9. Ouvi Francesco Toppi dizer durante uma pregação na RadioEvangelo: 'Deus não é um Deus de vinganças, Deus é um Deus de amor'; é verdade?


Antes de tudo deve ser dito que esta sua declaração é confirmada por estas palavras que ele escreveu no seu livro A domanda risponde: "A ideia de um Deus vingador, pronto a julgar e a condenar, é perfeitamente humana e é legado de uma concepção supersticiosa e pagã. Ela revela a absoluta ignorância de quem não conhece o seu Criador e Salvador' (Francesco Toppi, A domanda risponde, vol. 2, Roma 1993, pag. 186).

Em segundo lugar deve ser dito que isto é falso porque o nosso Deus, o Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, é também um Deus de vinganças em outras palavras Ele é também um vingador. Isto é o que a Escritura testifica de maneira clara. Mas dirijamo-nos logo à Escritura para ver quando ela define Deus um Deus de vinganças.

Partamos do Antigo Testamento. Deus diz na lei: "Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder, se apressam a chegar" (Deut. 32:35), e também: "… retribuirei a vingança sobre os meus adversários, e recompensarei aos que me odeiam" (Deut. 32:41). Moisés diz portanto: "Jubilai, ó nações, o seu povo, porque ele vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários retribuirá a vingança, e terá misericórdia da sua terra e do seu povo" (Deut. 32:43). Há muitas outras passagens do Antigo Pacto que duma maneira ou doutra falam de vingança da parte de Deus; dentre elas quero só citar esta escrita no livro do profeta Naum: "O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de furor; o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos" (Naum 1:2), e esta outra escrita nos Salmos: "Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece!" (Sal. 94:1).

Vejamos agora o Novo Testamento: Há duas passagens em particular que testificam a mesma coisa, a saber, que Deus é um vingador, a primeira é a seguinte e faz parte de um discurso de Jesus: "Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem" (Lucas 21:20-24). A segunda passagem se encontra na primeira epístola de Paulo aos Tessalonicenses e diz: "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da fornicação; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santidade e honra; não na paixão de concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos" (1 Tess. 4:3-6).

Como pois se pode constatar a Escritura testifica de maneira eloquente e poderosa que o nosso Deus é um vingador que faz portanto as suas vinganças. Mas aliás, se não fosse assim, como poderia a mesma Escritura afirmar que Deus é justo? Não poderia, portanto a vingança se faz necessária a Deus para manifestar a sua justiça que é excelsa. Estamos contentes de ter um Deus vingador, além de piedoso e misericordioso; estamos contentes porque sabemos que ele nos fará justiça das maldades que recebemos tanto da parte de crentes como de não crentes fazendo cair o mal sobre quem o fez. Certo, Deus dá por vezes a quem pratica o mal também tempo para se arrepender; mas uma coisa é certa, se ele não se arrepende o juízo de Deus lhe cairá em cima.

Ninguém se iluda, Deus vinga tanto crentes como incrédulos de todas as maldades que sofrem. Ele é o Justo, a Ele seja a glória agora e eternamente. Amen.

Mas há algo mais que é necessário dizer nesta ocasião, a saber, que hoje muitos pregadores amam apresentar só algumas virtudes de Deus, mais precisamente o seu amor, a sua bondade, a sua fidelidade, a sua misericórdia e a sua compaixão, deixando voluntariamente de falar da sua justiça que se manifesta com as suas vinganças, que muitas vezes são imediatas como no caso de Ananias e Safira que por terem mentido ao Espírito Santo foram mortos imediatamente (cfr. Actos 5:1-11), e como no caso do rei Herodes que quando os de Tiro e de Sidom começaram a gritar: 'É a voz de um deus, e não de um homem' foi ferido no mesmo instante por um anjo do Senhor porque não tinha dado a Deus a glória e morreu comido de vermes (cfr. Actos 12:20-23). Obviamente o objectivo é o de não assustar o auditório; os crentes não devem ser tomados pelo temor de Deus, não devem tremer só de pensar que Deus os pode punir imediatamente, também com a morte se o decretar, pelas suas transgressões, pelas suas rebeliões, pela teimosia dos seus corações. Não, os crentes devem pensar só no amor de Deus, na sua compaixão, na sua misericórdia! E assim os crentes que ouvem estes fazem uma ideia de Deus toda ela pessoal, que reflecte a do seu pastor que adoram ouvir. E obviamente quando estes que estão habituados a ouvir falar só do amor de Deus e da sua misericórdia encontram um crente que fala também das vinganças de Deus, então este passa por um crente supersticioso, paganizado por sabe-se lá qual ideia! Irmãos, ninguém vos engane com os seus vãos raciocínios; investigai diligentemente as Escrituras e vereis por vós mesmos que Deus é um vingador.



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