tudo foi registado na ocasião. Os exilados que tinham voltado do cativeiro ofereceram holocaustos ao Deus de Israel: doze novilhos por todo o Israel, noventa e seis carneiros, setenta e sete cordeiros, e doze bodes em oferta pelo pecado; tudo em holocausto ao Senhor. Então entregaram os éditos do rei aos sátrapas do rei, e aos governadores dalém do rio; e estes ajudaram o povo e a casa de Deus" (Esd. 8:21-36). |
Deus livrou da morte certa Sadraque, Mesaque e Abednego, eis o relato desta poderosa libertação: "O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, a altura da qual era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilónia. Então o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todas as autoridades das províncias, para que viessem à inauguração da estátua que ele fizera levantar. Então se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados, e todas as autoridades das províncias, para a inauguração da estátua que o rei Nabucodonosor fizera levantar; e estavam todos em pé diante da estátua. E o pregoeiro clamou em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e gentes de todas as línguas: Logo que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor levantou. E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro duma fornalha de fogo ardente. Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda a sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado. Ora, nesse tempo se chegaram alguns homens caldeus, e acusaram os Judeus. E disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente. Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, se prostraria e adoraria a estátua de ouro; e qualquer que não se prostrasse e adorasse seria lançado numa fornalha de fogo ardente. Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilónia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste. Então Nabucodonosor, na sua ira e fúria, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abednego. Logo estes homens foram trazidos perante o rei. Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei? Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda a sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro duma fornalha de fogo ardente; e quem é esse deus que vos poderá livrar das minhas mãos? Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei: Ó Nabucodonosor, não necessitamos de te responder sobre isto. Eis que o nosso Deus a quem nós servimos, é poderoso a livrar-nos, e nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste. Então Nabucodonosor se encheu de raiva, e se lhe mudou o aspecto do semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; e deu ordem para que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer; e ordenou a uns homens valentes do seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, e os lançassem na fornalha de fogo ardente. Então estes três homens foram atados, vestidos de seus mantos, suas túnicas, seus turbantes e demais roupas, e foram lançados na fornalha de fogo ardente. Ora, tão urgente era a ordem do rei e a fornalha estava tão quente, que a chama do fogo matou os homens que carregaram a Sadraque, Mesaque e Abednego. E estes três, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente. Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós dentro do fogo três homens atados? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Disse ele: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nenhum dano sofrem; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses. Então chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Logo Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo. E os sátrapas, os prefeitos, os governadores, e os conselheiros do rei, estando reunidos, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os corpos destes homens, nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem sofreram mudança os seus mantos, nem sobre eles tinha passado o cheiro de fogo. Falou Nabucodonosor, e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, o qual enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, transgrediram a ordem do rei, escolhendo antes entregar os seus corpos, do que servir ou adorar a deus algum, senão o seu Deus. Por mim, pois, é feito um decreto, que todo o povo, nação e língua que proferir blasfémia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro deus que possa livrar desta maneira. Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego na província de Babilónia" (Dan. 3:1-30). |
Deus livrou Daniel da boca dos leões prontos a devorá-lo, eis o relato bíblico desta outra poderosa libertação do nosso Deus: "Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o reino; e sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um; a fim de que estes sátrapas lhes dessem conta, e que o rei não sofresse dano. Então o mesmo Daniel sobrepujava a estes presidentes e aos sátrapas; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino. Então os presidentes e os sátrapas procuravam achar uma ocasião de acusar Daniel a respeito da administração do reino mas não podiam achar ocasião ou falta alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem falta. Pelo que estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma de acusar este Daniel, a menos que a procuremos no que diz respeito à lei do seu Deus. Então os presidentes e os sátrapas foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive para sempre. Todos os presidentes do reino, os prefeitos e os sátrapas, os conselheiros e os governadores, concordaram em que o rei devia promulgar um decreto e publicar um severo interdito, pelos quais qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, excepto a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões. Agora pois, ó rei, promulga o interdito, e assina o edital, para que não seja mudado, conforme a lei dos Medos e dos Persas, que não se pode revogar. Em virtude disto o rei Dario assinou o decreto e o interdito. Quando Daniel soube que o decreto estava assinado, entrou em sua casa; e tendo as janelas do seu quarto em cima, abertas para Jerusalém, três vezes no dia se punha de joelhos e orava, e dava graças ao seu Deus, como também antes costumava fazer. Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando ao seu Deus. Depois se foram à presença do rei e lhe perguntaram no tocante ao interdito real: Porventura não assinaste um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem por espaço de trinta dias, excepto a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos Medos e dos Persas, que não se pode revogar. Então responderam ao rei, dizendo-lhe: Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, não tem feito caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes três vezes por dia faz a sua oração ao seu Deus. Ouvindo então o rei a notícia, ficou muito penalizado, e a favor de Daniel propôs dentro do seu coração livrá-lo; e até o pôr do sol fez tudo para o salvar. Mas aqueles homens foram juntos ao rei, e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos Medos e Persas que nenhum interdito ou decreto promulgado pelo rei, se pode mudar. Então o rei deu ordem, e trouxeram Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, será ele que te livrará. E uma pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; e o rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes, para que no tocante a Daniel nada se mudasse. Depois o rei se dirigiu para o seu palácio, e passou a noite em jejum; não se fez vir alguma concubina, e fugiu dele o sono. Então o rei se levantou ao romper do dia, e foi com pressa à cova dos leões. E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e disse o rei a Daniel: Ó Daniel, servo do Deus vivo, dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões? Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre. O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me fizeram mal algum; porque foi achada em mim inocência diante dele; e também diante de ti, ó rei, não tenho cometido delito algum. Então o rei muito se alegrou, e mandou tirar a Daniel da cova. Assim foi tirado Daniel da cova, e não se achou nele lesão alguma, porque ele havia confiado no seu Deus. E o rei deu ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos. Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e línguas que moravam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada. Com isto faço um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque Ele é o Deus vivo, que subsiste para sempre; e o seu reino nunca será destruído; o seu domínio durará até o fim. Ele livra e salva, e opera sinais e prodígios no céu e na terra; Ele foi quem livrou Daniel das garras dos leões. E este Daniel prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa" (Dan. 6:1-28). |
Paulo e os seus companheiros se encontraram muito perto da morte numa particular circunstância e tinham até pronunciado a sua sentença de morte mas Deus os livrou. Eis o que diz Paulo: "Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperámos. Na verdade, já tínhamos em nós mesmos pronunciada a nossa sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos; o qual nos livrou e nos livrará de um tão grande perigo de morte, e no qual temos a esperança que nos livrará ainda; ajudando-nos também vós com as vossas súplicas, para que do favor nos obtido por meio de tantas pessoas, graças sejam dadas por nós a muitos" (2 Cor. 1:8-11). |
Deus livrou o apóstolo Pedro da prisão no dia anterior a ser apresentado perante os Judeus, eis o relato desta poderosa libertação: "Por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; e matou à espada Tiago, irmão de João. E vendo que isso agradava aos Judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. (Eram então os dias dos pães ázimos.) E, havendo-o prendido, lançou-o na prisão, entregando-o a quatro grupos de quatro soldados cada um para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da páscoa. Pedro, pois, estava guardado na prisão; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele. Ora quando Herodes estava para apresentá-lo, na noite anterior estava Pedro dormindo entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias e as sentinelas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu na prisão; e ele, tocando no lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. Disse-lhe ainda o anjo: Cinge-te e calça as tuas sandálias. E ele o fez. Disse-lhe mais: Cobre-te com a tua capa e segue-me. Pedro, saindo, o seguia, mesmo sem compreender que era real o que se fazia por intermédio de um anjo, julgando que era uma visão. Depois de terem passado a primeira e a segunda sentinela, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e tendo saído, passaram uma rua, e nesse instante o anjo se apartou dele. Pedro então, caindo em si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes e de toda a expectativa do povo dos Judeus. Depois de assim reflectir foi à casa de Maria, mãe de João, que tem por sobrenome Marcos, onde muitos irmãos estavam reunidos e oravam. E quando ele bateu ao portão do pátio, uma serva, chamada Rode, saiu a escutar; e, reconhecendo a voz de Pedro, com a alegria nem abriu o portão, mas, correu para dentro, e anunciou que Pedro estava lá fora. E eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, assegurava que assim era. Eles então diziam: É o seu anjo. Mas Pedro continuava a bater, e, quando abriram, viram-no e pasmaram. Mas ele, acenando-lhes com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar. Logo que amanheceu, houve grande alvoroço entre os soldados sobre o que teria sido feito de Pedro. E Herodes, tendo-o procurado e não o achando, inquiriu as sentinelas e mandou que fossem justiçadas; e descendo da Judeia para Cesareia, demorou-se ali" (Actos 12:1-19). |
Deus livrou os apóstolos primeiro da prisão em que tinham sido postos, e depois de serem mortos. Eis o relato de Lucas: "Levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele (isto é, a seita dos saduceus), encheram-se de inveja, deitaram mão nos apóstolos, e os puseram na prisão pública. Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e, tirando-os para fora, disse: Ide, apresentai-vos no templo, e falai ao povo todas as palavras desta Vida. Ora, tendo eles ouvido isto, entraram de manhã cedo no templo e ensinavam. Chegando, porém o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o sinédrio, com todos os anciãos dos filhos de Israel, e enviaram guardas ao cárcere para trazê-los. Mas os guardas, tendo lá ido, não os acharam na prisão; e voltando, lho anunciaram, dizendo: Achamos realmente o cárcere fechado com toda a segurança, e as sentinelas em pé às portas; mas, abrindo-as, a ninguém achamos dentro. E quando o capitão do templo e os principais sacerdotes ouviram estas palavras ficaram perplexos acerca deles e do que viria a ser isso. Então chegou alguém e lhes anunciou: Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo, em pé, a ensinar o povo. Nisso foi o capitão com os guardas e os trouxe, não com violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo. E tendo-os trazido, os apresentaram ao sinédrio. E o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: Não vos admoestamos expressamente que não ensinásseis nesse nome? e eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro. Deus, o exaltou com a sua destra, constituindo-o Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. E nós somos testemunhas destas coisas; e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem. Ora, ouvindo eles isto, se enfureceram e queriam matá-los. Mas, levantando-se no sinédrio certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, honrado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos; e disse-lhes: Varões Israelitas, acautelai-vos a respeito do que estais para fazer a estes homens. Porque, há algum tempo, levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; ao qual se ajuntaram uns quatrocentos homens; mas ele foi morto, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos e reduzidos a nada. Depois dele levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e levou muitos após si; mas também este pereceu, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos. Agora vos digo: Não vos ocupeis destes homens, e deixai-os estar, porque se este desígnio ou esta obra é dos homens, será destruída; mas, se é de Deus, vós não os podereis destruir; se não quiserdes achar-vos a combater também contra Deus. E concordaram com ele; e tendo chamado os apóstolos, açoitaram-nos e mandaram que não falassem em nome de Jesus, e os deixaram ir" (Actos 5:17-40). |
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"Os anjos do Senhor estão acampados ao redor dos que o temem, e os livram" (Sal. 34:7). A sua protecção pois, como se pode ler, Deus no-la concede através dos seus santos anjos que são poderosos e fortes e que obedecem às suas ordens e que nós apesar de não os vermos estamos seguros que estão em operação. |
Estes anjos do Senhor frequentemente intervêm para livrar da morte os filhos de Deus aparecendo aos que estão para matá-los e pondo-os em fuga. |
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Irmão no Senhor, quem confia em Deus com todo o seu coração está em segurança como o leão no seu covil, ele não tem medo de nada sabendo que Deus o protege continuamente. Lembra-te do que diz o Salmo noventa e um: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Omnipotente descansa. Eu digo ao Senhor: Tu és o meu refúgio, e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio! Certamente ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua fidelidade é o teu escudo e broquel. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia, nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. Porque tu disseste: Ó Senhor, és o meu refúgio; no Altíssimo fizeste a tua habitação, nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te levarão na palma da mão, para que não tropeces com o teu pé em alguma pedra. Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. Porque ele pôs em mim a sua afeição, eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação". Quando, pois, te encontrares num perigo invoca Deus e Ele te livrará desse perigo. |
Queria porém dizer-te também isto, o facto de Deus nos proteger e de ter os seus anjos acampados ao nosso redor, não significa que nós não possamos ser perseguidos ou açoitados ou até mortos por causa do Evangelho, tanto é que Estêvão que era um crente foi apedrejado (cfr. Actos 7:54-60), e Tiago de Zebedeu, que era um apóstolo, foi morto à espada (cfr. Actos 12:2). E poderia falar também dos profetas que foram mortos. A protecção que Deus nos dá deve ser portanto considerada à luz daquilo que é o plano de Deus para nós, porque se Deus decidiu fazer morrer um crente num acidente rodoviário esse acidente rodoviário como também a sua morte se verificarão; se decretou que um crente morra queimado na fogueira por causa do Evangelho fará que assim aconteça, etc. Neste caso não é que Deus não poderia livrar o crente que estava em perigo de morte, mas efectua o seu plano para ele que inclui esse particular evento funesto. Deus poderia ter livrado o seu Filho das mãos dos pecadores, e impedir que ele fosse preso, injuriado e crucificado mas tudo isto inseria-se no seu plano para a nossa salvação pelo que não operou nesse sentido. |
Em todo o caso, tu deves estar seguro que Deus te ama e está perto de ti. |
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Giacinto Butindaro |