6. Por que é que a lei não pode justificar o homem? |
Porque a lei quando foi dada não foi dada com o intuito de justificar o homem diante de Deus mas com o intuito de carregá-lo mais intensamente de pecados. O apóstolo Paulo diz de facto que "veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse" (Rom. 5:20). Portanto, o pecado, que já existia ainda antes que fosse dada a lei, Deus quis fazê-lo aumentar ainda mais dando a lei. Para usar uma expressão de Paulo, a lei foi dada "a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno" (Rom. 7:13) porque sem a lei o pecado estava morto (cfr. Rom. 7:8). |
Um outro intuito pelo qual foi dada a lei foi para dar aos homens o conhecimento do pecado. Os homens de facto não poderiam saber que um certo comportamento era pecado sem a lei. Paulo diz por exemplo que ele não conheceria a concupiscência se a lei não dissesse: Não cobiçarás (cfr. Rom. 7:7). |
Este duplo intuito da lei exclui portanto que ela possa justificar o homem. Coisa que de resto Deus já tinha dito através dos profetas quando disse que o justo viverá pela sua fé (cfr. Hab. 2:4), e não observando o que prescreve a lei. E temos um exemplo do justo que viveu pela sua fé já no Antigo Testamento na pessoa de Abrão o qual creu em Deus e isso [a sua fé] lhe foi imputado como justiça (cfr. Gen. 15:6). O homem pois é justificado somente pela fé em Cristo, sem as obras da lei. Isto impede ao homem de se gloriar diante de Deus porque ele recebe a justificação gratuitamente. Não é em virtude de obras, diz Paulo, para que ninguém se glorie (cfr. Ef. 2:9). Amen. |