A menina da cadeira de rodas |
Um dia na escola a professora começou a aula perguntando
para os alunos, qual seria o desejo de cada um. E a classe ficou um alvoroço
por que todos queriam falar juntos, menos uma criança triste que no canto
estava, porque pouco podia se expressar. Quando a professora a viu apontou
para ela para que ela contasse seu desejo. Ela sorriu pois queria muito
contar para professora e alegremente disse:
- Professora o meu maior desejo é poder andar!
A professora se emocionou e falou: - Mas isso é impossível Maria. Logo a aula acabou porém Maria jamais desistiria
de seu sonho. A família da pobre menininha era humilde, sua casa era pequenina
de madeira velha, tinha poucos móveis pois não podiam comprar e muitas
das vezes passavam até fome. Maria morava apenas com sua mãe pois seu pai
já havia chegado no fim do caminho. Mas Maria e sua mãe eram felizes pois
tinham Deus na vida delas e mesmo com tanta prova e dificuldade elas sempre
louvavam a Deus. Naquele mesmo dia Maria voltou para casa e como todos os
dias pedia a sua mãe, quero andar mamãe, quero muito andar, e como ela
nada podia fazer dizia:
- Ó filha minha o que podemos fazer, você por
algum motivo não pode andar. E cheia de esperança falou que quem sabe um
dia isso não podia mudar.
As duas eram da igreja Congregação Cristã no Brasil,
onde elas e Deus sempre visitavam. Maria então pediu a sua mãe, que já
estava cansada de ouvir esse desejo:
- Mãe vá até a igreja hoje e pede ao nosso Deus
que nunca nos deixou que faça uma obra comigo e eu possa andar, se ele
nada te disser mamãe nunca mais te peço isso.
A mãe aceitou o pedido e começou a se arrumar,
tomou um banho se perfumou, colocou seu melhor vestido, pegou o seu véu,
colou em sua bolsa sua bíblia e seu hinário e de cabeça erguida e com muita
fé foi à igreja. Ela era maravilhosa com a beleza que Deus havia lhe dado,
seus cabelos longos e lisos da cor da noite, sua pele limpa e clara como
a neve seus olhos castanhos e seu corpo delicado, andava depressa com muita
ansiedade de chegar ao culto. Ela saudou todos com felicidade e alegria
com a santa paz de Deus e adentrou a casa de oração. Dobrou seus joelhos,
sua angústia escondida fez trazer muitas lágrimas, a virtude de Deus a tomou
e ela sem conseguir se expressar muito pediu:
- Deus ó eterno rei dos reis, médico dos médicos
livra minha filha dessa dificuldade de andar em suas pernas ó pai.
Ela então ouviu uma voz: - Minha serva amanhã ao nascer do sol, uma visita
de um servo meu irá em sua casa, receba-o e ele livrará sua filha de sua
enfermidade.
Ela assistiu o resto do culto e foi para casa
e já falou para sua filha:
- Filha alegra-te por que nosso Deus é bom e amanhã
ao nascer do sol um servo de Deus nos visitará e fará com que você ande.
Ela sorriu sua mãe a abraçou e foram ansiosamente dormir.
Ainda era cinco da manhã e ela foi acordar sua mãe: - Mãe acorda, vamos esperar o servo de Deus, limpe
a casa enquanto eu coloco a água para fazer o café.
Então começou a mãe de Maria, ela limpava em cima
da geladeira, os móveis, o chão, uma faxina, enquanto Maria cuidava do
café. Tudo pronto Maria então disse a sua mãe:
- Mãe vai ver se o sol nasceu. E ela dizia ainda não filhinha, não nasceu ainda.
E já era seis horas da manhã e novamente Maria pediu a sua mãe que fosse
ver se o sol tinha nascido e nada. E passou seis e meia, sete horas, sete
e dez e nada do sol.
- Mãe que sol demorado hem! Disse Maria ansiosa pelo servo de Deus. Logo o sol então nasceu. - Mãe corre, corre o sol está nascendo!!! E nisso um beija-flor entrou na casa e a menininha então disse a mãe: - Mãe eu quero que você pegue aquele beija-flor pra mim. E então foi a mãe, e corre pra lá corre pra cá,
tenta pegar em cima da geladeira, em cima do armário, uma guerra, pois
o pássaro é arisco e rápido, a mãe da menina foi ficando cansada e não conseguia
pegar o beija-flor. Maria cansou de ver sua mãe não conseguir pegar o pássaro
e então pulou da sua cadeira de rodas e pegou o pássaro e começou a andar.
- Gritou, gritou, mãe eu estou andando mamãe. - Sim filhinha eu estou vendo, é o milagre de Deus. Elas dobraram seus joelhos e oraram agradecendo a Deus. |
Ravel Lucas de Freitas Silva |