Pensamentos Terceira Série |
Palavras fiéis a recordar |
"Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele,
também com ele viveremos" (2 Tim. 2:11). Caros irmãos, nós
morremos com Cristo para o pecado porque "o nosso homem velho
foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse
desfeito" (Rom. 6:6), e por isso não somos mais escravos do pecado
que por muitos anos servimos sem ter algum proveito; o pecado
não mais tem domínio sobre nós e por isso estamos na obrigação de
dar graças a Deus em Cristo Jesus. Agora, como servos da obediência,
servimos a justiça e devemos consagrar o tempo que nos resta passar
neste corpo, a fazer a vontade de Deus, renunciando à impiedade e
às mundanas concupiscências que guerreiam contra a nossa alma; mas
de que maneira se pode fazer isto? Paulo disse: "Se pelo Espírito
mortificardes as obras do corpo, vivereis" (Rom. 8:13), portanto
devemos reduzir o nosso corpo à escravidão para fazê-lo servir
a justiça e não a iniquidade. Nós devemos apresentar os nossos membros
não mais ao serviço da impureza, como fazíamos quando estávamos
longe de Deus, mas ao serviço da justiça para que dêmos fruto para
a glória d`Aquele que nos libertou. Está escrito: "Mortificai, pois,
os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza,
a luxúria, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria" (Col.
3:5); dilectos, se nós fizermos isto então viveremos com Cristo, então
iremos viver com ele no seu Reino, quando partirmos desta morada terrena
que é o nosso corpo. Enquanto habitamos neste corpo procuremos agradar
a Deus, andando segundo o Espírito; o Espírito nos manterá espiritualmente
vivos, se andarmos segundo os seus desejos porque "a inclinação do Espírito
é vida e paz" (Rom. 8:6). Ma se nós, pelo contrário, andarmos segundo
os desejos da carne que se opõem nitidamente aos do Espírito, ("porque
a inclinação da carne é morte" e "é inimizade contra Deus" [Rom. 8:6,7])
então morreremos, sim morreremos espiritualmente porque está escrito:
"Se viverdes segundo a carne, morrereis" (Rom. 8:13). Irmãos,
todos os que morrem no Senhor e pelo Senhor vão habitar com o Senhor
Jesus nos lugares celestiais, no paraíso de Deus, de facto Jesus
disse: "Qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho,
esse a salvará" (Mar. 8:35) e também: "Quem neste mundo odeia a sua
vida, guardá-la-á para a vida eterna" (João 12:25). Quem odeia a sua
vida neste mundo é quem em nada tem a sua vida por preciosa e está
pronto a morrer pelo nome do Senhor Jesus; ele pôs a sua vida ao serviço
do Senhor e prefere ser vituperado e perseguido pelo nome de Jesus
Cristo do que gozar os prazeres do pecado. Por certo quem permanece fiel
ao Senhor até à morte, vai viver com o Senhor. |
"Se tivermos constância na prova, também com ele reinaremos
" (2 Tim. 2:12). Irmãos, devemos ser pacientes na aflição; devemos ser
constantes durante as várias provas com as quais Deus prova a nossa fé.
O Senhor Jesus dirigiu estas palavras ao anjo da Igreja de Esmirna: "Não
temas o que hás-de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de
vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez
dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap. 2:10); irmãos,
não temais o que tendes de padecer por causa do nome do Senhor; sabei que
a nós nos foi concedido "também padecer por ele" (Fil. 1:29), mas nós
estamos cheios de confiança e estamos persuadidos (como disse Paulo),
"que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória
que em nós há-de ser revelada" (Rom. 8:18). No meio das tribulações não
desfaleçamos, sabendo ter o Senhor ao nosso lado que nos sustém no meio
delas e depois que dizer? Não é porventura verdade que Ele nos consola em
toda a nossa tribulação? Certamente assim é, e mesmo que viessem a faltar
consoladores Ele continuará a consolar-nos. Temos um Senhor, que quando
estava na terra sofreu também ele; ele sabe bem o que significa sofrer,
chorar, ser afligido, porque também ele experimentou estas coisas e é por
esse motivo que ele nos pode compreender perfeitamente e vir em nossa ajuda.
Ah!... quantas vezes ele nos socorreu com as suas poderosas consolações!
É coisa agradável a Deus que nós soframos fazendo o bem, mas devemos aprender
a sofrer pacientemente e a não nos impacientarmos no sofrimento. Por meio
dos sofrimentos que nós padecemos por causa da justiça, Deus nos aperfeiçoa
e nos faz pacientes, porque "a tribulação produz a paciência" (Rom. 5:3)
e como todos nós necessitamos de paciência, assim Deus nos prova "na fornalha
da aflição" (Is. 48:10). Irmãos, considerai o que o Senhor reserva
para os que são perseguidos por causa da justiça e então
percebereis o quanto vale a pena sofrer com paciência
no meio da prova; Jesus disse: "Bem-aventurados os que são
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus"
(Mat. 5:10) e nós temos plena confiança nestas palavras. Deus
nos "chamou à sua eterna glória em Cristo" (1 Ped. 5:10), considerai
portanto que gloriosa riqueza Deus preparou para nós; Ele nos preparou
um reino eterno, que não passará sob a dominação de nenhum reino,
um reino que não é deste mundo; mas antes de entrar no seu Reino
devemos sofrer, na verdade, os apóstolos disseram "que por muitas tribulações
nos importa entrar no reino de Deus" (Actos 14:22) e é justo que assim
seja porque também Jesus sofreu muitas coisas antes de entrar na sua
glória e nós como seus discípulos devemos seguir as suas pisadas que,
nós sabemos, conduzem ao paraíso de Deus onde não haverá mais dor.
Sede fortes irmãos, coragem, não falta muito, porque está escrito:
"Ainda um pouquinho de tempo, e o que há-de vir virá, e não tardará" (Heb.
10:37; Hab. 2:3), não percais o ânimo, a nossa redenção está perto.
O Rei da glória voltará do céu; do céu que o recebeu (e no qual reina
à destra de Deus) e nós esperamos a sua aparição, não seremos envergonhados,
nos alegraremos ao contemplar a sua beleza, o celebraremos ainda
pela sua fidelidade e com ele reinaremos...se sofrermos com constância.
A ele seja a glória eternamente. Amen. |
"Se o negarmos, também ele nos negará" (2
Tim. 2:13). Jesus disse aos seus discípulos: "Todo aquele que
me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante
de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante
dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos
céus" (Mat. 10:32,33). Irmãos, se quisermos que Jesus confesse
o nosso nome na presença de seu Pai e na presença dos anjos, nós
devemos confessar o seu no meio desta geração adúltera e pecadora,
sem nos envergonharmos de Cristo e das suas palavras. O que o adversário
se propõe nos fazer é isto, fazer com que nos envergonhemos de
Cristo e das suas palavras, para não perdermos as velhas e más amizades,
para sermos bem vistos e bem considerados pelos pecadores. Se nós
não nos envergonharmos de professar a fé em Cristo e a doutrina de
Cristo, Jesus não se envergonhará de nós na presença de seu Pai;
mas se nós o negarmos, isto é, se nós declararmos não querer mais
professar a fé em Cristo e não querer mais observar os seus mandamentos,
então por certo Cristo nos negará diante de Deus, ele dirá que não
nos conhece, nos dirá para nos apartarmos dele. Jesus disse: "Bem-aventurado
é aquele que não se escandalizar de mim!" (Mat. 11:6); mas por que
alguém se poderia escandalizar de Cristo e recuar? Alguns poderiam
escandalizar-se de Cristo, quando são chamados durante a perseguição
a sofrer pelo seu nome. Não é de admirar se alguns no meio da prova
recuam porque Jesus falando da semente caída na pedra, disse: "E o que
foi semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra, e logo
a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca
duração; e sobrevindo a angústia e a perseguição por causa da palavra,
logo se escandaliza" (Mat. 13:20,21); Lucas diz a propósito dos que recebem
a semente nos lugares pedregosos, que "crêem por algum tempo, mas na hora
da provação recuam" (Lucas 8:13). Quem decide no meio da perseguição por
causa da Palavra recuar, o faz porque não quer sofrer por causa de Cristo,
ele ama a sua vida neste mundo e procura salvá-la, mas fazendo assim
antes a perde e se condena a si mesmo; eis por que Jesus chamou feliz
o homem que não se escandalizar dele porque mesmo que morresse assassinado
por causa do seu nome e do Evangelho, todavia salvará a sua vida. Jesus
disse: "E matarão alguns de vós; e sereis odiados de todos por causa
do meu nome. Mas não se perderá um único cabelo da vossa cabeça. Com
a vossa perseverança ganhareis as vossas almas" (Lucas 21:16-19), portanto
no meio da prova, nós devemos perseverar na fé, até ao fim para ganhar
as nossas almas, porque se recuarmos negando o Senhor que nos resgatou
e nos aspergiu com o sangue do pacto, então iremos para a perdição, "nós,
porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles
que crêem para a conservação da alma" (Heb. 10:39). |
"Se formos infiéis, ele permanece fiel; porque
não pode negar-se a si mesmo" (2 Tim. 2:13). Jesus fez esta
promessa: "Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celestial vos perdoará a vós" (Mat. 6:14), e João
escreveu: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a iniquidade"
(1 João 1:9). Irmãos, se nós andarmos na luz, isto é, se observarmos
os seus mandamentos, e nos amarmos uns aos outros, o sangue de
Jesus nos purifica de todo o pecado. Ora, nós não devemos pecar,
porém também é verdade que "se dissermos que não pecamos, fazemo-lo
mentiroso, e a sua palavra não está em nós" (1 João 1:10), portanto
que devemos fazer? Confessemos os nossos pecados ao Senhor e ele
na sua fidelidade os perdoará e nos purificará de todo o pecado.
Irmãos, é verdade que "todos falhamos em muitas coisas" (Tiago 3:2),
mas é também verdade que temos um Deus fiel; sim, grande é a fidelidade
de Deus e se não fosse pela sua fidelidade onde estaríamos todos nós?
Ah!... quantos erros nós cometemos, quantas vezes erramos o alvo, mas
Deus está sempre pronto para perdoar-nos as nossas transgressões se
lhas confessarmos e as deixarmos conforme está escrito: "O que as confessa
e deixa, alcançará misericórdia" (Prov. 28:13). A Deus seja a glória
eternamente. Amen. |
Contra a pedofilia |
Nestes últimos tempos os mass media têm falado muito
da pedofilia; o fazem por causa de particulares crimes ferozes
que foram perpetuados para dano de meninos e meninas os quais
foram primeiro violentados e estuprados e depois assassinados
e em alguns casos até queimados. A gente do mundo provou horrores
diante destes comportamentos e os denunciou sem meios termos.
Mas em muitos casos as crianças não são assassinadas, mas somente
violentadas e estupradas, um comportamento este que deixará uma
marca nestes meninos e nestas meninas para o resto das suas vidas
com consequências terríveis. Foi dito que a maior parte destes
casos de violências e abusos sexuais são perpetrados no seio da família
ou da parentela, no sentido que muitas vezes estes meninos e estas
meninas são violentados por pais e por tios ou por outros parentes.
Mas esta estatística foi feita apenas sobre os casos denunciados que
vieram ao conhecimento das autoridades competentes ou de algumas associações
que combatem a pedofilia. Mas supõe-se que também em todos aqueles
casos não denunciados as coisas sejam mais ou menos iguais. Há
depois casos em que as crianças são violentadas ou molestadas sexualmente
por amigos, conhecidos, professores da escola, etc. Seja como for,
o quadro que emerge é muito preocupante; os pedófilos estão entre
os parentes, entre os amigos, entre os conhecidos, na escola,
nas associações desportivas, e em muitos outros ambientes. Muitas vezes
trata-se de pessoas ‘insuspeitáveis’, pessoas que na aparência
parecem ‘de bem’ mas cujo coração maquina continuamente fazer
mal às crianças. Infelizmente com o advento da Internet estes indivíduos
encontraram uma outra maneira para atrair as crianças, e para
também divulgar os seus actos criminosos ou os praticados por terceiros
sobre as crianças (com fotos, com filmagens vídeo), de facto, como
sabeis há milhares de sites de pedofilia um pouco por todo o mundo.
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Ora, nós como Cristãos não podemos permanecer em
silêncio diante destes comportamentos mas os devemos reprovar
com força e sem meios termos, aproveitando as oportunidades
e os meios que Deus nos fornece. As violências sexuais sobre
rapazes ou sobre crianças, dado que constituem uma forma de desprezo
por eles e por isso um escândalo para estas criaturas, são abomináveis
para Deus, de facto, Jesus disse a propósito daqueles que escandalizam
as crianças: "Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos,
que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço
uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo,
por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos,
mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! Se, pois, a tua mão
ou o teu pé te fizer tropeçar, corta-o, lança-o de ti; melhor te é entrar
na vida aleijado, ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado
no fogo eterno. E, se teu olho te fizer tropeçar, arranca-o, e lança-o
de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que tendo dois olhos,
ser lançado na geena do fogo. Vede, não desprezeis algum destes
pequeninos , porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre
vêem a face de meu Pai que está nos céus. Que vos parece? Se algum
homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes,
deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura
achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que
pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim, também, não
é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos
se perca" (Mat. 18:6-14). Não importa pois se quem escandaliza ou
despreza as crianças é um não crente ou um crente, o fim que o espera
é o juízo de Deus; a menos que ele se arrependa e produza frutos dignos
do seu arrependimento. |
Aproveito esta ocasião para dirigir estas palavras
aos pais; estai perto das vossas crianças, mostrai-lhes todos
os cuidados necessários, amai-as, educai-as no temor de Deus,
não as provoqueis à ira para que não percam o ânimo, e orai
por elas também para que Deus as proteja e as livre dos homens
maus e dissolutos. Sim, porque o nosso Deus protege e livra.
Quero a tal propósito contar dois factos que me aconteceram
a mim pessoalmente quando era uma criança de cerca de dez anos
e em que corri sérios perigos por mão de pedófilos mas Deus
me libertou. |
O primeiro facto é o seguinte: um dia, ao fim da
tarde, encontrava-me junto ao lago de Lugano, na margem italiana,
em Ponte Tresa, e estava como habitualmente a brincar. Lembro-me
que estava frio porque tinha o casaco vestido. A certa altura
chegou um jovem adulto que conhecia de vista porque trabalhava
numa pizzaria da localidade. Com modos amáveis disse-me se queria
ir com ele a um edifício que era mesmo ali nas proximidades (um
velho quartel desabitado) porque estava a procurar coisas e queria
que o ajudasse a procurá-las. Eu ingenuamente aceitei não pensando
minimamente que este indivíduo tinha más intenções para comigo.
Entrámos no edifício e ele se pôs a procurar jornais pornográficos
(na verdade eram estas as coisas), mas sem encontrá-los. A certa
altura, começou a falar de maneira estranha; e começou também a
fazer actos torpes com o seu corpo (que não posso referir porque não
é conveniente que entre no específico), sem porém minimamente me tocar.
Nessa altura eu percebi que corria um grande perigo, comecei a suar
frio, o medo se apoderou de mim; não sabia o que fazer. Este homem era
robusto; não tinha coragem de fugir, estava como que paralisado. Mas
eis que me veio uma ideia, como tinha deixado fora do edifício o meu casaco
disse-lhe se me deixava ir buscar o casaco que tinha deixado lá fora e
depois voltaria. Ele me disse que sim, mas me intimou para voltar rapidamente
para junto dele. Devagarinho saí, sem lhe dar a suspeitar nada, e
quando cheguei cá fora agarrei o casaco e comecei a correr como nunca
tinha feito até então na minha vida. Lembro-me que cheguei a casa aterrorizado
e ofegante, e contei logo o acontecido a meu pai dizendo-lhe que um
homem tinha tentado me raptar (não tive coragem de dizer-lhe as coisas
que este tinha feito na minha presença). Graças a Deus por ter-me libertado
daquele homem mau. |
O outro episódio sucedeu-me no comboio. Estava voltando
de Zurique para Lugano, num comboio em que tinha sido posto
pelos meus avós em Zurique junto dos quais tinha passado
as férias de verão. Em Bellinzona, fiquei sozinho no meu
compartimento; e entrou um homem que tinha debaixo do braço
um jornal. Este passageiro que teria cerca de 40 anos, sentou-se
diante de mim; a certa altura começou a falar para mim e a
dizer-me bonitas palavras. A certa altura me fez ver o jornal que
estava a ler e que era um jornal pornográfico e me convidou
a lê-lo acompanhando este convite com palavras doces mas torpes
em relação a mim. Nessa altura comecei a suar frio. Procurou
estender a mão para mim, mas eu com um salto felino e resoluto lhe
agarrei o braço detendo-o e o repreendi violentamente em alta voz,
depois saí imediatamente do compartimento para me pôr no corredor
onde me sentia mais seguro. Aquele homem continuou a falar para mim
mas eu continuei a rejeitar qualquer sua proposta infame e a repreendê-lo.
Na estação de Lugano apressei-me a descer com as minhas bagagens para
ir ao encontro dos meus pais que estavam à minha espera. Graças a Deus
por ter-me libertado também deste homem mau. |
A Deus que não permitiu que nenhum destes homens
maus me tocasse e me fizesse algum mal, seja a glória agora e
eternamente. Amen. |
A graça do nosso Senhor esteja com todos vós |
A sua obra é perfeita |
Uma das características, ou melhor, das virtudes
de Deus que me entusiasmam enormemente é a sua perfeição. |
Estamos rodeados por uma criação perfeita, isto o reconhecem até
cientistas, estudiosos, e médicos. Todas as coisas estão no seu lugar,
e todas as coisas têm a sua razão de existir, até o animal mais pequeno
tem um seu papel bem preciso na criação, até a parte mais pequena
e escondida do nosso corpo humano é útil e serve ao bom
funcionamento do corpo inteiro. Lembro-me que um dia falando
de Deus com um médico, este me disse muito explicitamente e com
grande convicção: ‘O corpo humano é uma máquina perfeita!’ As
obras feitas por Deus portanto, sendo perfeitas, testemunham
de maneira eloquente a sua perfeição. |
Mas há outras obras de Deus que nós vemos e que testemunham da sua
perfeição, e são todas aquelas coisas que Ele operou e opera em nós, por
meio de nós, e para nós. Se considerarmos como Deus nos trouxe a Cristo,
sem que nós soubéssemos nada; se considerarmos atentamente como fomos
por Ele regenerados, santificados e justificados, se considerarmos como
Deus nos moveu e nos move a querer ou fazer algo em harmonia com a sua vontade
para nós; se considerarmos como, onde e quando Deus responde às nossas
orações, digo se considerarmos muito atentamente estas coisas, temos que
dizer como Moisés: "Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita" (Deut. 32:4). |
Nunca duvideis da perfeição de Deus, irmãos, isso
significaria pôr em discussão o seu operar. É verdade que muitas
vezes parece que Deus não tem cuidado de nós, que a nossa
vida proceda de maneira confusa e não ‘linear’, que Ele se
por um tempo tinha o controlo das circunstâncias depois as deixou
fugir da mão, que por um tempo Ele tinha prazer em nos fazer
o bem mas depois se pôs a procurar o nosso mal. Tudo isto é só uma
VÃ APARÊNCIA, o repito, é só uma vã aparência. O mesmo Deus que
quando nós não o conhecíamos tinha o seu olhar sobre nós, que nos
guiava e nos trouxe a Cristo; o mesmo Deus que nos regenerou pela
sua Palavra fazendo-nos alegrar com gozo inefável e glorioso, o mesmo
Deus que no passado respondeu ao clamor do nosso coração, digo o
mesmo Deus, nos está a guiar de maneira perfeita, continuará a
operar em nós, através de nós e para nós de maneira perfeita. Os
teus olhos o verão e o teu coração alegrar-se-á de novo e terás que
dizer mais uma vez a Deus: "Tu, Senhor, me alegraste pelos teus
feitos" (Sal. 92:4). |
Mais bem-aventurada coisa é receber do que dar |
Sim, é assim mesmo, alguns crentes, encontram mais
felicidade – isto na verdade é o que testemunham as suas obras
– em receber do que sentem em dar. Antes, é melhor dizer
que não sentem alguma alegria em dar porque estão constantemente
a lamentar-se, a murmurar até pela mais pequena oferta ou a
mais pequena ajuda que dão a alguém. São preguiçosos e avarentos;
o seu lema é: ‘Quanto menos se fizer e menos se der para ajudar
os ministros do Evangelho ou outros irmãos que estão em alguma necessidade
melhor!’ Eles porém querem ser ajudados e muito, com reverência
e cuidado, eles porém querem receber toda a sorte de ajuda espiritual
e material. Em outras palavras eles, querem ser servidos mas não
querem servir! E se cuide, não é que eles não têm tempo, força, e
bens para servir, porque isso não lhes falta de modo nenhum, só que neles
falta aquele sentimento que estava em Jesus Cristo o qual veio não para
ser servido mas para servir e dar a sua vida como preço de resgate por
muitos (cfr. Mat. 20:28), e o qual disse: "Mais bem-aventurada coisa
é dar do que receber" (Actos 20:35). E quando falta este sentimento,
alguém pode até ter milhões, pode ser fisicamente fortíssimo, e ter
casas e terrenos e tudo mais em grandíssimo número, mas não fará nada
para ajudar quem é digno e tem o direito de ser ajudado. Estes são fontes
sem água, varas secas, pessoas que afirmam que conhecem a Deus mas o
negam com as suas obras, sendo rebeldes incapazes de qualquer boa obra.
Estes são como aquele preguiçoso que durante o inverno não lavra por
causa do frio, mas depois quando chega o verão terá a estultícia e a presunção
de ir ver se colhe alguma coisa! Estes se iludem a si mesmos, mas não
se dão conta disso. São cegos, são surdos, da repreensão não fazem caso
algum. |
Dilectos, não nos enganemos, o repito, não nos enganemos.
Não pensemos que estes supostos crentes sejam agradáveis a
Deus com a sua conduta ainda que porventura prosperem materialmente;
não o pensemos para não ficar seduzidos e ser induzidos
a andar pelos seus caminhos tortuosos que levam onde há pranto
e ranger de dentes. |
Tu, Senhor, foste e és ainda bom |
Senhor, Deus nosso, tu foste bom para nós, manifestaste
por nós a tua grande benignidade em Cristo Jesus visto que
tu por meio de Cristo nos salvaste dos nossos pecados nos livrando
assim do presente século mau. O fizeste porque assim te aprouve
fazer, não porque merecêssemos algo de ti ou porque fôssemos
melhores do que outros; mas exclusivamente porque quiseste assim.
Não temos pois nada de que nos gloriar na tua presença. E também
depois que nos salvaste, tu continuaste a manifestar a tua bondade
para connosco; na verdade nos ensinaste, corrigiste, instruíste
em justiça, consolaste, guiaste, protegeste de todo o mal, proveste
as nossas necessidades segundo as tuas riquezas e com glória em Cristo
Jesus. És verdadeiramente bom, ó Deus! |
Te queremos pois louvar pela tua benignidade, celebrar-te
por ela cada dia, enquanto tivermos um hálito de vida. Mas
também queremos proclamar a tua benignidade aos homens
que ainda não te conhecem, para que também eles provem e vejam
quanto és bom. |
Eu dou graças a Cristo |
O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse estas
palavras: "Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus
nosso Senhor, porque me julgou digno da sua confiança, pondo-me
no seu ministério, ainda que outrora eu era blasfemador,
perseguidor, e injuriador; mas alcancei misericórdia, porque
o fiz por ignorância, na incredulidade; e a graça de nosso Senhor
superabundou com a fé e o amor que há em Cristo Jesus" (1 Tim. 1:12-14).
|
Também eu como o nosso caro irmão Paulo dou graças a Cristo Jesus. Quero agradecer-lhe por me ter na sua graça julgado digno da sua confiança estabelecendo-me ministro do Evangelho; eu que era um pecador, extraviado, rebelde. Jamais imaginava que um dia Deus me confiaria a pregação do seu Evangelho, nunca imaginei que Ele me capacitaria de ensinar a sua doutrina. Quem me conheceu antes de converter-me também não imaginaria que eu um dia me pusesse a fazer estas coisas. Lembro-me da admiração de um meu companheiro de escola superior quando o encontrei por acaso num comboio, cerca de dois anos após o meu novo nascimento, e lhe comecei a anunciar o Evangelho. A certa altura, ele estava à minha frente, interrompeu-me e aproximando-se de mim deu-me duas pequenas palmadas na cara (na parte da mandíbula) exclamando: ‘Mas Giacinto, és mesmo tu?’, ‘Sim, sou eu’, lhe respondi, ‘eu mesmo, mas só quanto ao exterior, porque interiormente sou um homem novo em Cristo’. Aquele rapaz conhecia-me bem, sabia como pensava, como falava e como agia, antes de me converter a Cristo. Mas Cristo me salvou e chamou com uma santa vocação, me concedeu uma medida de graça que não foi vã para comigo. A Ele seja a glória agora e eternamente. Amen. |
Ouvi o que diz o injusto juiz |
Jesus um dia propôs aos seus discípulos esta parábola
a fim de fazer-lhes perceber que deviam orar continuamente sem
cansar-se. Eis a parábola: "Havia numa cidade um certo juiz,
que nem a Deus temia nem respeitava o homem. Havia também naquela
mesma cidade uma certa viúva, e ia ter com ele, dizendo: Faz-me
justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis;
mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito
os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei-de fazer-lhe
justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse
o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça
aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, será ele
tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando
porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lucas
18:2-8). |
Notai como o Senhor quis pôr o acento nas palavras
ditas pelo injusto juiz a propósito da causa dessa viúva quando
ele decidiu fazer-lhe justiça, de facto disse aos seus discípulos:
"Ouvi o que diz o injusto juiz", e isto para fazer perceber
que se um juiz iníquo vendo a insistência dessa viúva se rendeu
às suas petições e lhe fez justiça muito mais Deus que é justo e ama
a justiça depressa fará justiça aos seus escolhidos que a Ele suplicam
continuamente. Como dizer em suma: ‘É inconcebível que um injusto
juiz decida fazer justiça a uma insistente viúva e Deus não faça
justiça aos seus amados’. Só que é preciso ser perseverante na
oração e, de facto, na parábola o juiz durante um certo tempo não quis
fazer justiça àquela viúva. Se, portanto, depois de ter orado a
Deus uma vez não recebermos dele nenhuma resposta, é preciso orar
a ele de novo, e se ainda a sua resposta não chegar é preciso insistir
e insistir enquanto Deus não se levantar e não nos der aquilo que
lhe pedimos. |
Esta parábola de Jesus sempre me tem enchido de consolação na espera
da resposta de Deus a uma minha oração. Convido-vos pois irmãos a lê-la
e a meditá-la quando esperais de Deus o atendimento de uma vossa oração. |
O Senhor lhe abriu o coração …. Mas o Senhor endureceu
o coração de Faraó |
Estas são duas frases ambas escritas na Bíblia, a primeira refere-se
à conversão de Lídia conforme está escrito nos Actos: "E uma certa mulher
chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira,
e que temia a Deus, nos ouvia e o Senhor lhe abriu o coração
para que estivesse atenta às coisas que
Paulo dizia" (Actos 16:14), e a segunda ao endurecimento
de Faraó, rei do Egipto, conforme está escrito no Êxodo: "Mas
o Senhor endureceu o coração de Faraó, e este não
os ouviu, como o Senhor tinha dito a Moisés" (Ex. 9:12).
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O que nos ensina a Escritura com isto? Que o coração do homem, nas mãos de Deus, é como corrente de águas, ele o inclina para onde quer (cfr. Prov. 21:1), pelo que a conversão de um homem a Cristo depende de Deus. Para usar uma expressão de Paulo, a conversão de um homem não depende do que quer nem do que corre mas de Deus que usa de misericórdia (cfr. Rom. 9:16), pelo que se Deus decidiu não converter uma alma não terá misericórdia dela mas a endurecerá. Eis por que está escrito aos Romanos: "Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece " (Rom. 9:18). Estas santas e verazes palavras de Paulo, porém, não são proclamadas no seio de muitas Igrejas, como o são muitas outras palavras de Paulo como por exemplo estas: "E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus … " (Rom. 8:28). Porquê? Segundo o que pude apurar são palavras que se entendidas ‘erradamente’ (isto é, entendidas como vos acabei de explicar) fazem parecer Deus injusto. Mas as coisas não são de modo nenhum assim porque Deus é livre de fazer do que é seu, O QUE QUER. Se ele decretou salvar só uma pequena parte da humanidade quem de nós ousará dizer-lhe: ‘Tu cometeste maldade’? ou: ‘Que fazes?’ Mas quem somos nós para poder replicar a Deus? Nós pó e cinza, cacos entre outros cacos de barro. Glorifiquemos antes Deus pela sua misericórdia. Amen. |
Não temas, crê somente! |
Um dia quando Jesus estava junto do mar chegou um
dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, o qual logo que o viu prostrou-se
aos seus pés e lhe suplicou para que fosse a sua casa porque
a sua filha estava moribunda, estava para morrer. Jesus foi
com ele, com muita gente que o seguia e o apertava. |
Quando se dirigia para casa de Jairo, uma mulher
que tinha um fluxo de sangue foi curada do seu mal depois de ter
tocado com fé a orla do seu vestido. Depois desta cura, quando
Jesus dizia ainda àquela mulher: "Filha, a tua fé te salvou;
vai em paz, e sê curada deste teu mal" (Mar. 5:34), chegaram
pessoas da casa de Jairo que lhe disseram: "A tua filha está morta;
para que enfadas mais o Mestre?" (Mar. 5:35). Jesus então, ouvindo
essas palavras, disse a Jairo: ‘Não temas, crê somente’. Depois
tendo chegado a casa de Jairo ressuscitou a sua filha. |
‘Para que enfadas mais o Mestre?’, disseram aquelas
pessoas. Como dizer em suma: ‘Já desapareceram todas as esperanças
de que a tua filha continue a viver, porque está morta, pelo
que é inútil que o Mestre venha a casa! Podia curá-la mas agora
não pode ressuscitá-la!’. Eles pois não sabiam ou não criam
que Jesus pudesse ressuscitar aquela rapariga. Essas palavras
de incredulidade naturalmente podiam fazer também desanimar
Jairo, podiam fazer-lhe perder toda a esperança de rever viva a
sua filha, ao que Jesus logo o sossegou dizendo-lhe: ‘Não temas,
crê somente!’. |
Eis o que nós devemos fazer quando para outros não
há mais esperança de que nós saiamos de uma angústia que nos assola
a tal ponto que parece uma situação irreversível, NÃO TEMER
E CRER EM DEUS, e por certo Ele nos tirará das muitas águas que
nos estão para submergir, da situação sem caminho de escape em
que nos encontramos. Disse bem o profeta Isaías: "No sossego
e na confiança estará a vossa força" (Is. 30:15). Deus é fiel,
dilectos, e com a angústia nos dará também o caminho de saída, Ele
nos fará ver a sua poderosa libertação. Tu me dirás então: ‘E se
porém Deus decidiu não te libertar de uma certa angústia?’. ‘Bom,
continuarei a não temer e a ter confiança no meu grande Deus, sabendo
que tudo o que Ele faz, o faz sempre para o nosso bem’. |
A Ele seja a glória agora e eternamente. Amen. |
Grande barulho para nada |
Nos dias do profeta Isaías, o reino do Egipto era um
reino muito poderoso que como qualquer outra potência terrena
transmitia confiança e segurança àqueles que procuravam a
sua protecção. Entre os que tinham decidido procurar a protecção
do Egipto contra o eventual ataque por parte de outros reinos estrangeiros,
estiveram também os Israelitas que obviamente para assegurar
a amizade de Faraó enviaram-lhe presentes e riquezas em grande
quantidade. "Com presentes o homem alarga o seu caminho e o eleva
diante dos grandes" (Prov. 18:16), diz a Sabedoria, e através
destes presentes Israel pôde refugiar-se à sombra de Faraó.
Deus porém se indignou ao ver o seu povo fazer esta aliança,
e chamou aos Israelitas filhos rebeldes que tomam conselho mas
não dele, e que fazem alianças mas não pelo seu espírito (cfr.
Is. 30:1-2). E lhes anunciou o seu juízo dizendo-lhes: "Mas a força
de Faraó se vos tornará em vergonha, e a confiança na sombra do
Egipto em confusão. Porque os príncipes de Judá já estão em Zoã, e
os seus embaixadores chegaram a Hanes, mas eles se envergonharão de
um povo que de nada lhes servirá, nem de ajuda, nem de proveito, antes
de vergonha, e de opróbrio. Oráculo contra a Besta do Sul. Através
de uma terra de aflição e de angústia, de onde vem a leoa e o leão,
o basilisco, a áspide e a serpente voadora, levam às costas de jumentinhos
as suas riquezas, e sobre as corcovas de camelos os seus tesouros,
a um povo que de nada lhes aproveitará. Pois o Egipto os ajuda em vão,
e para nenhum fim; pelo que lhe tenho chamado: ‘Grande barulho para
nada’….. Por isso assim diz o Santo de Israel: Visto como rejeitais
esta palavra, e confiais na opressão e na perversidade, e sobre elas
vos estribais, por isso esta maldade vos será como brecha que, prestes
a cair, já forma barriga num alto muro, cuja queda virá subitamente,
num momento. E ele o quebrará como se quebra o vaso do oleiro, despedaçando-o
por completo, de modo que não se achará entre os seus pedaços um caco
que sirva para tomar fogo da lareira, ou tirar água da poça. Pois assim
tinha dito o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em voltar a mim e em repousardes,
estará a vossa salvação; no sossego e na confiança estará a vossa força.
Mas não quisestes; antes dissestes: Não; nós sobre nossos cavalos fugiremos;
portanto fugireis; e: Sobre cavalos velozes cavalgaremos; portanto hão-de
ser velozes os vossos perseguidores. Pela ameaça de um só fugirão mil
de vós; e pela ameaça de cinco fugireis; até que fiqueis como o mastro
no cume do monte, e como o estandarte sobre o outeiro" (Is. 30:3-7, 12-17).
|
Palavras claras, muito claras essas de Deus. Elas
nos ensinam que Deus se desgosta daqueles seus filhos que põem
a sua confiança no braço do homem em vez de no de Deus; que em
vez de se refugiarem à sombra do Omnipotente se refugiam à sombra
dos príncipes e dos poderosos da terra. Mas deste ensinamento
hoje muitos crentes não fazem caso algum, porque procuram também
eles o favor das autoridades terrenas, fazem alianças com os príncipes
da terra, uns por uma razão outros por outra, eles querem se
fazer proteger pelos príncipes da terra de eventuais perseguições.
Sim, porque com estas alianças a Igreja recebe a ajuda dos príncipes
contra eventuais discriminações. A Igreja já em muitos casos é uma
organização humana como tantas outras defendida e ajudada pelos
príncipes deste mundo que naturalmente não te dão a sua protecção
sem te pedirem uma compensação que não tem que ser forçosamente
constituída por dinheiro, mas pode ser também feita de votos eleitorais,
e favores doutro género. Obviamente estes rebeldes sabem como disfarçar
esta aliança que Deus detesta e fazê-la parecer como nada menos que
uma bênção de Deus, a quem naturalmente? Aos que como eles amam o mundo
e não querem ser perseguidos, aos que quase nunca oram, que lêem muito
raramente as Escrituras, que infelizmente são em grande número.
|
Mas estas alianças a seu tempo se tornarão a vergonha
dos que as fizeram, e assim todos poderão ver e reconhecer
quanto a ajuda do mundo é vã. Se Deus envergonhou os Israelitas
quando se aliaram com o Egipto, pensais vós que não fará
o mesmo com aqueles Cristãos que decidiram se estribar nos príncipes
deste mundo? |
Depois o entenderás |
'O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois
o entenderás' (João 13:7). |
Estas palavras que Jesus Cristo disse a Pedro me
servem de encorajamento toda a vez que na minha vida acontece
alguma coisa que não consigo compreender por que acontece. Quando
me pergunto: 'Mas porquê?' Porquê? Porquê?', estas palavras
me encorajam a ter fé em Deus pois não há evento da minha vida
que ele não tenha previsto por uma razão particular, com o objectivo
final de me fazer bem. Sim, porque quando Deus nos humilha
e nos prova o faz, no fim, para nos fazer bem (cfr. Deuteronómio
8:16). Certamente é duro no momento aceitar que um certo evento
funesto, uma forte desilusão, uma grande angústia, aconteça para
o nosso bem, mas se o deve fazer por fé porque assim quer Deus. É
fácil aceitar como parte do plano de Deus para a nossa vida um belo
evento, mas Deus quer que nós aceitemos como parte da sua vontade para
nós também os eventos funestos. Quando depois virmos Deus converter o mal
em bem, então entenderemos, então entenderemos e então não poderemos não
agradecer a Deus por ter agido daquela particular maneira que inicialmente
para nós parecia incompreensível. |
À tua palavra |
Simão Pedro e outros pescadores como ele tinham trabalhado toda
a noite, mas em vão, porque não tinham apanhado nada. Mas eis que no
dia seguinte Jesus enquanto se encontrava em pé na margem do lago de Genezaré,
entrou num barco que era de Simão e de cima dele se pôs a ensinar as multidões.
Quando acabou de falar, Jesus disse a Simão para se fazer ao largo e lançar
as redes para pescar. Simão e outros seus companheiros assim fizeram e apanharam
uma tal quantidade de peixes que as redes se rompiam (cfr. Lucas 5:1-11).
Bastou, pois, somente uma palavra de Cristo para fazer pescar todos esses
peixes!! |
Sucede a mesma coisa na nossa vida: em certas ocasiões
trabalhamos tanto para nada, sem ver nenhum resultado, depois
o Senhor de repente intervém de maneira sobrenatural e as
redes se enchem, de tal maneira a nos deixar maravilhados,
estupefactos. Por que Deus permite tudo isto? Para ensinar-nos
que se ele não edificar a casa em vão trabalham os que a edificam,
se ele não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela (cfr. Sal.
127:1). |
Para ensinar-nos que nós não devemos confiar nos
nossos caminhos, mas nos seus; não na nossa força, mas na sua
que é imensa; não na nossa sabedoria, mas na Sua, para ensinar-nos
que Ele é Deus e nós somos apenas pó e cinza, instrumentos
inúteis nas suas mãos. O Senhor nos ama, por isso nos instrui
e nos corrige! |
"Todos me abandonaram" |
Assim dizia Paulo enquanto se encontrava preso em
Roma; que grande desilusão deve ter sido para ele ser abandonado
por irmãos em Cristo justamente quando tinha as cadeias nos
seus pulsos! Justamente quando precisava de um apoio espiritual por
parte dos santos! Teria que comparecer diante das autoridades
romanas por causa do Evangelho, qualquer crente ao seu lado
o teria certamente confortado, mas não se encontrou ninguém! "Mas
- dizia o próprio Paulo - o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me,
para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a
ouvissem; e fiquei livre da boca do leão" (2 Tim. 4:17). Que bela
demonstração da fidelidade de Deus diante da infidelidade humana! O Senhor
tinha permanecido ao seu lado, tinha-lhe dado novas forças, tinha-lhe
feito pregar com franqueza o Evangelho e o tinha livrado da morte!
Que consolação saber que ainda que sejamos abandonados por irmãos
justamente quando precisamos deles, o Senhor não nos deixará e não
nos abandonará, mas permanecerá connosco na angústia em que nos encontrarmos
e dela nos libertará! Como aconteceu a Paulo, acontecerá também a
nós; estai certos disso. O Senhor não nos abandonará, mas estará connosco.
Diversas vezes vi irmãos abandonar-me, nunca vi o Senhor abandonar-me.
Ele é fiel, a Ele seja a glória agora e eternamente. Amen. |
Entristeço-me |
Entristeço-me ao ver este mundo tão mau, tão cruel, tão desinteressado das coisas de Deus. Entristeço-me ao ver os seguidores dos falsos profetas crescer de número, entristeço-me ao ouvir falar bem destes impostores quando não fazem mais do que seduzir as almas mesmo depois de mortos. Entristeço-me ao ver malvados premiados pelas suas iníquas obras como se tivessem feito boas obras. Entristeço-me ao ver as almas a quem anuncio o Evangelho, endurecerem o seu coração e não abri-lo ao amor da verdade para serem salvas. |
Entristeço-me também ao ver que no meio da Igreja
malvados e impostores prosperam e são aclamados e respeitados
como servos de Deus; entristeço-me ao ver que boa parte dos
crentes são ignorantes da Palavra de Deus, não buscam as coisas
de cima mas as desta terra, que inclinam-se para as coisas da carne
em vez de para as do Espírito. Entristeço-me ao vê-los andar atrás
das concupiscências deste mundo, não recebendo mais do que a
morte como salário; entristeço-me ao vê-los lançados nesta corrida
atrás do vento e que aqueles que querem travá-los, fazê-los reflectir
nos seus caminhos, e voltar ao manancial de água viva, a andar
pelas veredas antigas, são por eles perseguidos, troçados e escarnecidos. |
É a tua perdição |
Deus ao reprovar o povo de Israel porque o tinha
abandonado para ir atrás de deuses estranhos e da iniquidade,
lhe disse: "É a tua perdição, ó Israel, estar contra mim, contra
o teu ajudador" (Oséias 13:9). |
As mesmas palavras continuam a trovejar contra todos
aqueles que no meio da Igreja abandonaram o Senhor para ir atrás
dos prazeres do mundo, das várias concupiscências da carne:
'É a vossa perdição estar contra o Senhor!' Mas por que é a
sua perdição? Porque este é o fim que espera aqueles que deixam
de servir o Senhor, e se põem a servir o pecado. Paulo, por exemplo,
diz dos que servem o seu próprio ventre, e portanto o pecado, que
o fim deles é a perdição (cfr. Fil. 3:19). Se a amizade do mundo é inimizade
contra Deus, como diz Tiago, e passar a ser amigo do mundo significa
automaticamente passar a ser inimigo de Deus, é inevitável que um
crente que deixa de ser amigo de Deus vá para a perdição. |
Mas estes se iludem pensando que nada de mal lhes
poderá suceder, e ainda pior do que isso são iludidos por pastores
que em vez de apascentarem o rebanho do Senhor apascentam-se
a si mesmos para dano da alma deles. 'Deus está connosco,
não contra nós, não temais', repetem estes homens corruptos
cegados pelas trevas. Ouvi, vós que ledes estas minhas palavras,
se estais entre os amantes do mundo, deveis saber por certo que
estais contra Deus, vos tornastes seus inimigos pelo que Deus
está indignado contra vós, altamente indignado e para apagar esta
sua ardente ira deveis converter-vos dos vossos maus caminhos, deveis
abandoná-los e pôr-vos a andar pelas veredas antigas, pelas veredas
de justiça que calcáveis ao início. Examinai os vossos caminhos
e voltai para o Senhor, então Ele será a vossa salvação e quando
vier para vós a hora do trespasse, a vossa alma entrará no paraíso. |
A luz da vida |
Jesus disse um dia que quem anda nas trevas não sabe para onde vai
(cfr. João 12:35). Isto o experimentei pessoalmente quando também eu me
encontrava nas trevas em que jaz todo o mundo. Quanto é duro jazer nas
trevas, sem uma luz que te aclare o caminho em que deves andar! Quanto
é duro cair e continuamente tropeçar por se estar privado de uma luz! Quanto
é duro não saber que direcção estás seguindo, se é a certa ou a errada! |
Mas um dia pela graça de Deus cri em Jesus Cristo,
a luz do mundo, e desde esse dia comecei a andar na luz porque
Ele iluminou as minhas trevas que se dissiparam. Agora tenho
a luz da vida (cfr. João 8:12) porque agora sei em que direcção
estou indo e sei que é a certa porque ao céu conduz. Agora posso
avistar claramente as coisas que me faziam tropeçar e continuamente
cair e posso evitá-las com a graça de Deus, agora não vivo
mais com o medo no coração de que algo de horrível me possa cair
em cima de um momento para o outro. O Senhor é a minha luz e a minha
salvação, a quem temerei? Glória ao seu nome eternamente. Amen. |
Amaram as trevas |
Um dia, neste mundo nasceu Jesus Cristo; nasceu sem pecado e viveu
sem cometer nenhum pecado. Ele era portanto um homem perfeito,
um homem irrepreensível. Absteve-se de toda a espécie de mal
e apegou-se somente ao bem que fez por toda a parte onde andou.
No entanto Jesus Cristo foi odiado pelos homens do seu tempo.
Porquê este ódio? Porque as suas obras eram más. "Porque todo
aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para
que as suas obras não sejam reprovadas" (João 3:20). Jesus constituía
uma contínua repreensão para os pecadores que tinham prazer no mal,
como poderiam pois estes amá-lo? Pensais vós que um ladrão ou um
adúltero amam o dia? De modo algum, na verdade eles esperam que
caiam as trevas para poderem praticar as suas transgressões. Praticar
as suas coisas más de dia é muito arriscado para eles, a luz do dia
é um obstáculo para eles. E assim como a luz natural dá fastio aos
pecadores, assim dá-lhes fastio a luz espiritual que emanamos nós
filhos da luz, ou seja, nós que seguimos Cristo. Nós filhos da luz
somos olhados com aversão pelos que têm prazer no mal porque quer com
as nossas obras, quer com as nossas palavras, reprovamos as suas iniquidades,
as desmascaramos. Eles estão bem entre eles, a nossa presença é um incómodo
para eles. Uma outra coisa que dá fortemente fastio aos pecadores é a Palavra
de Deus porque ela é uma luz, uma lâmpada ardente que condena os pecadores
e reprova as suas iniquidades. Se a Bíblia é pois fortemente contrastada
e odiada pelos homens é por esta razão. Aliás, se o mundo odiou a Palavra
de Deus feita carne, naturalmente odiará também a Palavra escrita! Mas
virá o dia em que os pecadores serão condenados por terem amado mais as
trevas do que a luz, de modo nenhum escaparão! |
Entre os espinhos |
Quando o semeador saiu a semear - segundo a parábola
que Jesus contou - uma parte da semente caiu entre os espinhos,
os quais cresceram e sufocaram a semente impedindo-a portanto
de dar fruto. A semente é a palavra de Deus, viva e eficaz, e
aquele que recebe o que foi semeado entre os espinhos é quem
ouve a Palavra de Deus, mas depois os cuidados mundanos, o engano
das riquezas, e os prazeres da vida sufocam a Palavra de Deus que
acaba por não dar fruto (cfr. Mat. 13:7,22; Mar. 4:18-19; Lucas
8:14). |
Se pois os cuidados pelas coisas do mundo, o engano
das riquezas e os prazeres da vida, têm este maléfico efeito,
nós devemos vigiar e orar para que estas coisas não penetrem
em nós. Devemos certamente usar deste mundo, mas não como
faz a gente do mundo, que é escrava deste sistema de coisas e por
ele dominada, mas como se não usássemos dele (cfr. 1 Cor. 7:31).
As comidas, as bebidas, o vestuário, a habitação, o carro, o trabalho,
são tudo coisas lícitas ter, mas importa não nos deixarmos dominar
por estas coisas. Devemos depois guardar-nos de querer enriquecer
porque quem quer enriquecer cai em tentação, em laço e em muitas
e nocivas concupiscências que submergem os homens na perdição
e na ruína (cfr. 1 Tim. 6:9): devemos antes estar contentes com o
que temos, como diz Paulo a Timóteo: "Tendo, porém, sustento, e com
que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes" (1 Tim. 6:8). E
depois devemos estar atentos aos prazeres da vida que estão sempre
à espreita para nos assaltarem; para que aproveitam? para nada. De
facto, eles não conferem nenhuma utilidade espiritual; basta recordar
os prazeres da vida a que nós todos éramos dados antes de conhecer
Deus para nos darmos conta que no fim não nos deram nada, mesmo
nada de bom. Servem apenas para nos manter longe do caminho santo;
que engano são os prazeres da vida! |
A família de Estéfanas |
Nas epístolas de Paulo se encontram breves mas significativas
referências a diversos crentes que ele louva no Senhor pela
sua recta conduta. Entre estes crentes está a família de
Estéfanas, primícias da Acaia, "que se dedicou ao serviço
dos santos" (1 Cor. 16:15). Que belo exemplo de altruísmo
cristão! Que belo exemplo de crentes que renunciaram a si mesmos
por amor do Senhor! Que belo exemplo de crentes consagrados
a Deus! Essa família de crentes se tinha consagrado para servir os
santos; não nos é dito de que maneira mas se pode imaginar. E
Paulo exorta também os crentes de Corinto a sujeitarem-se aos tais,
e a todo aquele que auxilia e trabalha na obra comum (cfr. 1 Cor.
16:16). |
Apreciai os que trabalham no Senhor. Não importa
qual seja o serviço que prestam, apreciai-os e sujeitai-vos a eles.
E bem vos irá. |
Que zelo! |
Quando vejo pessoas do mundo ter tanto zelo pela
sua equipa do coração, fazer tantas renúncias para poder participar
nas partidas e fazer sentir o seu apoio e o seu calor à equipa,
quando vejo o seu empenho e esforço para fazer conhecer
esta sua 'fé', sim porque é uma fé aos olhos deles; e depois
vejo que tantos crentes não têm zelo pelas coisas de Deus ou têm
pouquíssimo, não fazem nenhuma renúncia para poder participar
no progresso do reino de Deus e fazer sentir o seu apoio e o seu
calor de maneira tangível, prática e não só de palavra, àqueles
que os instruem, os conduzem e os exortam, os quais estão constituídos
sobre eles pelo Senhor para o seu bem; bom, não posso deixar de
ficar admirado em sentido negativo. Como é possível tudo isto?
É uma triste realidade, verdadeiramente triste essa de que dou
testemunho directo. Têm mais zelo aqueles que difundem uma fé vã
e errada, ou que ajudam outros a difundi-la, do que muitos crentes
que deveriam dedicar-se corpo e alma à defesa e à difusão da verdadeira
e única fé, aquela no Filho de Deus morto e ressuscitado dentre os mortos. |
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