Pensamentos

Primeira Série


Aqui de seguida estão algumas minhas meditações, reflexões, breves ensinamentos e exortações, e também palavras de gratidão e orações dirigidas a Deus, que escrevo de vez em quando. A minha oração e o meu desejo é que vos possam ser úteis no Senhor. A graça do nosso Senhor esteja convosco. Giacinto Butindaro


Segunda Série

Terceira Série

Quarta Série





O caminho que parece direito

A Sabedoria diz: "Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Prov. 14:12).

Um dia, depois de ter falado do Evangelho da graça a algumas Testemunhas de Jeová, quando se preparavam para ir embora, disse-lhes estas palavras ao que elas responderam: 'Realmente é verdade', e eu olhando-as bem na face repliquei-lhes: 'E este caminho é o vosso!'. A esta minha afirmação vi que foram tomadas por um certo embaraço e direi até por um certo medo, de facto, vi que a suas faces ficaram de repente vermelhas.

Mas este discurso do caminho que parece direito mas o fim dele é a morte diz respeito também aos Católicos Romanos, aos Mórmons, e muitos muitos outros. Em suma, diz respeito a todos aqueles que não seguem verdadeiramente Cristo, ainda que, porventura pensam fazê-lo. Foram enganados por vãos raciocínios e pensam estar na verdade, mas a estrada que estão seguindo leva direito ao inferno. Um irmão que antes de converter-se era um sacerdote católico disse: 'Tivesse morrido quando era sacerdote e teria ido direito para a perdição'. Obviamente isto o pôde dizer porque uma vez encontrado o caminho da salvação percebeu que aquele que propõe a Igreja Católica Romana é um falso caminho da salvação ainda que tenha uma bela aparência.

Ah! Quantos se encontram sobre o caminho da perdição e pensam estar sobre o caminho da salvação! Eis, pois, o engano do diabo, ele faz parecer o caminho da perdição como um caminho santo e justo, sim porque por detrás de tudo isto está ele, o enganador de todo o mundo. É portanto nosso dever advertir todos aqueles que não seguem Cristo mas apenas preceitos de homens que se desviam da verdade que não importa quanto justa e verdadeira pareça a sua religião ela os está levando para o inferno.

O caminho que leva à vida, ou ao Reino de Deus, é só um, a saber, Cristo Jesus, e são poucos aqueles que o encontram; mas quem o segue caminha seguro e no fim da carreira será recebido em glória. Exortemos os homens a abandonar o seu falso caminho e a tomar este caminho que leva ao céu.






Quem se exalta e quem se humilha

Há duas categorias de crentes, aqueles que se exaltam e aqueles que se humilham, em outras palavras os soberbos e os humildes.

Os primeiros fazem de tudo para serem vistos, para alcançarem lugares de condução no seio da Igreja (quando não têm as características necessárias) recorrendo até à mentira e à violência, aquilo que fazem o fazem só para serem vistos pelos outros, não importa se fazem uma oferta ou se evangelizam ou se fazem algo mais de justo. Estes têm depois a característica de ambicionarem coisas altas, carros de alta cilindrada, roupas de marca, casas de luxo, e tudo o mais que possa exaltá-los sobre os outros. Quando falam a soberba lhes cinge o pescoço como um colar , a boca parece que a têm no céu e não na terra. Estes serão humilhados por Deus porque está escrito que "qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado" (Lucas 14:11).

Os segundos, ao invés, não procuram a glória dos homens mas só a glória de Deus, são discretos e reservados, aquilo que fazem o fazem só para a glória de Deus e com uma boa consciência, não importa do que se trate. O seu desejo é o de agradar a Deus em vez de aos homens. Não ambicionam coisas altas mas se acomodam às coisas humildes; não procuram se mostrar e ainda que tenham recebido de Deus dons não se gloriam e não se exaltam sobre os outros. Estes são exaltados por Deus conforme está escrito: "Aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado" (Lucas 14:11).

Ninguém se iluda pensando que exaltando-se possa ter graça da parte de Deus porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (cfr. 1 Ped. 5:5).

Quando alguém se exalta parece que Deus não faça caso disso, antes que o apoie e o confirme, em outras palavras parece que Deus esteja com os soberbos de coração, mas isto não é de modo nenhum verdade porque Deus consente ao soberbo exaltar-se, receber a glória dos homens, para depois o envilecer e humilhar a seu tempo. A mesma coisa - ao contrário porém - se deve dizer a propósito daquele que se humilha, muitas vezes parece que os humildes não tenham o favor de Deus, que Deus esteja até contra eles, mas também isto não é de modo nenhum verdade, porque a seu tempo Deus exalta os humildes. Oh, quão maravilhoso é ser exaltado por Deus! Se há uma coisa bela de experimentar na vida é precisamente a exaltação feita a nós por Deus. Mas atenção, uma vez exaltados, para não nos ensoberbecermos no nosso coração, doutra forma aquilo que nos espera é a humilhação infligida ainda por Deus.






Nem sequer um pássaro cai em terra sem a vontade de Deus!

Na nossa vida não nos pode suceder nada sem a vontade de Deus porque Jesus disse que não cai em terra nem sequer um pássaro sem a vontade do nosso Pai (cfr. Mat. 10:29); se, de facto, uma ave não pode cair em terra senão por decreto de Deus como podemos pensar que o que nos acontece seja devido ao acaso ou que fuja ao controle de Deus ou que não seja da sua vontade?

Reconheço que muitas vezes, ainda que nos humilhemos diante de Deus e ajamos honestamente tanto para com Ele como para com os homens, acontecem-nos coisas inexplicáveis a que não podemos dar nenhuma resposta; parece que tudo conjura contra nós, que uma espécie de maldição divina nos esteja atingindo, que Deus tenha decidido destruir-nos, que nos tornámos seus inimigos. Nesses momentos é difícil aceitar que o que nos está a acontecer acontece-nos por vontade de Deus; no entanto é a verdade. E que é a verdade, disso nos apercebemos algum tempo depois, por vezes muito tempo depois.

Deus tem um plano para nós e o seu plano subsistirá; agrade-nos ou não nos agrade o seu plano para nós será por ele efectuado. Tende sempre presente que Deus é infinitamente sábio e sabe perfeitamente aquilo que faz. Não é um Deus descuidado que faz as coisas ao acaso, mas as faz por precisas razões que ainda que não conheçamos são justas. Estejamos pois atentos, quando estivermos nestas situações muito difíceis para não falar contra Deus porque receberemos dele uma repreensão, como a recebeu Jó - por ter censurado Deus por todo o mal que lhe tinha acontecido - a quem Deus disse: "Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?" (Jó 38:2).

Senhor, nosso Deus, Tu és Excelso, os teus caminhos são justiça mesmo quando nos parecem injustos, tu procuras o nosso bem mesmo quando nos afliges, tu continuas a nos querer dar um futuro mesmo quando para nós parece ter desvanecido toda a esperança, tu és o Bom mesmo quando pareces mau para nós, aceitámos o bem da tua mão recusaríamos aceitar o mal? Seja feita a tua vontade.






Meditando sobre a criação

Quando levanto os olhos ao alto durante o dia e vejo este imenso céu sobre mim que é atravessado por este globo amarelo chamado sol que nos ilumina e nos transmite o seu calor durante todo o curso do ano; quando vejo as nuvens vagar nos seus giros e a seu tempo derramar a água sobre a terra muitas vezes vendo relâmpagos e ouvindo trovões; quando durante a noite levantando os olhos ao alto vejo a lua e as estrelas que iluminam a noite escura; quando considero as várias estações que se sucedem com um ritmo constante; quando ao longo da praia olho o mar e considero a sua amplitude, a sua profundidade, e como no seu interior nadam criaturas sem número; quando no meio de uma floresta ouço o gorjear dos pássaros de tantas raças, quando encontrando-me numa alta montanha contemplo os cimos dos montes; quando considero como se reproduzem os animais da terra, os peixes do mar e dos rios e os seres humanos, e quando considero o corpo humano na sua totalidade, então digo: 'Deus é verdadeiramente grande, poderoso e sábio; ninguém é semelhante a Ele!' porque creio que Ele é o Criador de todas as coisas e Aquele que as sustém e guia com o seu infinito poder e sabedoria. E não sou o único que considerando a beleza e a perfeição da criação diz estas coisas. Juntamente comigo há milhões de almas em todo o mundo que dizem a mesma coisa.

Mas há também muitas pessoas que embora reconheçam que a criação é estupenda, perfeita e a admirem e a celebrem, todavia não crêem que Deus seja o Criador e o Sustentador dela. Para estes tudo veio à existência a seguir a uma grande explosão, chamada big-bang, ocorrida há milhões de anos no universo. Que tolice crer uma semelhante coisa! Eu queria perguntar a estes: 'Mas se eu vos dissesse ao ver um automóvel novo, muito sofisticado e muito potente, que ele se formou a seguir a uma explosão ocorrida numa sucata, que pensaríeis desta minha ideia?' Não pensaríeis porventura que ela é uma ideia tola? Creio que sim. E então eu vos digo: 'Considerai atentamente esta vossa ideia sobre o nascimento dos céus, da terra, do mar e de tudo o que eles contêm, e vereis que também ela é uma ideia tola'.






A fé e as obras

O apóstolo Paulo escreveu aos santos de Éfeso: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef. 2:8-10).

Como se pode ver nestas palavras, Paulo por um lado diz que nós fomos salvos pela fé, sem as obras da lei, mas por outro lado diz que nós fomos criados em Cristo Jesus para as boas obras preparadas por Deus para que andássemos nelas. Portanto, se é correcto dizer que as obras não produzem a salvação, doutra forma a graça não seria mais graça, e a fé seria anulada, é também correcto dizer que as boas obras devem seguir a fé, devem ser praticadas por nós que fomos criados em Cristo Jesus. Que aproveita a fé sem as obras? Nada. Que valor tem a fé sem as obras? Nenhum. É como um corpo sem o espírito, ou seja, uma coisa morta. Procuremos pois ser zelosos nas boas obras para confirmar assim a nossa vocação e eleição para a glória do nosso Deus e Pai.






A salvação é por graça; onde está logo a jactância?

Esta tão grande salvação que nós obtivemos de Deus a recebemos por graça, sem ter feito nenhuma obra justa para podê-la merecer. A recebemos por meio da fé no Filho de Deus morto na cruz pelos nossos pecados e ressuscitado dentre os mortos para a nossa justificação. Se pois a recebemos gratuitamente onde está a jactância? Ela é excluída, como diz Paulo, pela lei da fé (cfr. Rom. 3:27).

Portanto, diante de Deus, nós não temos nada de que nos gloriar. Como não tinha nada de que se gloriar diante de Deus o nosso pai Abraão de quem a Escritura diz que creu em Deus e isso lhe foi imputado como justiça (cfr. Gen. 15:6 e Rom. 4:2-3).

Graças a Deus pelo seu dom inefável!






E onde estão os nove?

"E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galiléia; e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; e caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou" (Lucas 17:11-19).

Parece incrível, no entanto desses dez leprosos limpos por Jesus Cristo só um - apercebendo-se ter sido curado - quis voltar atrás para agradecer ao Senhor Jesus Cristo, e Lucas diz que este era Samaritano, logo um estrangeiro.

Considerai atentamente isto, esses homens tinham sido mantidos longe das pessoas, tinham sofrido fisicamente, tinham tido seguramente uma vida miserável por causa da lepra, no entanto, depois de terem invocado Jesus para que tivesse misericórdia deles, e depois de terem recebido a cura, não dignaram Jesus nem sequer de um 'obrigado', excepto como dissemos um só que era ainda por cima estrangeiro. E a Jesus isso de modo nenhum agradou, de facto, perguntou ao ex-leproso que lhe dava graças: "Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?"

Se uma parte desses homens se mostrou ingrata para com Jesus Cristo, depois de terem recebido o benefício da cura, nós não devemos nos admirar se hoje há irmãos e irmãs que depois de terem recebido um qualquer bem de nós, se mostram ingratos e não te dignam sequer de um 'obrigado'. Antes, eu pude ver que alguns na primeira ocasião se põem até a espalhar toda a sorte de más palavras contra ti; isso, em suma, é o que tu depois de lhes teres feito bem mereces deles!! Mas Deus é justo e a seu tempo faz justiça a cada um; cada um destes ingratos recebe a retribuição da injustiça que faz, sem acepção de pessoas.

Dilectos, não imitemos os ingratos mas os gratos, isto é, aqueles que não só reconhecem o bem que nós lhes fizemos agradecendo-nos, mas procuram também dar bem por bem. Alguns dizem que se deve agradecer somente a Deus pelo bem que um irmão nos faz; a Escritura porém não me ensina isso, de facto, Paulo quando diz aos santos de Roma para saudarem Áquila e Priscila diz deles: "Os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios" (Rom. 16:4). Naturalmente antes de tudo é preciso agradecer a Deus, mas também agradecer a quem nos faz bem é uma coisa permitida. O fizeram os santos antigos, por que não deveríamos fazê-lo também nós? Há depois alguns que dizem que não se deve esperar nenhuma recompensa dos irmãos a quem se faz bem; mas também neste caso a Escritura não me ensina de modo nenhum isso. Escutai o que diz Paulo aos santos de Corinto: "Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado. Não estais estreitados em nós; mas estais estreitados nos vossos próprios afectos. Ora, em recompensa disto, (falo como a filhos) dilatai-vos também vós!" (2 Cor. 6:11-13). E escutai o que diz ainda Paulo a propósito da colecta para os pobres dentre os santos em que tinham participado também os Coríntios: "Digo isto não para que haja alívio para outros e aperto para vós, mas para que haja igualdade, suprindo, neste tempo presente, na vossa abundância a falta dos outros, para que também a abundância deles venha a suprir a vossa falta , e assim haja igualdade; como está escrito: Ao que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou" (2 Cor. 8:13-15).

Não se esperar bem dos irmãos a quem se faz bem é como dizer a um marido que se mostra afectuoso para com a sua mulher, que ao contrário não lhe mostra nenhum afecto, que ele não deve esperar da sua mulher nenhuma carícia, nenhum beijo e nenhuma manifestação de amor!! Mas onde alguma vez se lê uma semelhante coisa na Palavra de Deus? Mas o amor e o afecto entre marido e mulher não devem ser recíprocos? E não é porventura a mesma coisa entre os filhos de Deus? Não está porventura dito que devemos nos amar uns aos outros? Não está porventura dito para sermos hospitaleiros uns para com os outros (cfr. 1 Ped. 4:9)? Não está porventura dito para nos servirmos uns aos outros em amor (cfr. Gal. 5:13)? Mas que significa 'uns aos outros'? Portanto esperar-se dos irmãos que amamos, hospedamos, ajudamos nas suas necessidades, etc. ser amados, hospedados, ajudados quando somos nós a estar na necessidade (e eles já não estão nela), é uma coisa completamente normal. Naturalmente se não chegar nenhuma forma de gratidão nós não devemos por isto deixar de amar os irmãos, o bem, de facto, se o deve continuar a fazer em todo o caso, certamente porém a ingratidão faz sofrer quem ama não somente por palavras mas por obras e em verdade e não se vê amado. Julgai como pessoas inteligentes o que digo.






Mas o Espírito expressamente diz....

Paulo diz a Timóteo: "Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demónios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada, proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos com acções de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade; pois todas as coisas criadas por Deus são boas, e nada deve ser rejeitado se é recebido com acções de graças; porque pela palavra de Deus e pela oração são santificadas" (1 Tim. 4:1-5).

Como se pode pois ver muito bem, entre as doutrinas de demónios a que darão ouvidos aqueles que, seduzidos pelos espíritos enganadores, apostatarão da fé, estão tanto a proibição do casamento como a de comer alguns alimentos criados por Deus. Nós crentes portanto devemos guardar-nos de todos aqueles que, não importa com que nome se apresentem (ou seja, não importa se se definem Católicos Romanos, Evangélicos, Pentecostais, etc. etc.), ensinam estas heresias.

Deus fez a mulher para o homem e, de facto, disse que o homem deixará seu pai e sua mãe e unir-se-á à sua mulher e os dois se tornarão uma só carne (cfr. Gen. 2:24). Proibir, pois, ao homem unir-se em matrimónio com a mulher significa impor um preceito que anula a Palavra de Deus. Preceito que produz amargos e nefastos frutos porque induz aqueles que o aceitam a fornicar. Se, com efeito, Paulo disse aos Coríntios que para evitar as fornicações cada homem deve ter a sua própria mulher, e cada mulher o seu próprio marido (cfr. 1 Cor. 7:2), isso significa que as fornicações não se poderão evitar se for proibido aos homens e às mulheres casar. Não vos deixeis enganar por vãos raciocínios, o matrimónio é lícito aos olhos de Deus.

Por quanto diz respeito aos alimentos, tudo o que Deus criou é bom e nada deve ser rejeitado se é recebido com acções de graças, porque é santificado pela Palavra de Deus e pela oração, diz Paulo. A nós, portanto, é lícito comer de tudo (tirando obviamente as coisas sacrificadas aos ídolos, as coisas sufocadas e o sangue, com base nas decisões da assembleia de Jerusalém - cfr. Actos 15:19-29). Jesus disse que não é o que entra na boca do homem que o contamina, mas sim o que sai da sua boca (cfr. Mat. 15:11), e assim dizendo declarou "puros todos os alimentos" (Mar. 7:19). E Paulo diz aos Romanos que "nenhuma coisa é de si mesma imunda" (Rom. 14:14), e que o Reino de Deus não consiste em comida nem bebida (cfr. Rom. 14:17).

Portanto, irmãos, estai firmes na fé e nos ensinamentos que vos foram transmitidos, sem de maneira nenhuma vos deixardes desviar pelos homens hipócritas que falam mentiras para prejuízo deles e daqueles que as aceitam.






O único caminho para conhecer Deus

Há alguns que dizem que Deus se pode conhecer através da antiga filosofia grega (portanto através dos escritos dos filósofos gregos), outros que se pode conhecer através de Maomé, outros através de Buda, e outros ainda através de práticas e técnicas orientais ou que têm na sua base princípios filosóficos de matriz oriental, para citar só alguns poucos exemplos porque a lista é muito mais longa.

Nós Cristãos, ao invés, dizemos que Deus se pode conhecer só através de Jesus Cristo, o Filho de Deus vindo ao mundo precisamente para fazer-nos conhecer o Pai. O próprio Jesus, de facto, disse um dia: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14:6), e ainda que "ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mat. 11:27). Portanto, para conhecer Deus é preciso conhecer o Filho de Deus, não se pode pretender conhecer Deus sem conhecer o Filho, eis por que Jesus Cristo um dia disse aos Fariseus que recusavam crer nele: "Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai" (João 8:19), porque só através dele se pode chegar ao conhecimento pessoal de Deus. Sem Cristo pode-se conhecer toda a filosofia grega, pode-se conhecer toda a filosofia oriental, podem-se praticar toda a espécie de técnicas de meditação transcendental etc. etc., mas se está privado do conhecimento de Deus.

Irmãos, reflecti e meditai atentamente sobre isto; nós conhecemos Deus, aquele mesmo Deus que pela Palavra criou todas as coisas, que pelo seu infinito poder sustém todas as coisas, que sabe todas as coisas de todos, aquele mesmo Deus que na plenitude dos tempos enviou ao mundo Jesus Cristo para resgatar-nos de toda a iniquidade. Oh que graça nos foi feita pelo Senhor! Oh que amor o Senhor manifestou por nós que não merecíamos absolutamente nada dele sendo todos nós rebeldes, pecadores escravos de toda a espécie de iniquidades! Sim porque se nós conhecemos Deus o devemos à misericórdia do Senhor Jesus Cristo porque Ele quis ter misericórdia de nós que estávamos longe d`Ele; a Escritura é clara a respeito, ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar (cfr. Mat. 11:27, cfr. Lucas 10:22). Nós pois estamos na obrigação de dar graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, por nos ter revelado o seu Pai.






O fruto e o fim da nossa fé

Diz Paulo aos santos de Roma: "Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes por fruto a vossa santificação, e por fim a vida eterna" (Rom. 6:22).

Esse 'mas agora, libertados do pecado' indica claramente que houve um tempo na nossa vida em que o nosso fruto não era a santificação e o nosso fim não era a vida eterna; e que este tempo terminou desde que fomos libertados da escravidão do pecado, ou seja, desde o momento em que cremos no Senhor Jesus Cristo. Aliás, que frutos de justiça podíamos dar a Deus naquele tempo quando éramos rebeldes e escravos de toda a sorte de concupiscências (cfr. Ef. 2:2-3)? Que esperança de uma vida futura podíamos ter naquele tempo estando sem esperança no mundo (cfr. Ef. 2:12)? Mas graças sejam dadas a Deus por nos ter libertado das paixões pecaminosas que nos dominavam e nos ter feito seus servos, e por nos ter dado na sua graça uma esperança, "uma boa esperança" (2 Tess. 2:16) como a chama Paulo.

Queria agora debruçar-me sobre o 'fruto' e sobre o 'fim' da nossa fé.

O fruto que nós devemos dar na nossa vida (para a glória de Deus) é a santificação, fruto que só podemos dar observando os mandamentos de Deus. Mandamentos que são tanto 'positivos' como 'negativos' (onde por positivos se entendem os 'nós devemos... ', e por negativos os 'nós não devemos....') e que estão transcritos na Palavra de Deus. É tão importante dar este fruto que a Escritura diz que sem a santificação "ninguém verá o Senhor" (Heb. 12:14). Cuidemos pois bem de nós mesmos e procuremos servir com os nossos membros sempre a justiça e não nos pormos de novo a servir as imundas concupiscências da carne, doutra forma não veremos o Senhor.

O fim que nós agora temos é a vida eterna porque em Cristo temos a promessa da vida eterna (cfr. 1 João 2:25), ou como é também chamada num outro lugar a promessa da vida que há-de vir (cfr. 1 Tim. 4:8), promessa da qual obteremos o cumprimento se perseverarmos na fé até ao fim. Quando pois morrermos, se morrermos com o Senhor, iremos habitar com ele no céu; e a seu tempo depois, ressurgiremos com um corpo imortal. Se porém negarmos o Senhor, quando morrermos iremos para a perdição e a seu tempo ressurgiremos em ressurreição do juízo para sermos julgados e condenados a uma eterna infâmia.






Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

Um dia, João o Baptista enquanto estava baptizando junto do rio Jordão viu Jesus vir para ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!" (João 1:29).

Por que se exprimiu desta maneira a respeito de Jesus Cristo? Porque ele sabia que Jesus Cristo era o Cordeiro preordenado por Deus antes da fundação do mundo a ser sacrificado pelos nossos pecados, coisa que aconteceu tempo depois quando Jesus Cristo foi crucificado na cruz no Gólgota, um lugar perto de Jerusalém; ali Jesus Cristo levou sobre o seu corpo os nossos pecados.

E com o seu sacrifício Cristo fez o que os sacrifícios ordenados por Deus na lei não podiam fazer, isto é, nos aperfeiçoou, quanto à consciência. A lei de facto - diz o escritor aos Hebreus - "tendo a sombra dos bens futuros, e não a realidade exacta das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano [nota minha: naquele tempo os sacrifícios ainda eram oferecidos, mas com a destruição do templo em 70 deixaram de ser oferecidos ] aperfeiçoar os que se chegam a Deus. Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos? pois tendo sido uma vez purificados os que prestavam o culto, nunca mais teriam consciência de pecado" (Heb. 10:1-2). Os sacrifícios expiatórios da lei portanto não podiam aperfeiçoar quanto à consciência os que se chegavam a Deus porque eram uma sombra do sacrifício que Cristo faria na plenitude dos tempos. Esses sacrifícios não podiam tirar os pecados "porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire os pecados" (Heb. 10:4). Mas o que era e é impossível aos sacrifícios da lei o fez o Filho de Deus com o seu sangue conforme está escrito que "fomos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre" (Heb. 10:10) e também: "Porque com uma só oferta aperfeiçoou para sempre os que são santificados" (Heb. 10:14).

Nós, pois, estamos na obrigação de dar continuamente graças a Deus por ter enviado o seu Filho para tirar da nossa consciência os nossos velhos pecados. Mas estamos também na obrigação de fazer saber aos outros que Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que pelo seu precioso sangue derramado na cruz pode tirar da consciência deles os seus pecados. Só ele pode fazê-lo, nenhum outro. A Ele seja a glória agora e eternamente. Amen.






Consolados para consolar

Diz o apóstolo Paulo aos santos de Corinto: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo" (2 Cor. 1:3-4).

Deus pois, irmãos, nos consola em toda a nossa tribulação; não importa de que tribulação se trate, Ele nos consola, obviamente da maneira que ele quer. É errado, pois, pensar que Deus enquanto nós sofremos não faz nada para nos ajudar, que está longe de nós e desinteressado pela nossa causa. Eu que escrevo experimentei a veracidade e fidelidade desta afirmação de Paulo; toda a vez que me senti atribulado, Deus na sua misericórdia me consolou. Por vezes o fez com um versículo da Escritura que Ele me recordou pelo Espírito de Deus; outras vezes com um sonho divino ou uma visão - Jesus durante a sua agonia no Getsêmani não foi porventura confortado por um anjo que lhe apareceu do céu (cfr. Lucas 22:43)? - , outras vezes com a vinda de um irmão sincero e honesto ("...nos consolou com a vinda de..." 2 Cor. 7:6), outras vezes ainda com palavras de encorajamento me dirigidas por algum crente, outras vezes através dos serviços por ele postos no coração de alguns crentes, outras vezes fazendo-me chegar aos ouvidos uma boa notícia vinda de terra distante, e depois libertando-me da angústia em que estava e que muito me fazia sofrer. Em verdade o nosso Deus "consola os abatidos" (cfr. 2 Cor. 7:6).

Mas a este ponto é bom fazer presente a razão pela qual Deus nos consola. Como diz o apóstolo Ele nos consola para que nós possamos consolar os outros. Portanto, Deus nos distribui a sua consolação para nos fazer consolar, através dela, aqueles que estiverem em toda a tribulação. Nunca vos aconteceu dizer a um irmão abatido: 'Irmão, coragem, o Senhor é fiel, eu também passei pela angústia que tu estás a passar e o Senhor me respondeu libertando-me'? E que ao ouvir estas vossas palavras o irmão se sentiu reanimado? Tanto pois as tribulações como as consolações que Deus nos envia são para o nosso bem pessoal e para o de outros irmãos. Quando pois, irmão, estiveres numa angústia particular que te faz sofrer muito e te perguntares: 'Mas como é que Deus permite isto?' lembra-te que Deus quer usar-te para consolar, pela consolação que pontualmente te ministrará, aqueles que estiverem em toda a tribulação.

Lembremo-nos que Deus não é apenas o Deus que nos atribula na sua fidelidade, mas também Aquele que ainda na sua fidelidade nos consola; ele não faz apenas a chaga, mas também ele mesmo a liga.

Termino dirigindo-vos estas palavras de Paulo que fiz minhas: "Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é, a qual opera eficazmente ao fazer-vos capazes de suportar as mesmas aflições que nós também padecemos" (2 Cor. 1:6).

A Deus seja a glória agora e eternamente. Amen.






Bons despenseiros

Diz o apóstolo Pedro: "Servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém" (1 Ped. 4:10-11).

A graça de Deus é multiforme e de facto cada um de nós ainda que membro do Corpo de Cristo recebeu de Deus um dom diferente ou uma capacidade diferente. Como bem diz o apóstolo Paulo aos santos de Roma: "Temos diferentes dons segundo a graça que nos foi dada..." (Rom. 12:6). Portanto, um crente não deve pensar que pelo facto de não ter recebido o ministério de apóstolo (tomo este ministério como exemplo) como o receberam Paulo, Pedro, João e outros, ou porventura o de profeta como o recebeu Ágabo, não é um membro do Corpo de Cristo ou porventura é um membro de segunda categoria. Ele não recebeu esse dom porque Deus decidiu dar-lhe um outro dom, mas permanece, contudo, ainda um membro do Corpo de Cristo útil para todos os outros membros do Corpo. Como no corpo humano apesar dos membros serem diferentes e terem funções diferentes fazem parte todos de um único corpo e todos os membros desempenham uma função útil para todo o corpo (e se cuide que o corpo humano foi construído desta maneira por Deus), assim também no Corpo de Cristo apesar de cada um desempenhar uma função diferente em virtude do plano de Deus todos fazem parte do mesmo organismo vivo e, portanto, cada um é útil de alguma maneira ao outro.

Mas como também vimos, Pedro diz a cada um de nós para administrar sabiamente a multiforme graça de Deus, ele diz para fazê-lo como se ajusta a bons despenseiros da multiforme graça de Deus, ou seja, pondo o dom ao serviço dos outros; não ao serviço do próprio ventre, não ao serviço de interesses pessoais, mas ao serviço dos outros membros do Corpo de Cristo. E isto para que Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo. Sim, porque o que cada um de nós deve sempre ter presente é que qualquer que seja a coisa que nós somos chamados a fazer, a devemos fazer para a glória de Deus conforme está escrito: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus" (1 Cor. 10:31).

Irmãos, tende bem em mente que cada um de nós um dia terá que comparecer diante do tribunal de Deus para lhe prestar contas da administração por ele feita com os bens do seu Patrão e Senhor. Não importa qual dom se recebeu de Deus ou quantos dons se receberam, ninguém fugirá a este prestar de contas. Paulo diz aos Coríntios que "o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel" (1 Cor. 4:2), sigamos pois a fidelidade para com Deus e nesse dia nos será decerto dito: "Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor" (Mat. 25:23).






Sambalate e Tobias

"Ouvindo [que Neemias tinha chegado] Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, lhes desagradou extremamente que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel" (Neem. 2:10). Eis o que disse Neemias a propósito de Sambalate e Tobias.

Ora, Neemias tinha chegado para reconstruir os muros de Jerusalém que estavam em ruínas já há muitos anos, Deus o tinha benignamente assistido, na verdade ele tinha pessoalmente recebido do rei Artaxerxes cartas para os governadores dalém do rio para que o deixassem passar e entrar em Judá, e uma carta para Asafe guarda da floresta do rei para que lhe desse a madeira de que necessitava, mas Sambalate e Tobias quando souberam da sua chegada ficaram extremamente desagradados. Evidentemente esses homens não procuravam o bem dos filhos de Israel e, de facto, o demonstraram também depois quando zombaram de Neemias e dos seus cooperadores, e procuraram de várias maneiras impedir a reconstrução dos muros de Jerusalém, mas os seus maus desígnios foram frustrados por Deus que fez prosperar a obra dirigida por Neemias e a fez chegar ao cumprimento.

Todas as vezes que Deus chama alguém para edificar a sua Igreja, não importa com qual ministério, há sempre os Sambalate e os Tobias que com as suas palavras e os seus actos procuram desencorajar o ministro de Deus e os seus cooperadores ou aqueles que o apreciam e o ajudam pela sua obra. Estes em vez de se alegrarem ao ver que Deus escolheu no meio deles alguém para levá-los a realizar uma obra particular, se desagradam, a alma e o coração se derretem. Que loucura mostram estes em desprezar o servo do Senhor e o que Deus lhe pôs no coração fazer, e em procurar de várias maneiras impedir a sua obra! Em verdade estes não sabem que estão a combater contra o próprio Deus e que no fim Deus fará recair sobre a cabeça deles toda a sua malícia, toda a teimosia do seu coração. Serão cobertos de vergonha, e todos aqueles que os virem dirão: 'Eis o fim que têm todos aqueles que se põem a combater contra Deus!'.

Dilectos, alegremo-nos quando alguém procura o bem dos filhos de Deus, e desagrademo-nos quando alguém busca o seu mal. Encorajemos (e não só de palavra) aqueles que de várias maneiras fazem bem aos filhos de Deus para que progridam cada vez mais, mas admoestemos severamente aqueles que no seu meio procuram o seu mal para que deixem de fazer o mal.






Aguardando a bem-aventurada esperança

"Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedónia e Acaia, mas também em todos os lugares a fama da vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1 Tess. 1:8-10).

A fama da fé dos santos de Tessalónica se tinha pois espalhado em todos os lugares tanto que os apóstolos não tinham necessidade de falar da fé dos santos de Tessalónica; eram, na verdade, os outros que anunciavam aos apóstolos como eles se tinham convertido dos ídolos a Deus para servi-lo e para esperar dos céus o seu Filho.

Queria que notásseis como destes irmãos de Tessalónica era dito não só que se tinham convertido a Deus para servi-lo, mas também que se tinham convertido a Deus para esperar dos céus o seu Filho. Esta espera caracterizava pois a vida desses nossos irmãos, e caracteriza também a nossa vida em Cristo. Nós, na verdade, estamos "aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2:13).

Alguns zombam de nós dizendo que nós estamos esperando em vão, como se o Senhor tivesse mentido ou se tivesse esquecido de voltar. Nós, porém, temos a plena confiança que a nossa esperança na sua vinda do céu não será frustrada porque sabemos que Aquele que fez esta promessa é o Verdadeiro e Fiel. Continuemos pois, irmãos, a esperar a sua vinda com fé e paciência. Ele virá, a seu tempo virá, e todo o olho o verá. Amen.






O salário do pecado e o dom de Deus

"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom. 6:23).

Nestas palavras de Paulo queria que notásseis como o apóstolo contrapõe o salário do pecado e o dom de Deus.

O pecado portanto, como diz Paulo, paga aqueles que o servem com a morte e, de facto, Tiago diz que "o pecado, sendo consumado, gera a morte" (Tiago 1:15). É um amargo salário portanto aquele que o pecado dá aos seus servidores. No entanto, estranho mas verdadeiro, a muitos agrada servir o pecado, e entre estes muitos não estão somente os incrédulos mas também bastantes crentes! Não é uma estultícia servir alguém que paga com a morte? Certamente, mas "a estultícia é alegria para o que carece de entendimento" (Prov. 15:21), diz a Sabedoria; e dado que estes não têm entendimento não é de admirar que tenham prazer em cometer toda a sorte de pecados. O pecado lhes fala no íntimo do seu coração, os lisonjeia que os seus pecados não serão descobertos nem detestados (cfr. Sal. 36:1-2), coisas que não são de modo nenhum verdadeiras porque nós sabemos que não há nada de secreto "que não haja de saber-se e vir à luz" (Lucas 8:17), e que "ao homem de intenções perversas ele [o Senhor] condenará" (Prov. 12:2) e também que "o homem de maus intentos será odiado" (Prov. 14:17).

Mas se por um lado há o salário do pecado por outro há o dom de Deus que é a vida eterna em Cristo Jesus. A vida eterna é portanto um dom, e como qualquer dom não se pode nem comprar e nem merecer, doutra forma dom não é mais dom. Um dom que se obtém por meio da fé em Cristo Jesus conforme está escrito: "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna" (João 3:36). Eis por que a vida eterna é chamada o dom de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor. Tens a vida eterna? Se a resposta é 'não', exorto-te a crer no Senhor Jesus Cristo para recebê-la; aquilo que deves crer para recebê-la é que ele morreu sobre a cruz pelos nossos pecados, e ressuscitou ao terceiro dia para a nossa justificação. Se a resposta é, ao invés, 'sim', exorto-te a conservar a fé em Cristo Jesus até ao fim, isto é, exorto-te a perseverar na fé porque como diz a Escritura tu necessitas de paciência para que tendo feito a vontade de Deus, tu obtenhas o que te foi prometido (cfr. Heb. 10:36), isto é, a vida eterna (cfr. 1 João 2:25). Guarda esta preciosa fé que tens, não a lances fora.






Rios de lágrimas

"Rios de lágrimas correm dos meus olhos, porque não guardam a tua lei" (Sal. 119:136).

Também eu choro ao ver e constatar quanto no meio do povo de Deus a Palavra de Deus é desprezada por tantos também aqui nesta nação, pastores e ovelhas sem distinção. A Bíblia para estes é um livro sem algum valor, ainda que a citem e levem um exemplar dela ao culto. Fazem profissão de conhecer Deus mas o negam com as suas obras, sendo abomináveis e rebeldes e incapazes de qualquer boa obra, diz Paulo destes (cfr. Tito 1:16). Desordeiros, violentos, amantes do dinheiro, vulgares, escarnecedores, desregrados, impiedosos, arrogantes, arrivistas, antes amantes dos prazeres da vida do que de Deus, amantes e pregadores da mentira, caluniadores, prontos até a matar se for preciso. Estes deitaram fora tanto a fé como a boa consciência, sofrerão a pena das suas iniquidades. Guardai-vos destes, como vos guardaríeis de uma cobra ou de um animal feroz que encontrásseis pela rua. Estes buscam apenas o vosso mal, não a vossa edificação.

E tu irmão, que sentimento provas ao ver estes homens desprezar a Palavra de Deus e causar escândalos sem fim no meio do povo de Deus? Choras ou te alegras? Te levantas em favor da verdade e da justiça denunciando as iníquas obras destes e precavendo os irmãos desta gente ou porventura - como muitos - finges não ver ou ouvir nada?






Demas, um mau exemplo a não seguir

"Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalónica" (2 Tim. 4:10).

Toda a vez que leio estas palavras ou penso nelas não posso não notar quanto é poderoso o amor pelo mundo. O amor pelo mundo conseguiu fazer afastar Demas de Paulo, um servo do Senhor que procurou sempre agir honestamente diante de Deus e dos homens, um homem que procurou sempre conservar uma boa consciência; um servo do Senhor que tinha recebido uma medida de graça notável, não comum direi, tanto que Paulo podia dizer ter trabalhado mais do que todos os apóstolos.

Quando um crente começa a amar o mundo, não importa que papel ocupe no Corpo de Cristo, e nem importa há quantos anos está na fé, cessa de amar o Pai e, por consequência, cessa de amar também o Filho e todos aqueles que são nascidos de Deus. João é claro a tal propósito: "Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 João 2:15). E como se pode amar Deus, o seu Filho e todos os santos se não se possui o amor de Deus no coração?

Não vos iludais, irmãos, pensando que se possa amar ao mesmo tempo Deus e o mundo; é impossível. Seria como pensar que uma mulher adúltera possa amar o seu marido e o seu amante.

E não vos iludais também pensando que amando o mundo podeis permanecer amigos de Deus porque a Escritura diz: "Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4).

O amor pelo mundo não é de Deus e quem o começa a fazer morar no seu coração porque se torna um inimigo de Deus sofrerá a pena da sua rebelião pela eternidade. Deus não o deixará impune.

Porventura começaste a amar o mundo? Deixa imediatamente de fazê-lo; abandona os teus maus caminhos e volta ao Senhor amando-o como fazias ao início, Ele te acolherá.






Nos foi concedido

"Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele" (Fil. 1:29).

Queria que notásseis como a Escritura diz que a nós FOI CONCEDIDO CRER em Cristo (obviamente isto nos foi concedido por Deus Pai). Coisa esta que foi confirmada com palavras semelhantes pelo próprio Jesus nos dias da sua carne quando disse aos seus discípulos, ou seja, àqueles que tinham crido nele, em resposta à sua pergunta do porquê de falar às multidões em parábolas, as seguintes palavras: "Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado" (Mat. 13:11). Em verdade nós jamais teríamos podido crer em Cristo, se Deus não o tivesse concedido na sua graça, se Ele não tivesse operado em nós neste sentido. Ele tinha decretado fazer-nos crer no seu Filho Jesus Cristo e a seu tempo, no lugar por ele estabelecido, cumpriu este seu decreto sobre nós, sem que nós soubéssemos nada. Ainda hoje, pois, se deve dizer de todos aqueles a quem o Pai concedeu crer: "Creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna " (Actos 13:48).

Mas como vimos a nós não nos foi concedido somente crer em Cristo, mas também padecer por ele. Isto talvez não agrade a alguns ouvi-lo, mas é também ela uma coisa que o Pai nos concedeu, é também esta uma coisa para a qual Deus nos destinou. Sim, irmãos, Deus nos destinou a padecer pelo seu Filho; Paulo disse de facto aos santos de Tessalónica acerca das tribulações que eles padeciam por causa de Cristo: "Porque vós mesmo sabeis que para isto fomos destinados" (1 Tess. 3:3), e juntamente com Barnabé disse estas palavras aos santos de Listra, Icónio e Antioquia: "Por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus" (Actos 14:22). Portanto as tribulações para nós Cristãos não é que podem haver, mas importa haver, ou melhor, é completamente normal que hajam. O crer em Cristo e o padecer por Cristo sempre andaram juntos em todas as épocas e lugares sobre a face da terra. Se alguém creu em Cristo não pode não padecer por amor do seu nome; vive no meio de um mundo que jaz no maligno e que é avesso a Cristo, como pode acontecer que não padeça por Cristo? Por isso irmãos, sabei que as tribulações são algo a que nós fomos destinados por Deus e que portanto entraremos no Reino de Deus depois de tê-las suportado. Jesus não foi porventura glorificado depois de ter padecido?






Deus nos corrige porque nos ama

"Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o corrige" (Prov. 13:24).

Eis por que o Deus e nosso Pai celestial nos corrige com a sua vara, porque nos ama. Se Ele nos poupasse a correcção de que nós todos necessitamos ele não seria mais um Pai bom mas mau. Só um mau pai, de facto, pouparia a correcção a um seu filho quando este a merece. Certo, é verdade que a disciplina do Senhor quando se a recebe não dá prazer algum, de facto, nos entristece, se chora, nos aflige a alma, porém depois, como diz a Escritura, "produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela" (Heb. 12:11). Quando pois a vara de Deus se levantar contra nós, tenhamos sempre presente que Ele nos verga para o nosso bem, como diz a Escritura, "para sermos participantes da sua santidade" (Heb. 12:10). Não desanimes pois, irmão, quando o Senhor te corrige, aceita a sua correcção como uma manifestação de amor. Chorarás, serás afligido, mas no fim poderás dizer a Deus: "Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos" (Sal. 119:71), e também: "Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste" (Sal. 119:75).

Talvez alguns te tenham dito que a vara e o cajado do Senhor estão reservados só para os nossos inimigos; não te enganes, a Palavra de Deus ensina que Deus castiga também os seus filhos e não só os do mundo. Teme portanto Deus e os seus juízos; Ele não faz acepção de pessoas.






Se o justo recua...

"Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um mau coração incrédulo, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente até ao fim a confiança que tínhamos ao princípio" (Heb. 3:12-14).

Estes versículos da Escritura nos dizem que nós filhos de Deus, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, devemos estar atentos para não dar lugar no nosso coração à incredulidade porque ela nos levaria a abandonar Deus, a fortaleza do nosso coração, Aquele que nos elegeu para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor. E que fim nos esperaria senão a perdição eterna? Diz de facto ainda a Escritura que aqueles que recuam o fazem "para a perdição" (Heb. 10:39).

Que nos sirva de aviso o que aconteceu aos Israelitas que no deserto quando chegaram às fronteiras com a terra de Israel e Deus ordenou-lhes tomar posse da terra que tinha prometido aos seus pais, por causa da sua incredulidade (Moisés disse de facto: "Mas nem ainda assim confiastes no Senhor vosso Deus" [Deut. 1:32]), não foram feitos entrar na terra prometida mas foram condenados a vagar por quarenta anos no deserto enquanto cada um deles não perecesse.

Deus é santo e se desgosta daqueles cujo coração se aparta dele conforme está escrito: "Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele" (Heb. 10:38). Ele quer portanto que nós perseveremos na fé até ao fim, e que portanto nós creiamos no Evangelho até ao fim assim como cremos nele no princípio da nossa nova vida.

No meio das aflições, das provas, dos desencorajamentos e das desilusões, continuemos a olhar para Jesus, capitão e perfeito exemplo de fé, sabendo que no fim da nossa vida sobre esta terra se tivermos conservado a fé até ao fim nos esperará a glória de Deus. Como Jesus suportou a cruz desprezando a afronta por causa do gozo que lhe estava proposto, também nós continuemos a suportar todos os sofrimentos por causa da glória que em nós há-de ser revelada. Decerto a nossa esperança não será frustrada, porque Deus é fiel.

"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus, Salvador nosso, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora, e para todo o sempre. Amém" (Judas 24-25).






As boas e as más companhias

Salomão disse: "O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído" (Prov. 13:20). Eis por que nós devemos procurar nos associar somente com aqueles que são sábios de coração e que são portanto tementes a Deus, e evitar nos associar com os tolos que não têm temor de Deus, porque estando com os primeiros não se pode senão ficar sábio, ao passo que com os segundos é-se destruído e, de facto, Paulo disse que as más companhias corrompem os bons costumes (cfr. 1 Cor. 15:33). Quantos crentes ao se associarem com gente tola e insensata se corromperam e desviaram da fé! Cuida muito bem portanto, irmão, das companhias que frequentas.






Cri, por isso falo

"Cri, por isso falei", diz uma passagem da Escritura (cfr. 2 Cor. 4:13) de que Paulo dizia ter o mesmo espírito de fé que se encontra nela.

Também nós cremos, e por isso falamos, porque também nós temos em nós esse mesmo espírito de fé. Mas o que cremos e proclamamos? Nós cremos e proclamamos que Jesus Cristo é o Filho de Deus, enviado por Deus Pai ao mundo, para morrer sobre a cruz pelas nossas transgressões e ressuscitar dentre os mortos ao terceiro dia para a nossa justificação. Desta maneira Deus nos reconciliou com Ele para nos fazer depois comparecer diante d`Ele santos e irrepreensíveis se, contudo, permanecermos na fé, fundados e firmes, e não nos movermos de modo algum da esperança do Evangelho. Cremos e proclamamos pois que vem o dia em que Deus, como ressuscitou a Cristo, nos ressuscitará também a nós e nos fará comparecer diante do trono da sua glória.

Crês tu estas mesmas coisas? Se as crês, proclama-as junto connosco. Não te envergonhes de fazê-lo. Ainda que os sábios deste mundo te digam que és um louco, que a muita doutrina te faz delirar, que o que tu dizes não tem sentido algum para eles, digo, tu continua a crer e a proclamar esta mensagem. Ela é sabedoria e poder de Deus, seja o que for que diga o mundo dela. Ela é a única mensagem que se crida liberta do domínio do diabo porque liberta o homem do pecado. Eis por que a difusão desta mensagem encontra a forte oposição do diabo em qualquer parte do mundo, porque o diabo sabe que quem está debaixo do domínio do pecado (por ele amado e por ele difundido e por ele usado para escravizar as pessoas) se aceitar esta mensagem é no instante libertado dele, achando a salvação da sua alma, e ele não quer que os seus escravos sejam libertados mas os quer manter debaixo do seu poder para levá-los para o fogo eterno.






Não estejais ansiosos

"Não estejais ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos apresentados diante de Deus pela oração e súplica com acções de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus" (Fil. 4:6-7).

O Deus que fez os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há, nos é Pai tendo-nos adoptado como seus filhos em Cristo Jesus. Ele nos ama com muito amor, Ele cuida de nós, Ele quer fazer-nos bem, Ele está perto de nós. Eis por que nós não devemos ficar ansiosos acerca das coisas de que necessitamos, porque Ele está connosco para suprir todas as nossas necessidades. Antes invoquemo-lo, como diz Paulo, em todas as nossas necessidades, façamo-lo com fé sem duvidar, e veremos que no nosso coração Deus fará reinar a sua grande paz. "Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti" (Is. 26:3), diz o profeta Isaías. É assim mesmo, experimentei tanto as palavras de Paulo como as de Isaías muitíssimas vezes, nos piores momentos, quando não sabia o que fazer. Confiando em Deus e invocando-o, Ele me protegeu e guiou com a sua paz. Era esta que me testificava que Deus estava tomando conta de mim, que Ele não se desinteressava de mim, e que cedo Ele me responderia. A Ele seja a glória agora e eternamente. Amen.






Tende fé em Deus

Estamos por volta das três da manhã, os discípulos do Senhor estão no barco sobre o mar da Galileia, e por causa do vento contrário se fatigam a remar. Jesus vai ter com eles andando sobre o mar. Eles ao vê-lo, pensam estar a ver um fantasma, e pelo medo se põem a gritar. Mas Jesus logo os sossega dizendo que é ele. Ao que Pedro lhe diz: 'Senhor, se és tu manda-me ir ter contigo por cima das águas', e Jesus lhe diz: 'Vem'. Pedro desce do barco, dá um passo mas depois sentindo o vento é tomado pelo medo e começa a ir para o fundo. Mas se põe a clamar: 'Senhor, salva-me!' O Senhor então estende a sua mão, o segura, e lhe diz: 'Ó homem, de pouca fé, por que duvidaste?' (cfr. Mat. 14:24-32).

Este é um facto que como todos os outros factos contados na Bíblia foi escrito para nossa instrução. O que pois nos ensina? Que das palavras do Senhor nunca se deve duvidar. O Senhor falou, por que duvidar? Ele não pode ter mentido.

Quem nos quer fazer duvidar das promessas do Senhor é o diabo, o nosso adversário; ele de facto quer infundir no nosso coração a dúvida porque através dela conseguiria nos fazer desviar da fé. Mas nós sabemos como nos opor a esta sua maquinação, tomando o escudo da fé com o qual podemos apagar todos os seus dardos inflamados (cfr. Ef. 6:16). No meio pois das perseguições, no meio das desilusões que nos provocam os irmãos, no meio das várias aflições que neste mundo somos chamados a sofrer pelo Evangelho, resistamos a ele estando firmes na fé e decerto o diabo fugirá de nós. TENDE FÉ EM DEUS. AMEN.






Amemo-nos uns aos outros

"Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (João 13:35). Estas palavras foram pronunciadas por Jesus Cristo na noite em que foi traído e preso, e foram dirigidas aos seus discípulos. Queria que notásseis que Ele não disse que todos reconhecerão que nós somos seus discípulos se no meio de nós houver quem fale em novas línguas, se houver curas, milagres, ministérios, visões, sonhos; mas se nós tivermos amor uns aos outros . O sinal distintivo dos discípulos de Cristo é pois o amor. E isto porque o próprio Jesus Cristo, o nosso Mestre, não só ensinou a amar mas demonstrou este amor por nós morrendo sobre a cruz pelos nossos pecados. Quando o nosso pensamento vai a Jesus a primeira coisa em que pensamos é o seu amor, o seu sacrifício feito por amor de nós; não são os milagres, não são as curas ou os sinais que ele fez pelo Espírito Santo, mas o amor. Os milagres e as obras poderosas vêm depois porque o amor vem antes dos dons do Espírito Santo. Coisa que é confirmada por Paulo que aos santos de Corinto, primeiro diz para seguirem a caridade e depois diz: "E procurai com zelo os dons espirituais" (1 Cor. 14:1). Os dons devem haver, mas primeiro deve haver o amor, doutra forma se não há o amor poderíamos ter todos muita fé de tal maneira a transportar até as montanhas e as árvores, mas seríamos como o címbalo que retine ou como o metal que soa.

Hoje, não é difícil encontrar crentes que põem continuamente ênfase nos dons do Espírito Santo, nas poderosas manifestações do Espírito Santo, que buscam estas manifestações com grande ardor, - coisa justa contra a qual não há nada a dizer - e depois, digo, e depois, se esquecem de consolar o aflito, de encorajar quem necessita de ser encorajado, de ajudar materialmente o pastor, de ajudar os pobres que estão no seu meio, de visitar os doentes, as viúvas, os órfãos que há no seu meio. Estes se esquecem que se o Senhor não lhes faz faltar nada e lhes dá bens materiais em abundância não é para que só eles gozem estes bens, mas para repartir com quem necessita deles. Estes se esquecem que Deus os faz caminhar com os seus pés não só para irem ao local de culto, mas também para poderem ir visitar os órfãos, as viúvas, os doentes. Estes se esquecem que Deus a língua não lhas deu só para falar em línguas ou para expulsar os demónios ou para evangelizar, mas também para consolar os aflitos, para se levantarem em favor da justiça.

Hoje, se ouve falar de amor mas o problema é que poucos são aqueles que praticam o amor. Há um egoísmo terrificante no seio das Igrejas, parece que todo o Cristianismo se limite a ir ao culto uma vez por semana ou duas ou três vezes, e ir alguma vez a alguma evangelização, e chega. Fora do local de culto a maior parte dos crentes não se procuram, não sabem sequer muitas vezes onde habitam os irmãos. Alguns não sabem sequer o nome do irmão que se senta ao lado deles no local de culto. Há uma indiferença pelas necessidades espirituais e materiais do próprio irmão que é verdadeiramente grande; uma coisa que faz sofrer muito quem se acha em alguma necessidade; uma coisa certamente condenável. E quem experimenta esta indiferença percebe muito bem as minhas palavras.

Muitas vezes pensando no grande amor que Cristo manifestou por todos nós e depois vendo a indiferença de muitos irmãos tanto por mim como pelos outros ou que não retribuem o amor que se lhes mostra, me pergunto: 'Mas se Jesus deu a sua vida para nos salvar, não devemos também nós dar a nossa vida pelos nossos irmãos?' Não disse porventura o próprio Jesus: "Como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros" (João 13:34)? Mas parece que muitos querem só ser amados, mas de amar não querem saber. É bonito ser amado, ser procurado, ser estimado, ser suportado, ser perdoado, ser ajudado; verdade? Mas também é bonito amar, procurar, estimar o irmão, suportar e perdoar. É bonito receber, mas é bonito também dar, antes Jesus disse que há mais gozo em dar do que em receber (cfr. Actos 20:35). O amor não deve ser em sentido único mas deve ser recíproco. Um pouco como entre marido e mulher; não deve ser só o marido a amar a mulher, mas também a mulher o marido. Mas repito, a alguns agrada ser amados mas não amar. Isto não é de Deus.

Que estas minhas palavras sejam um estímulo para vós irmãos a retribuir o amor que vos é mostrado .... amemo-nos uns aos outros.






Sedutores de mentes e de corações

"Ela o seduziu com palavras muito suaves e o persuadiu com as lisonjas dos seus lábios" (Prov. 7:21). Eis o que diz Salomão a propósito da mulher adúltera, astuta de coração, turbulenta e obstinada; ela seduz com palavras muito suaves, e arrasta atrás dela os jovens com as lisonjas dos seus lábios. Queria que pusésseis atenção particularmente sobre isto; que quem cai nas garras desta mulher cai porque este tipo de mulheres malvadas usam doces palavras. E não acontece porventura a mesma coisa hoje no campo das coisas espirituais na Igreja no caso de muitos que dizendo-se ou pastores ou evangelistas ou doutores, ou apóstolos ou profetas conseguem arrastar atrás deles muitos crentes ingénuos usando-se precisamente do falar lisonjeiro e suave? Sim, acontece precisamente isto. Nada de novo debaixo do sol, já nos tempos de Paulo haviam destas pessoas, com efeito, o apóstolo escrevia aos santos de Roma a propósito dos que promoviam as dissensões e os escândalos contra o são ensinamento: "Com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples" (Rom. 16:18). Como são claras as palavras de Paulo! No entanto muitos crentes não crêem que as coisas sejam mesmo assim.

Não vos iludais irmãos, as coisas são mesmo assim; estes maus obreiros, inimigos da cruz de Cristo, cujo deus é o ventre e cuja glória assenta no que é vergonhoso, conseguem seduzir precisamente com as suas palavras doces, palavras porém falsas. Não procurarão arrastar-vos atrás deles com palavras duras e ásperas, mas com palavras suaves. Procurarão vos admirar por motivos interesseiros, e com palavras fingidas tentarão explorar-vos. Notai estes e desviai-vos deles, estes servem somente para fazer censurar o nome e a doutrina de Deus. Nenhum destes vos seduza com os seus doces raciocínios.






Deus converte o mal em bem

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rom. 8:28). É um dos versículos da Bíblia mais conhecidos por todos os Cristãos de todo lugar; um daqueles versículos que nos momentos em que se sofre por causa da justiça enchem de consolação, de grande consolação. Porquê? Porque ele diz que qualquer coisa, mesmo a pior que sucede aos que amam a Deus no fim será convertida em bem a nosso favor por Deus, sim porque para que uma coisa má possa contribuir para o nosso bem é necessário que Deus a converta em bem. Considerai pois isto; o nosso Deus, Aquele que nos amou de tal maneira que enviou o seu Filho unigénito para que por meio dele nós vivêssemos, é poderoso para converter o mal que os outros nos fazem - e entre 'os outros' estão incluídos também aqueles crentes que têm prazer em fazer mal a outros crentes - em bem. Como Ele faça eu não o consigo perceber em pleno; sei porém que o faz, e como o faz!. Vi isso inumeráveis vezes na minha vida; as circunstâncias mais adversas, as piores coisas que alguns disseram contra mim, as injustiças, no fim Ele as converteu em bem. Certo, sofre-se muito quando se é pisado, quando se é injuriado, ultrajado, perseguido e tudo o mais - sobretudo por pessoas que se dizem Cristãs - mas no fim o sofrimento nos servirá porque ele produzirá em nós paciência, a paciência depois produzirá experiência e a experiência produzirá a esperança que não traz confusão porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (cfr. Rom. 5:3-5).

As várias angústias em que venhamos a estar são uma oportunidade para Deus manifestar a sua bondade, a sua fidelidade, a sua justiça e o seu poder em relação a nós. Não esqueçamos nunca isto. A libertação é precedida da angústia, doutra forma que libertação é? A consolação é precedida de uma dor; doutra forma que consolação é? Um acto de justiça de Deus (vingativo a nosso favor) é precedido por um acto ou mais actos de injustiça dos homens em relação a nós; doutra forma que justiça é? A fidelidade de Deus se manifesta após um tempo em que Deus parece que não cuida de nós. O poder de Deus se manifesta após um momento ou mais momentos de fraqueza por nós passados. Mas quando experimentada mais uma vez a bondade de Deus, a sua fidelidade, a sua justiça, o seu poder, então estaremos ainda mais fortes para ir avante, estaremos melhor equipados porque teremos experiência. Eis uma coisa que importa ter em grande consideração, a experiência: porquê? Porque é por meio da experiência que se vem a conhecer a vontade de Deus para nós: diz de facto Paulo: "E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que conheçais por experiência qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Rom. 12:2). Assim sendo, as tribulações e as angústias são necessárias e úteis para nós cristãos.

Sede consolados vós dilectos que sofreis por causa da justiça tanto por mão de incrédulos como por mão de crentes; sede fortes no meio das vossas tribulações, o Senhor é fiel e vos libertará das vossas tribulações, depois de terdes sofrido por um pouco de tempo, e vós reconhecereis mais uma vez a fidelidade e a bondade de Deus. E por esta libertação os que sofrem convosco darão graças a Deus juntamente convosco.






Chegou o verão...

Chegou o verão também este ano, graças a Deus. No verão faz calor, muito calor nesta nação; e muitos, como se sabe, logo que têm uma ocasião para isso se precipitam nas praias para ir tomar banho, para ir bronzear-se etc. O que se vê e se ouve nestes lugares é um espectáculo de indecência, homens e mulheres seminus ou nus, conversa tola, vulgar, de duplo sentido, etc. Também este ano nas praias desta nação rebentarão muitas traições que desembocarão em suicídios, em homicídios por ciúme, em separações e divórcios e pelos quais muitas crianças derramarão rios de lágrimas ao ver os seus pais se separarem porque o papá conheceu uma outra mulher, ou a mamã conheceu um outro homem, e isto onde? Na praia, na piscina. Infelizmente, porém, entre estes muitos que se precipitam nestes lugares estão também muitos crentes, verdadeiramente muitos devo dizer.

Foste nos anos anteriores e começaste a ir também este ano para a praia? Ou porventura tens intenção de ir? Irmão, irmã, reflecte naquilo que estás a fazer ou que tens intenção de fazer. Não sabes que o teu corpo é o templo do Espírito Santo que Ele anseia por ti até o ciúme (cfr. 1 Cor. 3:16; Tiago 4:5)? Não sabes que este templo é santo e tu o deves conservar em santidade e honra em vista da volta do Senhor (cfr. 1 Tess. 4:3-4)? Não sabes que nós filhos de Deus devemos glorificar a Deus no nosso corpo (cfr. 1 Cor. 6:20)? Não sabes que nós devemos apresentar os nossos membros ao serviço da justiça e não mais ao serviço do pecado (cfr. Rom. 6:19)? Tu porventura me dirás: 'Irmão, mas onde está o mal?' Bom te respondo; o mal está em tu ires te descobrir e mostrar o teu corpo seminu aos olhos dos outros; o mal está em tu ires ver homens e mulheres seminus e assim fazendo vais voluntariamente te contaminar porque os teus olhos ficarão viciados (cfr. Mat. 6:22-23). Decide-te pois por renunciar a esta mundana concupiscência; e bem te irá.






Jesus Cristo ressuscitou

Anos atrás, eu e o meu irmão estávamos evangelizando em Labico, uma terrinha da província de Roma, mais precisamente perto do lavadouro. Enquanto nos achávamos ali, um rapaz (teria uns 10-11 anos) que estava numa bicicleta teve um problema porque lhe saiu a corrente da bicicleta. Tendo nos apercebido disso nos aproximámos e o ajudámos a repor a corrente nas suas engrenagens. Aproveitámos portanto a ocasião para falar-lhe do amor de Deus dizendo-lhe que Deus tinha amado de tal maneira o mundo que deu o seu Filho Jesus sobre a cruz pelos nossos pecados e o convidámos a crer com todo o seu coração em Jesus Cristo. Dissemos-lhe a tal propósito para orar a Jesus para que perdoasse todos os seus pecados. Ao que ele nos respondeu: 'Mas eu já oro a Jesus!' Ao que eu lhe perguntei: 'E o que lhe dizes?' A resposta foi esta: 'Jesus, ressuscita dos mortos!'. Quando ouvi essas palavras fiquei admirado e disse-lhe logo: 'Mas olha que Jesus já ressuscitou dos mortos!' Parecerá incrível, no entanto aquele menino católico não sabia que Jesus tinha ressuscitado. Com muita probabilidade a imagem do Jesus representado ainda crucificado que a Igreja Católica romana expõe um pouco por toda a parte tinha tido uma influência nesta criança.

Alguns não sabem que Jesus ressuscitou, sabem eventualmente que morreu na cruz mas não sabem que ressuscitou; outros, além disso, também não sabem que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados. Outros ainda ouviram dizer que Jesus morreu e ressuscitou, mas não crêem que tenha morrido e ressuscitado para nos salvar. É nosso dever anunciar a todos os homens, pequenos e grandes, tanto a morte de Jesus Cristo como a sua ressurreição, a morte ocorrida por causa das nossas ofensas, a ressurreição por causa da nossa justificação (cfr. Romanos 4:25), e exortá-los a arrepender-se e a crer nestes dois eventos, que constituem a base da mensagem do Evangelho. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus, diz Paulo. Portanto, façamos ressoar no meio deste mundo o anúncio da Boa Nova, porque este é o significado da palavra 'Evangelho', para que naqueles que ouvirem venha a fé para aceitarem o Evangelho e sejam salvos dos seus pecados.






Treme a terra

Ontem (18 de Junho de 2000), a terra tremeu de novo aqui em Itália. O abalo do terremoto foi forte, teve o epicentro em Emilia Romagna e se sentiu até em Milão. Não houveram vítimas; todavia as pessoas ficaram muito assustadas. Os sismólogos, como habitualmente, deram as suas explicações. Mas por que treme a terra? A Palavra de Deus diz claramente que isso acontece pela ira de Deus conforme está escrito: "Mas o Senhor é o verdadeiro Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno; pela sua ira treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação" (Jeremias 10:10). Os terremotos são pois juízos que Deus envia sobre este mundo mau e corrupto. E os seus juízos são inteiramente justos. Não importa, pois, quais sejam as explicações que dão os cientistas; a terra continuará a tremer também aqui em Itália porque Deus está indignado por causa da grande maldade que existe nesta nação dita cristã.






Guardai-vos daqueles Evangélicos que são a favor dos sodomitas!

Roma, 8 de Junho 2000. Irmãos no Senhor, graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

Dentro de algumas semanas aqui em Roma realizar-se-á uma manifestação de sodomitas chamada 'gay pride' (que traduzido significa 'orgulho gay ou homossexual'), a qual nestes dias tem sido muito falada por parte de todos os mass-media. Naturalmente esta manifestação será ocasião para estes de reivindicar o que eles chamam um seu direito e que o Estado Italiano de momento lhes está negando. Este direito é o de 'casar'. E como se sabe, se aqui em Itália ainda não lhes foi concedido este seu pretenso direito é por causa da pressão que exerce a Igreja Católica Romana que é contrária à concessão deste direito aos sodomitas. Mas enquanto a Igreja Católica Romana se opõe, a Federação das Igrejas Evangélicas em Itália não se opõe antes é a favor da concessão deste direito aos sodomitas e contesta a Igreja Católica Romana nesta sua posição.

Esta tomada de posição, porém, é completamente e profundamente errada do ponto de vista bíblico, porque se por um lado é verdade que a lei italiana concede o direito às minorias de pedir ao Estado Italiano direitos que ainda não têm e portanto deste ponto de vista - isto é, do ponto de vista político e jurídico - os sodomitas (considerados uma minoria discriminada) podem fazer as suas reivindicações (sobre a iminente manifestação em Roma o problema criou-se apenas por causa da sua concomitância com o Jubileu que é considerado um ano santo e não porque a lei italiana proíba as manifestações dos sodomitas e, de facto, ela se realizará em Roma ainda que longe do Vaticano); é também verdade que nós como discípulos de Cristo, resgatados do presente século mau pelo sangue de Cristo, chamados a luz do mundo e o sal da terra porque somos uma geração eleita e santa que deve santificar-se no temor de Deus e dar assim o exemplo a esta geração perversa e pecadora que chama ao mal bem, e ao bem mal, não podemos e não devemos estar de acordo com esta reivindicação do direito de se casarem entre eles por parte dos sodomitas; porque segundo a Palavra de Deus estas pessoas não têm este direito, de facto Deus diz: "Deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne " (Gen. 2:24). O homem pode pois unir-se em matrimónio a uma mulher mas não a um outro homem (o mesmo discurso vale obviamente para a mulher que pode unir-se somente a um homem).

Mas as referidas palavras de Deus, além de confirmarem que o homem pode casar-se somente com uma mulher pelo que um matrimónio entre homens ou mulheres é inadmissível, confirmam também que o homem e a mulher podem unir-se carnalmente somente se se casarem. A relação carnal, portanto, segundo a Palavra de Deus é admitida somente no âmbito do matrimónio entre homem e mulher. Toda outra relação carnal fora do matrimónio entre homem e mulher, é pecado. Em referência ao pecado que cometem os sodomitas unindo-se carnalmente (não importa se são ou não 'casados' segundo uma lei humana) ele é contrário à natureza, de facto, das cidades de Sodoma e Gomorra que estavam cheias de homens que tinham relações sexuais com outros homens está dito que foram "atrás de vícios contrários à natureza" (Judas 7), e Paulo falando das mulheres e dos homens que se dão a paixões infames com pessoas do mesmo sexo diz: "Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza . E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro" (Rom. 1:26-27). E para confirmação que a relação carnal entre homem e homem é condenada por Deus há também a seguinte passagem da lei: "Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é " (Lev. 18:22). Os sodomitas não herdarão o reino de Deus (cfr. 1 Cor. 6:10) mas serão lançados no lago ardente de fogo e enxofre porque esta é a parte reservada por Deus aos abomináveis (cfr. Apoc. 21:8). A única maneira que os sodomitas têm para escapar ao juízo eterno, feito de ignomínia e de tormentos atrozes, é a de arrepender-se dos seus pecados e de crer no Evangelho da graça de Deus, abandonando as suas infames paixões. Não importa se os sodomitas se definem Católicos romanos, Valdenses, Baptistas, Metodistas, Pentecostais ou outro; se não se converterem dos seus maus caminhos, produzindo frutos dignos do arrependimento, perecerão.

Estando pois assim as coisas segundo a Palavra de Deus que é uma lâmpada resplandecente neste mundo de trevas, seja o que for que digam dela os sábios e os príncipes deste mundo, qualquer tomada de posição por parte de qualquer Igreja que se diga cristã ou evangélica que favoreça ou encoraje o reconhecimento dos casais homossexuais constitui uma descarada, audaz e abominável tomada de posição que vai contra a Palavra de Deus e portanto contra Deus, porque de facto se diz que os homossexuais podem ter tranquilamente relações carnais entre eles quando Deus diz que eles não podem fazer semelhantes coisas.

Quero, pois, aproveitar a ocasião para exortar-vos irmãos a permanecer apegados à Palavra de Deus e a não serdes seduzidos pelos vãos raciocínios de muitos que no âmbito evangélico ainda que tenham o nome de Cristãos não são mais do que rebeldes dentre os rebeldes que desprezaram a Palavra de Deus. Oponde-vos corajosamente a qualquer posição que legitima ou tolera a sodomia, confutai-a mediante as Sagradas Escrituras e adverti os irmãos para se guardarem de todos os que no âmbito evangélico são a favor dos sodomitas (alguns dos quais, de resto, são eles mesmos sodomitas).

Termino com estas palavras do apóstolo Paulo: "Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros. Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em tudo o que é bondade, e justiça e verdade), examinando o que é agradável ao Senhor. E não participeis nas obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe " (Ef. 5:6-12).





Home page Saudações Acção de graças Objectivo do site Aquilo que cremos e ensinamos Ensinamentos e Exortações Confutações Perguntas e Respostas Mensagens para quem ainda não conhece Deus Testemunhos Pensamentos ... A Boa Semente Cânticos Cristãos Vídeo e Áudio Postais com versículos da Bíblia Cartas dos nossos visitantes O que há de novo Busca no site E-mail