Capitulo 8 Doutrinas
e práticas várias |
A FESTA DE NATAL |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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O
natal é uma festa de preceito a santificar. Boa coisa é fazer o presépio pelo natal. Entre as festas que a
igreja romana ordena observar está também a festa de natal, com efeito, ela
no seu catecismo, está entre as chamadas festas de preceito da Igreja da qual
eles devem lembrar-se para santificá-la segundo o seu mandamento. Ela é celebrada com três missas das quais uma à meia-noite porque
segundo a tradição Jesus foi dado à luz por Maria nessa hora. À festa do natal estão ligados muitos costumes: um destes é o de
fazer o presépio. Ele consiste numa representação figural
feita com estatuetas do evento do nascimento de Jesus Cristo. O
catecismo católico refere a origem do presépio
nestes termos: ‘São Francisco de Assis tinha grande devoção ao mistério do
Natal do Salvador. Levantava-se muitas vezes à meia-noite para adorar Jesus
na hora em que fez a primeira aparição no mundo. Mais tarde, em 1220, pediu e obteve do papa, Honório III,
a permissão de fazer o presépio durante a Missa da meia-noite de Natal, e
isso no meio de um bosque que havia ao lado do mosteiro de Greccio. Formou
uma espécie de caverna com pedras, musgo e ramos de árvores; ali pôs uma
manjedoura, introduziu também um boi e um jumento, e ali levantou um altar
para a celebração da Missa. Uma grande multidão de
povo acorreu à função iluminando a floresta com fachos. Mais
tarde fez-se o presépio com estatuetas, em primeiro lugar em Nápoles
no século XV, e depois na Sicília e em outras regiões da Itália e do
estrangeiro’ (Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 143-144). |
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História
do natal |
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Vejamos
antes de mais como nasceu esta festa. Originariamente a Igreja não celebrava o nascimento de Jesus. Com o passar do tempo, todavia, os Cristãos do Egipto começaram a
considerar o 6 de Janeiro como data da natividade. O costume de
celebrar o nascimento de Jesus naquele dia foi-se difundindo em todo o Oriente e resulta como dado por adquirido no início do
século IV. Mais ou menos na mesma época, a Igreja do
Ocidente, que nunca tinha reconhecido o 6 de Janeiro como o dia da
natividade, assumiu como data celebrativa o 25 de Dezembro. |
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Ela foi posteriormente adoptada também pela
igreja do Oriente. As razões que levaram muitos bispos a deslocar a festa de
natal de 6 de Janeiro para 25 de Dezembro foram as seguintes: naquele dia
segundo um costume pagão do tempo era celebrado ‘o deus sol’, ou melhor o
nascimento do sol ao qual se acendiam fogos em sinal
de festa, e como muitos que se tinham convertido ao Cristianismo tomavam
também eles parte nesta festa porque identificavam o sol com Jesus Cristo
porque em Malaquias ele é chamado "o sol da justiça" (Mal. 4:2), quando eles se deram conta que os próprios Cristãos
tinham uma certa inclinação por esta festa, entraram em conselho e
deliberaram que a natividade de Cristo fosse solenizada naquele dia e a festa
da epifania a 6 de Janeiro [1]. |
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Confutação |
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A festa de
natal não deve ser celebrada porque debaixo da graça nós não somos chamados a
celebrar festas; além disso a festa de natal não só se funda sobre uma data
do nascimento de Jesus inventada como também é de origem pagã |
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Certamente o nascimento de Jesus Cristo
representa um dos maiores acontecimentos da história da humanidade, isto está
fora de dúvida; porém importa dizer que na Escritura não é mencionado nem o
dia e nem a hora dele. Mas o facto é que não só não está escrito nem o dia e
nem a hora em que nasceu, mas tanto Mateus como Marcos como Lucas e João não
dão suficientes indícios para estabelecer exactamente sequer o mês em que ele
nasceu. Nós sabemos que Jesus Cristo nasceu sob o império de César Augusto porque
Lucas diz que foi César Augusto a emanar o decreto
segundo o qual se devia fazer o recenseamento de todo o império (José
encontrava-se em Belém com Maria quando ela deu à luz porque tinha ido ali
alistar-se) (cfr. Lucas 2:1-5); sabemos também que
quando Jesus nasceu reinava na Judéia Herodes dito o grande (cfr. Mat. 2:1); sabemos também que na mesma comarca onde nasceu Jesus
na noite em que ele veio ao mundo haviam pastores que estavam nos campos a
guardar o seu rebanho e que a eles apareceu um anjo do Senhor para lhes
anunciar que naquele dia tinha nascido na cidade de Davi um Salvador, que era
Cristo o Senhor (cfr. Lucas 2:8-14). Mas no que diz respeito à data do seu nascimento a Escritura
cala. Ora, deve todavia haver uma razão pela qual Deus não tenha, por meio do
seu Espírito, inspirado ninguém a escrever a data do
nascimento de Jesus Cristo; nós não queremos dizer o motivo porque não o
conhecemos porém queremos fazer algumas considerações sobre ela. |
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Ela de certo era conhecida tanto por José como
por Maria, como pelos irmãos e pelas irmãs de Jesus; ela estava de certo
também registada no registo civil do tempo. Tiago
era irmão do Senhor e era tido em grande
consideração na Igreja primitiva, e embora sabendo a data de nascimento do
Senhor que segundo a carne era seu irmão maior não considerou oportuno
solenizar o dia do nascimento de Jesus. |
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Na Escritura estão escritas muitas datas que se
referem tanto a festas judaicas como a
acontecimentos particulares acontecidos na história do povo de Israel;
recordamos algumas delas: |
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a Páscoa segundo a lei devia ser celebrada no décimo quarto
dia do mês de Abibe porque foi naquele dia que o Senhor tirou do
Egipto o povo de Israel depois de uma escravidão secular (cfr. Ex. 12:1-14); |
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a festa do Pentecostes ou das primícias devia ser
celebrada sete semanas após a festa dos pães ázimos portanto ao terceiro dia
do terceiro mês que correspondia ao dia em que Deus desceu no meio de fogo
sobre o monte Sinai e pronunciou o decálogo (cfr. Deut. 16:9-12;
Ex. 19:16). |
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a festa dos Tabernáculos devia ser celebrada no décimo quinto dia do sétimo
mês para recordar que os Israelitas tinham morado em tendas durante a sua peregrinação no deserto (cfr. Deut. 16:13-15; Lev. 23:34); |
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a festa das Expiações devia ser celebrada no décimo
dia do sétimo mês; naquele dia o sacerdote fazia a expiação dos seus pecados
e dos de todo o povo (cfr. Lev. 16:1-34); |
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no sétimo dia do quinto mês do ano décimo nono de Nabucodonosor, rei de
Babilónia, foi o dia em que Nebuzaradão, capitão da guarda
do corpo, ao serviço do rei de Babilónia, chegou a Jerusalém e queimou a casa
do Senhor e a casa do rei, e incendiou todas as casas de Jerusalém (cfr. 2 Re
25:8,9); |
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no terceiro dia do mês de Adar do sexto ano do reinado do rei Dario foi o dia
em que a reconstrução do templo em Jerusalém acabou (Esd. 6:15); |
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no quinto dia do quarto mês do quinto ano do
cativeiro do rei Joaquim veio expressamente a palavra do Senhor ao sacerdote
Ezequiel, filho de Buzi, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar (cfr. Ez.
1:1-3); no livro do profeta Ezequiel estão escritas
muitas outras datas que se referem aos dias em que Deus revelou a sua palavra
ao profeta. |
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Estas são algumas das datas escritas na Palavra
de Deus; parecerá estranho, no entanto entre as
muitas datas registadas não está a do nascimento do Salvador, mas isto não
nos preocupa e nem nos perturba porque sabemos que "o Senhor fez tudo
para um fim" (Prov. 16:4), portanto estamos seguros que também esta
voluntária omissão desta data não é por acaso. Mas como nós bem sabemos,
aquilo sobre o qual cala a Palavra de Deus é sempre fonte de especulação por
muitos; e assim, eis que pelas razões antes expostas os homens pensaram tomar
um dia, no qual depois era festejado o sol, para fazê-lo tornar-se o dia do
nascimento de Cristo. Consideramos que não tenha sido justo por parte dos antigos tomar a seu agrado um dia qualquer do
calendário e afirmar que nele tinha nascido Jesus, porque assim eles fizeram
a multidões de pessoas crer na mentira. Ainda hoje muitos estão convencidos
que Jesus tenha nascido a 25 de Dezembro o que não pode ser demonstrado de
nenhuma maneira! Cuidai que com isto não queremos dizer que seja errado nos
recordarmos do nascimento de Jesus e de tudo o que a
Escritura diz a respeito; de modo nenhum, mas consideramos que a memória
daquele dia não deve levar nenhum de nós a inventar a data da natividade de
Jesus. |
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A igreja romana ordena
santificar o dia de natal não fazendo nele nenhuma obra servil e participando
nas suas missas; nós, ao contrário, como crentes em nada nos sentimos
obrigados a santificar esse dia porque não é um dia que foi santificado por
Deus mas um dia tornado santo por uma tradição que importa dizer no curso do
tempo santificou e abençoou muitas e muitas práticas pagãs que são contrárias
ao ensinamento do Senhor. |
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O presépio é
uma forma de idolatria; e por isso não deve ser
feito |
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Fazer o presépio para muitos poderá parecer um
sinal de grande devoção para com o Salvador, poderá
parecer belo quanto se queira, mas o facto é que se opõe à Escritura porque
implica a transgressão do mandamento de Deus de não se fazer imagens e
esculturas algumas. Por esta razão este costume deve ser rejeitado. Dilectos,
recordai-vos do nascimento de Jesus Cristo, mas fazei-o muitas vezes e não
uma vez por ano, e fazei-o na simplicidade do vosso coração meditando sobre
todas aquelas passagens da Escritura que falam dele. Se de facto o Espírito
Santo inspirou tanto Mateus como Lucas a escrever
diversas coisas sobre o nascimento de Jesus é também porque Deus quis desta
maneira que nós seus filhos mantivéssemos viva a memória daqueles eventos que
caracterizaram o seu nascimento. Mas mais do que o seu nascimento, dilectos,
recordai-vos da sua morte e da sua ressurreição acontecida para a nossa
justificação. E falai destes dois eventos tanto entre vós
como àqueles que não conhecem a Deus, entre os quais estão os Católicos
romanos, para que crendo neles com todo o seu coração sejam libertados
do pecado. |
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OS SACRAMENTAIS |
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A doutrina dos teólogos papistas |
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Os sacramentais são coisas ou acções que têm efeitos sobretudo
espirituais; são de instituição eclesiástica. Segundo o que ensina a teologia romana os
sacramentais são coisas ou acções, de que a Igreja, imitando de algum modo os
sacramentos se serve para alcançar, em virtude da sua impetração, efeitos
sobretudo espirituais. A diferença que há entre os sacramentos e os
sacramentais, segundo os teólogos papistas, é esta: os sacramentos produzem a
graça santificante e são de instituição divina, enquanto os sacramentais não
conferem a graça santificante e não são de instituição divina mas
eclesiástica. |
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Confutação
de alguns deles |
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Dentre os sacramentais
examinaremos e confutaremos a água ‘santa’, as medalhas, o escapulário, as
velas, os sinos, o crucifixo e o sinal da cruz [2]. |
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A água santa. O
que é a água santa? Ela é, segundo a Enciclopédia
Católica, a água benta ‘de que se serve habitualmente a Igreja,
confeccionando-a com uma mistura de sal enquanto se recitam apropriadas
orações. Esta mistura de sal, símbolo de incorruptibilidade,
foi inspirada, não tanto pelo facto bíblico do profeta Eliseu que sarou com
sal as águas de Jericó, quanto pela difundida crença de que o sal era dotado
de uma virtude repulsiva contra os demónios. A preparação da água
santa, conforme as prescrições do ritual romano, comporta: a) um
exorcismo do sal e da água para purificá-los de toda a
influência impura ou nociva; b) uma benção sobre ambos, para que o sal ‘seja
para todos quantos provarem dele saúde para a alma e para o corpo’, e a água
‘receba a virtude da graça divina de expulsar os demónios, de curar as
doenças, assim que qualquer coisa que nas casas e nos lugares dos fiéis tiver
sido aspergida com esta água, seja preservada de toda a imundícia e libertada
de todo o mal’ (Enciclopédia Católica, vol. 1, 234). O exorcismo
operado sobre o sal é o seguinte: ‘Eu te exorcizo ó
criatura de sal, pelo Deus vivo, pelo Deus verdadeiro, pelo Deus santo, o
qual ordenou que, por meio do profeta Eliseu, fosses posto na água, para que
fosse curada a sua esterilidade: eu te exorcizo para que tu te tornes sal
exorcizado para salvação dos crentes, e sejas a salvação da alma e do corpo
para todos os que te usarem’. Esta água benta está contida numa bacia ou
vasilha, chamada pia de água benta, que se encontra à entrada dos templos dos
ídolos da igreja romana; e com ela os Católicos aspergem a fronte. Ela é
também levada pelo padre de uma para outra parte num balde metálico chamado
caldeirinha munido de bastão que enche da água benta e com o qual faz a aspersão, quando com ela deve benzer as casas. Como se
pode bem compreender este rito da benção feita com esta água é uma das muitas
superstições transplantadas no meio da igreja romana
no curso do tempo. Como se pode na realidade crer que a água salgada tenha a
virtude de purificar a alma das pessoas de certos
pecados e de manter longe os demónios senão por causa da grande ignorância
presente nos Católicos e da sua cegueira espiritual? Eis o que ensina a cúria
romana aos Católicos! A repor a sua confiança numa água salgada! Mas esta sua
confiança na água santa é uma ilusão porque ela não só não purifica a sua
alma como não mantém longe deles os demónios. Antes devemos
dizer que os templos de ídolos dos Católicos estão infestados de espíritos
enganadores e de todo o espírito imundo; em verdade são albergues de
demónios. E que dizer da aspersão das casas privadas
daqueles que as fazem aspergir com esta água pensando pô-las em segurança da
obra dos demónios? Diremos que também esta aspersão é vã. Nós crentes fomos
aspergidos com o sangue precioso de Cristo e em
virtude do poder purificador que possui o sangue de Jesus estamos limpos de
todos os nossos pecados conforme está escrito: "O sangue de Jesus seu
Filho nos purifica de todo pecado" (1 João 1:7), e ainda: "Tendo os
corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada" (Heb.
10:22 NVI); por ele fomos santificados porque está
escrito: "Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio
sangue, sofreu fora da porta" (Heb. 13:12);
ainda por ele temos a redenção conforme está escrito: "Nele nós temos a
redenção pelo seu sangue" (Ef. 1:7), e vencemos
o diabo conforme está escrito: "E eles o venceram pelo sangue do
Cordeiro..." (Ap. 12:11). Nós portanto não
necessitamos de nenhuma aspersão de nenhuma água benta porque a aspersão do sangue de Cristo que recebemos pela graça de
Deus nos é suficiente. E nem necessitamos que o padre venha benzer-nos a casa
com a água benta, por isso quando vem não aceitamos
que aspirja as nossas casas. Aquele que nos protege é o
Senhor; nós nele pusemos a nossa confiança e pomos continuamente a nossa
confiança. A ele recomendamos as nossas
almas, as nossas famílias, os nossos bens materiais; estamos nas mãos de Deus
e não nos pode acontecer nada sem a permissão de Deus porque até os cabelos
da nossa cabeça estão todos contados. Seja pois posta
de lado esta superstição católica romana da água santa; ó Católicos caí em
vós mesmos e fazei-vos aspergir também vós por Deus com o sangue de Cristo
para obterdes a salvação da vossa alma, para serdes santificados, para serdes
lavados de todos os vossos pecados e para vencerdes assim o diabo. Vos conjuramos em nome do Senhor a fazê-lo! |
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As medalhas. As medalhas são
chapas de metal em forma de moedas sobre as quais estão representadas imagens,
que geralmente são as de Jesus, as de Maria e dos ‘santos’ da igreja romana. São
previamente benzidas pelo pároco, pelo bispo, por
cardeais, e mesmo pelo papa, e a elas é atribuído o poder de proteger aquele
que as usa e a elas estão ligadas muitas graças. Tomemos por exemplo a
medalha com a efígie que representa Cristóvão; os
Católicos crêem que ela posta no carro os protege dos acidentes; por isso
quando trocam de carro se apressam a pegar na medalha ‘protectora’ e a pô-la
no automóvel novo. Os Católicos são tão apegados a
estas medalhas benzidas que as cosem aos vestidos, as beijam e as rebeijam
durante as suas orações, e as penduram na cama e nas paredes. Aliás é
compreensível este seu mórbido apegamento a estas
medalhas; é-lhes dito pelos seus guias cegos que elas têm o poder de
preservar do mal quem as tem e de assegurar-lhes várias graças e eles crêem
nisso, por isso as mantêm perto! Mas tudo isto é só uma forma de superstição
enraizada no coração destas pessoas que vivem nas
trevas; nada mais. Assemelha-se
muito à superstição de que estão invadidas muitas populações selvagens a
respeito dos seus amuletos. Ainda uma vez
verificamos na igreja romana evidentes formas de paganismo habilmente
camufladas. Nós reprovamos estes amuletos dos Católicos juntamente com
as superstições ligadas a eles porque a Escritura
diz para não se fazer imagem alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na
terra, nem debaixo da terra e porque as crenças que acompanham estas medalhas
são mentiras geradas pelo diabo. |
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O
escapulário. O escapulário é um objecto formado por
duas peças rectangulares de lã, do tamanho de três-quatro centímetros unidas
por um cordão, que se põe ao pescoço. O escapulário é um sinal de
devoção, e muitas vezes serve para indicar uma espécie de participação em
espírito a uma dada ordem monástica, do hábito da
qual o escapulário toma a cor. Também os escapulários possuem, segundo a
tradição romana, particulares virtudes e conferem graças e privilégios; a eles estão anexas também indulgências. O mais famoso escapulário é o Carmelitano que, a tradição
diz, Maria teria conferido a Simão Stock, geral da ordem dos Carmelitas; quem
o usa escapa ao inferno. Maria teria também prometido a João XXII que iria
ela mesma ao purgatório todos os sábados para tirar dele todos os
escapularistas que morressem na semana anterior e levá-los directamente para
o paraíso. Isto foi garantido por João XXII na sua bula
chamada Sabatina de 1322 e confirmado por Alexandre V, Clemente VII,
Pio V e Gregório XIII [3]. O
escapulário pode-se muito bem comparar a outros
objectos, como a ferradura de cavalo, a figa, o trevo de quatro folhas etc.,
considerados por muitos mascotes, porque também ele, é dito, dá sorte a quem
o traz. A Palavra de Deus reprova esta prática
supersticiosa de trazer o escapulário porque ela afunda as suas raízes no
paganismo. Mas que bem pode alguma vez fazer um objecto do género a
quem o usa? Ah! como são densas as trevas nas quais
os Católicos romanos apalpam. Oremos
por eles para que Deus os arranque do poder das trevas e os leve a andar na
luz. |
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Os sinos. O sino é um instrumento de bronze em
forma de taça invertida, que soa quando as suas paredes são percutidas por um
badalo no interior ou por um martelo no exterior. Os sinos são usados pela
igreja romana para chamar os Católicos às funções religiosas, e a exortá-los
à oração em determinadas horas do dia como por exemplo quando toca o Angelus.
Neste caso ao som do sino da manhã, do
meio-dia e do pôr do sol os Católicos são convidados a recitar três Ave
Maria. Eles são considerados coisas sagradas e são por isso
consagrados e benzidos. Também aos
sinos são atribuídos poderes particulares; um destes é o de afastar a
saraiva. Em algumas localidades da Umbria por exemplo é opinião corrente
entre os homens que se o sineiro for solícito a tocar os sinos antes da
saraiva ter chegado ao território da paróquia, ela não poderá ali entrar. Em
Abruzzo nem todos os sinos têm os mesmos poderes, alguns com efeito são
dotados de virtudes superiores aos outros para afastar a saraiva, e de quais
se trata? Daqueles batizados no nome de um santo
protector contra a saraiva! Mas que diz a Escritura
sobre os sinos? Dizemos que ela não fala minimamente deles;
eles não estavam em uso na Igreja primitiva. Os apóstolos não chamavam
ao culto os fiéis e não exortavam os fiéis a orar
fazendo tocar sinos ou algum outro instrumento. Por quanto
respeita à crença que eles tenham o poder de afastar a saraiva, dizemos
simplesmente que é uma mentira. Podemos dizer que os
sinos dos Católicos não podem afastar a saraiva do território da paróquia da
mesma maneira em que os deuses do Egipto, nos dias de Moisés, não
puderam afastar o flagelo da saraiva da terra do Egipto. |
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As velas. ‘São o meio mais comum
e obrigatório da iluminação litúrgica nas funções religiosas’, diz a Enciclopédia Católica (vol. 3, 519). E de facto elas se vêem sobre os altares, diante das imagens e
das estátuas, e são postas também em cima dos túmulos. A Escritura não diz que nós devemos usar velas no culto
que rendemos a Deus. Certamente porém as velas são úteis, no caso de faltar a
luz nas nossas casas, porque acesas dão um pouco de luz no
escuro. Recordamos que o uso da vela na função religiosa é de origem pagã; o
imperador por exemplo nas suas aparições era acompanhado com círios acesos. E além disso que as velas são usadas
pelos magos e pelas bruxas nas suas missas negras. Por
que motivo usam as velas? Porque elas criam a atmosfera necessária para as
suas diabólicas funções. |
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O crucifixo. Eis o que diz
Perardi no seu Novo Manual do Catequista a respeito do
crucifixo: ‘Sede devotíssimos de Jesus crucificado (...) trazei devotamente a
imagem dele ao pescoço; beijai muitas vezes o Crucifixo em vida para merecer
morrer apertando-o devotamente entre as mãos. - Por cima da cama ponde o
Crucifixo; à noite beijai devotamente as chagas dele’ (Giuseppe Perardi, op.
cit., pag. 148). Como podeis ver nos
encontramos diante de uma enésima forma de idolatria
perpetrada pela cúria romana para dano daqueles que a seguem.
Começamos por dizer que nós cremos que Jesus Cristo foi crucificado sobre a
cruz pelos nossos pecados, mas não só o cremos, como também o pregamos porque
em nós há "o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei" (2 Cor. 4:13).
Nós também nos gloriamos da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo como fazia o
apóstolo Paulo porque por meio dela o mundo para nós foi crucificado e nós
fomos crucificados para o mundo (cfr. Gal. 6:14);
mas nós não nos permitimos de fazer uma cruz nem de madeira e nem de outro
material, e nem ainda de agarrar a ela uma estatueta figurando o nosso Senhor
enquanto sofria sobre ela, porque a Escritura nos proíbe de fazer semelhantes
coisas conforme está escrito: "Não farás para ti imagem de escultura,
nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem
nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas
nem as servirás..." (Ex. 20:4,5). Os Católicos
dizem que é a tradição que lhes diz para fazer o crucifixo e de o trazer com
eles e de o beijar e de o prender às paredes da sua casa ou de algum outro
lugar; mas a nós não nos importa nada da sua tradição. Da forma como falam os
Católicos há poder no crucifixo mas isso é falso
porque o poder está no nome de Cristo Jesus e na palavra da cruz e não num
pedaço de madeira. Mas depois desta maneira fazem aparecer
Jesus Cristo sempre sofredor, e ainda na cruz; mas ele não está mais
pendurado na cruz porque dela foi tirado e posto num sepulcro por José
de Arimatéia. Mas mais do que isso Ele ressuscitou
dos mortos e não morre mais. Nós não sentimos de modo nenhum a necessidade do
crucifixo nem pendurado ao nosso pescoço e nem pendurado nas paredes da nossa
casa ou dos nossos locais de culto para nos recordarmos de Jesus porque a nós
basta ler o Evangelho para nos recordarmos dos sofrimentos que Cristo padeceu
por nós, e porque nós somos chamados a nos recordar da morte do Senhor pela
ceia instituída por Jesus Cristo e não com este artifício humano que é o
crucifixo. E assim a igreja romana espalhou pelo
mundo inteiro crucifixos de todo o género; aqui em Itália há crucifixos um
pouco por todo o lado. O crucifixo, da forma como
falam muitos Católicos, os faz sentir em segurança; sem o crucifixo com eles,
ao contrário, já não se sentem seguros, como se ele tivesse o poder de
proteger os que o trazem ou a casa onde está pendurado! Mas "qualquer
justo se sente seguro como o filho do leão" (Prov. 28:1)
porque sabe de ter sido reconciliado com Deus pelo sangue de Cristo e porque
sabe que o Senhor é o seu refúgio e nenhum mal lhe sucederá conforme está
escrito: "Porque tu disseste: ó Senhor, és o meu refúgio. No Altíssimo
fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem
praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu
respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos" (Sal. 91:9-11), por isso ele considera essa do crucifixo apenas
uma superstição que ainda por cima serve para fazer ganhar não pouco dinheiro
aos construtores de crucifixos. |
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O
sinal da cruz. Os Católicos fazem o sinal da cruz
levando a mão direita à testa, e dizendo: Em nome do Pai: depois ao peito,
dizendo: e do Filho; depois ao ombro esquerdo e ao direito, dizendo: e do
Espírito Santo. Isto porque lhes foi ensinado quanto se segue: ‘Como cristãos temos um sinal exterior que
nos distingue daqueles que não são cristãos; ele é o sinal da cruz (....)
No sinal da Cruz, com as palavras exprimimos a Unidade e Trindade
de Deus, e com a figura da Cruz a Paixão e a Morte do Nosso Senhor
Jesus Cristo (....) Tende
grande veneração pelo sinal da Cruz com que exprimis os dois mistérios
principais (...) E’ sempre bom fazer o sinal da Cruz, mas
especialmente antes e depois de cada acto de religião, antes e depois da
refeição e do repouso, e nos perigos da alma e do corpo’ (Giuseppe
Perardi, op. cit., pag. 84, 85, 86, 87). Também aqui
nos encontramos perante um ensinamento de que não encontramos o mínimo
respaldo nas Escrituras. Nós cremos que Deus é trino, isto é, que a
Divindade é composta por Deus Pai, por Deus Filho e por Deus Espírito Santo e
que os três são um desde a eternidade e até a
eternidade; nós cremos naquilo que a Escritura diz acerca dos sofrimentos de
Cristo, da sua morte, mas para exprimir a nossa fé nestas coisas não somos
chamados a fazer o sinal da cruz, mas sim a testemunhar com a nossa boca como
fizeram antes de nós antigamente os apóstolos. E depois a
Escritura nos ensina a dar graças a Deus com as nossas palavras antes de
comer e não fazendo o sinal da cruz porque assim fizeram tanto Jesus como os
apóstolos antes de nós conforme está escrito: "Jesus, então, tomou os
pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos que estavam
assentados..." (João 6:11), e: "Paulo...
Tomando o pão, deu graças a Deus na presença de todos; e, partindo-o, começou
a comer" (Actos 27:33,35). O apóstolo Paulo
disse a Timóteo: "Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada
que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Deus
e pela oração é santificada" (1 Tim. 4:4,5); e
não pelo sinal da cruz. E depois ainda; mas onde está alguma vez escrito na
Palavra de Deus que quando se está na angústia se deve fazer o sinal da cruz para invocar a assistência de Deus? Ela diz para
invocar Deus com a nossa boca, não com algum sinal particular, de facto Deus
diz: "Invoca-me no dia da angústia; eu te
livrarei, e tu me glorificarás" (Sal. 50:15). |
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O JURAMENTO |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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É lícito jurar. O juramento feito aos
heréticos pode-se infringir sem por isso cometer
pecado. O juramento falso em certas circunstâncias é
admitido. A teologia romana admite que se pode jurar: no Código de direito canónico está dito: ‘O
juramento, isto é, a invocação do nome de Deus como testemunha da verdade,
não se pode fazer, a não ser na verdade, no discernimento e na justiça’ (Código
de direito canónico, can. 1199). Para que ninguém fique enganado por
estes dois ‘não’ deste preceito, sabei que eles
postos um depois do outro desta maneira querem dizer que jurar é lícito
porque é como se estivesse escrito: ‘O juramento se pode fazer na verdade, no
discernimento e na justiça’. Que o juramento é admitido pela igreja católica
romana é confirmado também por aquilo que diz o catecismo:
‘Não é lícito jurar sem grave motivo; não é lícito por pouca coisa
citar e oferecer o testemunho de Deus (...) só se fostes citados em
julgamento como testemunhas tereis justa razão para jurar’ (Giuseppe Perardi,
op. cit., pag. 292). |
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A igreja papista no
curso dos séculos deu prova muitas vezes de ter feito sua a diabólica máxima
que diz que ‘o fim justifica os meios’. Um destes meios justificado porque
com ele se propõe a uma coisa boa, ou seja, a
perseguição dos heréticos, é o não manter um juramento feito aos heréticos.
Eis como se expressa o cardeal Osio: ‘Não tenhas
escrúpulo, por nenhuma razão, de ter de observar o que prometeste (ao
herético), pois o juramento não deve ser laço de iniquidade’ (Cardeal Osio, Epist.
202, a Henrique rei da Polónia sobre os heréticos: citado por Luigi
Desanctis em Compendio di controversie
[ Compêndio de controvérsias] , pag. 59). Uma clara prova de como a igreja papista foi pronta a anular ou fazer anular uma
promessa de juramento feita aos seus inimigos a temos no comportamento do
concílio de Constança que anulou o salvo-conduto que o rei Sigismundo tinha
passado a João Huss para que este pudesse vir ao concílio, estar e regressar
dele (as palavras exactas do salvo-conduto diziam: ‘Omni prorsus
impedimento remoto, transire, stare, morari, et redire libere permittatis’).
De facto, quando Huss chegou a Constança foi preso,
processado pelo concílio e condenado a ser queimado. O concílio naquela ocasião emanou o seguinte
decreto: ‘...não obstante tal salvo-conduto, o juiz
eclesiástico pode indagar sobre os erros de tais pessoas, e proceder
devidamente contra elas e puni-las... até mesmo se vieram ao lugar do
processo contando com o salvo-conduto, e doutra forma não viriam’ (citado por
Richard Frederick Littledale em Plain reasons against joining the church
of Rome [Claras razões contra a unir-se à igreja de Roma], London 1886,
pag. 128). É de notar que mais de um século depois, o concílio de Trento
(1545-1563) ofereceu aos Protestantes um salvo-conduto para se apresentarem
no concílio e expor as suas doutrinas. Mas este
salvo-conduto não foi aceite e por isso eles não se
apresentaram em Trento; a experiência de Huss tinha ensinado a não confiar
nas promessas daqueles chamados veneráveis padres [4]. |
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A teologia católica ensina
que se pode fazer um falso juramento sem pecado, acrescentando mentalmente às
palavras do juramento pronunciadas alguma coisa que modifica o sentido
dele, a qual coisa é chamada reserva mental. Para explicar este seu
ensinamento citamos um facto histórico. Durante o fascismo em Itália, todos
aqueles que se inscreviam no partido fascista tinham
que jurar: ‘Juro executar sem discutir as ordens do Duce e defender com todas
as minhas forças e, se necessário, com o meu sangue, a causa da revolução
fascista’. À pergunta do que se devia pensar de uma tal fórmula de juramento
Pio XI na encíclica Non abbiamo bisogno de
29 Junho de 1931 respondeu: ‘A resposta do ponto de vista católico, e também
puramente humano, é inevitavelmente só uma, e Nós, Veneráveis Irmãos, não
fazemos mais que confirmar a resposta que já vos foi dada: um tal juramento,
assim como está, não é lícito’ (Encíclica ‘Non abbiamo bisogno’ em Tutte
le encicliche dei sommi pontefici [
Todas as encíclicas dos sumos pontífices]
, vol. 1, Milano 1979, pag. 973). Depois de uma tal declaração portanto seria
de esperar que o papa dissesse aos Católicos para que não fizessem um semelhante
juramento (impedindo assim a muitos de entrar no partido fascista) mas isto
não aconteceu porque Pio XI deu-lhes este conselho: ‘Conhecendo
as dificuldades múltiplas da presente hora e sabendo como a inscrição no
partido e o juramento são para muitíssimos condição para a carreira, para o
pão, para a vida, procurámos um meio que restitua tranquilidade às
consciências reduzindo ao mínimo possível as dificuldades exteriores. E Nos
parece que tal meio poderia ser para os que já estão inscritos no partido fazer eles perante Deus e a sua própria
consciência a reserva: ‘salvo as leis de Deus e da Igreja’, ou ‘salvos os
deveres de bom cristão’, com o firme propósito de declarar também
exteriormente uma tal reserva, quando viesse a ser necessário’ (ibid.,
pag. 973). Em outras palavras, o papa reconhecia que
aquele juramento não se podia fazer mas ao mesmo tempo disse que eles podiam
jurar com reserva (ou seja falsamente) para não comprometer as suas
carreiras, e a sua vida. |
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Confutação |
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Debaixo da
graça é proibido jurar |
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Que diz a Escritura a
propósito do jurar? Em Mateus está escrito que Jesus disse:
"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os
teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que
de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela
terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade
do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo
branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque
o que passa disto é de procedência maligna"
(Mat. 5:33-37). Como podeis ver
Jesus Cristo proibiu jurar; portanto o preceito que permite o juramento que
está transcrito no Código de direito canónico é um preceito de
homens que se desviam da verdade que está em Cristo Jesus. Eis uma outra
prova de como os guias cegos desta organização religiosa anularam a palavra
de Cristo com as suas palavras! Mas como fazem para
sustentar os teólogos católicos romanos que é lícito jurar para um
cristão? Da maneira habitual, dando erradas explicações à Escritura. Agora,
confutaremos os raciocínios que eles fazem para sustentar o juramento. |
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‘Jesus disse não perjurarás, isto é, para não jurar
falso em nome de Deus, mas não disse para não jurar em nenhuma circunstância’.
Ora, é verdade que na lei há o preceito: "Não jurareis
falso pelo meu nome, pois profanarás o nome do teu Deus" (Lev. 19:12), e o juramento é admitido porque está escrito:
"Pelo seu nome jurarás" (Deut. 10:20); mas
Jesus veio para completar a lei de facto disse: "De maneira nenhuma
jureis" (Mat. 5:34), portanto Jesus disse não
só para não jurar falso mas também para não jurar de modo algum. As palavras de Jesus são claras; nós crentes não devemos jurar em
nenhuma circunstância e por nenhum motivo. Isto o confirmou também
Tiago dizendo: "Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu,
nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento" (Tiago 5:12). |
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‘Jesus não disse para não jurar por Deus’. Jesus, dizendo-nos para não jurar
pelo céu implicitamente nos disse para não jurar por Deus porque ele disse
que "o que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que está
assentado nele" (Mat. 23:22); portanto é falso quanto dizem os teólogos
católicos romanos. |
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Paulo jurou, de facto, disse
aos Gálatas: "Ora, acerca do que vos escrevo,
eis que diante de Deus testifico que não minto" (Gal. 1:20); aos
Romanos: "Deus... me é testemunha de como incessantemente faço
menção de vós, pedindo sempre em minhas orações" (Rom. 1:9); e aos
Coríntios: "Invoco, porém, a Deus por testemunha sobre a minha alma,
que para vos poupar não tenho até agora ido a Corinto" (2 Cor. 1:23).
Mas onde está nestas palavras de Paulo o juramento? Nós não
o vemos. O apóstolo usou estas expressões para
testificar que ele dizia a verdade porque Cristo falava nele. Mas nunca se pôs a jurar em nome de Deus que ele afirmava a
verdade: como poderia Paulo pôr-se a jurar quando Jesus tinha dito: "De
maneira nenhuma jureis" (Mat. 5:34) e
depois dizer aos santos: "O que também aprendestes, e recebestes, e
ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco"
(Fil. 4:9)? |
||
Na epístola aos Hebreus está escrito que "os homens juram por quem é
maior do que eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda
contenda" (Heb. 6:16). Com estas palavras
não nos é dito que nós podemos jurar, antes de mais porque quando o escritor
diz "os homens juram" não se está referindo aos santos mas aos
homens do mundo que também naquele tempo costumavam jurar por alguém maior do
que eles; e depois porque este discurso sobre o juramento o escritor aos
Hebreus o fez para fazer compreender aos crentes Judeus que como os homens
juram por alguém maior do que eles para pôr fim a
toda a contenda assim também Deus para "mostrar mais abundantemente aos
herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com
juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que
Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em
lançar mão da esperança proposta" (Heb. 6:17,18).
E como Deus não podia jurar por alguém maior do que ele
jurou por si mesmo. O juramento com o qual Deus se
interpôs para nos consolar é o que ele fez ao seu Filho: "Jurou o
Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente" (Heb.
7:21). Sabemos que Deus não pode mentir e mantém os
juramentos feitos; por exemplo quando ele prometeu com juramento a Abraão de abençoá-lo e multiplicá-lo grandemente, ele
cumpriu a palavra lhe dita porque está escrito: "E assim, tendo Abraão
esperado com paciência, alcançou a promessa" (Heb. 6:15). |
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‘Debaixo da lei era admitido jurar’. Sim, debaixo
da lei era admitido jurar; mas debaixo da lei eram admitidas muitas outras
coisas como por exemplo a circuncisão na carne, a
observância do sábado, que com a vinda de Cristo foram anuladas. Portanto não se pode fazer este raciocínio para sustentar o
juramento debaixo da lei de Cristo; Jesus o disse claramente: "De
maneira nenhuma jureis" (Mat. 5:34). O
motivo pelo qual nós não devemos jurar com nenhum
juramento? O diz Tiago: "Para que não caiais em condenação" (Tiago
5:12). |
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Nós Cristãos somos chamados a dizer a verdade
em todas as circunstâncias; sabemos que Deus aborrece a mentira e que ele
pune a falsa testemunha tanto quando diz o falso testemunho depois de ter
jurado como quando diz sem fazer algum juramento, e isso
nos incute temor. |
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O não manter um
juramento feito aos próprios inimigos é um acto condenado pela lei de Deus |
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O não manter um juramento
feito é pecado diante de Deus de facto na lei está escrito: "Isto é o
que o Senhor ordenou: Quando um homem … fizer juramento, ligando a sua alma
com obrigação, não violará a sua palavra: segundo tudo o que saiu da sua
boca, fará" (Num. 30:2); portanto se
alguém jura (mesmo se não é lícito debaixo da graça) deve manter a palavra
dada, mesmo a um inimigo, se não quer ser julgado por Deus. Nos Salmos está
escrito: "Senhor, quem habitará no teu
tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça... aquele que jura
com dano seu, e contudo não muda" (Sal. 15:1,2,4).
Mas assim não pensa a igreja romana quando se trata
de defender os seus interesses. Em verdade, da cúria romana não se pode
confiar nem sequer quando jura em nome de Deus! |
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O juramento com
reserva é condenado por Deus |
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Vimos que debaixo da graça
jurar não é mais lícito, que infringir um juramento feito aos próprios
inimigos é pecado, vejamos agora por que é que o chamado juramento com
reserva é condenado por Deus. Este juramento é um juramento falso porque quem
jura não o faz sinceramente mas com a firme intenção de não observar o
juramento feito de facto acrescenta ao juramento uma qualquer reserva que
segundo ele lhe permitirá no momento oportuno infringir o juramento feito sem
por isso cometer algum mal. Naturalmente quem o ouviu jurar pensa que ele tenha jurado sinceramente, mas
isso porque não sabia nada da sua reserva mental admitida pela teologia
romana. A lei diz: "Não jurareis falso pelo meu nome,
pois profanarás o nome do teu Deus. Eu sou o Senhor" (Lev. 19:12). As coisas são claras. Eis agora o que diz a Escritura a propósito desta gente que jura falsamente. Deus diz em Malaquias: "E chegar-me-ei a vós para juízo; e
serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra
os que juram falsamente" (Mal. 3:5), e
em Jeremias afirma: "E ainda que digam: Vive o Senhor; de certo
falsamente juram. Ó Senhor,
acaso não atentam os teus olhos para a verdade?" (Jer. 5:2,3). Portanto saibam todos aqueles que juram com a intenção de não manter o juramento que atraem sobre a
sua cabeça a ira e o juízo de Deus. Uma observação final que me parece devida. Estando assim as coisas sobre o
juramento pergunto aos que são a favor do ecumenismo: ‘Como
podeis confiar em todas as belas promessas feitas a vós pela cúria romana
quando a sua teologia permite em alguns casos até o falso juramento? |
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O HOMICÍDIO |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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É lícito matar para defender-se.
No Dicionário de moral católica na palavra Defesa lê-se: ‘Dado que dela somos só os depositários, nós temos,
diante de Deus e diante do próximo, o dever de defender a nossa vida se for
injustamente ameaçada. Quem mata o seu agressor não desobedece à lei divina:
ele procura defender-se (acto voluntário directo) e não matar (acto voluntário
indirecto)’ (Jean-Louis Bruguès, Dizionario di morale cattolica [Dicionário de moral católica] , Bologna 1994,
pag. 122). |
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Confutação |
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Matar o
próprio agressor é pecado |
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Ainda uma vez temos que constatar
quanto a igreja católica romana não tem em nenhuma consideração a Palavra de
Deus porque afirma que não só se deve usar violência em relação ao próximo se
este nos assalta como também que no caso de o se matar não se desobedece à
lei divina. Jesus o disse claramente: "Ouvistes que
foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que
não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita,
oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear
contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te
obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil" (Mat. 5:38-41). Portanto como seus discípulos nós não devemos
responder à violência com a violência porque um semelhante comportamento vai tanto contra as palavras de Cristo Jesus como contra o
seu exemplo (e não poderia ser doutra forma porque Jesus o que disse aos
outros para fazerem o fez ele mesmo). A Palavra de Deus de facto diz que ele
"foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi
levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os
seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca" (Is. 53:7). Ele nunca
respondeu com a violência aos seus agressores e perseguidores. O demonstrou quando um dos guardas lhe bateu enquanto se
encontrava diante do sumo sacerdote (cfr. João 18:22)
e quando foi ferido pelos soldados do governador (cfr. Mat. 27:27-31). E não só, mas também quando Pedro no horto do Getsêmani puxou da sua espada e feriu o servo
do sumo sacerdote em defesa do Mestre, com efeito, naquela ocasião Jesus
admoestou Pedro dizendo-lhe: "Mete a tua espada no seu lugar; porque
todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão" (Mat. 26:52). Ele pois não permitiu nem que os
seus discípulos combatessem por ele para que não fosse entregue aos seus
inimigos. Mas como vimos aos Católicos romanos, e
em primeiro lugar aos seus papas, não importa nada as santas palavras de
Jesus e o exemplo perfeito que nos deixou Jesus. Basta considerar que os
guardas encarregados da defesa dos papas têm a ordem
de matar aqueles que ponham em perigo a vida deles para se dar conta disto. |
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O PAGAMENTO DOS TRIBUTOS |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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As igrejas e os
eclesiásticos, em virtude de um privilégio que têm por direito divino, não
são obrigados a pagar direitos, impostos e tributos às
autoridades civis. ‘É proibido, sob pena de excomunhão, aos
magistrados seculares impor às igrejas encargos, como contribuições,
remessas, e outros semelhantes’ (Decretal. Tit.
XLIX De imm. Eccl. cap. 4. Non minus); ‘As
colectas para os militares, as hospitalidades, e outros encargos sobre as
Igrejas, e lugares pios, e sobre os eclesiásticos, e os impostos sobre os
seus bens, ou frutos, mesmo pagos espontaneamente, são proibidos aos leigos,
sem que a autoridade Apostólica o permita’ (Urbano VIII p., Bula de 5 de
Junho de 1641); ‘As Igrejas não são obrigadas a pagar impostos; nem os
lugares pios, nem os eclesiásticos, ou Seculares ou Regulares de ambos os
sexos. Não podem ser sobrecarregados, seja directamente, seja indirectamente,
de impostos, de tributos e outros encargos, sobre os bens que possuem, ou em
título do seu cargo, ou em qualquer outro modo, como por exemplo a título de
herança, ou de doação etc., porque os direitos
referidos falam indistintamente’ (Felice Potestà, Exam. Eccl. tom. 1,
part. 2, De primo praec. Decal. cap. 4). Eis por que o art. 16 do Tratado de Latrão isenta
muitos imóveis do Vaticano (os citados nos artigos 13,14,15,16) ‘de tributos seja ordinários ou extraordinários tanto
para com o Estado quanto para com qualquer outra entidade’ e o art. 17 isenta
de qualquer tributo para com o Estado as retribuições devidas a dignitários,
empregados e assalariados da ‘Santa Sé’ e de outras entidades centrais da
Igreja, também fora de Roma [5]; e o
art. 20 isenta de todos os direitos aduaneiros as mercadorias importadas pela
Cidade do Vaticano e por instituições e ofícios da ‘Santa Sé’ também fora de
Roma; porque a igreja católica considera ter o direito de não pagar tributos
e impostos aos governantes. Este direito faz parte das imunidades
eclesiásticas [6]. Para sustento deste
seu direito (considerado de natureza divina) de não pagar os tributos ao
Estado a igreja católica romana toma as palavras de
Jesus: "Logo, são isentos [ dos
tributos] os filhos" (Mat. 17:26); e as seguintes palavras escritas na história de
José: "José, pois, estabeleceu isto por estatuto quanto ao solo do
Egito, até o dia de hoje, que a Faraó coubesse o quinto da produção; somente
a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó" (Gen. 47:26) [7]. |
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Como
o Vaticano pode reagir se lhe for negado este seu chamado direito |
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A propósito deste seu chamado direito de não
ter de pagar as taxas às autoridades quero recordar alguns factos verificados
há algumas décadas que fazem perceber como o Vaticano pode reagir quando lhe
é negado por parte do governo estatal este seu chamado direito. |
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Em 1935 o governo fascista
tinha imposto sobre os dividendos uma taxa especial, taxa que os atingia na
origem. As sociedades, antes de distribuir aos
accionistas os dividendos, deviam deduzir deles a taxa em questão (10% num
primeiro momento, aumentada a seguir para 20%), depositando
directamente no ministério das Finanças a soma correspondente. A taxa se chamou ‘cedular’ por ser aplicada às
cédulas ou cupões. O Vaticano que naquele
tempo tinha medo do regime fascista não disse uma palavra e pagou
regularmente a taxa. Em 1942 o ministério das Finanças dava disposição a
todos os ofícios competentes de isentar a ‘Santa Sé’ do
pagamento da ‘cedular’. A circular era assinada pelo então Director Geral do
ministério das Finanças que se chamava Buoncristiano, e
elencava as organizações que pertenciam à ‘Santa Sé’: o Santo Ofício, a
Congregação Consistorial, a do Concílio, a Congregação para os Religiosos,
Propaganda Fide, a Congregação para as Universidades e Seminários, a Fábrica
de São Pedro, os Tribunais Vaticanos da Penitenciaria Apostólica, da
Assinatura Apostólica e da Sacra Rota, além dos seguintes ofícios; a
Chancelaria Apostólica, a Reverenda Câmara Apostólica, a Secretaria de
Estado, a Administração dos Bens da Santa Sé, a Administração Especial e o
Instituto para as Obras de Religião. A respeito deste Instituto era dito
entre parêntesis ‘enquanto administra fundos
pertencentes à Santa Sé’. A 29 de Dezembro de 1962, o
governo italiano aplicou de novo uma taxa de 15% sobre os cupões,
aumentando-a a seguir até 30%. Esta taxa foi chamada ‘cedular seca’. O
Vaticano aceitou oficialmente a imposição da cedular
sem protestar, mas logo iniciou negociações secretas com o Governo italiano. As negociações se concluíram em Outubro de 1963 com uma troca de
notas entre o Secretário de Estado, cardeal Cicognani, e o embaixador de Itália
junto da ‘Santa Sé’, Bartolomeo Migone. Eis algumas palavras do texto da nota
do cardeal Cicognani datada de 11 de Outubro de 1963: ‘No
espírito da nossa Concordata com respeito à citada lei n. 1745, seria
desejável também agora o reconhecimento de um tratamento facilitador para a
Santa Sé. Portanto proponho: que a retenção do adiantamento ou do imposto
instituído com a lei de 29 de Dezembro de 1962, não seja aplicado, com
decorrência da instituição da mesma, sobre os úteis em qualquer forma ou sob
qualquer denominação distribuídos pelas sociedades e tocantes à Santa Sé (..) Se por acaso o Governo italiano aceitasse a proposta
contida na presente carta, Lhe pedirei para que me dê cortês confirmação
disso’. Naquele mesmo dia o embaixador italiano respondia:
‘Eminência Reverendíssima, tenho a honra de acusar a recepção da nota
de Vossa Eminência Reverendíssima em data hodierna, assim concebida: (segue-se
o texto completo da carta do cardeal Cicognani). Tenho a honra de trazer
ao conhecimento de Vossa Eminência Reverendíssima que o Governo italiano está
de acordo sobre quanto forma objecto da Nota acima reportada..’. O governo de então era um governo provisório e era chefiado por Giovanni Leone. A coisa porém foi
mantida secreta; nem o Parlamento e nem a opinião
pública foram informados. Cerca de um mês depois, a 13 de
Novembro de 1963, o ministro das Finanças Mario Martinelli enviou uma
circular à Associação das Sociedades italianas por Acções e à
Associação dos Bancos, ordenando não deduzir 30% dos dividendos das acções de
propriedade da Santa Sé. Este documento foi emanado porém nestas
circunstâncias: a troca de notas entre o cardeal Cicognani e o embaixador
Migone não tinha sido aprovado pelo Parlamento que não sabia nada delas, e o
governo se tinha demitido oito dias antes de Martinelli ter assinado a
circular, ou seja, quando já Martinelli não era mais ministro das Finanças. Quando depois Aldo Moro formou o novo governo, Roberto Tremelloni
ocupou o lugar de Martinelli na pasta das Finanças. Descoberta a existência da circular Tremelloni ficou indignado e
ameaçou demitir-se se não fosse imediatamente anulada. Então Moro propôs um
compromisso para resolver a embaraçante situação; o
Governo italiano apresentaria ao Parlamento um projecto de lei para ratificar
a troca das Notas, fazendo assim legal a circular de Martinelli mesmo se com
efeito retroactivo. O Vaticano, por sua vez,
informaria o Governo italiano do exacto montante dos títulos accionários em
sua posse para que o Governo pudesse saber e referir ao Parlamento que
valores eram isentados do pagamento da ‘cedular’. O compromisso porém não foi
aceite nem pelo cardeal Cicognani, o qual se recusou a revelar o montante dos
investimentos do Vaticano, nem pelos socialistas do
Governo. Em Junho 1964, caído o Governo, Moro formou uma
segunda coligação de governo. Então o Vaticano ameaçou, se as coisas
não se resolvessem como queria, de lançar no mercado
todos os títulos accionários em sua posse. E dado que naquele tempo a Bolsa
estava em crise, se o Vaticano tivesse posto em prática a
ameaça, o seu gesto teria tido consequências desastrosas para a economia
italiana. O Governo então foi obrigado a render-se (certamente o partido
democrata-cristão não se rendeu de má vontade), e em
Outubro de 1964 foi preparado um projecto de lei, que devia ratificar a troca
de Notas entre o Governo e o Vaticano, acontecida um ano antes. A lei foi aprovada pelo Conselho de Ministros; mas a coisa acabou
ali porque aquela lei não foi apresentada ao Parlamento para ser aprovada,
rejeitada ou modificada. O Vaticano entretanto continuava a não pagar a taxa;
a imprensa de esquerda então em 1967 atacou o
Governo, queria saber por que razão o Vaticano não pagava a taxa, quanto não
pagava e quantos títulos possuía em Itália. Começaram assim a sair dados. Em
Janeiro de 1968 o Presidente do Conselho Giovanni Leone declarou no Senado: ‘O Governo não proporá o projecto de lei de
ratificação e portanto a Santa Sé pagará o imposto segundo quanto
estabelecido pela lei’. O Vaticano então se resignou e fez
saber que pagaria a cedular e pediu a rateação das quotas retroactivas.
Mas quantos títulos accionários possuia o Vaticano em Itália naquele tempo? Possuia títulos accionários num valor de
cerca de cem mil milhões de liras italianas. Em Fevereiro de 1968, com
efeito, o ministro das Finanças Preti, no curso de um debate na Comissão
Parlamentar para os Negócios Estrangeiros, disse que a Santa Sé possuia títulos
accionários italianos num valor de cerca de cem mil milhões, com um dividendo
que oscilava entre três e quatro mil milhões ano. Deve ser dito porém
que o Vaticano embora aceitando pagar a cedular continuou a protestar em
linha de princípio sustentando que a isenção lhe era
devida tanto juridicamente enquanto entidade moral e entidade internacional
como com base na Lei das Garantias e na Concordata. |
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Confutação |
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Cristo quando
fundou a sua Igreja, e os apóstolos a seguir nunca afirmaram que os bens
materiais da Igreja e aqueles que nela desenvolvem uma particular obra têm o
direito divino de ser isentados do pagamento dos tributos ao Estado |
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Jesus
disse: "Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus" (Mat. 22:21). E se tenha presente que estas palavras ele as disse
aos Judeus que estavam naquele tempo sob a dominação romana e por isso
escravos de uma outra nação no próprio território que Deus tinha dado a
Abraão como herança perpétua. Paulo além disso escreveu aos santos de
Roma: "Dai a cada um o que deveis: a quem
tributo, tributo; a quem imposto, imposto..." (Rom. 13:7).
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||
As coisas são claras: todos
os crentes são chamados em qualquer nação que vivam a pagar ao Estado de que
fazem parte os tributos que ele lhes impõe. Esta obrigação se estende
portanto também aos ministros do Evangelho que são a tempo inteiro e portanto
vivem do Evangelho não tendo um trabalho secular. No
seu caso porém é preciso ter presente a legislação
do Estado na matéria, porque em alguns casos o Estado - quando o pastor
(etc.) de uma Igreja não tiver determinados requesitos, como o de fazer parte
de uma igreja reconhecida por ele como entidade jurídica - não exige o
pagamento das taxas sobre os seus rendimentos (me refiro aqui às ofertas ou
ao ordenado que recebe da igreja em que cumpre o seu ministério). À luz do ensinamento da Palavra de Deus portanto, não há ministro
do Evangelho na Igreja que pode afirmar ter recebido de Deus o direito de não
pagar taxas sobre os seus rendimentos por este ou por aquele motivo. Também
por quanto respeita às propriedades que pode possuir ou delas entrar em
possessão o ministro do Evangelho, ou uma Igreja, vale o mesmo discurso; não
existe um direito baseado no no Evangelho pelo qual
estas propriedades têm o direito de ser isentas de imposto. Considerando bem
a coisa, temos que dizer que se Deus tivesse dado este direito a alguns seus servos e à sua Igreja, o que implicaria que
o Estado tinha a obrigação da parte de Deus de não impor taxas aos ministros
de Igreja e às suas propriedades ou às propriedades da Igreja (se esta as
viesse a possuir), Ele se teria feito culpado de uma injustiça que faria
blasfemar a sua doutrina. Mas Deus é justo e não pode cometer injustiças de
nenhum género; por isso não concedeu aos seus
ministros e à sua Igreja um tal direito que se revelaria em relação aos
outros cidadãos de uma nação uma evidente injustiça. Erram pois os teólogos
papistas no afirmar que os ministros e as instituições da igreja católica
romana têm o direito de ser isentados de pagar os tributos às autoridades
civis em virtude de um privilégio lhes concedido por
Deus. E como sempre acontece todas as vezes que homens que
se dizem Cristãos e ministros da Igreja de Deus se arrogam em relação ao
Estado de direitos inexistentes, eles são blasfemados. E de facto,
para citar um exemplo entre muitos, num livro que fala dos Pactos
Lateranenses, escrito por parte não católica, antes do início da exposição do
Tratado e da Concordata de 1929 se lêem estas palavras de advertimento: ‘Poucos italianos conhecem ainda os Pactos Lateranenses. O que se segue é o texto integral. As partes em negrito
são as particularmente lesivas para a Constituição italiana e evidenciam os grandes privilégios e as ingerências da
igreja romana’. E entre as partes em negrito estão
também o art. 17 e o art. 20 do Tratado, e a letra H do art. 29 da
Concordata. |
||
Por quanto respeita às palavras de Jesus a
Pedro com as quais o Senhor afirmou que os filhos são isentos dos tributos
deve ser dito que com aquelas palavras Jesus não conferiu aos seus discípulos
nenhum direito de não pagar os impostos porque com aquela resposta quis
somente dizer a Pedro que ele como Filho do Rei de
Israel tinha o direito de não pagar os tributos que todo o Israelita de vinte
anos para cima devia pagar para o mantimento do culto a Deus. Mas este direito o tinha apenas ele, e não também Pedro com ele.
Mas ainda assim, Jesus quis pagar o tributo lhe imposto pelos homens para não
escandalizá-los e por isso mandou Pedro ao mar
lançar o anzol porque encontraria na boca do primeiro peixe o dinheiro a dar
aos que cobravam as didracmas. E não só o dinheiro
que ele devia pagar, mas também o que Pedro devia pagar de facto Jesus lhe
disse: "...tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca,
encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti" (Mat. 17:27). Belo
exemplo este de Jesus do que significa não servir de tropeço aos homens. Por
quanto respeita por fim ao facto dos sacerdotes do Egipto cujas terras não
foram adquiridas por José para Faraó (eles recebiam de facto de Faraó uma
ração e viviam dela, por isso não venderam as suas terras), pelo que eles não
foram obrigados a pagar a quinta parte da produção das suas terras, se tenha
presente que isso dizia respeito a sacerdotes pagãos. Eles eram
sustentados por Faraó que era também ele pagão. Naquele comportamento de
Faraó para com aqueles sacerdotes não se reconhece nenhum direito divino,
para os ministros do Evangelho ou para as igrejas, de não pagar impostos
sobre os seus bens. |
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O FURTO |
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||
A doutrina
dos teólogos papistas |
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O
furto em alguns casos não é uma injustiça. ‘O furto
em caso de necessidade ou o direito dos pobres - É um problema clássico e
revela bem o espírito do cristianismo, o qual recusa dar um carácter
absoluto ao direito de propriedade. É chamado também o direito dos pobres. É necessário distinguir dois casos: a miséria e a simples pobreza.
a) Há miséria quando faltam os bens necessários à sobrevivência e
indispensáveis para a vida física. Quem se encontra nesta
situação tem a vida em perigo. Neste caso, se não tem outros modos
para sair da miséria, não só pode, mas deve tomar o bem de que tem
imediatamente necessidade lá onde se encontra, salvo obviamente junto de quem
é igualmente ou mais miserável do que ele, sem cometer nem furto, nem
injustiça. Até, neste caso, uma terceira pessoa pode ajudar o necessitado com
os bens de um outro’ (Jean-Marie Aubert, op.
cit., pag. 405). |
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Confutação |
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O furto é
abominável a Deus |
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A Escritura diz:
"Não furtarás" (Ex. 20:15). Isto o diz ao rico e ao pobre, ao sábio e ao ignorante, aos
Judeus e aos Gentios, em suma a todos. Se
desta ordem estivessem dispensados os miseráveis Deus faria acepção de
pessoas em relação aos miseráveis, mas o mandamento é também para eles e se o
infringem pecam porque o pecado é a transgressão da lei. Certo, a Escritura diz que "não se injuria o ladrão, quando
furta para saciar-se, tendo fome" (Prov. 6:30), mas atenção, a Escritura
não o justifica, porque logo depois diz que "se for achado pagará o
tanto sete vezes; terá de dar todos os bens da sua casa" (Prov. 6:31).
Isto significa que também a consciência de quem furta por fome acusa o
ladrão; por que motivo de facto ele estaria disposto a reparar o dano feito
pagando o tanto sete vezes ou todos os bens da sua
casa se fosse achado? Não é porventura porque percebe, em virtude da voz da
sua consciência, que ele está fazendo algo de mal? E depois não diz
porventura a sabedoria também que "suave é ao homem o pão defraudado,
mas depois a sua boca se encherá de cascalho" (Prov. 20:17)? Portanto também quem rouba o pão do outro para matar
a fome no fim sentirá o remorso da consciência dentro dele. E isto porque ele pecou contra Deus, e o salário do pecado é a
morte. Pensai em Jesus no deserto depois que passou quarenta dias sem
comer; ele teve fome. Segundo a teologia romana ele poderia matar a fome
roubando a alguém o que lhe faltava para sobreviver
sem cometer uma injustiça! Mas que fez Jesus? Confiou no seu Pai e o esperou,
e Ele enviou os seus anjos para servi-lo. Jesus naquela ocasião nunca se permitiria a roubar sequer uma
migalha ao seu próximo porque ele temia e amava a Deus. Se ele tivesse raciocinado como raciocinam os papas ele teria
pecado e não teria podido nos redimir. Mas como vimos para a teologia
papista também é lícito a alguém roubar para ajudar
os necessitados com o que roubou, porque também isto não é uma injustiça. E também aqui temos que dizer que esta doutrina é do diabo
e não de Deus porque o mandamento de não roubar vale em todas as
circunstâncias da vida. Não se pode roubar a alguém
para poder suprir as necessidades dos outros com o objecto roubado porque a
Escritura diz: "Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe,
fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tem
necessidade" (Ef. 4:28). Notai que é
trabalhando honestamente que se deve vir ao encontro dos necessitados e não
roubando aos outros. O apóstolo diz também num outro lugar
que "se há prontidão de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e
não segundo o que não tem" (2 Cor. 8:12)
ou que tem por tê-lo roubado aos outros. Em outras palavras se estamos
prontos a ajudar o nosso próximo a nossa prontidão
será aceitável aos olhos de Deus com base no que temos mas também que
obtivemos honestamente. Se na lei era proibido trazer para a casa de Deus o
salário de uma meretriz porque a oferta estava
contaminada pelo pecado (neste caso pelo pecado de fornicação), por que
deveria ser aceitável a Deus uma oferta feita ao nosso próximo necessitado
com dinheiro ou com outra coisa roubado? Não seria esta uma contradição em
que Deus cairia? Não, Deus não caiu em nenhuma contradição
porque proíbe o roubar em qualquer circunstância e por qualquer motivo.
O fim não justifica os meios para o cristão. Queres
ajudar o teu próximo, diz Deus? Fá-lo honestamente, com os
teus bens e não vás roubar os dos outros. A Palavra de Deus é clara e
não deixa espaço para opiniões de nenhum género. Mas nós queremos perguntar a estes teólogos papistas? Mas nunca lestes que Deus disse: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mat.
22:39) e ainda que "o amor não faz mal ao
próximo" (Rom. 13:10)? Ou que nós devemos fazer aos outros tudo o que
queremos que os outros façam a nós (cfr. Mat. 7:12)? Como podeis pois dizer
que roubar a alguém para ajudar os necessitados seja lícito? E depois ainda:
Mas não vos dais conta que tendo uma semelhante conduta, mesmo se o fim é
bom, não se acaba senão por fazer blasfemar a doutrina e o nome de Deus? Arrependei-vos,
deixai de raciocinar desta maneira perversa. |
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O MONAQUISMO |
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||
A doutrina
dos teólogos papistas |
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É coisa boa e meritória
isolar-se do mundo e dar-se à vida monástica. Por monaquismo
se entende a vida ascética em comum ou vida cenobítica nascida no Oriente no século quarto a qual se difundiu quase
contemporaneamente também no Ocidente. Inicialmente o monaquismo era pouco ou
mal organizado mas com Bento de Núrsia ele recebeu uma regra bem precisa, a
chamada regra de Bento que contribuiu muito para
desenvolver o monaquismo tanto masculino como feminino. O
próprio Bento construiu um mosteiro em Montecassino em torno de 529. Deste monte, segundo Urbano II ‘como de paradisíaca fonte brotou
a veneranda instituição da Ordem monástica’. Na
Idade Média este monte chegou a ser comparado ao monte Sinai. Pelo que
diz respeito à regra de Bento de Núrsia ela diz que o monge deve renunciar a todos os bens materiais privados,
permanecer casto e viver na mais profunda pobreza pessoal. Além disso, no que diz respeito às suas actividades diárias elas são a
oração, a leitura e o trabalho. |
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Confutação |
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O monaquismo não
está em harmonia com o ensinamento de Jesus Cristo |
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O monaquismo não é bíblico porque os crentes,
segundo o ensinamento do Senhor, não são chamados a fazer uma vida de
eremitas, no deserto ou sobre um monte, longe das pessoas, mas são, pelo
contrário, chamados a viver no meio desta geração
pecadora resplandecendo como luminares. Isto o disse Jesus
quando disse aos seus: "Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder
uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca
debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso
Pai, que está nos céus" (Mat. 5:14-16). Jesus mesmo que era a luz
do mundo viveu no meio da gente deste mundo, o seu
ministério não o cumpriu num recanto deste mundo, mas publicamente no meio
dos pecadores. Comeu e bebeu junto com os publicanos e os pecadores, ensinou
pelas ruas, pelas praças, nos montes, nas margens do mar da Galiléia, nas sinagogas
e no templo que eram os lugares onde os Judeus se
reuniam para ouvir a lei e os profetas. Alguém dirá: ‘Mas
também Jesus se apartou para o monte com Tiago, João e Pedro, também ele se
retirava para os lugares desertos!’ Sim, é verdade, mas é também verdade que nestes lugares desertos ele não
ficou ali toda a sua vida como os monges ou as monjas de clausura. Ele
se retirava para os lugares desertos para orar conforme está escrito:
"Se retirava para os lugares desertos, e ali orava" (Lucas 5:16), e: "Subiu ao monte para orar à parte"
(Mat. 14:23), mas pouco depois voltava para as
povoações e para as cidades para pregar o Evangelho e curar aqueles que
necessitavam de cura. Também nós estamos persuadidos que é
coisa boa de vez em quando apartarmo-nos para lugares solitários, longe do
barulho da cidade ou da povoação, para orar ou meditar ou ler a Palavra de
Deus; mas sentimos sempre ter que voltar para o meio da gente que não conhece
o Senhor para testemunhar-lhe com as nossas palavras e com as nossas obras o
Evangelho de Deus. Para que serve a candeia se depois de ter sido
acesa é posta debaixo da cama? Para nada. Da mesma maneira, que proveito
terão deles as pessoas do mundo se os discípulos de Cristo se refugiam em
algum lugar perdido da terra para viver como eremitas? Nenhum. |
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Recordamos depois que tanto nos mosteiros dos
monges como nos conventos das monjas, o facto deles terem que renunciar a
casar-se para viver como pessoas castas, alimenta tanto a fornicação como a
sodomia. Há abundantes factos que comprovam isso.
Esta é uma das nefastas consequências do monaquismo. Isso
nos ensina que todas as vezes que se viola a Palavra de Deus e se estabelecem
preceitos humanos que se desviam da verdade os frutos não podem senão ser
venenosos. |
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COLARES, ANÉIS, BRINCOS, ETC. |
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A doutrina dos teólogos papistas |
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É lícito à mulher usar colares, anéis, brincos, etc. ‘É verdade que a Bíblia
proíbe o uso de colares, anéis, brincos e qualquer outro tipo de adorno?
Não é verdade. A Bíblia proíbe somente o uso dos adornos, que podem favorecer
o orgulho pessoal e o desprezo dos pobres (Cfr Gn
41,42; Jt 10,4)’ (Amatulli Flaviano, op. cit., pag. 166). A passagem citada do livro de Judite
diz: ‘Calçou (Judite) sandálias e enfeitou-se com braceletes, colares, anéis,
brincos e todas as suas jóias. Ficou belíssima, capaz de seduzir os homens
que a vissem’. Além destas passagens Amatulli cita - em favor do adorno
exterior - a passagem no livro do Cântico dos cânticos que diz: ‘Formosas são
as tuas faces entre os teus enfeites, e formoso o teu pescoço com os
colares" (Cant. 1:10); e aquela que em Lucas diz que o pai do filho
pródigo na sua volta ordenou que se vestisse com o melhor vestido e se lhe
pusesse um anel no dedo (Lucas 15:22). |
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Confutação |
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A Escritura
ordena que o adorno da mulher não deve ser o exterior; por isso ela deve
rejeitar anéis, colares, brincos, braceletes,
etc. |
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A
apóstolo Paulo diz a Timóteo: "Quero, do mesmo modo, que as mulheres se
ataviem com traje decoroso, com modéstia e pudor, não com tranças, ou com
ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas (como convém a mulheres que fazem
profissão de servir a Deus) com boas obras" (1 Tim. 2:9,10), e a
apóstolo Pedro diz às mulheres: "O vosso adorno não seja o enfeite
exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos
vestidos, mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um
espírito benigno e pacífico, que é precioso diante de Deus. Porque assim se
adornavam antigamente também as santas mulheres que esperavam em
Deus..." (1 Ped. 3:3-5). Como se pode ver Deus quer que as mulheres não
ponham em cima de si nem jóias de ouro e nem pérolas, e portanto condena o
vestir colares, brincos, braceletes, anéis e por aí fora. Não é bastante
clara a Escritura a tal respeito? São precisamente
estes adornos (colares, brincos, anéis, braceletes etc.) que favorecem o
orgulho conforme está escrito no livro do profeta Ezequiel: "Converteram
em soberba a formosura dos seus adornos" (Ez. 7:20). Por isso, ó
mulheres que professais a religião católica romana, sabei que quando uma
mulher se arrepende dos seus pecados e crê em Jesus Cristo, torna-se uma
filha de Sara, e ela deve deixar de vestir todo o tipo de jóias; mesmo o anel
nupcial, cujo uso, além de mais, se baseia numa superstição. |
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CABELO, CALÇAS,
VÉU, ENSINAMENTO |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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A mulher pode usar
calças, e pode ensinar, e não é obrigada a pôr o véu sobre a cabeça quando
ora. ‘Por que
na igreja Católica as mulheres fazem coisas que não estão de acordo com a
Bíblia, como por exemplo cortar o cabelo, usar calças, não cobrir a cabeça
com o véu, pregar, etc.? Nem tudo o que se encontra na Bíblia é doutrina.
A Bíblia contém também costumes, que não somos obrigados a
observar’ (Amatulli Flaviano, op. cit., pag. 178) [8]. |
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Confutação |
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A Escritura diz
que o cabelo comprido é uma honra para a mulher, que se deve vestir à mulher
e com modéstia e pudor, que deve cobrir a cabeça quando ora ou profetiza e
que não lhe é permitido ensinar |
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Pela
resposta de Amatulli se evidência claramente o porquê de todas as coisas que
as mulheres fazem na igreja católica romana e que são proibidas pela
Escritura serem tranquilamente aceites. A
Escritura ensina que o cabelo comprido para a mulher é uma honra e portanto o
cortar o cabelo é uma desonra, como para o homem é desonra deixar crescer o
cabelo sobre a cabeça (cfr. 1 Cor. 11:15,6,14) [9]. A Escritura diz
que a mulher deve ter sobre a cabeça, por causa dos anjos, um sinal da
autoridade da qual depende, e que este sinal é o véu (cfr. 1 Cor. 11:10). Por isso está escrito que a
mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra o seu cabeça
(cfr. 1 Cor. 11:5). Se o homem
desonra o seu cabeça, ou seja, Cristo, orando ou profetizando com a cabeça
coberta; assim a mulher desonra o seu cabeça, ou seja, o homem, se ora
ou profetiza com a cabeça descoberta. A Escritura
ensina que a mulher se deve vestir com pudor e modéstia; as calças são
vestimentas indecentes para as mulheres. Na lei está
escrito que a mulher não se deve vestir como o homem (cfr. Deut. 22:5). A
Escritura ensina por fim que à mulher não é permitido ensinar de facto Paulo
diz que não permite que a mulher ensine (cfr. 1 Tim. 2:11,12). Recordamos que
Jesus escolheu e enviou a pregar doze homens, e depois setenta; e não
mulheres. As mulheres o seguiam e o serviam (cfr. Lucas 8:2,3). Quem tem
ouvidos para ouvir ouça. |
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O FUMO |
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||
A doutrina dos teólogos papistas |
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Fumar não é pecado enquanto não se abusar
do fumo. ‘É pecato fumar? Na medida em que o
fumar causa dano para a saúde, é pecado. Dizer que não se pode fumar
nem um cigarro, é um exagero, que serve somente para ‘favorecer o orgulho próprio’ (Amatulli Flaviano, op. cit.,
pag. 182). Em outras palavras, para a igreja
católica romana abusar do fumo é pecado, não abusar dele não é pecado. Isto é
confirmado também pelo catecismo que diz: ‘A virtude
da temperança dispõe a evitar toda a sorte de excessos, o abuso dos
alimentos, do álcool, do tabaco e dos medicamentos’ (Rino Fisichella, op.
cit., pag. 423). |
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||
Confutação |
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Fumar, ou pouco ou muito, é pecado |
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Este ensinamento católico é falso porque Paulo
diz aos Coríntios: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o
Espírito de Deus habita em vós? Se
alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus,
que sois vós, é santo" (1 Cor. 3:16,17), e ainda: "Ou não sabeis
que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes
comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo" (1
Cor. 6:19,20). Um crente deve-se pois abster
totalmente de fumar para não contaminar e danificar o seu corpo que é o
templo do Espírito Santo. Dizer que um crente pode fumar pelo menos um
cigarro por dia, mas cinquenta cigarros não os pode fumar é
como dizer que uma mentira por dia a se pode dizer, mas cinquenta não,
em suma que mentir é lícito mas abusar da mentira não. |
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A DANÇA |
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||
A doutrina
dos teólogos papistas |
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A dança num clima de são divertimento é
admitida. ‘É verdade
que é pecado dançar?’ Tudo depende de que tipo de dança se trata. Se se
realiza num clima de desordem moral, é pecado; se se faz num clima de são
divertimento, é bom’ (Amatulli Flaviano, op. cit.,
pag. 155), depois de que vem citada a passagem da Escritura em que se diz que
Davi e todo o Israel dançavam perante Deus com todas as suas forças. |
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Confutação |
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A dança num clima de ‘são’ divertimento é uma concupiscência carnal
da qual os santos se devem abster |
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Esta resposta de Amatulli faz claramente
perceber que a dança feita num clima de ‘são’ divertimento é consentida pela
igreja católica romana. Mas o que se entende por clima de são divertimento?
Julgo que basta observar o clima que numa qualquer terra desta nação reina
quando chega o dia da festa do ‘patrono’ da terra
para se dar conta dele. Não é
porventura verdade que naqueles dias os Católicos respiram ar de são
divertimento? Certamente que assim é. Basta ir ou dentro das salas paroquiais
ou noutros casos fora delas em lugares próximos do lugar de culto da igreja
católica e se verão as festas com baile organizadas pela igreja católica
romana com o dinheiro recolhido na terra em honra do seu chamado santo
patrono. Por alguns dias músicos e cantores se alternam neste clima de são
divertimento para entreter os habitantes da povoação com músicas de todo o
género; e sobre o palco montado perante eles uma multidão de Católicos
romanos, jovens e velhos, dançam ao som das suas músicas. Eis pois a dança feita num clima de são divertimento de que fala
Amatulli Flaviano. Mas nós dizemos: Mas como se pode comparar a dança
de Davi e do povo de Israel perante Deus feita na
ocasião do transporte da arca do Senhor com esta dança a que se abandonam os
Católicos romanos? Tem-se que ser forçosamente cego para fazê-lo. Aquela
dança feita por Davi e pelo povo era uma dança que exprimia a sua alegria,
mas também o seu reconhecimento para com Deus porque a
arca depois de muito tempo era transportada para Jerusalém. E que aquela dança era algo que agradava a Deus percebe-se
também pelo facto de por causa do facto de Mical, mulher de Davi, ter
desprezado Davi porque o viu saltar e dançar diante de Deus, Deus ter punido
Mical privando-a de filhos até à sua morte (cfr. 2 Sam. 6:16-23).
Mas a mesma coisa não se pode dizer da dança a que se
abandonam os Católicos romanos nestas festas patronais. Ela, de facto,
é uma dança produzida pela lascívia e pela luxúria, em suma pelas
concupiscências carnais, em nada expressão de alegria e de louvor a Deus. Esta dança a se pode comparar um pouco às danças a que se
abandonaram os Israelitas quando fizeram o bezerro de ouro conforme está
escrito que Moisés quando desceu do monte viu "o bezerro e as
danças" (Ex. 32:19). Sim
porque como aquelas danças eram feitas em honra do seu ídolo assim também as
danças dos Católicos romanos são feitas em honra dos seus ídolos; que
porém não têm a forma do bezerro de ouro, mas a forma de um personagem humano
que é diferente conforme o lugar. Como os Israelitas se
sentaram a comer e a beber e depois se levantaram para divertir-se, assim
fazem os Católicos nestas ocasiões; comem e bebem e depois se põem a dançar
ao som de música rock, ou disco, ou outra, em suma se divertem como fizeram
os Israelitas. Tudo isto é abominável a Deus porque não glorifica
Deus. Por dança em clima de são divertimento tolerado pela
igreja católica romana deve-se entender também a que fez recentemente
um padre de Nápoles. Eis a reportagem dela tirada de um periódico católico: ‘Outros padres vão à discoteca para falar de Deus com os
jovens; ele preferiu transformar o salão paroquial numa sala de dança, para
afastar os rapazes dos riscos de sábado à noite e para aproximá-los à vida da
comunidade. Padre Mario Rega, 58 anos, religioso dos Pios Operários
Catequistas Rurais, é o inventor desta nova estratégia pastoral para superar
a barreira entre Igreja e novas gerações: uma ideia que - assegura - já
produziu frutos inesperados, trazendo para os bancos da igreja ou para as
salas da catequese dezenas de rapazes e raparigas que antes ficavam a devida
distância das portas do templo. Estamos no centro de Nápoles, na via Toledo, na histórica igreja de San Nicola alla Carità.
Zona de fronteira entre a city dos negócios e os ‘Bairros
espanhóis’, privada de lugares de agregação para os jovens mas densa de
perigos para quem dispõe somente da rua como passatempo. ‘Via os rapazes
ficar por horas nos bancos da rua’, conta o sacerdote, ‘e
me perguntava como poder estabelecer com eles um contacto’. Depois a intuição: usar o salão paroquial para fazer os jovens
passar noites de divertimento seguras, longe da droga, álcool, acidentes da
estrada. Padre Rega adquire as luzes e a aparelhagem
de amplificação, pede ajuda para a organização aos rapazes que frequentam
assiduamente a paróquia. No fim de novembro a discoteca
estreia, e é já sucesso...’ (Jesus, Febbraio 1997, pag. 85). Ainda
uma vez temos que constatar que para os padres vale
sempre a máxima dos Jesuítas ‘o fim justifica os meios’. Me
parece que toda a confutação seja supérflua! Com este nosso discurso quisemos
demonstrar que a diferença entre os dois tipos de danças que faz Amatulli
Flaviano não existe; é só um sofisma para justificar os bailes organizados
pela igreja católica romana. Seja aqueles em honra do seu ‘santo patrono’ de turno, seja aqueles organizados à maneira
daquele padre de Nápoles ou seja outros. Aliás, a
igreja católica romana tem de cativar de alguma maneira a amizade e o favor
dos seus fiéis que adoram divertir-se, de outro modo estes não se farão mais
ver nos seus lugares de culto com grave prejuízo económico para as suas
caixas. Portanto na raiz destes vãos raciocínios está ainda
uma vez o amor pelo dinheiro. |
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AS PRESCRIÇÕES DA ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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As decisões tomadas pela assembleia de Jerusalém caíram por si e por isso
não são mais válidas. A igreja católica romana ensina que a
deliberação da assembleia de Jerusalém de nos devermos abster do sangue, das
coisas sufocadas e das coisas sacrificadas aos ídolos hoje não é mais válida.
Em 1442 o concílio de Florença de facto deliberou quanto segue: ‘Também a proibição dos apóstolos das coisas imoladas aos
simulacros, do sangue e das carnes sufocadas era adequada ao tempo em que dos
judeus e gentios, que antes viviam praticando diferentes ritos e segundo
diferentes costumes, surgia uma só igreja. Em tal modo judeus e gentios
tinham observâncias em comum e a ocasião de se
encontrarem de acordo num só culto e numa só fé em Deus, e vinha removida
matéria de dissensão (...) Mas quando a religião cristã foi tão afirmada de
forma a não haver mais nela algum Judeu carnal, mas antes todos de acordo
tinham passado para a igreja, compartilhando os mesmos ritos e cerimónias do
Evangelho, persuadidos que para os que são puros todas as coisas são puras,
então desapareceu a causa daquela proibição, e por isso também o efeito’
(Concílio de Florença, Sess. XI de
4 de Fevereiro de 1442). A esta declaração acrescentamos as seguintes
confirmações. |
||
No
periódico Alleluja Francis A. Sullivan (teólogo do movimento
carismático católico) após ter exposto os artigos de fé da Igreja Cristã
Evangélica Pentecostal assim como são expostos no periódico Risveglio
Pentecostale de Novembro de 1953, entre cujos artigos está o seguinte:
‘Nós cremos na necessidade de nos abster das coisas sacrificadas aos ídolos,
do sangue, da carne sufocada e da fornicação, em obséquio a quanto decretado
pelo Espírito Santo no primeiro Concílio de Jerusalém’, fazendo notar as
divergências mais importantes que existem entre a fé pentecostal e a católica
afirma: ‘A insistência dos pentecostais sobre a obrigatoriedade permanente dos
‘decretos’ do Concílio de Jerusalém é um exemplo de interpretação
‘fundamentalista’ da Sagrada Escritura. Tais prescrições tiveram razão na
situação da igreja primitiva, quando haviam muitos cristãos convertidos do
judaísmo que ainda observavam a Lei Mosaica. Mudada a situação, não têm mais
razão ou força por quanto respeita às prescrições dietéticas’ (Alleluja,
Marzo-Aprile 1976, pag. 4-5). |
||
Na Bíblia
católica (Ed. Paulinas de 1971) numa nota que fala da assembleia de
Jerusalém lê-se: ‘Tiago, depois de ter confirmado as palavras de Pedro com a
Escritura (Am. 9,11-12), propõe prudenciais medidas disciplinares que, tendo
o fim provisório de tornar mais fácil as relações entre os Gentios e os
Judeus, caíram por si, quando a fusão foi completa’. Notai que neste caso
também a abstenção da fornicação está incluída entre as medidas disciplinares
que caíram por si; enquanto nas palavras de Sullivan acima expostas a
fornicação permanece ainda válida. |
||
Na New
Catholic Encyclopedia (1967) na palavra ‘Jerusalém, Concílio de’ lê-se a
respeito das instruções dadas naquele Concílio quanto segue: ‘Fora dos Actos
nenhuma menção delas é feita; Paulo nunca se referiu a elas (cf. 1 Cor
8.1-10.30) nas suas Epístolas, uma indicação que elas eram só de importância
local e temporal’. |
||
Portanto,
para recapitular, o que pareceu bem ao Espírito Santo e aos apóstolos e aos
anciãos impor a nós Gentios para o nosso bem não é mais válido hoje porque as
circunstâncias mudaram. |
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||
Confutação |
||
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||
As decisões da assembleia de Jerusalém devem ser ainda
observadas por todos os santos dentre os Gentios |
||
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||
O ensinamento papista acima exposto é falso;
ele significa fazer dizer à Palavra de Deus a que ela não diz. Mas não é de admirar, a
igreja católica nos habituou a isto. O que faz indignar é que a decisão de
uma assembleia que sabemos com certeza ser justa porque foi o Espírito Santo
a fazer com que ela fosse tomada é considerada ultrapassada (é de ter
presente que muitos teólogos papistas pela fornicação da qual é necessário
nos abstermos segundo a assembleia de Jerusalém entendem o matrimónio entre
parentes próximos ou entre consanguíneos) [10],
enquanto as decisões dos seus passados e mais recentes concílios cheios de
intrigas de todo género e de onde brotaram heresias de todo género essas são
proclamadas aos quatro ventos como infalíveis, como estáveis nos séculos dos
séculos e são acompanhadas pelos anátemas contra quem ousar transgredi-las ou
desconhecê-las. Basta tomar o texto do concílio de Trento que é ainda
citado até não poder mais para se dar conta disto. Eis aquilo a que se
assiste na igreja católica! Mas vamos à confutação desta
outra heresia da igreja católica romana. Responderemos ponto por ponto
às suas objecções para demonstrar quanto elas são vãs. |
||
1) Estas medidas disciplinares caíram por si quando a fusão entre Judeus e Gentios foi completa.
Nós perguntamos: ‘E quando a fusão foi completa?’ É
bom recordar que a fusão entre Judeus e Gentios já estava completa quando
houve a assembleia de Jerusalém. Com isto queremos dizer
que já haviam igrejas formadas por Judeus convertidos e Gentios convertidos
que com a graça de Deus iam avante nos caminhos de Deus. Porque Cristo
mediante a sua morte tinha feito de ambos os povos
um só e tinha derrubado a parede de separação que havia entre Judeus e
Gentios com o desfazer na sua carne a causa da inimizade, ou seja, a lei
feita de mandamentos que consistia em ordenanças. Não é que se teve que
esperar a assembleia de Jerusalém para ver Judeus
crentes e Gentios crentes andar de acordo; porque este acordo já havia em
Cristo: eles eram irmãos membros de um mesmo corpo. Em
Antioquia da Síria por exemplo havia tanto Judeus como Gentios que tinham
crido (cfr. Actos 11:19-21); como também em
Antioquia da Pisídia (cfr. Actos 13:43,48) e Icônio
(cfr. Actos 14:1) onde tinham estado a pregar Paulo
e Barnabé na sua viagem missionária. Mas então por que razão se reuniu aquela
assembleia em Jerusalém? Porque depois de Paulo e Barnabé terem voltado a Antioquia da sua missão em que Deus tinha aberto a porta
da fé aos Gentios, Judeus vindos da Judeia puseram-se a ensinar que sem a
circuncisão segundo o rito de Moisés não se podia ser salvo; e por causa
disso nasceu uma grande discussão entre Paulo e Barnabé e esses Judeus: o
motivo é evidente. Ensinar a circuncisão significava anular
a graça de Deus porque a salvação não era mais por graça mas por
obras. Foi decidido então que Paulo e Barnabé e outros irmãos subissem a
Jerusalém para discutir a questão com os apóstolos e os anciãos. Então
naquele encontro foi decidido que aos irmãos dentre os Gentios não se devia
impor nem a circuncisão e nem a observância da lei
para serem salvos porque isso significaria tentar Deus, e pôr sobre o pescoço
dos discípulos um jugo pesado insuportável no lugar do jugo leve de Jesus
Cristo. Mas apesar de não ter sido imposta aos Gentios a
observância da lei para a sua salvação, todavia pareceu bem ao Espírito Santo
impor-lhes que se abstessem da fornicação, onde por fornicação se entende a
relação carnal ilícita com uma mulher que não é a sua própria mulher
(consideramos de qualquer modo que também o casar com a própria irmã ou a
própria tia ou sobrinha significa transgredir a Palavra de Deus), das coisas
sufocadas, das coisas sacrificadas aos ídolos e do sangue; que eram todas
coisas que estavam contidas na lei de Moisés. Quereria fazer notar que estas
prescrições foram deliberadas pelo Espírito Santo antes
de mais porque os apóstolos disseram: "Na verdade pareceu bem ao
Espírito Santo e a nós..." (Actos 15:28), o que
faz claramente perceber que essas prescrições não podem ser um jugo pesado
para os que estão debaixo da graça, e de facto não o são. Nós Gentios de
nascença não temos nenhuma dificuldade em reconhecê-lo. Deve ser notado
depois que o facto de terem sido dadas aos Gentios só estas prescrições contidas
na lei, não significa que outras prescrições como por exemplo a de não
consultar os espíritos, ou os adivinhos, e outras de natureza comportamental
ou moral não devessem ser observadas pelos Gentios, mas apenas que naquela
ocasião o Espírito Santo quis pôr a atenção sobre
aquelas prescrições necessárias, provavelmente porque elas estavam entre as
mais transgredidas pelos Gentios e por isso quando os Gentios se convertiam a
Cristo eram tentados a continuar a transgredi-las com muita facilidade. Mas há
ainda uma coisa por dizer: Tomemos somente as prescrições que dizem respeito a alimentação, dado que alguns comentadores católicos
entendem a fornicação banida pela assembleia como a entendemos nós e
consideram por isso que a sua proibição seja ainda válida; por que motivo
hoje não deveriam ser mais válidas quando ainda hoje há Judeus que crêem e
Gentios que crêem e em qualquer Igreja onde se encontram juntos podem ainda
introduzir-se Judeus que dizem que se os Gentios não se fazem circuncidar e
não observam a lei de Moisés não podem ser salvos e se apresentariam de novo
assim as mesmas circunstâncias que se verificaram em Antioquia e em
Jerusalém? Não é porventura este um motivo pelo qual é errado considerar
caídas aquelas prescrições dietéticas quando aquelas mesmas circunstâncias
podem apresentar-se de novo em todos os tempos? E
ainda: Mas porquê considerá-las caídas quando ainda hoje muitos dentre os
Gentios em todo o mundo matam animais sufocando-os, sacrificam carnes e
outros alimentos aos ídolos, e comem o sangue exactamente como faziam os
Gentios aos dias dos apóstolos? É verdade que aquelas prescrições dietéticas
foram dadas oficialmente aos Gentios naquela circunstância particular para
aplanar o caminho dado que tinha vindo a criar-se aquele grave problema mas
porventura o Espírito Santo quis dar aquelas prescrições apenas por um tempo
à espera de tempos ‘melhores’? De maneira nenhuma;
se tivesse sido assim o teria dito. Também os apóstolos
teriam sublinhado com força que aquelas prescrições dietéticas não mais
teriam força ou razão de ser quando Judeus e Gentios estivessem bem
misturados. Mas eis que chegaram os teólogos católicos
romanos e com um sofisma cancelaram a validade daquelas prescrições.
Somos fundamentalistas para eles porque interpretamos a
Escritura de maneira fundamentalista; mas se é por isso então estamos em boa
companhia porque o eram também os apóstolos ‘fundamentalistas’. A observância das prescrições dietéticas dadas em
Jerusalém também não é uma coisa deixada à vontade dos crentes ou como dizem
outros ‘uma questão de liberdade cristã’; porque elas não são facultativas
pelo que quem quer as pode observar e quem não quer pode não as observar; ela
nos é imposta pelo Espírito Santo. Aqui não se trata de considerar
pessoalmente a carne de coelho impura e de abster-se dela, ou de não querer
beber vinho por opiniões pessoais, porque nestes casos um é livre de agir com
base na sua convicção pessoal e não deve ser julgado (sempre que não o
imponha a outros); aqui trata-se de transgredir mandamentos
dados por meio do Espírito Santo, que embora dizendo respeito a alimentos são
muito importantes tanto que são postos juntamente com a prescrição de
abstermo-nos da fornicação. Ninguém pois vos engane irmãos. |
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2) Aquelas
prescrições dietéticas tinham valor apenas localmente. É verdade que a
carta que os apóstolos e os anciãos escreveram foi endereçada aos irmãos
dentre os Gentios que se encontravam em Antioquia, na Síria e na Cilícia
porque assim diz o texto (cfr. Actos 15:23); mas isso não significa que o seu
conteúdo tivesse valor apenas para os crentes que habitavam naquelas zonas. Seria
como dizer que a epístola de Paulo aos Colossenses era válida apenas para os
crentes de Colossos ou aquela aos Romanos apenas para os santos de Roma só
porque não está escrito que elas eram dirigidas a todos os santos sobre a
face da terra. É claro que essas cartas foram escritas numa particular
circunstância a Igrejas específicas, mas a sua mensagem é válida para todos
os crentes de todas as idades: a mesma coisa deve ser dita daquela carta
escrita àqueles crentes daquelas zonas acima mencionadas. E que é assim é
confirmado pelo facto que depois dessa carta ter sido levada a Antioquia e
lida lá; quando Paulo e Silas partiram para visitar os irmãos nas cidades
onde tinham anteriormente estado Paulo e Barnabé está escrito que
"quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem
observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e
anciãos em Jerusalém" (Actos 16:4). Por quais cidades? Derbe, Listra,
Icônio, Antioquia da Pisídia, e outras que não faziam parte nem da Síria e
nem da Cilícia que são zonas de que se fala na carta redigida por aqueles de
Jerusalém. Temos uma outra confirmação que aquelas prescrições eram válidas
também para os crentes de outras zonas no facto de na Igreja de Tiatira haver
uma mulher de nome Jezabel que ensinava e seduzia os servos do Senhor para
que comessem coisas sacrificadas aos ídolos (cfr. Ap. 2:20), e na Igreja de
Pérgamo haviam aqueles que professavam a doutrina de Balaão ensinando a comer
as coisas sacrificadas aos ídolos (cfr. Ap. 2:14); em ambos estes casos o
Senhor reprova o comer as coisas sacrificadas aos ídolos por parte de seus
discípulos. E cuidai que Tiatira e Pérgamo
eram cidades da Ásia (cfr. Ap. 1:4,11), e não da
Síria ou da Cilícia. As razões que aduzem pois os Católicos
para este ‘cair por si’ das prescrições dietéticas
são elas que não têm força, são elas que não têm razão de ser. Reitero com
força que nós crentes em Cristo Jesus dentre os Gentios, em obediência ao
Espírito Santo, devemos observar e fazer observar ainda hoje as prescrições
dadas para nós Gentios porque elas são ainda válidas, tal e qual como eram
aos dias da assembleia de Jerusalém. Mas também que em
obediência ao Espírito Santo devemos rejeitar todos aqueles preceitos
dietéticos e não dietéticos que se opõem à Palavra de Deus tomados por
todos os concílios da história do cristianismo, que são muitos. |
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3) O apóstolo Paulo nas suas epístolas nunca
se refere às prescrições dietéticas da assembleia de Jerusalém por isso elas devem ser consideradas decaídas. Em
particular os sustentadores desta tese fazem presente o facto de que quando
Paulo fala aos Coríntios das coisas sacrificadas aos ídolos ele permite aos
crentes daquela cidade comê-las o que vai
abertamente contra o decreto de Jerusalém. Mas as coisas
não são de forma nenhuma assim; porque lendo atentamente as palavras de Paulo
aos Coríntios sobre esta específica questão se notará que ele não
queria que os crentes comessem as coisas sacrificadas aos ídolos. Para confirmar isso fazemos notar as
seguintes afirmações de Paulo. |
||
"Alguns até agora comem, no seu costume para
com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo fraca,
fica contaminada" (1 Cor. 8:7). Portanto na Igreja de Corinto haviam alguns crentes que
continuavam a comer coisas sacrificadas aos ídolos e a sua consciência ficava
contaminada por este acto. |
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"Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos
demónios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demónios" (1 Cor.
10:20). Portanto Paulo estava persuadido que para um crente comer
coisas sacrificadas aos ídolos significava ser participante com os demónios
porque essas coisas estavam contaminadas. |
||
Por quanto respeita às afirmações de Paulo
segundo as quais os crentes podiam comer tudo o que vendiam no mercado e tudo
o que era posto diante deles pelos incrédulos se convidados por eles (cfr. 1
Cor. 10:23-30), dizemos isto: com elas Paulo não
contrastou de forma nenhuma o decreto de Jerusalém porque ele apenas disse
para comer o que é vendido no mercado ou que nos é posto diante de nós por
pessoas do mundo sem perguntar nada; notai o "sem perguntar nada"
(1 Cor. 10:25,27); e portanto mesmo que essas coisas
tivessem sido sacrificadas aos ídolos, nós não sabendo nada disso, não somos
participantes com os demónios, porque nos chegamos a essas coisas não como se
fossem coisas sacrificadas aos ídolos mas como um qualquer tipo de alimento.
Outra coisa, pelo contrário, é se nós sabendo que essas coisas são
sacrificadas aos ídolos nos chegamos a elas
considerando que essas coisas se comidas podem nos ser de alguma utilidade
espiritual; então neste caso nós seremos participantes com os demónios e
provocaremos Deus a ciúmes. Por isso é errado pensar
que Paulo com essas palavras tenha querido demonstrar que o decreto de
Jerusalém respeitante às coisas sacrificadas aos ídolos tinha sido apenas
circunscrito a um tempo e a um lugar. |
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A CRIAÇÃO DO
HOMEM |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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O
homem descende dos brutos. Pio XII (1939-1958) na encíclica Humani
Generis (1950) afirmou quanto segue: ‘O
Magistério da Igreja não proíbe que, em conformidade com o actual estado das
ciências e da teologia, sejam objecto de pesquisas e de discussões, por parte
dos competentes em ambos os campos, a doutrina do evolucionismo,
enquanto ela investiga a origem do corpo humano, que proviria de matéria
orgânica preexistente (a fé católica nos obriga a professar que as almas são
criadas imediatamente por Deus).’. Como podeis ver nesta encíclica a evolução
não é de maneira nenhuma condenada, mas é implicitamente admitida seja
todavia como hipótese e com prudência. O facto de
também os teólogos terem sido encorajados a fazer pesquisas e a discuti-la
demonstrou certamente um certo favor da igreja católica para com esta teoria
da evolução. Passaram quase cinquenta anos desde esta encíclica; como estão
hoje as coisas? Estão que a igreja católica romana ensina
a evolução do homem, isto é, que o homem deriva de seres inferiores ou de brutos.
Mas não é uma evolução que exclui o acto criativo de Deus
mas uma evolução que pressupõe a criação. Eis de facto quanto afirmou
João Paulo II num Simpósio sobre Fé cristã e teoria da evolução: ‘Uma fé rectamente incluída na criação e um ensinamento
rectamente entendido da evolução não criam obstáculos (...) A evolução de
facto pressupõe a criação; a criação se põe na luz da evolução como um
acontecimento que se estende no tempo - como uma creatio continua - em
que Deus torna-se visível aos olhos do crente como criador do céu e da terra’
(L’Osservatore Romano 27 de Abril de 1985). Este tipo de evolução
sustentado pela igreja romana é chamado evolucionismo antropológico mitigado
e se diferencia do evolucionismo antropológico radical de Lamarck, de Darwin
e de Haeckel e professado por muitos biólogos, porque ele afirma que a evolução é restringida só à origem do corpo humano (já
que a alma é criada directamente por Deus) enquanto o radical afirma que a
evolução do homem compreende também a alma. Mas na substância o que diz este
tipo de evolucionismo sustentado pela igreja romana? Isto; que Deus mediante
uma especial intervenção seja causa principal do
corpo humano, mas se serviu de um bruto como de matéria e instrumento. Em
outras palavras, como diz Fiorenzo Facchini, ‘o
homem é fruto, a um tempo, da evolução biológica e de um concurso particular
criativo de Deus’, porque evoluiu de um ser inferior criado por Deus. Um
estudioso católico, para explicar este conceito, afirmou: ‘Não
descendemos dos brutos, mas ascendemos deles’. Portanto à distância de cerca
de meio século da encíclica Humani Generis de Pio XII a evolução não é mais uma simples hipótese mas uma verdade
a abraçar de braços abertos que não se deve duvidar: eis como recentemente
João Paulo II pôs fim a todas as dúvidas: ‘A Encíclica Humani generis
considerava a doutrina do evolucionismo uma hipótese séria, digna de uma
pesquisa e de uma reflexão aprofundada a par da hipótese oposta (...) Hoje,
cerca de meio século após a publicação da Encíclica, novos conhecimentos
conduzem a não considerar mais a teoria da evolução uma mera hipótese. É
digno de nota o facto que esta teoria se tenha progressivamente imposto à
atenção dos investigadores, no seguimento de uma
série de descobertas feitas nas diversas disciplinas do saber’ (L’Osservatore
Romano, 24 Outubro de 1996). |
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Confutação |
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O homem foi feito por Deus à sua imagem e semelhança, e portanto
nunca foi um bruto |
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Ficamos verdadeiramente enojados ao ver como
esta igreja, que se diz cristã e afirma ter no seu
magistério um intérprete infalível da Escritura, procura conciliar as
hipóteses científicas com a Palavra de Deus acabando assim por dar um outro
significado à criação do homem assim como é descrita e ensinada pela sagrada
Escritura. Esta atitude da igreja católica romana em relação a esta doutrina diabólica que é o evolucionismo é a
enésima demonstração de desprezo que ela nutre pela Palavra de Deus. Passamos agora à destruição destes raciocínios que se levantam
contra o conhecimento de Deus. |
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No livro do Gênesis
está escrito: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e
soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente....
Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e
guardar. Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim
podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa
não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás... Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais o
campo e todas as aves do céu, os trouxe ao homem, para ver como lhes
chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu
nome. Assim o homem deu nomes a
todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo.." (Gen. 2:7,15-17,19,20). |
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A Escritura é clara;
Deus no sexto dia fez o homem do pó da terra. Não pode ser verdade portanto
de nenhuma maneira que o homem tenha evoluído com o tempo de brutos antes
criados por Deus até se tornar o ser que hoje nós conhecemos porque neste
caso Deus teria formado o homem de matéria viva e não mais de matéria
inorgânica como diz a Escritura. Em outras palavras
o homem não pode ser o fruto de uma evolução biológica da matéria viva porque
a matéria da qual Deus tomou o homem não era matéria orgânica mas simples pó
(e para ele torna o homem quando morre conforme
disse Deus: "Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à
terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás"
[Gen. 3:19]). Além disso deve ser notado que apesar
de também os animais da terra, e portanto também todas as espécies de
macacos, terem sido também eles criados no sexto dia
o homem foi formado no sexto dia com um acto criativo bem distinto; portanto
o macaco foi feito macaco, e o homem foi feito homem. A
isto acrescentamos o facto que Deus quando criou o homem disse: "Façamos
o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..." (Gen. 1:26); porque também isso confirma que o homem não pode de
nenhuma maneira derivar de um ser inferior animal, precisamente porque foi
feito à imagem e semelhança de Deus logo, no instante. Não
é portanto que primeiro Deus formou o macaco e depois o fez evoluir, no curso
de não se sabe quantos milénios ou milhões de anos, até o fazer
tornar-se homem feito à sua imagem e semelhança; não, Deus fez logo o homem à
sua imagem e semelhança. E por fim acrescentamos que Deus
quando fez o homem lhe falou, portanto o homem tinha a faculdade de entender,
e depois que lhe levou os animais para que ele os chamasse pelo nome o que
nos faz compreender que ele era dotado de inteligência. Isto ainda
exclui qualquer forma de evolução. Mas vamos ao âmago da questão: porquê
querer negar que Deus tenha criado distintamente dos seres animais um ser
humano tal e qual àquele que nós conhecemos hoje tomando-o do pó da terra num
curto tempo senão em poucos instantes? Porquê querer afirmar esta ‘creatio
continua’? Nós consideramos que a razão pela qual a
igreja católica romana se tenha aberto à teoria evolutiva é porque o que está
escrito no Gênesis sobre a criação do homem tornou-se de repente, diante das
pesquisas científicas, demasiado simples para ser verdade, e em aberto
contraste com o que dizem os cientistas sobre a origem do homem, tão em
nítido contraste que se tivesse continuado a ensinar uma criação do homem que
excluia qualquer forma de evolucionismo acabaria por ser declarada contrária
à razão humana e à ciência, e por aí fora. Por isso
ela procurou o compromisso; que consiste por um lado numa negação parcial do
evolucionismo (isto é, daquele que diz que a alma deriva da matéria e não foi
infundida no homem por Deus) e por outro na afirmação que Deus criou um ser
inferior, um bruto, do qual com o tempo fez evoluir o ser humano; e tudo isto
acaba por anular o claro ensinamento da Palavra de Deus. Enésima
clara prova esta que quando se procura agradar aos homens em vez de a Deus,
quando se decide conformar-se ao presente século, se acaba por ficar contra a
Palavra de Deus e portanto contra Deus. Cuidai pois de vós mesmos
irmãos para que também vós não caiais no mesmo erro;
permanecei apegados à Palavra de Deus. Não procureis adequá-la às teorias dos
homens; mas crede nela mesmo se as coisas que ela diz vos parecem ir contra a
razão e contra a lógica humana. |
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OS SEIS DIAS DA
CRIAÇÃO |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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Os seis dias da criação são eras
geológicas. ‘Já não devemos crer que Deus tenha criado o mundo numa
semana, que no sexto dia desta semana tenha criado o homem; Deus não criou o
mundo como agora o vemos num momento, mas após criada a matéria a fez ordenar
e dispor no curso de séculos inumeráveis, longos
períodos geológicos’ (Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 36). |
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Confutação |
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Os seis dias da criação são dias de 24 horas |
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Também este ensinamento papista é falso porque a Escritura nos diz claramente que os dias da criação são
literais de facto ela diz no fim de cada um dos seis dias: "E foi a
tarde e a manhã" (Gen. 1:5,8,13,19,23,31), e não longas eras geológicas.
Que depois as coisas são assim o
fez perceber claramente Deus quando promulgou a ordem de observar o sábado;
ele disse de facto: "Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas
o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra.... Porque
em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao
sétimo dia descansou..." (Ex. 20:9-11). |
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A VOLTA DE
CRISTO |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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Na volta de Cristo os crentes que estiverem vivos morrerão e ressurgirão
juntamente com aqueles que já estavam mortos, e não começará nenhum reino
milenário. No
Novo Manual do Catequista lê-se: ‘Jesus
Cristo voltará visivelmente sobre esta terra no fim do mundo para julgar os
vivos e os mortos, ou seja todos os homens, bons e maus (...)
Ensinando-nos que nosso Senhor Jesus Cristo virá para julgar todos, os
vivos e os mortos, o Catecismo nos explica todavia que por mortos aqui
entende os maus, e por vivos os bons’ (Giuseppe Perardi, op. cit.,
pag. 164). O que significa tudo isto? Que segundo a doutrina católica quando Cristo voltar, não
começará o milénio durante o qual os santos reinarão com ele sobre a terra; e
de facto eles rejeitam o milénio como período de mil anos durante o
qual Cristo reinará sobre a terra com os seus santos. Pasquale
Lorenzin em Teologia dogmática, falando do milenarismo surgido nos
primeiros tempos da Igreja, o chama heresia. (Vede a parte na tradição
onde falo desta sua rejeição do milénio [aceite porém por diversos seus
chamados pais]). Mas há uma outra coisa acerca da volta de Cristo que os
Católicos rejeitam, a saber, o facto de na volta de Cristo os crentes que
estiverem vivos sobre a terra não morrerão. Eis como se exprime Pasquale
Lorenzin no seu livro: ‘Todas as hipóteses acerca do
tempo da vinda de Jesus são sem fundamento. Uma só coisa é certa: na vinda de
Jesus não haverão homens vivos na terra (..) Não há
dúvida portanto que todos os nascidos de Adão pagarão o tributo à
morte, e das cinzas do homem desfeito, a omnipotência divina fará
renascer a nova e gloriosa vida’ (Pasquale Lorenzin, Teologia Dogmatica,
vol. II, pag. 789, 790). Portanto na vinda de Cristo para os teólogos
papistas todos os crentes morrerão fisicamente (faço presente que esta
doutrina é a ‘sentença mais comum’, a seu tempo sustentada também por Tomás
de Aquino). E para sustentar isto eles se apoiam sobre Agostinho que disse: ‘Consideramos que também quantos o Senhor encontrar vivos
naquele breve espaço de tempo sofrerão a morte e adquirirão a imortalidade..’
(Agostinho de Hipona, A cidade
de Deus, Livro XX, cap. 20, 2). |
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Confutação |
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Quando Jesus voltar os santos que estiverem vivos não morrerão mas
serão transformados, e começará sobre esta terra um reino milenário |
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Na
carta de Paulo aos Tessalonicenses está escrito: "Dizemo-vos, pois,
isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do
Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a
trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles
nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor" (1 Tess. 4:15-17).
E numa carta aos Coríntios se lê: "Nem todos
dormiremos mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar
de olhos, ao som da última trombeta" (1 Cor. 15:52).
É claro portanto como a luz do sol que na vinda de Cristo os mortos em Cristo
ressuscitarão, e os crentes que ficarem vivos até à sua vinda não verão a morte mas serão apenas transformados. Está decretado
portanto que na vinda de Cristo haja uma parte da Igreja de Deus que não
provará a morte física. A vinda de Cristo precederá e dará início ao milénio,
isto é, a um reino milenário sobre a terra durante o
qual Cristo e os seus reinarão. No livro do
Apocalipse está escrito de facto: "E vi as almas daqueles que foram
degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não
adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas
nem em suas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até
que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e
santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem
poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão
com ele mil anos" (Ap. 20:4-6). Depois do milénio (durante o qual
Satanás estará amarrado) Satanás será solto e enganará as nações que se
reunirão contra o arraial dos santos e a cidade amada mas o fogo de Deus
descerá do céu e as consumirá. Depois haverá a ressurreição dos ímpios que
serão julgados segundo as suas obras (cfr. Ap. 20:7-15). |
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OS NOVOS CÉUS E
A NOVA TERRA |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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Este céu e esta
terra não serão aniquilados, mas somente transformados. Os teólogos
papistas negam a destruição deste céu e desta terra de facto afirmam; ‘O mundo presente não será destruído, mas renovado, para
ser digna sede dos eleitos... ‘ (Pasquale Lorenzin, op. cit., pag.
792). Para sustento desta doutrina citam ainda uma vez Agostinho que disse: ‘'Uma vez feito este julgamento, então este céu e esta
terra cessarão de existir e começarão a existir um céu novo e uma terra nova;
de facto este mundo passará por uma transformação das coisas, não por um
total aniquilamento’ (Agostinho de Hipona, A Cidade de Deus, Livro XX,
cap. 14). |
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Confutação |
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Este céu e esta terra se desfarão e no seu lugar Deus criará outros
melhores |
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A Escritura, ao
contrário, diz: "Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no
qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se
desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de
perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo
trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus,
em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova
terra, em que habita a justiça" (2 Ped. 3:10-13).
Portanto, estes céus e esta terra, segundo Pedro,
desaparecerão um dia porque serão destruídos pelo fogo de Deus e isso está de
acordo com as palavras de Jesus: "O céu e a terra passarão..."
(Mat. 24:35); eles se desfarão e no seu lugar Deus
fará vir à existência um novo céu e uma nova terra que ficarão estáveis
eternamente. João em visão os viu de facto diz: "E vi um
novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe" (Ap. 21:1). E nós esperamos o cumprimento desta
visão tida por João na ilha de Patmos. Eis por que nós dizemos
juntamente com Paulo que ‘não atentamos nas coisas que se vêem (entre as
quais estão este céu e esta terra), mas nas que se
não vêem; porque as que se vêem são temporais, mas as que se não vêem são
eternas’ (2 Cor. 4:18). A Deus seja a glória
eternamente. Amen. |
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CONCLUSÃO |
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No fim deste capítulo dedicado à confutação
destas outras estranhas doutrinas católicas não se pode deixar de reconhecer
pela enésima vez que a igreja católica romana tem em
aversão a Palavra de Deus. Portanto, além de pregar um outro Evangelho, a igreja católica romana ensina outras doutrinas que se
opõem ao conselho de Deus. O quadro que emerge
portanto é trágico, deprimente. Não se pode mesmo andar de acordo com os Católicos
nem sobre a salvação, nem sobre os sacramentos, nem sobre a
Igreja e nem sobre muitas outras partes do conselho de Deus. Mas ainda uma
vez, e não temo repetir-me, quero perguntar aos ecuménicos:
‘Mas como pensais vos pôr de acordo com os Católicos também sobre a
criação do mundo, do homem, sobre o fumo, sobre as prescrições da assembleia
de Jerusalém, sobre o homicídio por ‘legítima defesa’, e os outros pontos
acima expostos? Queria uma resposta também a tal respeito. |
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NOTAS |
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[1] O termo
português epifania deriva do grego epiphaneia que significa ‘aparição’
e que no Novo Testamento está presente por exemplo também nesta passagem:
"..graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes
dos tempos dos séculos, e que é manifesta agora pela aparição (epiphaneia)
de nosso Salvador Jesus Cristo" (2 Tim. 1:9,10).
Eis brevemente como teve origem a festa da epifania. Inicialmente os
seguidores do gnóstico Basilide, que viveu no século
II, festejavam o batismo de Cristo a 10 ou a 6 de Janeiro. Eles porém,
fazendo distinção entre o Cristo e Jesus, sustentavam que o Cristo tinha
aparecido pela primeira vez sobre a terra no batismo de Jesus. Pelo que a epifania (a aparição) de Cristo para eles coincidia com
o batismo de Jesus. Mas por que razão os Basilidianos escolheram festejar
esta festa precisamente a 6 de Janeiro? Porque em
Alexandria (Basilide era alexandrino) festejava-se naquele dia o nascimento
de Eone da virgem Kore e aquele dia era também consagrado a
Osiride. Assim os seguidores de Basilide escolheram aquela data para proclamar diante dos pagãos que Cristo era o
verdadeiro Ser divino aparecido sobre a terra. Com o passar do tempo porém
acabou por a igreja do Oriente assumir dos
heréticos, por ela combatidos, o costume de celebrar a epifania, e assim
encontramos que ela na primeira metade do século IV celebrava a epifania a 6
de Janeiro, ligando entre si, em tal festa, o batismo e o nascimento de
Cristo, porque para a Igreja - à diferença dos heréticos denominados
Gnósticos - a aparição de Cristo sobre a terra tinha tido lugar no nascimento
de Jesus; sendo Jesus o Cristo de Deus. Portanto também a
origem da epifania afunda as raízes no paganismo. |
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[2] Além destes há os Agnus Dei, os anéis
(matrimoniais ou religiosos), as cinzas quaresmais, os ramos de oliveira e as
palmas, os terços do rosário, e as chamadas imagens sagradas. |
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[3] Se estes papas garantiram isto em favor dos
escapularistas por que é que as autoridades eclesiásticas católicas não
ordenam a todos de trazer este escapulário e assim livrar num curtíssimo
tempo ‘das penas do purgatório’ tantas almas? A resposta é porque eles têm
todo o interesse em ‘manter’ sempre cheio o purgatório; porque quanto mais
almas lá estiverem e quanto mais tempo estiverem, melhor é. O interesse
naturalmente é de tipo económico, porque pelas almas que estão no purgatório
os Católicos devem mandar dizer missas que são a pagamento. |
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[4] Deve ser
feito notar que o concílio de Trento, após ter oferecido o salvo-conduto aos
Protestantes, dizendo que eles podiam vir livremente à cidade de Trento,
ficar nela, fazer propostas, falar, tratar e discutir com o próprio Concílio
qualquer assunto, com a segurança que seriam tomadas todas as precauções para
salvaguardar as suas vidas, afirmou quanto segue: ‘Além
disso, o mesmo Concílio, excluindo todo o artifício e engano, oferece
sinceramente e de boa fé, que não há de buscar nem às claras, nem
obscuramente nenhuma causa, nem mesmo usar de modo algum, nem há de
permitir que ninguém ponha em uso qualquer autoridade, poder, direito,
estatuto, privilégio de leis ou cânones, nem de nenhum Concílio, em especial
do Constantinense e do Senense, de qualquer modo que forem concebidas
suas palavras, como sejam em algum prejuízo desta fé pública e plena
segurança e audiência pública e livre que lhes concedeu o mesmo Concílio, uma
vez que as revoga todas nesta parte por esta vez’. (Negrito meu. Sess. XV de 25 de Janeiro de
1552). Desta maneira ele não condenou a infame decisão de Constança de anular
o salvo-conduto do rei a Huss, mas apenas disse que esta vez o concílio se
absteria de se apoiar sobre leis, estatutos ou cânones de qualquer concílio,
especialmente do concílio de Constança, que permitiam ao concílio romper fé
aos heréticos pelo bem da igreja. Julgai por vós mesmos as palavras desse concílio. |
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[5] Ainda antes
da estipulação da Concordata a igreja católica
usufruía de isenções fiscais. A disposição contida no art. I n. I r.d. 13 de Fevereiro de 1927, n. 124. concedia a isenção do imposto sobre os solteiros aos
sacerdotes católicos e aos religiosos que tivessem pronunciado os votos de
castidade. |
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[6] Na Nova Concordata de 1984 em matéria de isenções fiscais as
coisas ficaram substancialmente inalteradas, com efeito, o art. 7 diz que
‘para efeitos tributários as entidades eclesiásticas que têm fim de religião
ou de culto, como também as actividades dirigidas com tais objectivos, são
equiparadas às que têm fim de beneficência ou de instrução’. Deve ser
assinalado porém que o mesmo artigo diz logo depois que ‘as actividades
diferentes das de religião ou de culto, desenvolvidas pelas entidades
eclesiásticas, estão sujeitas, no respeito da
estrutura e da finalidade de tais entidades, às leis do Estado respeitantes a
tais actividades e ao regime tributário previsto para as mesmas’. A igreja católica goza ainda de várias isenções fiscais
também nesta nação. |
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[7] Dado que as isenções tributárias concedidas aos
bens e aos eclesiásticos da igreja católica são por esta última consideradas
de direito divino não é admitido dizer que elas encontram a sua origem na lei
civil. Pio IX (o papa que quis fazer-se declarar infalível) condenou a opinião segundo a qual as imunidades eclesiásticas
encontram a sua origem na lei civil e que dependem em tudo desta, enquanto
elas podem ser concedidas ou ab-rogadas à discrição pela autoridade civil,
encontrando o seu fundamento no direito positivo dos Estados. Esta sua
condenação foi enunciada a 10 de Junho de 1851 na alocução Multiplices
inter. Portanto, quando a igreja católica se
prepara para estipular uma concordata com um Estado, ela considera que as
isenções fiscais lhe são devidas pelo Estado por direito divino, e não que
lhe podem ser ou não ser concedidas pela autoridade civil. Em outras palavras o Estado tem o dever de
conceder estes privilégios fiscais à igreja católica porque Deus estabeleceu
assim! |
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[8] Por que é
que, ao contrário, os ‘costumes’ que se encontram na
sua tradição e não na Bíblia, segundo o magistério romano, se devem observar?
A resposta não pode ser senão esta: ‘Porque a
tradição é mais importante do que a Bíblia’. |
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[9] Há mulheres com cabelo à homem, que ao ver
homens com o cabelo comprido, exclamam: ‘Vês aquele homem? Parece uma
mulher!’; mas se esquecem que elas mesmas aos olhos dos que temem a Deus
parecem mais homens que mulheres. |
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[10] Na Bíblia edições Paulinas de 1990 na nota de
Actos 15:13-21 lê-se de facto que por fornicação se entende ‘os matrimónios
entre consanguíneos’. O facto portanto deles considerarem decaída também a
instrução de não casar com parentes estreitos explica o porquê da igreja
católica considerar que um sobrinho se pode casar com a sua tia, coisa esta
condenada pela lei de Deus (cfr. Lev. 18). |
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