Capitulo 7 O
culto a Maria, aos santos e aos anjos; as estátuas e as imagens; as
peregrinações e as procissões |
O CULTO A MARIA |
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A igreja católica
romana, como bem sabeis, tributa um culto a Maria, a mãe de Jesus. A Maria são dirigidas orações e cânticos; as estátuas e as
imagens que a figuram estão um pouco por todo o lado, nas basílicas
católicas, nos hospitais, nos orfanatos, nos colégios, pelas ruas, pelas
praças, sobre os montes, nas grutas, nas casas; por elas muita gente entra em
delírio, diante delas muitas pessoas se prostram invocando-a para que as
ajude, as cure, as console, e para que as salve. A
Maria são também dedicados dois meses por ano; Maio, o mês de Maria; e
Outubro, o mês do Rosário. Algumas das festas universais em sua honra
são: 1) A Imaculada Conceição (8 de Dezembro); 2) a
Natividade (8 de Setembro); 3) a Anunciação (25 de Março, nove meses antes do
natal); 4) a Purificação (2 de Fevereiro); 5) a Assunção (15 de Agosto). Por
quanto respeita depois aos santuários marianos venerados por milhões de
Italianos existem dezenas deles em toda a Itália. No mundo inteiro são muitíssimos. |
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Maria na realidade é mais importante do que
Jesus para os Católicos romanos [1], para eles é uma espécie de deusa omnipotente a quem até
Jesus deve obedecer. Isto é o que lhes inculcaram os
padres desde a sua meninice. De Maria é dito pelos padres que foi
concebida sem pecado e durante a sua vida nunca
pecou, que é a mãe de Deus, que permaneceu sempre virgem, que foi a primeira
pessoa a quem Jesus apareceu depois de ter ressuscitado, que foi elevada ao
céu alma e corpo após ser ressuscitada, que no céu ora pelos Cristãos, que um
dia esmagará a cabeça do diabo, que é co-redentora da humanidade, que é a
nossa senhora, e que é a mãe da Igreja. |
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Confutação das heresias ditas sobre Maria |
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Ela foi concebida sem pecado. ‘Maria
no primeiro instante da sua concepção, por uma graça
especial, foi preservada pura de toda a mancha de pecado original. - É de fé.’ (Bernardo Bartmann, Manual de Teologia
Dogmática, vol. II, pag. 168). Portanto Maria teria sido
concebida e teria nascido sem pecado. O dogma da imaculada conceição de Maria
foi emanado, com o favor dos Jesuítas, por Pio IX em 1854 nestes termos: ‘A santíssima Virgem Maria no primeiro instante da sua
concepção, por uma graça e um privilégio singular de Deus omnipotente, em
previsão dos méritos de Jesus Cristo Salvador do género humano, foi
preservada intacta de toda a mancha do pecado original’ (Bula Ineffabilis
Deus de 8 de dezembro de 1854). A razão adoptada é que Jesus para poder
nascer imaculado necessitava de uma mãe também
imaculada. |
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Este dogma é uma mentira porque todos os homens
e todas as mulheres nascidos sobre a terra (além de Jesus) nascem com o
pecado conforme está escrito: "Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe" (Sal. 51:5), e ainda: "Todos pecaram" (Rom. 3:23), por isso também Maria tinha pecado e não podia
dizer, e estamos seguros que não o disse ou pensou alguma vez, de ter nascido
sem pecado [2]. O facto de ela própria
ter reconhecido que Deus era o seu Salvador dizendo:
"A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu
Salvador" (Lucas 1:46,47), demonstra que ela não tinha nascido sem
pecado, porque em tal caso não chamaria a Deus seu Salvador e não teria tido
necessidade de ser salva. ‘Mas os teólogos romanos afirmam
que também Maria foi salva’, dirá alguém. Nós respondemos: ‘Sim, mas a tal propósito fazem um discurso todo
particular’. Bartmann diz por exemplo: ‘Também
Maria foi remida por Cristo, como todo outro homem, mas de modo diferente a
todos os outros (...) A sua redenção consiste na preservação e não na
libertação do pecado (redemptio praeservativa, não reparativa)’ (Bernardo
Bartmann, op. cit., pag. 169). Mas nós queríamos perguntar a este: ‘Mas se Maria foi preservada do pecado mas não
liberta dele como se pode afirmar que ela foi salva?’ Temos que reconhecer
que os teólogos romanos fizeram recurso a toda a espécie de sofisma para
enganar as pessoas! Não, não é de modo nenhum assim como
dizem os teólogos papistas. Paulo diz aos Gálatas que "a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a
promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes" (Gal. 3:22), por isso também Maria tinha sido encerrada por Deus
debaixo do pecado para que também ela obtivesse misericórdia pela fé no
Senhor Jesus Cristo. Mas queremos exibir uma outra prova escritural que Maria
não nasceu sem pecado, o sacrifício que José e Maria ofereceram no templo
quando foram apresentar o menino Jesus (cfr. Lucas 2:22-24). A lei diz de facto: "Mas, se as suas posses
(da mulher) não bastarem para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois
pombinhos: um para o holocausto e outro para a
oferta pelo pecado; assim o sacerdote fará expiação por ela, e ela será limpa"
(Lev. 12:8). Portanto Maria teve que oferecer também
ela aquele sacrifício pelo pecado. Agora, nós perguntamos:
‘Se ela estivesse sem pecado que necessidade havia de oferecer aquele
sacrifício?’ Nos respondam os contenciosos. Mas vejamos agora quais são as
inevitáveis consequências a que leva a afirmação
papista de que para que Jesus pudesse nascer imaculado era necessário que
também sua Mãe fosse imaculada. Antes de tudo faz-se passar
Deus por mentiroso porque Ele diz que "todos pecaram e destituídos estão
da glória de Deus" (Rom. 3:23); e depois
exalta-se Maria sobre todas as outras criaturas fazendo-a parecer uma espécie
de deusa quando com efeito ela se declarou a serva do Senhor; depois faz-se
esquecer às pessoas que Jesus nasceu sem pecado não porque sua mãe estivesse
sem pecado mas porque foi gerado no ventre de sua mãe pelo Espírito de Deus
que é santo e portanto Deus não precisava de uma mulher sem pecado para fazer
nascer o seu Único Filho do seu ventre. Além disso se Maria
era imaculada teremos que deduzir que também sua mãe, sua avó e todas as
outras mulheres presentes na sua genealogia fossem também elas imaculadas, e
portanto se estabeleceria uma cadeia de mulheres imaculadas, o que é
diabólico. E por fim definindo Maria nascida sem pecado e que viveu
também sem pecado (porque se deve ter presente que a
igreja papista também ensina que ela ‘foi isenta durante toda a sua vida do
pecado pessoal’ [Bernardo Bartmann, op. cit., pag. 174] [3]), é por conseguinte espontâneo dizer que ela
não precisou de ser resgatada e purificada pelo sangue de Cristo como os
outros, precisamente porque estava sem pecado. Mas então como é que morreu se
ela estava sem pecado dado que a Escritura diz que
"entrou… pelo pecado a morte" (Rom. 5:12)
e que "o aguilhão da morte é o pecado" (1 Cor. 15:56)?
A resposta é uma só: pelos pecados
dos homens!! E eis que então há duas mortes expiatórias e não mais só a de
Cristo. E não é porventura assim para os Católicos romanos? Quando eles
chamam Maria co-redentora da humanidade o que querem dizer senão que Cristo
remiu os homens junto com ela? Eis quais são as outras heresias que brotam do
dogma da imaculada conceição de Maria. Pela enésima vez se tem que reconhecer
que um abismo chama outro abismo. |
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Ela é a mãe de Deus. ‘Maria é Mãe de
Deus em sentido verdadeiro e próprio. - É de fé’ (Bernardo Bartmann, op.
cit., pag. 157). Maria
foi definida mãe de Deus pelo concílio de Éfeso de 431. O segundo
concílio Constantinopolitano lançou o seguinte anátema contra os que não a
consideram tal: ‘Se alguém afirma que a santa
gloriosa e sempre virgem Maria só impropriamente e não segundo verdade é mãe
de Deus (...) e não a considera deveras e segundo verdade mãe de Deus (...)
este seja anátema’. |
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Esta doutrina é uma mentira porque Deus é o
Criador de todas as coisas enquanto Maria era apenas uma criatura. Certo, ela
foi escolhida para dar à luz o Filho de Deus, mas tende sempre presente que a
Palavra que foi feita carne estava com Deus e era
Deus antes que Deus criasse todas as coisas, portanto também antes que Maria
fosse concebida no ventre de sua mãe; e que o Filho de Deus co-eterno com o
Pai nascesse de Maria segundo a carne porque ele era o Unigénito que estava
junto do Pai antes da fundação do mundo; e por fim como por meio da Palavra
foram feitas todas as coisas e "sem ela nada do que foi feito se
fez" (João 1:3), assim por conseguinte também Maria como todas as outras
criaturas foi feita por meio da Palavra e por isso não pode ser definida ‘mãe
de Deus’ mas deve ser chamada apenas a mãe de Jesus. Querer defender a
divindade de Cristo dizendo que Maria é a mãe de Deus (como fez o concílio de
Éfeso) é um erro porque faz aparecer aquela humilde serva
do Senhor que era Maria como nada menos que a mãe do Criador! A Escritura, que é inspirada por Deus, definiu Maria a mãe
de Jesus; por isso, considerando que aqueles que a chamaram assim falaram
inspirados pelo Espírito Santo e acreditavam que Jesus Cristo era Deus porque
foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse, ninguém tem o
direito de chamar a Maria mãe de Deus. Os teólogos da igreja romana tomam as
seguintes palavras que Isabel, cheia de Espírito, dirigiu a Maria: "E de
onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?" (Lucas 1:43),
para sustentar que têm o direito de chamá-la ‘mãe de Deus’. Não é de modo
nenhum assim como eles dizem, porque Cristo Jesus é o nosso Senhor mas não é
o nosso Pai celestial, de facto nós quando nos dirigimos a Cristo seja nos
cânticos ou em adoração não o chamamos Pai, mas sim Senhor. Este era também o
comportamento dos apóstolos de facto Paulo aos Coríntios diz: "Para nós
há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e
um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós
também" (1 Cor. 8:6); e aos Filipenses diz: "Pelo que também Deus o
exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao
nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e
debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai" (Fil. 2:9-11). Como podeis ver o apóstolo
confessava com a sua boca que Cristo é o Senhor e não o nosso Pai celestial,
de facto nestas Escrituras o Senhor Jesus Cristo é mencionado separadamente
de Deus Pai. Portanto Isabel fez bem em chamar Maria, "mãe do meu
Senhor", porque chamando-a assim reconheceu que aquele que estava no
ventre de Maria era o seu Senhor. Também nós afirmamos que Maria era a mãe do
nosso Senhor, mas assim dizendo não atribuímos a Maria, nem culto, nem
particulares e especiais cuidados mas dizemos
somente a verdade acerca dela. Lembrai-vos que quando os magos vindos do
Oriente entraram na casa onde estava o menino Jesus, a
Escritura diz que eles "viram o menino com Maria sua mãe e,
prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas:
ouro, incenso e mirra" (Mat. 2:11). Aqueles
magos viram tanto o menino como sua mãe mas prostraram-se para adorar o
menino e não Maria sua mãe, no entanto sabiam que
aquela mulher era a mãe do rei dos Judeus que tinha nascido. Além disso,
quando eles abriram os seus tesouros pegaram em dádivas para oferecê-las ao
menino e não à sua mãe. Lembrai-vos também que um dia enquanto Jesus falava
uma mulher dentre a multidão levantou a voz e disse a Jesus:
"Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os
peitos em que mamaste. Mas ele
disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a
guardam!" (Lucas 11:27,28). Jesus sabia que Maria tinha sido escolhida
por Deus para concebê-lo e o dar à luz; ele sabia que Maria era bendita entre
as mulheres precisamente por ter posto no mundo ele que era o Filho de Deus,
e isso não obstante quando aquela mulher diante de muitas pessoas proclamou
bem-aventurado o ventre que o trouxe e os peitos em que ele mamou, Jesus
proclamou a bem-aventurança dos que ouvem a Palavra de Deus e a guardam. Cuidai
que com esta resposta Jesus não disse que Maria sua mãe não era
bem-aventurada, mas deu a prioridade à bem-aventurança que experimentam
aqueles que são fazedores da Palavra de Deus, em vez de à alegria que
certamente a mãe de Jesus experimentou seja em trazer no seu ventre por nove
meses Aquele que foi gerado (segundo a carne) pelo Espírito Santo, seja em
amamentá-lo. Aliás Maria no seu cântico tinha dito: "Desde agora, pois,
todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez
grandes coisas" (Lucas 1:48,49), e na exclamação daquela mulher já vemos
o cumprimento dessas palavras. Ainda hoje muitos dizem bem de Maria e nós
estamos entre eles, mas enquanto se trata de bendizer Maria (dizer bem dela)
dizendo que ela é definida pela Palavra "bendita entre as mulheres
" e "bem-aventurada" não há nada de mal; mas quando, ao
contrário, sucede que os homens além de a chamarem bem-aventurada a adoram e
oram a ela então eles se fazem culpados de um pecado que é o de idolatria. |
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Ela permaneceu sempre virgem. ‘Maria concebeu e deu à luz seu Filho sem dano para a sua virgindade, e
continuou virgem também depois do parto. - É de fé’ (Bernardo
Bartmann, op. cit., pag. 163). |
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É
falso que Maria permaneceu virgem depois do parto porque a Escritura afirma
que José "recebeu a sua mulher; e não a conheceu até que deu à luz seu
filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus" (Mat. 1:24,25). Isto
significa que José, depois que Maria deu à luz Jesus, conheceu sua mulher [4]. Mas não só José a conheceu como também teve
filhos dela porque Jesus tinha irmãos e irmãs. Estas Escrituras confirmam que
Maria concebeu e deu à luz outros filhos depois de Jesus. |
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"E deu à luz a seu filho primogénito" (Lucas 2:7),
por isso se Jesus tivesse sido o seu único filho teria sido chamado o seu
unigénito e não o seu primogénito. |
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"E, partindo dali, chegou à sua terra, e os
seus discípulos o seguiram. E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam,
dizendo: De onde lhe vêm estas coisas? e que
sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem
tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e
irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e
não estão aqui conosco as suas irmãs?" (Mar. 6:1-3); |
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"Chegaram então os seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no
chamar" (Mar. 3:31); |
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"Nem mesmo os seus irmãos criam nele" (João 7:5); |
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"Todos estes perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, e
Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (Actos 1:14); |
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Paulo aos Coríntios: "Não temos nós direito de levar conosco uma esposa
crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e
Cefas?" (1 Cor. 9:5); |
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Paulo aos Gálatas: "Passados três anos, fui a Jerusalém para ver Cefas,
e fiquei com ele quinze dias. E não vi a nenhum dos
outros apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor" (Gal. 1:18,19); |
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Nos Salmos está dito a propósito do Cristo: "Tornei-me… um desconhecido
para os filhos de minha mãe" (Sal. 69:8). (Como
podeis ver a Escritura tinha anunciado desta
particular maneira que a virgem que conceberia e daria à luz o Cristo de Deus
não permaneceria virgem porque teria outros filhos, de facto o Espírito de Cristo
disse através de Davi: "Tornei-me um desconhecido para os filhos de
minha mãe"). |
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A Escritura é clara
portanto a tal respeito, Jesus tinha irmãos e irmãs. Mas os teólogos romanos a obscureceram dizendo que estes irmãos eram os primos de
Jesus porque na Escritura por vezes o termo irmãos se refere também aos
parentes. E para sustentar isto tomam as seguintes passagens: "E disse
Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e
entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos" (Gen.
13:8); "E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a
Ló, seu irmão..." (Gen. 14:16); e fazem notar
que Ló é chamado irmão de Abrão embora fosse filho de seu irmão Harã, e por
isso seu sobrinho. Ao que nós respondemos dizendo que é verdade que por vezes
a Escritura com o termo irmãos se refere aos
parentes, como sobrinhos, tios, e primos; mas este discurso não se pode fazer
no caso dos irmãos de Jesus porque está amplamente demonstrado pelas
passagens aqui acima expostas que eles eram verdadeiramente filhos de sua mãe
e não seus primos. E depois importa dizer, para confirmação
de tudo isto, que pelo que respeita a Tiago ele é chamado por Paulo irmão (em
grego: adelfòs) do Senhor, e não primo (em grego: anepsiòs) do
Senhor. Com isto queremos dizer que se Tiago, que é chamado
"irmão do Senhor", tivesse sido primo do Senhor Paulo não o teria
chamado irmão do Senhor, mas sim primo do Senhor; mas Paulo sabia o exacto
grau de parentela que havia entre Tiago e o Senhor Jesus, por isso o chamou "irmão do Senhor". Paulo nunca
teria chamado o primo do Senhor o "irmão do Senhor", porque ele o
primo de alguém o chamava primo, de facto, falando de Marcos aos Colossenses
disse: "Saúda-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, o
primo (em grego: anepsiòs) de Barnabé.."
(Col. 4:10). Mas Paulo cria que o Senhor Jesus tinha
não um só irmão, mas vários irmãos, de facto aos Coríntios fala dos
"irmãos do Senhor" (1 Cor. 9:5) os quais,
por aquilo que ele diz, eram casados; confirmando portanto as palavras de
Mateus, Marcos, Lucas e João. |
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A interpretação dada
portanto pelos teólogos romanos segundo a qual estes irmãos de Jesus eram os
primos de Jesus não tem portanto nenhum fundamento escritural precisamente
porque aqueles que são chamados no Evangelho "os seus irmãos" eram
filhos da mãe de Jesus e não da sua tia. |
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Ela foi a primeira
pessoa a quem apareceu Cristo depois de ter ressuscitado.
É ‘legítimo pensar que verosimilmente a mãe tenha sido a
primeira pessoa a quem Jesus ressuscitado apareceu’ (Corriere della Sera,
22.5.97, pag. 15), disse o actual papa. |
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Falso também isto. A sagrada
Escritura com efeito afirma que a primeira pessoa a quem Jesus apareceu
depois de ter ressuscitado foi Maria dita Madalena. Eis quanto diz
Marcos: "E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da
qual tinha expulsado sete demônios. E, partindo ela, anunciou-o àqueles que
tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando" (Marcos 16:9,10). Esta aparição de Jesus a Maria Madalena é relatada
pelo discípulo que Jesus amava o qual diz que depois que Pedro e João
chegaram ao sepulcro e verificaram que o corpo de Jesus não estava mais no sepulcro tornaram para casa, mas Maria permaneceu junto
ao sepulcro a chorar. E enquanto chorava abaixou-se
para olhar para dentro do sepulcro e viu dois anjos os quais lhe perguntaram
porque chorava. Ela respondeu-lhes que era porque tinham tirado o seu Senhor
do sepulcro e não sabia onde o tinham posto. Dito isto,
voltou-se e viu Jesus em pé mas não o reconheceu. Jesus perguntou-lhe
porque chorava e quem procurava, e ela, pensando que
fosse o jardineiro, disse-lhe que se sabia onde o tinham posto para lhe
dizer. Então "Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se,
disse-lhe em hebraico: Raboni!-que quer dizer, Mestre. Disse-lhe
Jesus: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e
vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" (João 20:16,17). |
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Ela foi elevada ao céu.
‘Finalmente, a Virgem Imaculada, que fora preservada imune de toda mancha da
culpa original, terminando o curso de sua vida terrena, foi levada para a
glória celeste em corpo e alma, e exaltada pelo
Senhor como Rainha do universo, para que se parecesse mais com o seu Filho,
Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte’ (Concílio Vaticano II,
Sess. V, cap. VIII). O dogma da assunção de Maria ao céu
foi proclamado por Pio XII em 1950. A festa da Assunção de Maria
ocorre a 15 de Agosto. |
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Esta é uma fábula artificiosamente composta
para exaltar Maria. Da assunção de Maria não há o mínimo
sinal na Palavra de Deus. Podemos dizer que Maria,
sendo uma crente, quando morreu foi habitar com o Senhor, mas não que Maria
morreu e ressuscitou e foi elevada ao céu com o seu corpo. Maria está no céu com a sua alma e lá está esperando também ela a
ressurreição do seu corpo que acontecerá na volta de Cristo. Paulo disse de
facto aos Coríntios que Cristo é as primícias dos que dormem e que os que são
de Cristo (portanto também Maria) serão vivificados na sua vinda (cfr. 1 Cor.
15:20-23). |
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Ela ora por nós. Maria faz de
medianeira entre Cristo e os homens porque pega nas orações que lhe fazem e
as leva a Cristo. O concílio Ecuménico Vaticano II decretou a tal propósito quanto
segue: ‘Elevada ao céu ela não abandonou esta missão
de salvação, mas com a sua múltipla intercessão continua a obter-nos os dons
da salvação eterna (...) Por isso, a Santíssima Virgem é invocada, na Igreja,
com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Amparo e Medianeira’ (Concílio
Vaticano II, Sess. V, cap. VIII). |
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Isto é falso porque se faz passar Cristo por um
juiz impiedoso não acessível directamente aos homens, mas só através da sua
mãe que estando ao seu lado lhe enternece o coração. Mas desde quando Jesus na terra se demonstrou
impiedoso para com os homens ou inacessível directamente às pessoas? Mas não
está porventura escrito que Jesus ao ver as multidões tinha compaixão delas e
delas curava os enfermos que lhe traziam? Mas não é porventura verdade que
quando aquele leproso foi a Jesus e lhe disse que ele se quisesse o podia
limpar Jesus foi movido de grande compaixão e o limpou? E que dizer de quando
Jesus chorou diante do sepulcro de Lázaro, ou vendo Jerusalém? Mas não são
estas provas da grande compaixão de Cristo? Mas porventura as pessoas na
terra para obter piedade dele tinham que fazer-lhe chegar as suas petições
através da sua mãe Maria? De modo nenhum! Não há a mínima prova de
tudo isso no Evangelho. Jesus sempre endereçou as
pessoas a ir directamente a ele, como quando disse
por exemplo: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e
eu vos aliviarei" (Mat. 11:28). Portanto as
pessoas do mundo que ainda não o conhecem podem dirigir-se directamente a
Cristo para obter graça sem necessitar da mediação
de Maria. Seja pois posta de lado esta obra de enternecimento de Maria ao
lado de Jesus no céu. Também para
os crentes vale o mesmo discurso porque eles também não têm
necessidade de nenhum mediador entre eles e Cristo porque a Cristo se pode
aceder directamente com toda a liberdade, com a mesma liberdade que possuíam
os seus discípulos que andaram, falaram, comeram e beberam juntos com ele
quando estava na terra. Temos uma prova desta liberdade que temos de nos
chegar a Cristo na invocação de Estevão antes de morrer: ele disse a Jesus:
"Senhor Jesus, recebe o meu espírito" (Actos 7:59);
como podeis ver Estevão se dirigiu directamente a Cristo que estava à direita
de Deus e não precisou dirigir-se a terceiros para fazer chegar a sua oração
ao Filho de Deus. Maria não pode ser de nenhuma maneira medianeira porque a Escritura diz que "há um só Deus, e um só Mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem" (1 Tim. 2:5),
por isso como além de Deus não há outro Deus conforme está escrito: "Fora
de mim não há Deus" (Is. 44:6), assim além de Cristo não há outro
mediador porque ele é o único que existe conforme o que disse ele mesmo:
"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por
mim" (João 14:6). A Escritura diz também que
Cristo Jesus "pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam
a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Heb. 7:25); por isso a intercessão e a mediação de Cristo é
suficiente para os que vão a Deus em seu nome, e não necessitam de modo
nenhum da intercessão de algum outro. Mas a doutrina católica romana anula
esta única e suficiente intercessão que Cristo desenvolve à direita do Pai
dizendo aos homens: ‘Recitai sempre com grande
devoção a Santa Maria com que reconheceis e invocais Maria como Mãe de
Deus. Maria Virgem, porque é verdadeira Mãe de Deus, do céu
pode tudo em favor dos seus devotos. Sede fervorosamente devotos
dela!’ (Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 139)
e: ‘A Virgem santa, com a sua poderosa intercessão, obtém de Deus e dispensa
todas as graças divinas de que é depositária’ (P. Pasquale Lorenzin O.F.M, Teologia
dogmatica, Verona 1968, vol. II, pag. 505), e ainda: ‘...A Mãe espiritual
dos homens conhece perfeitamente todas as necessidades materiais e
espirituais dos seus filhos, e a sua intercessão provê a todos segundo
as necessidades de cada alma’ (Pasquale Lorenzin, op. cit., pag. 506).
Eis como Satanás tem cegado os entendimentos dos Católicos para que a luz do
Evangelho não resplandeça neles! Eis o que lhes é ensinado, que Maria é
omnipotente no céu quando na realidade não pode fazer absolutamente, e repito
absolutamente nada, em favor dos homens que a
invocam não só porque não os pode ouvir mas porque não tem o poder de
socorrer os mortais como não o têm também os outros fiéis que estão no céu.
Também a afirmação de que Maria conhece todas as
necessidades dos homens é falsa porque a Escritura diz que "os mortos
não sabem coisa nenhuma" (Ecl. 9:5), enquanto
aquele de quem se testifica que vive, Ele, digo, conhece as coisas que todos
nós necessitamos ainda antes de lhas pedirmos, porque ele é omnisciente. |
||
Eis
agora algumas Escrituras que nos mostram que nós somos chamados a orar a Deus só em nome de Cristo: |
||
Jesus disse: "Tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o
Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma
coisa em meu nome, eu o farei" (João 14:13,14)
e também: "Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a
meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar. Até agora nada pedistes em meu
nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra" (João 16:23,24); |
||
Paulo diz aos santos de Colossos: "E, quanto fizerdes por palavras ou
por obras, fazei tudo em nome do Senhor
Jesus..." (Col. 3:17). |
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Nós crentes nos chegamos ao
trono da graça num só nome, o do Senhor Jesus, como precisamente ele mesmo
mandou; somos atendidos por Deus Pai em virtude da sua mediação, isto
é o que experimentamos continuamente. |
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Por fim, por quanto respeita à advocacia de
Maria devemos dizer que ela é uma impostura porque está escrito claramente:
"Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
justo" (1 João 2:1). Quem crê verdadeiramente
em Cristo entrega a sua causa a Cristo, o seu advogado, e não a Maria que não
pode defender ninguém no céu como pelo contrário
pode fazer Cristo Jesus. |
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Algumas palavras agora sobre o rosário. O rosário é tanto um objecto material como um modo de orar que
usam os Católicos romanos na sua devoção a Maria. Com este modo de
orar eles recitam cinco dezenas de Ave Maria, que são intercaladas a cada dez por um Pai Nosso e por uma brevíssima meditação
dita mistério que consiste em recordar alguma coisa que concerne à redenção,
como a entendem os Católicos, portanto pensando também na intervenção de
Maria, de facto os dois últimos mistérios se referem à assunção de Maria e à
sua coroação no céu que não são mais que fábulas. Para facilitar a recitação
de tal oração eles usam um objecto chamado Rosário ou Terço, formado por uma
série de cinquenta pequenos grãos encadeados entre eles e divididos a cada dezena por um grão um pouco mais grosso. Os grãos pequenos representam as Ave
Maria, enquanto os mais grossos os Pater Noster. O
rosário ‘completo’ consiste na recitação de três terços. Falando do Rosário
se deve falar da oração dirigida a Maria que leva o nome de Ave Maria, nome
que lhe foi dado pelos Católicos com as palavras que o anjo Gabriel dirigiu a
Maria quando lhe apareceu e a saudou, precisamente: "Ave (Te saúdo)" (Lucas 1:28). Esta oração tem um pouco
mais de quatro séculos de vida dado que foi introduzida completa no breviário em 1568. A oração
diz: ‘Ave Maria. Cheia de graça o Senhor é convosco. Bendita
sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte’. Como podeis ver esta oração é uma invocação
a Maria na qual está também as palavras que Isabel dirigiu a Maria quando
esta a foi visitar; nela Maria é chamada cheia de graça e mãe de Deus coisas
que não são verdadeiras porque Maria não era nem cheia de graça e nem a mãe
de Deus, mas apenas uma humilde serva do Senhor que
deu à luz Jesus. Com esta oração os Católicos dizem a Maria para rogar por
eles naquele momento e na hora da sua morte, coisa que vimos Maria no céu não pode fazer porque ela não pode de nenhuma
maneira nem ouvi-los e nem interceder por eles. Mas eu digo: ‘Mas quando na Escritura se diz
alguma vez que Maria quis que os discípulos de Jesus orassem a ela? Mas
quando alguma vez Maria enquanto ainda estava viva lhes deixou dito para orar
a ela porque no céu ela poderia ouvi-los? |
||
Os Católicos dizem as suas orações
mecanicamente pensando ser ouvidos pela multidão das suas palavras: o que
importa para eles é alcançar o número de orações estabelecido, nada mais.
Este é o modo de orar que distingue os pagãos dos Cristãos; ele é vão porque
Jesus disse: "E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios,
que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso
Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes..." (Mat.
6:7,8). |
||
A
oração nos ensinada por Jesus é o Pai nosso, conforme está escrito:
"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado
seja o teu nome; venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos induzas à
tentação; mas livra-nos do maligno" (Mat. 6:9-13); elevemo-la a Deus sob
o impulso da graça e com fé. É claro porém que nós crentes não somos chamados
a dizer apenas esta oração a Deus, porque se lermos as epístolas de Paulo lá
encontramos particulares orações que este apóstolo elevava a Deus pelos
irmãos (cfr. Ef. 1:15-19; 3:14-19; Fil. 1:9-11; Col. 1:9-12; 2:1-3; 2 Tess.
1:11,12) que faremos bem também nós em levantar com fé a Deus pelos nossos
irmãos. Depois há todas as orações feitas com o espírito, ou pelo Espírito
Santo (em outra língua) que os que receberam o Espírito Santo são chamados a
elevar a Deus precisamente pelo Espírito Santo (cfr. Rom. 8:26,27; Ef. 6:18;
Judas 20), sem entender o que eles dizem a Deus. E por fim as invocações que
dirigimos a Deus em circunstâncias particulares por nós (ou por outros);
antes de viajar para pedir-lhe que nos proteja, no meio de certos perigos, na
doença para que nos cure, ou na necessidade de alguma coisa material para que
supra a nossa particular necessidade. Mas em todos estes casos as orações são
dirigidas a Deus. |
||
Por
fim, por quanto respeita ao objecto material feito de grãos de que se usam os
Católicos romanos para orar é necessário dizer que ele é de origem pagã
porque é usado desde tempos antigos tanto entre os Budistas como entre os
Muçulmanos, portanto é um costume, o de orar com o rosário, que afunda as
suas raízes no paganismo. |
||
Ela esmagará a cabeça do diabo. Também
esta é uma mentira fabricada pela cúria romana para exaltar Maria. É uma
mentira que é feita parecer verdade ao povo desta maneira: são tomadas as
seguintes palavras que Deus dirigiu à antiga serpente: "Porei inimizade
entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a
sua descendência; esta te esmagará a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar" (Gen. 3:15), e lhe é dada a interpretação que nestas palavras
está ensombrada a vitória que Maria alcançará sobre a serpente. |
||
Cuidai que Deus disse
à serpente que a descendência da mulher, e não a mulher, lhe esmagaria a
cabeça, por isso se deve concluir que Deus com estas palavras predisse à
serpente que o Cristo lhe esmagaria a cabeça. Portanto, segundo o que diz a Escritura não será Maria a pisar Satanás mas sim Deus,
de facto na epístola aos Romanos Paulo diz: "E o Deus de paz esmagará em
breve Satanás debaixo dos vossos pés" (Rom. 16:20).
A Deus seja a glória agora e eternamente. Amen. |
||
Ela é co-redentora da humanidade.
Maria ‘dependentemente de Cristo, mas como único princípio com Ele, cooperou
na redenção objectiva e por isso foi verdadeira
co-redentora (...) dependentemente de Jesus, mas como único
princípio com Ele, satisfez para todos os pecados da humanidade, pagou a
Deus o preço da nossa libertação, ganhou todas as graças para os homens,
aplacando (a seu modo) Deus com o seu voluntário e necessário concurso para
o sacrifício da cruz’ (Pasquale Lorenzin, op. cit., pag. 499-500). |
||
Esta é uma outra mentira que os teólogos
católicos ensinam sobre Maria e o fazem fazendo todo tipo de vãos raciocínios
como por exemplo: ‘Pode-se dizer que a virgem seja a
salvadora do mundo por ter sofrido junto com o Filho, voluntariamente por ela
oferecido à divina justiça’. A Escritura diz de
várias maneiras que só Jesus Cristo é o Salvador do mundo porque só ele
morreu sobre a cruz pelos nossos pecados e nenhum outro com ele: eis algumas
passagens que o afirmam: |
||
Jesus disse: "O Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido" (Lucas 19:10); e: "Eu sou a
porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á" (João 10:9); e ainda:
"Eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo" (João
12:47). |
||
Paulo disse: "Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar
os pecadores.." (1 Tim. 1:15); |
||
Pedro disse: "E em nenhum outro há salvação,
porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo
qual devamos ser salvos" (Actos 4:12); |
||
Portanto nós rejeitamos as
afirmações dos teólogos católicos segundo as quais Maria, a mãe de Jesus,
tenha sofrido junto com o seu Filho por nós, porque elas são privadas
de qualquer fundamento escritural. Fizerem Maria tornar-se também a salvadora
do mundo. Realmente os teólogos desta organização religiosa
introduziram todo o tipo de mentiras sobre Maria. Ó guias cegos; mas
dizei-me: ‘Quem foi pregado na cruz? Jesus ou
Maria?’, ‘Quem derramou o seu sangue como preço de
resgate pelos nossos pecados? Jesus
ou Maria?’, ‘Quem ressuscitou para a nossa justificação? Jesus ou Maria? Mas
até quando vos gloriareis da mentira e mentireis contra a verdade? |
||
Ela é a madona ou nossa senhora. O
termo madona deriva do termo italiano madonna que é uma palavra latina (mea
domina) que significa ‘minha senhora’; este sobrenome dado a Maria não
aparece nas sagradas Escrituras mas foi-lhe dado para exaltá-la. Como Tomé
chamou a Jesus Cristo "Senhor meu" (João 20:28),
assim os Católicos romanos chamam a Maria ‘minha Senhora’ para não fazê-la
parecer inferior ao Filho de Deus. Maria não é a nossa Senhora, mas é uma
nossa irmã, por isso nós crentes nos recusamos a
chamá-la nossa senhora. |
||
Ela é mãe da Igreja. Ela foi
declarada tal por Paulo VI em 1964 nestes termos: ‘Nós
proclamamos Maria Santíssima mãe da Igreja (...) e queremos que, com este
suavíssimo Título, a Virgem seja, de agora em diante, ainda mais honrada e
invocada por todo o povo cristão’. Para o nascimento deste título
contribuiram as seguintes palavras de Agostinho sobre Maria: ‘...Mas ela é mãe, com plena evidência, dos seus membros
- e nós estamos entre estes - porque cooperou, com a caridade, para o
nascimento, na Igreja, dos fiéis que são os membros do cabeça’ (Agostinho de
Hipona, Da Santa Virgindade, Primeira Parte, primeira secção, VI).
Para sustentar com as Escrituras este título lhe dado os teólogos papistas
tomam as palavras de Jesus ditas ao discípulo que ele amava: "Eis aí tua
mãe!" (João 19:27). |
||
Este título dado a Maria não corresponde de
modo nenhum à verdade porque a Escritura a chama a
mãe de Jesus mas não a mãe da Igreja, e por isso dissentimos profundamente
das referidas palavras de Agostinho. (Tende sempre presente que os teólogos
romanos se baseam muitas vezes em palavras de Agostinho para sustentar
diversas suas heresias). A mãe da Igreja é a Jerusalém de
cima conforme está escrito aos Gálatas: "Mas a Jerusalém que é de cima é
livre; a qual é nossa mãe. Pois está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; esforça-te e
clama, tu que não estás de parto; porque mais são os filhos da desolada do
que os da que tem marido" (Gal. 4:26,27). A mãe das filhas de Deus não é
Maria mas Sara porque Pedro depois ter dito às mulheres que o seu adorno não
deve ser o exterior mas "o do íntimo do coração, no incorruptível traje
de um espírito benigno e pacífico, que é precioso diante de Deus" (1
Ped. 3:4), diz: "Porque assim se adornavam também antigamente as santas
mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos,
como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, se
fazeis o bem e não temeis nenhum espanto" (1 Ped. 3:5,6). |
||
Pelo que concerne ao facto de Jesus quando
estava na cruz, vendo sua mãe e junto dela o discípulo que ele amava, ter
dito a sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho!" (João 19:26) e ao discípulo: "Eis aí tua mãe" (João
19:27), é necessário dizer que Jesus estas palavras as dirigiu só à sua mãe e
só ao discípulo que ele amava, com efeito, está escrito logo depois que
"desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa" (João 19:27).
Não nos admiramos do facto de a cúria romana tomar diversas passagens que se
referem a Maria e as interpretar a seu agrado para exaltar a mãe de Jesus.
Porquê? Porque é sabido que os que mentem contra a verdade e se gloriam
contra ela porque cheios de contenda e de inveja, para sustentar a mentira mediante a verdade têm que forçosamente dar explicações
falsas à Palavra de Deus. Fazem dizer às Escrituras o que
elas não dizem; como fazem as Testemunhas de Jeová, os Mórmons, e tantas e
tantas outras seitas, nem mais nem menos. |
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Vimos pois quais são as
mentiras que a cúria romana diz sobre Maria; mas julgamos que não tenham
acabado por aqui. Qual será a próxima? Porventura que também ela foi
gerada pelo Espírito Santo? Ou porventura que quando Jesus voltar do céu sua
mãe estará no cavalo branco que ele montará ou quiçá
num outro cavalo branco ao seu lado? Estaremos para ver; seja como for é de se esperar de tudo destes guias
cegos. |
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As glórias de Maria |
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Para vos fazer compreender quanto os Católicos
são apegados ao culto de Maria e o que representa verdadeiramente Maria para
eles proponho à vossa atenção alguns trechos tirados do livro As glórias
de Maria, escrito por Afonso Maria de Ligório (1696-1787) há mais de dois
séculos e aprovado solenemente pela igreja romana com um decreto especial de
Gregório XVI. Este livro sobre Maria é muito amado pelos Católicos romanos. |
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‘Deus quer que todas as graças nos provenham
por mão de Maria’ (Alfonso Maria De Liguori, Le glorie di Maria,
Roma 1944, pag. 15); ‘Quantas são as criaturas que
servem a Deus, tantas devem ainda servir a Maria; já que os Anjos, os homens
e todas as coisas que estão no céu e na terra, estando sujeitas ao império de
Deus, estão também sujeitas ao domínio da Virgem’ (Alfonso de Liguori, op.
cit., pag. 28); ‘O eterno Pai deu ao Filho o ofício de julgar e punir, e
à Mãe o ofício de compadecer-se e levantar os miseráveis’ (ibid., pag.
31); ‘Como Adão e Eva por uma maçã venderam o mundo,
assim ela com o Filho com um coração resgataram o mundo. Bem pôde Deus,
confirma S. Anselmo, criar o mundo do nada; mas tendo-se
perdido o mundo pela culpa, não quis Deus repará-lo sem a cooperação de
Maria’ (ibid., pag. 206,207); ‘É impossível
que se dane um devoto de Maria que fielmente a obsequia e a ela se recomenda’
(ibid., pag. 282). Me fico por aqui com as aberrações escritas por
aquele idólatra [5] porque considero que tenhais percebido suficientemente o que é
com efeito Maria para os Católicos romanos. E depois os Católicos romanos nos vêm dizer que são Cristãos, que somos
todos irmãos e tantas outras belas coisas! Mas quais Cristãos, mas quais
irmãos? |
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Irmãos,
me dirigo a vós que falais tanto de ecumenismo: mas vos dais conta com quem
tendes a ver? Mas não vedes que vos prendestes com gente que a Cristo não o
têm em nenhuma consideração em comparação a Maria? Acordai do vosso sono mortal no qual caístes! |
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Os marianos
são idólatras |
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||
Quem são os marianos? São todos aqueles
Católicos que dizem que se deve adorar só a Deus, mas negam com as suas obras
esta sua afirmação porque se prostram diante das estátuas e das imagens que
figuram Maria e a adoram, oram a ela e a invocam. À
cabeça dos marianos está João Paulo II; sob seu empurrão o culto a Maria
nesta última década recebeu um forte impulso tanto nesta nação como no resto
do mundo. Seja bem claro que a sua habitual afirmação: ‘Mas
nós não a adoramos mas a veneramos’, de modo algum significa que eles a
recordam e a honram mas não a adoram, porque os factos demonstram o
contrário. São idólatras porque oferecem culto a uma
criatura em vez de ao Criador; são idólatras porque a Escritura diz: "Ao
Senhor teu Deus adorarás, e só a ele renderás culto [ ou servirás] "
(Mat. 4:10), enquanto eles adoram Maria por eles
considerada a sua Senhora e o seu Deus. Como podem afirmar que a sua
veneração não é idolatria quando eles louvam, oram e invocam a Maria como se
fosse Deus? Há uma outra afirmação a que os Católicos romanos recorrem com o objectivo de fazer perceber que eles não adoram Maria
mas adoram só a Deus, e é esta: eles dizem que a Deus dirigem o culto de latria
(do grego latreia que significa ‘adoração’ e ‘serviço’) [6], mas a Maria o culto de iperdulia
(serviço superior) e não o de latria. É supérfluo dizer que este é um
daqueles vãos raciocínios feitos pela cúria romana para defender o culto a
Maria. O culto deve ser rendido só a Deus; portanto não importa de que tipo
seja o culto rendido a outras pessoas além de Deus,
se de dulia, de iperdulia, ou de protodulia, ele é idolatria. |
||
Irmãos, o repito: sabei que todos os que adoram
e oram a Maria são idólatras cujos entendimentos foram cegados pelo deus
deste século; por isso não vos esquiveis de dizer
aos Católicos romanos que eles se devem arrepender (deixando de servir a criatura)
e crer na verdade do Evangelho para servir o Criador que é bendito
eternamente. Amen. |
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O que diz a Escritura de Maria |
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Depois de ter demonstrado
quantas coisas falsas são ditas pelos teólogos papistas sobre Maria quero
transcrever o que a sagrada Escritura diz desta nossa irmã em Cristo. |
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Maria era uma jovem virgem da cidade de Nazaré
que tinha sido prometida esposa a um homem da casa e
família de Davi, chamado José. Ela, antes que se desposasse com José, no
tempo estabelecido por Deus recebeu a visita do anjo Gabriel o qual lhe
disse: "Salve, agraciada; o Senhor é contigo. Ela,
porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que
saudação seria essa. Disse-lhe então o anjo: Não
temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. Eis
que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de
Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor
Deus lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará
eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. Então Maria
perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que
não conheço varão? Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o
poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por
isso o santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus. Eis
que também Isabel, tua parenta concebeu um filho em sua velhice; e é este o
sexto mês para aquela que era chamada estéril; porque para Deus nada será
impossível. Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se
em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela" (Lucas 1:28-38). |
||
Depois disso, Maria foi visitar Isabel e quando
a saudou, aconteceu que o menino que estava no ventre de Isabel saltou no seu
ventre; "e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e
exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do
teu ventre! E donde me provém isto, que venha
visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois logo que me
soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro
de mim. Bem-aventurada aquela que
creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte
do Senhor lhe foram ditas. Disse então Maria: A minha alma engrandece
ao Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador; porque atentou na
baixeza de sua serva. Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez
grandes coisas; e santo é o seu nome. E a sua
misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem. Com o seu braço
manifestou poder; dissipou os que eram soberbos nos pensamentos de seus
corações; depôs dos tronos os poderosos, e elevou os
humildes. Aos famintos encheu de
bens, e vazios despediu os ricos. Auxiliou a
Israel, seu servo, lembrando-se da misericórdia de que tinha falado a nossos
pais, para com Abraão e a sua descendência para sempre. E Maria ficou com ela
cerca de três meses; e depois voltou para sua casa" (Lucas 1:41-56). |
||
Ora, José quando viu que
Maria tinha ficado grávida, não sabendo que ela tinha ficado grávida por
virtude do Espírito Santo, "intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do
Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher,
porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; e dará à luz um filho e
chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor,
pelo profeta, que diz: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e
chamá-lo-ão pelo nome de emanuel, que traduzido é: Deus conosco.
E José, despertando do sono, fez como o anjo do
Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; e não a conheceu até que deu à
luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus" (Mat. 1:19-25). |
||
Maria, quando chegou para ela o tempo de
parturir, deu à luz o seu filho primogénito e o parturiu em Belém, a aldeia onde estava Davi. A razão pela qual ela e seu
marido José se encontravam em Belém quando ela teve que dar à luz foi porque
naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto para que se fizesse
um recenseamento de todo o império. E como todos iam
alistar-se, cada um à sua própria cidade, assim também José, como era da
família de Davi, teve que deslocar-se a Belém, a cidade de Davi para
alistar-se com Maria sua esposa (cfr. Lucas 2:1-7). Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que tinha dito o
profeta Miquéias a propósito do lugar onde nasceria o Cristo do Senhor; o
profeta de facto tinha dito: "E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum
és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que
há de apascentar o meu povo de Israel" (Mat. 2:6;
Miq. 5:1). Em Belém, o menino Jesus quando nasceu,
foi posto numa manjedoura e lá foram achá-lo os pastores que tinham sido
avisados por um santo anjo de Deus do que tinha
acontecido em Belém (cfr. Lucas 2:8-18). Quando os
pastores disseram o que tinha sido dito a eles
daquele menino pelo anjo todos ficaram maravilhados das coisas ouvidas deles,
e "Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração"
(Lucas 2:19). Ainda em Belém foram achar o menino Jesus os magos que tinham
vindo do Oriente para adorá-lo; eles, guiados pela estrela que lhes tinha
aparecido no Oriente (cfr. Mat. 2:9), chegaram à
casa onde estava o menino, "e entrando na casa, viram o menino com Maria
sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros,
ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra" (Mat. 2:11,12).
|
||
Depois de tudo isto, José por ordem de Deus se
retirou para o Egipto até à morte de Herodes, depois, ainda por ordem de
Deus, voltou a Israel e foi habitar numa cidade da
Galiléia chamada Nazaré (cfr. Mat. 2:13-23). Foi
aqui que Jesus foi criado pelos seus pais. Na idade de cerca de doze anos, os
seus pais o levaram a Jerusalém à festa da Páscoa, e terminados os dias da
festa, "ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém sem o saberem
seus pais" (Lucas 2:43). Quando
eles se aperceberam que não estava na comitiva começaram a procurá-lo entre
os parentes e os conhecidos e voltaram a Jerusalém em busca dele. O
acharam no templo, sentado no meio dos doutores que
os ouvia e lhes fazia perguntas (cfr. Lucas 2:44-47).
Quando os seus pais o viram "disse-lhe sua mãe: Filho, por que
procedeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na
casa de meu Pai?" (Lucas 2:48,49). |
||
Na idade de cerca de trinta anos Jesus deixou a
Galiléia e se dirigiu ao Jordão onde foi batizado por João o Batista. Começou
desde aquele tempo a pregar o reino de Deus, a curar os enfermos e a expulsar os demónios. O primeiro dos
seus milagres, o fez em Caná da Galiléia em ocasião de um convite nupcial ao
qual tinha ido com os seus discípulos. Estava
presente também sua mãe, a qual quando viu que estava a faltar o vinho disse
a Jesus: "Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu
contigo? Ainda não é chegada a minha hora" (João 2:3,4):
a estas palavras Maria disse aos serventes: "Fazei tudo quanto ele vos
disser" (João 2:5). Os serventes fizeram tudo o que
Jesus ordenou eles fazer; encheram seis talhas de água, depois tiraram e
levaram ao mestre-sala o qual provou a água que se tinha tornado
vinho. Assim Jesus mudou a água em vinho em Caná da Galiléia. |
||
Numa outra ocasião, enquanto ele estava
ensinando chegaram sua mãe e seus irmãos os quais ficando fora, o mandaram
chamar. Foi-lhe dito: "Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora. E ele lhes
respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E,
olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui
minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus,
esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe" (Mar. 3:32-35).
|
||
Chegou depois o dia em que Jesus foi
crucificado, e Maria sua mãe estava junto da cruz enquanto Jesus sofria sobre
ela. Jesus, antes de expirar, "vendo ali sua mãe, e ao lado dela o
discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher,
eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela
hora o discípulo a recebeu em sua casa" (João 19:26,27). |
||
Depois que Jesus ressuscitou e foi elevado ao
céu, Maria estava com os discípulos no cenáculo a
orar junto com eles, de facto está escrito: "Então voltaram para
Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, que está perto de Jerusalém, à
distância da jornada de um sábado. E, entrando, subiram ao
cenáculo, onde permaneciam Pedro e João, Tiago e André, Felipe e Tomé,
Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão o Zelote, e Judas,
filho de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração, com as
mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (Actos 1:12-14). |
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Eis as referências sobre Maria presentes na
sagrada Escritura. Como podeis ver entre esta Maria e a da
igreja católica romana há uma grande diferença. |
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O CULTO AOS SANTOS |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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Deve-se orar aos santos que estão no céu porque eles intercedem junto de Deus por nós. Só a igreja tem o direito de reconhecer santo um cristão
defunto. Os crentes têm santos no céu que os
protegem. José, o marido de Maria, é o patrono da Igreja de
Cristo. As relíquias dos santos são dignas de ser veneradas.
Segundo a cúria romana aqueles que estão na terra se devem dirigir em oração
também aos santos porque eles intercedem por eles junto de Deus, de facto o
concílio de Trento decretou quanto segue: ‘O santo
sínodo manda a todos os bispos e aos que têm o ofício e o encargo de ensinar,
que (...) instruam diligentemente os fiéis, sobretudo no que diz respeito à
intercessão e invocação dos Santos (....) Ensinem-lhes que os Santos reinam
juntamente com Cristo e oferecem a Deus suas orações pelos homens, que é bom
e útil invocá-los com súplicas e recorrer às suas orações, ao seu poder e ao
seu auxílio, para alcançar de Deus benefícios por Jesus Cristo seu Filho e
nosso Senhor...’ (Concílio de Trento, Sess. XXV). E isto é o que faz Perardi no seu catecismo quando diz: ‘Oremos a eles para que
intercedam por nós’ (Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 282). Também
para aqueles que são contrários a esta doutrina há o
anátema: ‘Aqueles que afirmam que os santos - que gozam da eterna felicidade
no céu - não devem ser invocados ou que eles não oram pelos homens ou que
invocá-los para que orem por cada um de nós, deva dizer-se idolatria, ou que
isso está em desacordo com a palavra de Deus e se opõe à honra do único mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo; ou que é estultície dirigir as nossas
súplicas com palavras ou mentalmente aos que reinam no céu, pensam
impiamente’ (Concílio de Trento, Sess. XXV). Para sustentar esta doutrina os
teólogos papistas tomam esta passagem escrita no
livro da Revelação: "E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo
um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as
orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão
do anjo até diante de Deus" (Ap. 8:3,4),
e também uma passagem escrita num dos livros dos Macabeus (que recordamos são
livros não inspirados por Deus) onde se fala de um sonho que contou Judas
Macabeu, o qual disse ter visto um sacerdote que tinha morrido o qual orava
pelo povo Judeu; ‘Eis o que vira: Onias, que foi sumo sacerdote, homem nobre
e bom, modesto em seu aspecto, de caráter ameno, distinto em sua linguagem e
exercitado desde menino na prática de todas as virtudes, com as mãos
levantadas, orava por todo o povo judeu’ (2 Macabeus 15:12 [Boa
Nova-Bíblia Católica, Fortaleza 2003]). Eles tomam também diversas
citações dos chamados pais, entre as quais algumas de Agostinho segundo as
quais no seu tempo muitas pessoas obtiveram a cura pela intercessão dos
mártires; uma destas diz: ‘Se quisesse só referir os
milagres das curas obtidas pela intercessão do glorioso mártir santo Estevão
na cidade de Calama e na nossa, omitindo todos os outros, teria que escrever
uma quantidade de livros’ (Agostinho de Hipona, A cidade de Deus, liv.
XXII, cap. VIII). |
||
Segundo o catecismo católico ‘somente a Igreja tem o direito de reconhecer formalmente como
Santo um cristão defunto, e propô-lo para a veneração e autorizar a invocação
pública dele; coisa que a Igreja faz depois de longos e minuciosos processos
de averiguação sobre toda a vida e os escritos dele, e só se forem
demonstrados e por ela reconhecidos dois milagres operados depois da morte de
tal servo de Deus. A Igreja primeiro o declara beato
com um culto limitado depois, se reconhece dois outros milagres operados após
a beatificação, o canoniza, o inscreve no cânon, ou seja catálogo, elenco dos
Santos; então ele pode ser publicamente honrado e invocado em toda a Igreja’
(Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 284). |
||
‘Dizem-se Santos Patronos, ou protectores aqueles
que toda a cidade, diocese, paróquia, instituição, classe social, profissão,
etc., elege para seus intercessores diante de Deus,
e sob cujo patrocínio se põem as pessoas singulares’ (Dicionário
Eclesiástico, Torino 1958, pag. 114). E quais são estes protectores aos quais os Católicos romanos se
recomendam e nos quais repõem a sua confiança? Não os citaremos todos por
brevidade, mas só alguns. |
||
Protectores de categorias de trabalhadores:
Francisco de Sales, dos escritores e jornalistas católicos; Alberto Magno,
dos estudiosos de ciências naturais; Mateus, dos contabilistas; Francisco de
Assis dos ecologistas; Francisco de Paula, dos marinheiros e das sociedades
de navegação; Catarina de Sena, das enfermeiras; João Bosco, dos editores
italianos; Isidoro-agrícola, dos agricultores; Andrónico, dos prateadores;
Ivo, dos advogados; Crispim e Crispiniano, dos sapateiros; Mateus, dos
cobradores, dos banqueiros e dos cambistas; José, dos carpinteiros; Lucas,
Cosme e Damião, dos médicos; Pedro e André, dos pescadores;..... |
||
Protectores que são invocados em determinadas doenças e calamidades: para ser
curado das apoplexias, André Avelino; das infestações do demónio, Ubaldo; da
peste, Roque; da hérnia, Cataldo; do mal de olhos, Lúcia; de mal de dentes,
Apolónia; do mal de garganta, Brás... |
||
Protectores que são invocados nas
várias necessidades; nas viagens de mar, Francisco Savério; para encontrar
coisas perdidas, António de Pádua; para ter prole, Francisco de Paula e Rita;
contra os ladrões, furtos, etc., Dimas bom ladrão;
contra os raios e as setas, Bárbara; para encontrar marido, Pasquale
Baylon... (Enciclopédia Católica, vol. 9, 988, 989). |
||
Protectores de algumas cidades de
Itália, Brasil e Portugal: Roma, Pedro; Nápoles, Januário; Milão, Ambrósio;
Turim, João Batista; Brasília, João Bosco; Rio de Janeiro, Sebastião; S.
Paulo e Fortaleza, Nossa Senhora da Assunção; Lisboa, António de Pádua;
Porto, João Batista. (Dicionário Eclesiástico, pag. 115). |
||
No Novo
Manual do Catequista Perardi, depois de ter explicado que José era o
esposo de Maria, e que não foi pai verdadeiro de Jesus mas pai putativo de
Jesus porque não foi José a gerar Jesus, diz: ‘Todavia é grande a dignidade
de S. José e como esposo de Maria e como custódio de Jesus. Ele foi,
se podemos dizer assim, o homem de confiança da Santíssima Trindade...’
(Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 141).
Depois diz: ‘Sede devotos de S. José; e rogai-lhe
especialmente duas graças: que salve a vossa alma da morte do pecado como
salvou Jesus menino da morte lhe ameaçada por Herodes; que como ele morreu
assistido por Jesus e por Maria, vos obtenha de morrer invocando devotamente
os nomes deles. - Repeti todos os dias as três jaculatórias: ‘Jesus, Maria, José, eu vos dou meu coração e minha
alma.. assisti-me na última agonia... expire em paz entre vós minha alma’ (ibid.,
pag. 141). E por fim Perardi, servindo-se das Escrituras,
explica às pessoas porque elas devem orar a José e ser-lhe devotas. Eis o que diz este teólogo: ‘José, filho
de Jacó, foi figura de S. José. Ele teve um sonho que contou aos irmãos:
Sonhei, disse, que nós estávamos juntos no campo a atar feixes: quando eis
que o meu feixe levantou-se e ficou de pé, e os vossos estando ao seu redor,
adoravam o meu. Responderam os irmãos a José: Para que tende esse teu sonho? Porventura
que tu serás nosso rei? Porventura que tu terás domínio sobre nós? - S. José
foi exaltado acima de todos os Santos no céu; todos os homens, seus irmãos, o
devem honrar. Teve depois José um outro sonho, no
qual viu o sol, a lua e onze estrelas que o adoravam. Mas o pai
repreendeu-o, dizendo: Que quer esse dizer? Porventura que eu e os teus
irmãos, nos inclinaremos a ti? Eles não entendiam a
realidade de que o sonho de José era figura. O sol incriado, o Senhor Jesus
Cristo e a Nossa Senhora honram José, chefe da sagrada Família que eles constituíam’ (ibid., pag. 141-142). Isto é o que
vem ensinado aos Católicos desde a sua meninice para os fazer orar e adorar a
José, que para eles é o patrono da Igreja [7],
e os fazer festejar a festa em sua honra! |
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Os
teólogos papistas ensinam que é justo prestar culto às relíquias dos santos. Perardi
afirma por exempo: ‘Nós veneramos também o corpo dos Santos, porque
serviu-lhes para exercitar virtudes heróicas, foi certamente templo do
Espírito Santo, e ressurgirá glorioso para a vida eterna’ (ibid.,
pag. 285). |
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Esta
veneração que a igreja católica romana nutre pelos corpos dos mortos ou partes
deles ou objectos que eles deixaram e a atribuição a eles de virtudes
sobrenaturais é confirmada pelos teólogos papistas com algumas Escrituras e
com escritos de alguns antigos escritores entre os quais Agostinho de Hipona.
As passagens da Escritura sobre as quais se apoiam os teólogos papistas para
sustentar que é justo venerar as relíquias e crer que por meio delas Deus
concede aos homens benefícios porque tudo isso era feito e crido antigamente
são as seguintes. "Ora, as tropas dos moabitas invadiam a terra à
entrada do ano. E sucedeu que, estando alguns a enterrarem um homem, viram
uma dessas tropas, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu. Logo que ele
tocou os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés" (2 Re
13:20,21); "E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários. De
sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as
enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam" (Actos
19:11,12). Por quanto respeita antes às palavras de Agostinho de Hipona
tomadas para sustento deste culto elas se encontram no seu livro A Cidade
de Deus. Ele aqui faz claramente perceber que no seu tempo as relíquias
dos mártires eram levadas em procissão pelos bispos com os seus fiéis, e
narra que diversos doentes foram curados com as relíquias de Estevão! E com
tudo isso se mostra perfeitamente de acordo. E além de falar destas
procissões e destas curas ele faz as seguintes afirmações que fazem perceber
outrossim claramente que ele também cria que os mortos operavam milagres em
favor dos vivos de facto diz: ‘Aqueles mártires, pois, que agora podem
alcançar tais graças do Senhor por cujo nome foram mortos, morreram pela fé
na ressurreição; por ela sofreram com admirável paciência, e agora podem
manifestar um semelhante poder em obter milagres (...) Cremos pois que eles
dizem a verdade e que fazem muitos milagres, porque os mártires morreram
proclamando a verdade e é por isso que podem fazer os milagres que nós vemos’
(Agostinho de Hipona, A Cidade de Deus, Livro XXII, cap. IX, X). |
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Confutação |
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Os santos que estão no céu não oram por nós |
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A doutrina da intercessão dos santos que estão no céu é uma mentira, porque como Maria não pode mediar
entre Deus e os homens, assim não podem mediar os santos que estão no céu em
favor dos que estão na terra porque eles não podem de alguma maneira ouvir as
orações que os homens lhes fazem. A passagem da Escritura tomada pelos teólogos romanos para sustentar que
eles são mediadores, não faz referência a orações suas em favor dos que estão
na terra, mas faz referência às orações dos santos que estão na terra feitas
a Deus, as quais sobem a Ele como um perfume de cheiro suave. Por quanto respeita ao sonho referido por Judas Macabeu é uma
mentira que não tem nada a ver com a verdade. Mediante o relato deste
sonho o escritor deste livro conseguiu introduzir no
seio de muitos homens a falsa doutrina que os mortos intercedem pelos vivos e
conseguiu assim fazer esquecer a muitos homens o nome do Senhor e a sua
palavra. Mas o relato de sonhos falsos para desviar o povo de Deus é uma arte
sedutora do erro que já era exercida durante a vida
dos antigos profetas, de facto Deus diz em Jeremias: "Eis que eu sou
contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e
fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas
leviandades..." (Jer. 23:32). Este exemplo nos
serve a nós todos para compreender como o diabo consegue introduzir heresias no seio do povo de Deus também servindo-se do relato de
sonhos; por isso é necessário ser prudente e examinar cuidadosamente pelas
Escrituras os sonhos que se têm ou que outros dizem ter tido, para evitar
aceitar um sonho que vai contra a Palavra de Deus. No curso dos séculos,
surgiram muitos falsos profetas que com as suas visões e os seus sonhos
seduziram muitos crentes fazendo-lhes crer a mentira, por isso
vigiai irmãos e examinai atentamente tanto os sonhos como as visões que ouvis
ou que vedes; aceitai-os quando são verazes e confirmam plenamente a verdade,
mas rejeitai-os sem hesitar quando se opõem à sagrada Escritura. Pelo que
respeita depois às palavras de Agostinho relativamente à intercessão dos
santos em favor dos vivos é necessário dizer que este homem errou
grandemente. |
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A
Escritura nos ensina que nós crentes nos devemos dirigir em oração a Deus. Eis
algumas passagens que testificam isso: "Não estejais ansiosos por coisa
alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplica, com acção de graças" (Fil. 4:6); e: "Invoca-me no
dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Sal. 50:15); e
ainda: "Me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei"
(Jer. 29:12). E que todas as vezes que oramos a ele devemos fazê-lo em nome
de Jesus Cristo, isto é, nos apoiando na sua mediação porque ele é o único
mediador entre Deus e nós conforme está escrito: "Há um só Deus, e um só
Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.."
(1 Tim. 2:5), e: "Tudo quanto pedirdes
em meu nome eu o farei" (João 14:13), e também: "Na verdade, na
verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo
há de dar. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que
o vosso gozo se cumpra" (João 16:23,24), e
ainda: "... a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele
vo-lo conceda" (João 15:16). Portanto é contrário à sã doutrina tanto
dirigirmo-nos em oração aos santos que estão no céu
como orar a Deus nos apoiando na mediação deles. Se os santos que estão no céu pudessem ouvir as orações de milhões de pessoas
espalhadas sobre a face da terra, isso significaria que eles são capazes de
vir ao conhecimento directo das nossas necessidades o que vai abertamente
contra a Escritura que ensina que os que estão mortos e foram habitar no céu
com o Senhor são criaturas de Deus que não sabem nada do que acontece sobre a
terra e não vêem o que sucede nela conforme está escrito: "Os mortos não
sabem coisa nenhuma" (Ecl. 9:5), e também:
"Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece" (Is. 63:16). E
se eles pudessem interceder por nós que estamos na terra isso
significaria que no céu há muitos mediadores o que vai contra a Palavra de
Deus que diz que entre Deus e os homens há um só mediador, a saber, Jesus
Cristo (cfr. 1 Tim. 2:5). Os Católicos romanos
definindo os santos que estão no céu poderosos
intercessores na realidade diminuem e fazem passar por irrelevante a mediação
que Jesus Cristo faz à direita do Pai em favor dos seus discípulos na terra. |
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O modo em que os
teólogos papistas sustentam a sua devoção a José é um exemplo que mostra o
que significa interpretar arbitrariamente a Palavra de Deus |
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Notastes com que astúcia os teólogos católicos,
para sustentar a devoção a José, conseguem fazer dizer à Palavra de Deus o
que ela não diz? Assim fazendo,
eles demonstram não ser inferiores aos seguidores de Russell ou de outros
impostores que interpretaram alegoricamente mas mal algumas passagens da
Escritura para fins desonestos. Antes de tudo quero que noteis que estas
passagens foram mal citadas por Perardi, de facto, ele diz que no primeiro
sonho os feixes dos irmãos de José adoraram o de José, e no segundo que o sol
a lua e as onze estrelas o adoraram, o que não é verdade porque na Escritura
está escrito que os feixes (ou molhos) dos seus irmãos se inclinavam diante
do seu e que o sol e a lua a as onze estrelas se inclinavam perante ele. Perardi
diz que os irmãos de José não entenderam a realidade de que o segundo sonho
de José era figura, sem se dar conta que também ele dando esta sua
interpretação a este sonho demonstra não ter percebido de modo nenhum o
significado do sonho de José! Nos encontramos perante uma enésima
prova de como o chamado magistério católico esteja no erro e de como dá o
significado alegórico que quer à Palavra de Deus para sustentar as suas
heresias. Nós nos limitamos a dizer que o significado alegórico dado por
Perardi aos dois sonhos que José teve é loucura! |
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Mas quis citar-vos esta sua fantasiosa
interpretação dada aos dois sonhos de José, filho de Jacó, também para vos
fazer compreender como seja suficiente dar um significado alegórico errado a alguma Escritura para criar uma falsa doutrina ou para
confirmar uma já existente. No curso dos séculos foram muitos os significados
alegóricos dados arbitrariamente a muitas passagens da Escritura e por meio
deles muitos falsos doutores conseguiram introduzir ou confirmar no seio da Igreja de Deus ensinamentos contrários à sã
doutrina. A igreja romana foi sempre fecunda de
pretensos doutores que introduziram e confirmaram as mais estranhas doutrinas
por meio precisamente de significados alegóricos; ela é bem exercitada nesta
arte sedutora do erro tendo-a testado adequadamente no curso dos séculos
precedentes. Irmãos, guardai-vos das suas artificiosas interpretações atrás
das quais se esconde a astúcia da antiga serpente. E
por fim quero dizer que é verdadeiramente loucura declarar José, que é uma
criatura, o patrono da Igreja, porque a Igreja tem
já o seu patrono que é Deus, o Omnipotente, o Omnisciente e o Omnipresente. Ele é Aquele que a protege, de facto Paulo diz: "Mas fiel é
o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno" (2 Tess. 3:3), e Isaías que Deus é aquele "que defende a causa
do seu povo" (Is. 51:22) e Pedro afirma que Deus tem cuidado de nós
(cfr. 1 Ped. 5:7) portanto nos protege também. E poderia prosseguir citando muitas outras passagens mas me fico
por aqui. |
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Aqueles que a igreja católica romana faz santos não eram mais do que
pecadores que agora estão no inferno |
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Ora, depois de ter demonstrado que os santos
que estão no céu não podem interceder pelos homens que
estão na terra, e que portanto é completamente inútil invocá-los, quero dizer
quem são estes santos assim chamados pelos Católicos. Cuidai que destas
considerações que estou para fazer estão excluídos os santos tradicionais,
isto é, Paulo, Pedro, João e todos os outros santos de que fala a Escritura, e todos aqueles santos que depois da morte
dos apóstolos, embora não tenham anulado o Evangelho como faz a igreja
católica romana, foram declarados santos pelos papas e inseridos no cânon dos
santos. Pelas palavras do catecismo anteriormente
citadas a propósito da canonização compreende-se claramente que segundo a
igreja romana são santos só uma parte daqueles que dizem crer, e já esta é
uma mentira porque segundo a Escritura todos aqueles que creram no Senhor
Jesus são santos porque foram "santificados pela oferta do corpo de
Jesus Cristo, feita uma vez para sempre" (Heb. 10:10);
eles foram santificados por Cristo, Deus bendito eternamente, já na terra e
não necessitam por isso de ser declarados santos depois de mortos por alguma
autoridade eclesiástica. Mas depois é necessário dizer que o defunto é
declarado santo pelo chamado papa se for reconhecido
ter sido um fiel Católico romano, portanto se for reconhecido que durante a
sua vida se ateve escrupulosamente à tradição católica romana, o que equivale
a dizer que será declarado santo se orava a Maria e a adorava, se reconhecia
o chamado papa como chefe da Igreja, os bispos como pastores instituídos por
Cristo, se se esforçou para ganhar o paraíso com obras justas, se combateu
portanto fortemente os Protestantes, e por aí adiante [8]. Alguns exemplos que demonstram isto?
Roberto Bellarmino, que durante a sua vida foi um
dos mais incansáveis defensores das heresias da igreja romana e um dos mais
fortes opositores do protestantismo, depois da sua morte foi declarado santo
por Pio XI em 1930. Mas além de Bellarmino se pode também citar Afonso de
Ligório grande adorador de Maria, autor do infame livro As glórias de
Maria, feito santo em 1839 por Gregório XVI. E
por fim o cardeal Carlos Borromeu (1538-1584), feito santo
por Paulo V em 1610, de quem é dito que foi um dos mais impiedosos
perseguidores dos Protestantes, como conselheiro íntimo e escutado pelos
seguintes três papas sanguinários: Pio IV (1559-1565), que fez massacrar
centenas de Valdenses na Calábria; Pio V (1566-1572), que incitou Carlos IX a
massacrar os huguenotes em França e mandou queimar em Itália Paleario e
Carnesecchi; e Gregório XIII (1572-1585) que se regozijou da sucedida chacina
dos huguenotes e mandou cunhar uma medalha em memória desse evento tão alegre
para o papado. Portanto, se chega à conclusão que todos aqueles santos que
são reconhecidos tais e canonizados porque obedeceram em tudo e em todo lugar à doutrina da igreja romana não eram mais
do que pecadores que depois de mortos foram logo para o inferno a chorar e
ranger os seus dentes no meio do ardente fogo à espera do dia do juízo em que
serão condenados. (Não podemos porém excluir que dentre estes alguns no
momento da morte tenham rejeitado as heresias papistas e se tenham
arrependido dos seus pecados e aceite o Senhor e portanto tenham morrido
santificados por Deus; nestes casos o nosso referido discurso não vale para
eles). Certamente entre os canonizados santos pelos papas não há homens que
enquanto estavam em vida (me refiro sobretudo ao
período que vai do décimo quarto século até agora) eram contra a doutrina que
diz que a justificação se obtém por obras e não por fé somente, contra o
primado do chamado papa, contra a oração dirigida a Maria, contra a missa
como a repetição do sacrifício de Cristo, contra o purgatório, contra as
indulgências, contra o culto das suas chamadas imagens sagradas ou contra
tantas e tantas outras coisas tortas que a igreja romana ensina e faz
praticar (em suma contra o catolicismo romano), porque estes últimos são por
ela definidos e recordados como heréticos, como enganadores, como inimigos da
Igreja. Para confirmação disso submeto à vossa atenção algumas palavras do
decreto emanado pelo concílio de Constança em 1415 contra João Wycliffe: ‘Nestes nossos tempos o antigo e invejoso inimigo
suscitou novas batalhas, para que os aprovados sejam manifestos. Seu chefe e capitão foi um tempo o falso cristão João Wycliffe.
Enquanto vivia ele afirmou pertinazmente e ensinou
contra a religião cristã e a fé católica muitos artigos (....) Por autoridade
do concílio romano e por ordem da igreja (..) se procedeu à condenação de
Wycliffe e da sua memória (...) este santo sínodo declara, define e sentencia
que João Wycliffe foi herético notório e obstinado, e que morreu na heresia:
o anatemiza e condena a sua doutrina. Estabelece e ordena
além disso que sejam exumados o seu corpo e os seus ossos, se for possível
distingui-los dos corpos dos outros fiéis, e sejam lançados para longe
do lugar da sepultura eclesiástica, segundo as legítimas sanções do direito
canónico’ (Concílio de Constança, Sess. VIII). Mas o que disse e fez de mal
este homem para atrair a si mesmo depois da sua
morte a maldição da igreja romana? João Wycliffe (1320-1384) durante a sua vida disse entre outras coisas que o papa
não era nem o vigário de Cristo e nem o chefe da Igreja de Deus, que a
doutrina da transubstanciação era falsa, que Cristo não tinha instituído a
missa, que não era necessário crer nas indulgências do papa; e depois
traduziu o Novo Testamento em inglês para o colocar ao alcance do povo. Mas
de homens que serão sempre recordados pelo papado como heréticos e enganadores para quem não há a mínima esperança de serem
canonizados santos, mas que na realidade eram santos se poderiam citar muitos
outros. Como podeis bem compreender há justos que são recordados pela igreja
romana como se durante a sua vida tivessem feito as
obras dos malvados, e há muitos malvados que ela recorda com grande respeito
como se eles durante a sua vida tivessem sido verdadeiros santos. Basta ver o
elenco dos santos da igreja católica romana para dar conta de como ela
declarou santos muitos homens malvados, arrogantes, etc. Nós crentes portanto
não podemos nos pôr a chamar santos homens e mulheres que viveram toda uma
vida em rebelião à Palavra de Deus para obedecer à tradição católica romana e
que agora estão nas chamas do Hades. Não podemos aceitar
nem estas suas canonizações, e nem o facto de eles serem declarados dignos de
ser invocados e orados [9]. |
||
Ó Católicos romanos, caí em vós mesmos,
arrependei-vos dos vossos pecados diante de Deus e crede no
seu Filho e sereis nesse instante feitos santos pelo Deus vivo. Sereis assim
acrescentados ao número dos verdadeiros santos que só Deus conhece e que
depois de mortos vão para o céu. Compreendereis
então como esta canonização papal não é mais que uma mentira que ainda por
cima serve para a chamada sede apostólica se enriquecer porque deveis saber
que para fazer declarar santo alguém pelo papa é
preciso pagar muito e muito dinheiro. Considerai por um momento isto: Deus
para santificar alguém não pede dinheiro mas o faz gratuitamente, a cúria
romana ao invés para fazer santo alguém quer
dinheiro. Mas sobretudo considerai que aqueles que
Deus santifica são verdadeiros santos, enquanto aqueles que o papa canoniza
santos são pecadores que habitam no inferno feitos passar por santos na
terra. Ah, se estes homens pudessem sair do inferno e voltar à terra!
Declarariam ao mundo inteiro que eles estavam no inferno a sofrer penas
indizíveis enquanto na terra eram feitos passar por poderosos intercessores
junto de Deus! |
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Os protectores dos Católicos romanos não protegem
ninguém |
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Vimos
quais são (uma parte) os protectores dos Católicos romanos. Temos que
portanto afirmar que na teoria os Católicos dizem crer em Deus mas na prática
demonstram que eles Deus não o conhecem, não o consideram poderoso para
socorrê-los em nenhuma das suas necessidades; em verdade o povo católico
romano foi enganado pela cúria romana. Eis as provas que demonstram quanto
idólatras e supersticiosos sejam os Católicos; são como os antigos pagãos que
tinham um deus a invocar para cada sua angústia, e depois nos vêm dizer que
são Cristãos! e se ofendem se não lhes damos razão. Mas como se lhes pode dar
razão diante de mais estas provas comprovantes da sua separação da vida de
Deus? E depois os teólogos papistas afirmam que esta tradição de invocar os
seus santos nas diferentes angústias faz parte da revelação de Deus? Mas como
se permitem dizer que Deus tenha revelado tais aberrações? O nosso Deus está
vivo, o seu ouvido não é surdo, para não poder ouvir, o seu braço é poderoso
para socorrer todo aquele que o invoca em qualquer angústia que se encontre,
a sua mão não está encolhida para que não possa salvar; é Ele que se deve
invocar na angústia, é n`Ele que importa ter plena confiança, não nos santos
que estão no céu. Porque eles não podem proteger ninguém dos perigos porque
para isso, isto é, para proteger os fiéis, estão encarregados os anjos de
Deus conforme está escrito: "O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que
o temem, e os livra" (Sal. 34:7), e ainda: "Aos seus anjos dará
ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos" (Sal.
91:11) [10]. Ó homens que professais
a religião católica romana quando caireis em vós mesmos e vos voltareis para
o Senhor para obter o seu perdão e a sua ajuda? Deixai de
invocar os mortos; invocai o Deus vivo e verdadeiro enquanto Ele está perto;
deixai de procurar o favor de Fulano e de Beltrano que estão mortos e
sepultados e não podem fazer nada por vós e buscai ao Senhor enquanto se pode
ainda achar. Salvai-vos desta assembleia pseudocristã! |
||
|
||
O nosso
protector, curador e socorredor |
||
|
||
Nós crentes temos como
protector o Senhor Deus Omnipotente, o Senhor dos Exércitos, o Criador de
todas as coisas, o Santo; n`Ele nos refugiamos; debaixo das suas asas nos
sentimos seguros porque está escrito: "Porque tu disseste: ó Senhor, és
o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque
aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus
caminhos" (Sal. 91:9-11), e também: "O
Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora
e para sempre" (Sal. 121:5-8). Ainda ele é o nosso curador, porque está escrito: "Ele é o
que... sara todas as tuas enfermidades" (Sal. 103:3), por isso Ele invocamos nas nossas enfermidades, como
fez o profeta Jeremias dizendo: "Cura-me, ó Senhor, e serei curado"
(Jer. 17:14). E por fim nas nossas múltiplas
necessidades, ou no meio das calamidades é ainda Ele
aquele que invocamos; para encontrar coisas perdidas, para encontrar mulher
ou marido, para ter crianças quando elas não venham, para encontrar casa,
para encontrar trabalho, e para todas as outras necessidades invocamos o
nosso Deus porque ele nos disse: "Invoca-me no dia da angústia; eu te
livrarei, e tu me glorificarás" (Sal. 50:15).
Nós temos um grande Deus de quem temos experimentado a fidelidade em todas as
nossas angústias; em verdade cada um de nós pode e deve dizer, como Davi,
"clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o
salvou de todas as suas angústias" (Sal. 34:6).
|
||
A
Deus que nos liberta de todas as nossas angústias, seja a glória, a honra e o
louvor eternamente. Amen. |
||
|
||
A veneração
das relíquias é idolatria |
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|
||
Eis
aqui uma outra prática da igreja romana que é reprovável porque mentira: a
veneração dos corpos dos mortos ou de alguns dos seus restos que eles dizem
relíquias. Começamos por dizer que não é verdade que os corpos que
eles dizem venerar tenham sido os corpos de homens verdadeiramente santos
porque como vimos por santo a Palavra de Deus não entende um homem que tenha
exercitado ‘virtudes heróicas’ para ganhar por meio
delas o paraíso (porque um tal, segundo a Escritura, é um pecador), mas um
homem que creu no Senhor e foi justificado por graça e santificado pelo
Espírito Santo. Vos recordo a tal propósito que Paulo
quando escreveu aos santos de Corinto se dirigiu a todos eles como "aos
santificados em Cristo Jesus" (1 Cor. 1:2),
e que disse a todos eles que tinham crido: "Não sabeis vós que sois o
templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Cor. 3:16). Portanto é errado pensar que
exista uma categoria de pessoas que depois que morreram se podem declarar
santas porque fizeram obras de caridade em favor dos fracos a fim de ganhar a
vida eterna. Mas nós dizemos que mesmo que aquele que morreu tenha sido
durante a sua vida um verdadeiro santo, isto é, um crente em Cristo Jesus que
foi de exemplo aos crentes porque imitou Cristo Jesus, o seu corpo não deve
ser de modo nenhum venerado como não deve ser de modo nenhum visitado
periodicamente o seu túmulo como se dele se pudesse obter alguma graça. Isto
o dizemos nos fundando no facto de que os santos antigos quando morriam seus
confraternos de modo nenhum começavam a venerar os seus corpos. Eis algumas
passagens da Escritura que testificam isso. |
||
Quando morreu João o Batista, (de quem a Escritura diz que enquanto estava em vida Herodes o
temia "sabendo que era homem justo e santo" (Mar. 6:20), e que
tinha sido cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe [cfr. Lucas
1:15]) os seus discípulos "foram, tomaram o seu corpo, e o puseram num
sepulcro" (Mar. 6:29); mas não é que os seus discípulos desde então
começaram a venerar o corpo dele decapitado indo ao sepulcro para orar. |
||
Estevão era um homem cheio de Espírito
Santo que fazia grandes sinais e prodígios entre os Judeus, e quando morreu
apedrejado pelos Judeus aconteceu que "uns homens piedosos sepultaram a Estêvão, e fizeram grande pranto sobre ele" (Actos
8:2). Eis o que é lícito fazer por um morto;
sepultá-lo com honra e fazer pranto por ele, mas nada mais. |
||
Ir ao sepulcro onde está sepultado um crente
que viveu santamente com a convicção que tocando a sua sepultura se pode
obter uma graça de Deus é só superstição, portanto um sentimento que não
procede de Deus. Um crente pode-nos ajudar enquanto está em vida fazendo-nos
bem, orando por nós etc., mas uma vez que ele morre
não está mais capaz de fazer algo de bom em nosso favor porque vai para o céu
na presença do Senhor: por isso é completamente ilusório confiar em suas
presumidas intercessões junto de Deus ou crer que ele pode fazer milagres em
prol dos vivos também depois de morto. Nós devemos venerar
o Deus que habitou no corpo dos santos e não os seus corpos mortos que viram
a corrupção. |
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||
Algumas
palavras a propósito da interpretação dada a certas passagens da Escritura
para sustentar a veneração das relíquias |
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||
Por quanto respeita à primeira Escritura,
citada pelos teólogos papistas para confirmação da veneração das relíquias, é
necessário dizer que o morto foi lançado no sepulcro de Eliseu pelos que o
deviam sepultar pelo facto de terem sido tomados
pelo medo de um bando de Moabitas que eles viram ali nos arredores. Portanto
o morto não foi levado por aqueles homens e colocado naquele sepulcro por
eles estarem convencidos que se o fizessem tocar nos ossos do corpo do
profeta Eliseu ele voltaria a viver. Podemos dizer portanto
que isto aconteceu ‘por acaso’. É bom porém precisar que nós não
cremos no acaso como a gente do mundo porque Jesus
disse que não pode cair em terra um só pássaro sem a vontade de Deus, por
isso cremos que este facto aconteceu por vontade de Deus. Mas mesmo se aquele
morto ressuscitou pela vontade e pelo poder de Deus quando tocou os ossos do
profeta Eliseu, nós não somos autorizados pela Palavra a levar os nossos
mortos ao sepulcro de algum ministro de Deus que na terra curava os doentes
para os fazer tocar nele porque assim ressuscitarão. Nós não atribuímos
nenhuma virtude sobrenatural a nenhum corpo morto de qualquer ministro de
Deus; nós não atribuímos nenhuma virtude particular a partes do seu corpo, à
sua cinza ou a objectos por ele deixados na terra
porque não somos pessoas supersticiosas. Nós não cremos, como pelo contrário
o cria Agostinho, que Deus conceda benefícios aos
homens através das relíquias de um seu santo homem em virtude da sua
intercessão. |
||
Por quanto respeita à segunda Escritura citada
pelos teólogos papistas é necessário dizer que nós cremos que também hoje em
particulares casos, quando o quer Deus, mediante um avental ou um lenço, que
esteve no corpo de um ministro do Evangelho que tem dons de curar ou o dom de
poder de operar milagres, posto no corpo dos enfermos eles podem curar
mediante a sua fé no Senhor e pelo poder de Deus: (seja bem claro porém que
nós, se bem que creiamos isto, não somos daqueles que oram sobre os lenços ou
pedem aos crentes para levar vestidos dos doentes para orar sobre os
vestidos). Mas daqui a dizer veneramos os corpos dos santos mortos ‘porque por meio dos resíduos dos seus corpos que nós
dizemos relíquias, Deus concede aos homens não poucos benefícios’ (Giuseppe
Perardi, op. cit., pag. 285) vai uma grandíssima diferença. |
||
Para
resumir dizemos portanto que não se devem absolutamente venerar os corpos ou
parte dos corpos ou objectos de crentes mortos pensando que por meio deles
Deus conceda curas porque este comportamento é idolátrico. Deus na sua Igreja
estabeleceu os milagres e os dons de curar e diz que se alguém está doente
deve chamar os anciãos da Igreja para que orem sobre ele ungindo-o com azeite
em nome do Senhor. Ele não diz ao doente para ir visitar o túmulo ou a
relíquia de um seu servo morto, mas lhe ordena de ter fé n`Ele para receber a
cura. Cura que obterá não pela intercessão no céu de
algum santo mas só pela mediação de Jesus Cristo que está à direita de Deus
porque é em seu nome que os anciãos oram sobre o doente ou que outros crentes
oram a Deus para curá-lo. |
||
Cuidai de vós mesmos irmãos porque a veneração
das relíquias dos santos está ligada à doutrina da intercessão dos santos no céu: são duas coisas inseparáveis. Quem venera as
relíquias de algum morto crê também que aquele morto ora a Deus por ele; e
quem se põe a crer que os mortos intercedem pelos vivos se põe também a
venerar as suas relíquias. E tudo isto leva o homem
a não se apoiar na mediação de Jesus Cristo, o Vivente, a não considerar que
ela seja suficiente para obter a cura. Jesus Cristo ressuscitou, está no céu com o seu corpo, pela fé no seu nome se recebe a
cura como qualquer outro benefício de Deus. Tende plena confiança em Deus Pai
e também no seu Filho Jesus que ora por nós à sua
direita. |
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A sedução
perpetrada por meio das relíquias |
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Satanás
conseguiu seduzir multidões de pessoas também mediante a veneração das
relíquias ensinada pelos Católicos. Hoje há um pouco por todo o lado
santuários católicos, basílicas e outros lugares de culto da igreja católica,
onde é dito estarem guardadas toda a espécie de
relíquias, desde cabelos, a maxila, o braço, a cabeça de diversos seus
chamados santos ou qualquer outro objecto, a pedaços de madeira que são
feitos crer resíduos da cruz em que foi crucificado Jesus. Tudo isto tem
levado muitas pessoas a oferecer o seu culto às
relíquias e de facto há as funções religiosas em honra delas. Basta recordar uma dentre todas, a saber, aquela que todos os
anos tem lugar na basílica que tem o nome de Pedro em Roma em honra da
‘cátedra de Pedro’. Pensai que os Católicos para sustentar que o
apóstolo Pedro exerceu o ofício de papa em Roma
fizeram aparecer também a cadeira com espaldar sobre a qual Pedro se sentaria
quando presidia às reuniões da Igreja! Mas em Roma não há só ‘a cátedra de Pedro’ mas também as cadeias com que Pedro foi acorrentado
(com uma em Jerusalém por ordem de Herodes e com outra em Roma por ordem de
Nero), o cárcere onde ele foi posto e também o túmulo em que ele estaria
sepultado; em suma há tudo o que serve aos Católicos para testificar com
certeza que Pedro veio a Roma (da sua vinda a Roma fala dela a tradição mas
não a sagrada Escritura) e para confirmar a sua fábula artificiosamente
composta sobre o papado de Pedro em Roma. O que nos ensina tudo isto? Que este das relíquias é um poderoso
instrumento nas mãos de Satanás para fazer crer toda a sorte de lendas às
pessoas. |
||
Para
muitos Católicos não importa nada se a Escritura cala acerca de muitas coisas
ou diz o contrário daquilo que a sua tradição secular diz; eles se fazem
fortes pelo facto de existir uma história a respeito de um pedaço de madeira
ou de um pedaço de carne putrefacta ou de um osso ou de alguma coisa mais e
nela crêem cegamente sem pôr isso em discussão. |
||
Mas nós dizemos: Mesmo que Pedro tivesse estado
em Roma, mesmo que a Escritura tivesse dito que ele
pregou o Evangelho nesta cidade e também o lugar preciso onde ele depois
teria sido morto, mas que privilégios teria alguma vez podido conferir tudo
isso à Igreja de Roma? Que superioridade teria alguma vez podido reclamar a Igreja de Roma sobre as outras igrejas? Mas que virtudes
sobrenaturais poderíamos atribuir ao seu túmulo? |
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Aos objectos que os homens de Deus deixaram na
terra não se deve dar a importância que não têm; e
não se deve atribuir-lhes poderes sobrenaturais, porque neste caso se daria
lugar de mansinho ao diabo que sabe como explorar as fraquezas dos mortais. |
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O CULTO AOS ANJOS |
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A doutrina
dos teólogos papistas |
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Os anjos devem ser
invocados porque oram por nós junto com Maria e os santos. O
catecismo romano afirma: ‘Invoquemos também a
Nossa Senhora, os Anjos e os Santos porque, sendo caros ao Senhor e
piedosos para connosco, nos auxiliam nas nossas petições com a poderosa intercessão.
(...) Os Anjos e os Santos são poderosos intercessores junto de Deus,
porque são seus servos fiéis, ou melhor, amigos predilectos’ (ibid., pag. 604) [11]. Além de Maria e os
santos portanto - segundo a teologia papista - também os anjos devem ser
invocados porque são intercessores junto de Deus. E a
eles é dirigido um culto: os anjos da guarda são festejados a 2 de Outubro. E para sustentar que os anjos oram por nós que estamos na terra,
os teólogos romanos tomam estas palavras do profeta Zacarias: "Então o
anjo do Senhor respondeu, e disse: Ó Senhor dos exércitos, até quando não
terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais
estiveste indignado estes setenta anos? Respondeu o
Senhor ao anjo que falava comigo, com palavras boas, palavras
consoladoras" (Zac. 1:12,13). |
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Confutação |
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Os anjos do Senhor não devem ser invocados |
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A
sagrada Escritura diz que "o anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o
temem, e os livra" (Sal. 34:7), e que por nós termos feito de Deus o
nosso refúgio Ele dará ordem aos seus anjos para nos guardarem em todos os
nossos caminhos (cfr. Sal. 91:11). Mas em nenhum ponto ela diz que nós devemos invocar os anjos porque
eles intercedem junto de Deus em nosso favor. E isto
sempre pelo mesmo motivo já exposto antes; porque entre Deus e os homens só
há um mediador, a saber, Jesus Cristo. E a
Escritura também não diz que nós devemos render culto aos anjos, antes ela
nos põe de sobreaviso deste culto aos anjos com estas palavras: "Ninguém
vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos,
envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal
compreensão" (Col. 2:18). Os anjos não são dignos de receber o nosso
culto porque só Deus é digno de ser adorado: temos uma confirmação disso
também nas seguintes palavras de João: "E eu,
João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto,
prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o
adorar. E disse-me: Olha, não
faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos
que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus" (Ap. 22:8,9). Sabemos
bem que os Católicos dizem: ‘Mas nós não os adoramos, os veneramos,
isto é, os honramos...’ (Giuseppe Perardi, op. cit.,
pag. 282), mas os factos demonstram que a sua chamada veneração pelos anjos
não é mais que uma verdadeira e própria adoração; por isso é fundada a
acusação de idolatria que lhes é dirigida. Pelo que respeita às palavras de
Zacarias, é necessário dizer que o anjo do Senhor mencionado era o Filho de
Deus que ainda não tinha tomado a nossa natureza humana; por isso estas
palavras se confirmam alguma coisa é a intercessão do Filho de Deus e não a
dos anjos que são apenas criaturas. |
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AS ESTÁTUAS E AS
IMAGENS |
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||
A doutrina
dos teólogos papistas |
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As imagens sagradas devem ser expostas para a veneração. A Deus agrada o
culto às imagens porque diante delas acontecem milagres. O concílio de Nicéia II, que foi
convocado pela imperatriz Irene, decretou: ‘Nós definimos com todo o rigor e
cuidado que, à semelhança da preciosa e vivificante Cruz, assim as venerandas
e sagradas imagens pintadas quer em mosaico quer em qualquer outro material
adaptado, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus, nas alfaias
sagradas, nos paramentos sagrados, nas paredes e mesas, nas casas e ruas;
sejam elas a imagem do Senhor Deus e Salvador nosso, Jesus Cristo, ou a da
Imaculada Senhora nossa, a Santa Mãe de Deus, dos anjos dignos de honra, de
todos os santos e piedosos homens’ (Concílio de Nicéia II). Para demonstrar
que a igreja católica não faz nada de mal em fazer estas imagens e estátuas e
expô-las para a veneração dos fiéis os teólogos papistas fazem presente que
Moisés fez querubins de ouro para pô-los sobre a arca e uma serpente de metal
que pôs sobre uma haste. |
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O
culto do sagrado coração de Jesus. A origem
desta devoção ao coração de Jesus está estritamente ligada às visões que teve
uma certa Margarida Maria Alacoque (1647-1690) porque elas serviram aos Jesuítas
como apoio para divulgar este culto ao coração de Jesus. Esta
jovem contou que lhe tinha aparecido Jesus Cristo sobre o altar, que ele
tinha aberto o peito e lhe tinha mostrado o coração entre chamas,
circundado por uma coroa de espinhos, rasgado por uma ferida e com uma
pequena cruz por cima; em suma aquele coração que hoje é reproduzido em
milhões de imagens e sobre milhões de medalhas. Numa outra aparição, tida
tempo depois, ela disse que Jesus lhe pediu o culto público, com a instituição de uma festa reparadora e indicou-lhe como
colaborador Cláudio de La Colombière, um Jesuíta que era o seu confessor. E foi exactamente este de La Colombière que, impulsionado por
grande zelo, conseguiu difundir, vivendo ainda Alacoque, o culto ao coração
de Jesus entre muitas pessoas. Ainda hoje o culto ao
sagrado coração de Jesus está muito difundido, sobretudo entre as mulheres,
que mais do que os homens são atingidas na imaginação e nos sentidos
por esta imagem do coração de Jesus coroado de espinhos. Mas como justificam
este culto ao coração de Jesus os teólogos católicos? Desta maneira: ‘O seu coração por isso, considerado unido à pessoa
divina, é digno de adoração, a qual termina na própria pessoa de Jesus (....)
Objecto próprio de culto portanto não é só o coração físico, nem só o amor,
mas o coração físico como símbolo do amor (...) O coração de facto foi sempre
tomado como símbolo do amor (...) Geralmente com a expressão Sagrado Coração
se costuma significar toda a pessoa de Jesus...’ (Enciclopédia Católica,
vol. 4, 1062). |
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O
culto da cruz. A Enciclopédia Católica
afirma que o culto da cruz ‘está fundado na estreita pertença que ela tem com
a divina pessoa do Redentor’ (ibid., vol. 4, 959). A
igreja católica romana instituiu duas festas em honra da cruz; a 3 de Maio e
14 de Setembro. Na ‘Sexta-feira santa’ ela a adora
com as palavras: ‘Ecce lignum crucis’ (Eis o madeiro da cruz); ‘Venite,
adoremus’ (Vinde e adoremos), ‘Crucem tuam adoramus, Domine’ (Adoramos a tua
cruz ó Senhor). Esta sua adoração dirigida à cruz foi claramente sustentada
por Tomás de Aquino o qual disse: ‘A própria cruz na
qual Cristo foi cravado, merece o nosso culto (....) porque nos representa a
figura de Cristo estendido sobre ela, e porque esteve em contacto com os
membros dele e foi banhada pelo seu sangue. Por ambos os
motivos é adorada com o mesmo culto rendido a Cristo, isto é, com o culto de
latria’ (Tomás de Aquino, A Suma Teológica, III, q. 25). |
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No Novo Manual do Catequista pode-se
ler: ‘Que a Deus depois agrada este culto é provado
por tantos milagres que se operaram diante das sagradas imagens; quantos
pequenos quadros com a figura de corações, fotografias de pessoas e flores,
sinal de reconhecimento’ (Giuseppe Perardi, op. cit., pag. 288). |
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Confutação |
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As chamadas
imagens e estátuas sagradas são ídolos e a chamada
veneração das imagens e das estátuas é idolatria |
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Nós com os nossos olhos e com os nossos ouvidos
somos testemunhas nesta nação da grande idolatria que esta chamada igreja
perpetra em qualquer sítio, de facto, as estátuas e as imagens que figuram
Maria ou algum outro personagem do passado estão difundidas por todo o lado
nesta nação e não dão sinal de diminuir antes estão em contínuo aumento sob o
impulso de guias cegados pelas trevas que preferem observar a sua tradição em
vez da Palavra de Deus. Diante destes espantalhos dos seus ídolos que não têm
neles nenhum sopro vital e não têm o poder de socorrer aqueles que os
invocam, há muitos que se prostram a adorá-los e a
orar a eles. Mas os Católicos dizem que não adoram as estátuas e as imagens
mas as veneram, ou melhor que nem sequer veneram as imagens materiais mas
veneram quem elas representam; eis como se exprime Perardi no
seu manual: ‘Semelhantemente veneramos as imagens dos Santos;
veneramos e não adoramos, e também não veneramos a imagem material em si mas
o Santo ou a Nossa Senhora nela representado’ (ibid., pag. 287-288).
Mas esta chamada veneração tributada ao personagem representado pela
escultura ou pela pintura da qual eles falam, não é mais que um dos muitos sofismas
de que a cúria romana se usa para enganar tanto os Católicos romanos como
aqueles que não o são, de facto, assim falando (isto é, usando a palavra
veneração no lugar da de adoração) a cúria romana consegue camuflar a
idolatria e fazê-la passar simplesmente por uma honra. Com efeito não é
verdade que a igreja romana não venera as imagens
materiais mas sim as pessoas que elas representam porque o seu segundo
concílio de Nicéia afirma quanto segue: ‘A honra tributada à imagem, na
realidade, pertence àquele que nela é representado; e quem adora a imagem,
adora a substância daquele que nela é reproduzido’ (Concílio de Nicéia II; em
Decisioni dei Concili Ecumenici [
Decisões dos Concílios Ecuménicos] ,
Torino 1978, pag. 204). Também Tomás de Aquino confirma isto quando a
propósito da imagem de Cristo afirma: ‘Nós, ao
contrário, honramos com culto de latria as imagens de Cristo que é verdadeiro
Deus, não pelas próprias imagens, mas pela realidade que representam..’
(Tomás de Aquino, op. cit., III, q. 25). Portanto, na realidade esta
veneração tributada às estátuas e às imagens que representam Cristo, Maria ou
alguma outra pessoa não é mais que uma verdadeira e própria adoração
tributada à estátua e à imagem não importa quem ela representa. |
||
Vejamos agora antes de tudo o que diz a Palavra
de Deus a respeito das estátuas e das imagens da igreja católica romana e do
culto que lhes é rendido por ela. Deus diz: "Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima
no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te
encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou
Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos
filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e
guardam os meus mandamentos" (Ex. 20:4-6). Este é o segundo mandamento dado por Deus a Moisés no monte Sinai.
Por isso, segundo a Escritura pecam tanto os que
constroem estas estátuas e imagens como os que as servem. Que depois estas
estátuas são servidas pelos Católicos romanos é uma coisa manifesta que não
pode ser desmentida porque eles acendem diante delas velas, as limpam com
cuidado quando necessitam de limpeza, as vestem com luxuosos paramentos, as
adornam com jóias, as levam sobre pedestais nas suas periódicas procissões,
dedicam-lhes fruta, doces, e outras coisas. Também as
imagens que eles fizeram são por eles servidas porque eles diante delas
recitam as suas orações, fazem o sinal da cruz, se prostram, acendem
os seus círios, põem as suas flores. Além de tudo isto, como dito acima,
diante delas os Católicos romanos se prostram com suma reverência, as adoram
e oram a elas. Portanto este seu serviço prestado às estátuas e às imagens é contrário à
Palavra de Deus. Ora, vimos como os Católicos romanos procuram defender o seu
culto às estátuas e às imagens, mas como se defendem os Católicos da acusação
de prestar a Maria e aos santos, através do subsídio das suas estátuas e
imagens, o culto devido só a Deus? Neste caso fazem recurso a um outro sofisma; eles dizem que a eles não lhes rendem
o culto de latria que deve ser rendido só a Deus, mas um culto inferior; a
Maria o culto de iperdulia (serviço superior) e aos santos o de dulia
(serviço). Mas nós replicamos: Mas onde na Escritura alguma vez se fala
de um culto a dirigir a Maria, um outro aos santos mortos e um a Deus? Mas
quando na Escritura alguma vez está dito que os defuntos são dignos de um
qualquer tipo de culto? O culto deve ser rendido só a Deus, o Vivente, e de
facto Jesus afirmou: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele renderás culto [ou
servirás] " (Mat. 4:10), e este culto lhe deve ser rendido em espírito e em
verdade, porque Jesus disse à mulher samaritana: "Mas a hora vem, e
agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é
necessário que os que o adoram o adorem em espírito e
em verdade" (João 4:23,24); portanto, como nós devemos adorar só a Deus
que é o Omnipotente, o Omnisciente e o Omnipresente, e ele procura que nós o
adoremos em espírito e verdade precisamente porque Ele é espírito, nós não
necessitamos de nenhuma imagem, mas digo mesmo nenhuma, para adorá-lo. E o culto dirigido a Maria e aos santos verdadeiramente
santos e aos feitos santos pelos homens? Ele é abominável a
Deus, ainda que seja feito passar por um tipo de culto inferior. |
||
Fazemos também notar que os teólogos papistas
dizendo que aos santos e às suas imagens rendem um culto de dulia, e a
Maria e às suas imagens rendem um culto de iperdulia ou extradulia
se condenam a eles mesmos porque a palavra dulia
é uma palavra grega que significa ‘serviço’ e o segundo mandamento diz
expressamente a propósito das esculturas e das imagens: "Nem as
servirás" (Ex. 20:5); notai portanto que às
estátuas e às imagens não deve ser rendido nenhum serviço, nem superior nem
inferior. Por quanto respeita ao segundo mandamento aqui supracitado do livro
da lei de Moisés, é bom recordar porém que a igreja
romana o fez desaparecer, mas não da Bíblia mas do catecismo que é
transmitido ao povo. Em outras palavras eles mutilaram os dez mandamentos,
suprimindo o segundo mandamento e enchendo o vazio
que se veio a criar dobrando o décimo; de facto o seu segundo mandamento é:
‘Não nomear o nome de Deus em vão’, enquanto o nono: ‘Não desejar a mulher do
próximo’ e o décimo: ‘Não cobiçar as coisas alheias’. A razão pela qual este
segundo mandamento foi suprimido é esta: a cúria romana afirma que Deus, no
Antigo Pacto, proibiu aos Hebreus de fazerem imagens e
estátuas porque eles viviam no meio de povos idólatras e havia o perigo de
eles as adoptarem como divindades, enquanto agora esta proibição não é mais
necessária porque já não há este perigo, por isso as estátuas e as imagens
são permitidas. Elas, dizem eles, constituem um válido auxílio ao culto
exterior, e ajudam os fiéis a recordar os verdadeiros servidores de Deus e os
convidam a imitar as virtudes deles! Como podeis ver nos encontramos diante de vãos
raciocínios, de altivezes que se levantam contra o conhecimento de Deus, e
por isso os devemos destruir. Ora, é verdade que os Hebreus viviam no meio de
povos idólatras que tinham mudado a glória de Deus em toda a sorte de imagens
e que eles estavam expostos ao perigo da idolatria; mas é igualmente verdade
que também nós crentes nos encontramos no meio de uma geração corrompida e
perversa que mudou a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do
homem corruptível, e que também hoje para o Israel de Deus há o perigo de cair
na idolatria, tanto é verdade que João nos escreveu para nos guardarmos dos
ídolos (cfr. 1 João 5:21); e Paulo escreveu para fugir da idolatria (cfr. 1
Cor. 10:14), e em referência às desobediências dos Israelitas no deserto
disse: "Ora, estas coisas nos foram feitas para exemplo, a fim de que
não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. Não
vos torneis, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O
povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar" (1
Cor. 10:6,7). |
||
Dilectos,
ninguém vos engane com palavras sedutoras. Sabei que nós hoje devemos
observar o mandamento que nos proibe de fazer imagens e estátuas de pessoas
ou de animais para servi-las e adorá-las, da mesma maneira em que deviam
observá-lo os Israelitas no deserto. Por quanto respeita depois ao facto de
as estátuas e as imagens deste ou daquele outro santo ajudarem os homens a se
recordarem dele para imitar as suas virtudes, dizemos que para nos
recordarmos de imitar Cristo, ou aquela humilde serva do Senhor e nossa irmã
Maria, ou os nossos irmãos Paulo, Pedro ou João ou algum outro santo de que
fala a Escritura é suficiente ler as Escrituras onde se fala da sua conduta e
das suas palavras. No caso depois de não termos à disposição connosco as
Escrituras para ler, de certo Deus pelo seu Espírito nos recordará as
palavras de Cristo e a sua irrepreensível conduta, como também as outras
Escrituras de que necessitamos nos recordar. Não são pois de modo nenhum
necessárias as estátuas e as imagens; se assim fosse, isto é, se fossem uma
ajuda poderosa e indispensável para nos recordarmos dos santos servidores de
Deus de certo Jesus primeiro e os apóstolos depois teriam dado instruções a
respeito, mas eles não as deram. Mas porventura as deram só de viva voz e
nunca foram postas por escrito de maneira que não encontramos rasto delas na
Escritura? Não pode ser porque doutra forma se teriam revelado de
língua dobre e teriam ido contra o mandamento de Deus. |
||
Por isso a Igreja
primitiva não tinha nem imagens e nem estátuas. Mas com o
passar do tempo homens corruptos introduziram o culto das imagens. Por
aquilo que diz Ireneu o culto das imagens foi introduzido na Igreja pelos
Gnósticos, de facto ele diz: ‘Denominam-se gnósticos
e têm algumas imagens pintadas, outras também fabricadas com outro material,
dizendo que são a imagem de Cristo feita por Pilatos no tempo em que Jesus
estava com os homens. E as coroam e as expõem com as imagens dos filósofos do
mundo, a saber, com a imagem de Pitágoras, de
Platão, de Aristóteles e dos outros, e reservam a elas todas as outras
honras, precisamente como os pagãos’ (Ireneu, Contra as Heresias, Liv.
I, cap. 25,6). Eis os pais do culto às imagens que a igreja católica tanto ama e tanto defende definindo-o
tradição apostólica! |
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Os querubins
de ouro e a serpente de metal não foram construídos para serem servidos |
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Quando
se fala contra as estátuas e as imagens com os Católicos romanos não é
difícil ouvir-se responder por alguns deles: ‘Mas também Moisés construiu
dois querubins de ouro sobre a arca do pacto; também Moisés fez uma serpente
de metal e a pôs sobre uma haste para que os que eram mordidos pelas
serpentes a olhassem e escapassem da morte!’. (Estas são palavras que os
padres põem na boca dos seus fiéis). |
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O
que devemos dizer pois a estas pessoas para lhes fazer compreender que os
querubins de ouro e a serpente de metal não podem ser comparados às suas
estátuas e imagens? Devemos dizer-lhes isto. Sim é verdade que Moisés fez
isto, mas ele o fez em obediência à palavra que Deus lhe tinha revelado, de
facto no caso dos querubins Deus disse-lhe: "Farás também dois querubins
de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do
propiciatório..." (Ex. 25:18), e por
quanto respeita à serpente ele disse-lhe: "Faze-te uma serpente ardente,
e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o que, tendo sido mordido,
olhar para ela" (Num. 21:8). Portanto
Moisés não fez aquelas coisas da sua cabeça, mas em obediência à audível voz
de Deus. A mesma coisa não se pode dizer porém daqueles que constroem
estátuas que figuram Maria, ou algum outro personagem do passado, e que se
prostram diante delas para lhes orar! E depois nem Moisés e nem o povo se
puseram a orar ou a adorar aos querubins ou à
serpente de metal ou a acender-lhes diante velas; enquanto da parte católica
importa dizer que eles oferecem o seu culto às suas estátuas e às suas
imagens orando a elas, adorando-as e acendendo-lhes diante velas. |
||
Por quanto respeita à
serpente de metal é necessário dizer que ela foi construída por Moisés por
ordem de Deus para que todo aquele que era mordido pelas serpentes venenosas,
olhando-a, pudesse escapar da morte. Mas os Israelitas, depois que
entraram na terra prometida, começaram a queimar-lhe incenso
e isto continuou até ao reinado de Ezequias porque está escrito que este rei
quando começou a reinar "fez em pedaços a serpente de metal que Moisés
fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam
incenso" (2 Re 18:4). Como podeis ver portanto, aquele pedaço de metal
que não tinha em si nenhum poder de fazer algum bem
aos homens tornou-se objecto de culto por parte dos Israelitas, e por isso
foi destruído por aquele rei, para que não fosse mais ocasião de pecado. E
isto é o que deveria fazer o papa dos Católicos, ordenar destruir todas as
suas chamadas imagens e estátuas sagradas que são
ocasião de pecado para os Católicos romanos em todo o mundo. |
||
Vos recordo além disso que o apóstolo disse que
o ídolo nada é, mas também disse que "as coisas que os gentios
sacrificam, as sacrificam aos demónios, e não a Deus" (1 Cor. 10:20). A mesma coisa se pode dizer do culto que é rendido a
Maria ou a algum dos seus santos; ele é dirigido aos
demónios e não a Deus, e os que o dirigem têm comunhão com os demónios e não
com Deus. |
||
Por isso nós crentes
abominamos todas as suas estátuas e as suas chamadas imagens santas, e o seu
culto que lhes dirigem, porque por meio de todas estas coisas eles se põem em
contacto com o diabo que se esconde habilmente atrás desta sua chamada
veneração. A sabedoria diz que "não há sabedoria, nem inteligência, nem
conselho contra o Senhor" (Prov. 21:30), por
isso todo o raciocínio que é feito pelos Católicos romanos para defender a
sua idolatria resulta vão. |
||
Que dizer depois da pergunta:
‘Quem é que não conserva pendurado na parede ou sobre a mesinha de
cabeceira com respeito e veneração o retrato das pessoas defuntas?’ Esta é
uma pergunta nos feita para defender a sua idolatria! Pelo
que nos diz respeito, não estamos de modo nenhum de acordo em pôr fotografias
ou retratos de pessoas mortas pendurados na parede ou apoiados sobre a
mesinha de cabeceira para evocar a sua memória. Para evocar a memória
de uma pessoa é suficiente pensar nela ou falar dela. |
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O culto do
sagrado coração de Jesus é idolatria |
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Como podeis ver os teólogos católicos romanos
também no caso do culto ao sagrado coração de Jesus
conseguem com os seus habituais sofismas fazer parecer a idolatria como um
culto rendido a Jesus Cristo. Eles dizem que o culto ao sagrado coração de
Jesus é um culto rendido à pessoa de Jesus; mas isso
não é verdade porque se se considera de perto em que consiste esta devoção se
vê que ela é dirigida a uma imagem e não a Jesus. Nós não
cremos que Jesus tenha aparecido a Margarida Maria Alacoque revelando-lhe e
fazendo-lhe ver aquelas coisas; antes cremos que aquelas aparições que
ela diz ter tido são imposturas brotadas da sua mente inchada de vaidade.
Jesus não pode ter dito aquelas coisas àquela mulher, porque ele não é um ministro de pecado que incita as pessoas à idolatria. Enquanto Jesus estava ainda na terra com os seus discípulos, foi
adorado; mas de modo nenhum se diz que aqueles que o adoraram adoraram o seu
coração físico, mas adoraram toda a sua pessoa. Também
depois que Jesus foi elevado ao céu os seus discípulos o adoraram conforme
está escrito: "E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou
deles e foi elevado ao céu. E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo
para Jerusalém..." (Lucas 24:51,52);
mas também neste caso os discípulos não adoraram o coração de Jesus ou Jesus
servindo-se de uma imagem dele ou do seu coração, porque o adoraram em
espírito. |
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O culto da cruz é
idolatria |
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A
Palavra de Deus diz: "Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele renderás
culto [ ou servirás] " (Mat.
4:10), portanto render um culto a uma cruz é idolatria. Ela é só um pedaço de
madeira que representa a cruz em que morreu Jesus e mais nada. Mas nós
dizemos: Mas onde está alguma vez escrito na Bíblia que os Cristãos devem
saudar a cruz e venerá-la? Os apóstolos pregavam a cruz de Cristo, mas nunca
disseram nem para se construir uma cruz de madeira, pequena ou grande, e
muito menos para adorar a cruz porque ela recorda Jesus. Concluímos dizendo
isto: mesmo que houvesse num lugar da terra a verdadeira cruz na qual foi
crucificado Jesus nós não seríamos chamados a render-lhe nenhum tipo de
culto; e o facto de Jesus ter sido posto numa cruz não significa que alguém
se deva pôr a adorar a cruz porque ela está ligada em um certo sentido à vida
de Jesus. Porque doutra forma, se se devesse raciocinar como fazem os
Católicos romanos, deveríamos nos pôr a adorar uma manjedoura porque numa
manjedoura foi colocado Jesus quando nasceu, deveríamos adorar uma lança
porque foi uma lança a furar-lhe o lado, os pregos porque as suas mãos e os
seus pés foram traspassados com pregos, espinhos porque na cabeça lhe foi
posta uma coroa de espinhos, e assim por diante! |
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Adoremos Cristo Jesus, mas
não a cruz em que ele foi crucificado. |
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Os milagres
acontecidos diante das imagens procedem do diabo |
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A cúria romana justifica o
culto às imagens, com o facto de diante delas terem acontecido milagres.
Como podeis ver chegaram ao ponto de definir agradável a
Deus o culto das imagens. Não é de modo nenhum assim
como dizem eles porque o seu culto às imagens é abominável a Deus e as
seguintes Escrituras o testificam. O profeta Ezequiel diz: "E
levou-me à porta do átrio; então olhei, e eis que
havia um buraco na parede. Então ele me disse: Filho
do homem, cava agora na parede. E quando eu tinha
cavado na parede, eis que havia uma porta. Disse-me ainda: Entra, e vê as ímpias abominações que eles fazem aqui. Entrei,
pois, e olhei: E eis que toda a forma de répteis, e
de animais abomináveis, e todos os ídolos da casa de Israel, estavam pintados
na parede em todo o redor. E setenta homens dos anciãos da casa de Israel,
com Jaazanias, filho de Safã, no meio deles, estavam
em pé diante das pinturas, e cada um tinha na mão o seu incensário; e subia o
odor de uma nuvem de incenso" (Ez. 8:7-11). |
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Por aquilo que diz respeito aos milagres que
eles dizem acontecerem diante destas suas imagens eles são mentirosos e são
feitos pelo diabo a fim de não fazer desviar os Católicos do culto das suas
imagens. Por que motivo também nesta nação o culto das imagens entre os
Católicos está enraizado tão profundamente? Precisamente porque diante destes ídolos Satanás operou fenómenos
sobrenaturais que depois foram atribuídos à pessoa
que a estátua ou a imagem representam. Tomemos por exemplo o chamado milagre
de Januário (ou Gennaro) que aconteceu em Nápoles. Segundo o que é ensinado
aos Católicos Januário morreu mártir no terceiro século e uma mulher recolheu
o sangue numa ampola. E este sangue coagulado
três vezes ao ano se liquefaz no culto dos Católicos. O
que produziu este prodígio mentiroso? Produziu sobretudo
nos habitantes de Nápoles nada mais que uma cega confiança em Januário, tanto
é verdade que o invocam muitas vezes para que lhes faça alguma graça.
Atenção porém: os Católicos não atribuem estes factos sobrenaturais que
acontecem diante dos cadáveres dos seus ídolos à obra do diabo, mas ou à mãe
de Jesus (se o prodígio acontece diante da sua imagem) ou a
este ou àquele outro chamado santo (se o prodígio acontece diante da sua
imagem), o que é um pouco diferente. Mas precisamente nisto consiste a astúcia do diabo, em fazer passar um prodígio seu como
uma obra acontecida pela intercessão no céu de Maria ou de algum outro. Não é algo sem importância, porque desta maneira conseguiu
consolidar a idolatria no seio dos Católicos. No fim o que importa ao
diabo é conseguir fazer parecer útil o culto das imagens, e os mortos como
poderosos intercessores junto de Deus (desviando assim as pessoas de se
dirigirem a Cristo Jesus o único mediador entre Deus e os homens); e temos
que reconhecer que conseguiu. É o enganador de todo o
mundo: enganou certos povos fazendo-lhes adorar o sol, a lua, as estrelas;
outros, fazendo-lhes adorar as imagens de animais do campo, répteis e aves; e
os Católicos, fazendo-lhes adorar e invocar as imagens de Maria e de muitos
outros, ou melhor aqueles que morreram. A única
diferença que há entre a religião católica romana e tantas outras religiões
está no facto de as imagens e as estátuas que os Católicos adoram e
invocam figurarem personagens históricas diferentes daquelas que adoram e
invocam os das outras religiões. Mudam portanto só os nomes
dos ídolos, mas tudo o resto é o mesmo e o artífice de tudo isto permanece
sempre o diabo. Será bom lembrar de uma coisa que está escrito no livro do Apocalipse que nos faz perceber o que o diabo
é poderoso para fazer para enganar as pessoas mediante imagens. Está escrito: "E vi subir da terra outra besta, e tinha dois
chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão. Também
exercia toda a autoridade da primeira besta na sua
presença; e fazia que a terra e os que nela habitavam adorassem a primeira
besta, cuja ferida mortal fora curada. E operava
grandes sinais, de maneira que fazia até descer fogo do céu à terra, à vista
dos homens; e, por meio dos sinais que lhe foi permitido fazer na presença da
besta, enganava os que habitavam sobre a terra e lhes dizia que fizessem uma
imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. Foi-lhe concedido
também dar um espírito à imagem da besta, para que a
imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não
adorassem a imagem da besta..." (Ap. 13:11-15).
Como podeis ver acontecerá que surgirá um falso profeta que fará grandes
sinais na presença da besta e enganará mediante
estes sinais muitas pessoas dizendo-lhes para fazerem uma imagem da besta que
depois de ter sido ferida mortalmente reviverá. Mas o facto é que a este falso profeta o diabo dará também o poder de dar um
espírito à imagem da besta a qual começará a falar e muitos vendo-a falar
começarão a adorá-la. |
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Hoje, a astúcia
operada pelo diabo por meio das imagens e das estátuas de Maria ou de algum
outro para enganar os Católicos é a mesma, de facto, mesmo se não as faz
falar consegue fazê-las lacrimejar, sangrar, abrir os olhos etc. E assim
acontece que muitos vendo estas obras do diabo se afeiçoam ainda mais aos
cadáveres dos seus ídolos, e são induzidos a render-lhes culto. Mas mesmo que descesse fogo do céu na presença destas estátuas e
imagens, mesmo que elas se pusessem a falar nós não creremos na doutrina que
permite o culto às imagens; precisamente porque sabemos quem se oculta atrás
desta chamada veneração, o diabo. Irmãos, vigiai; ninguém vos engane. |
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Passagens da Escritura que condenam o fazer-se estátuas e imagens e o
seu culto |
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"Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que
fizeste subir da terra do Egipto, se corrompeu; depressa se desviou do
caminho que eu lhe ordenei; eles fizeram para si um
bezerro de fundição, e adoraram-no, e lhe ofereceram sacrifícios, e disseram:
Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egipto" (Ex. 32:7,8). Moisés tinha ido sobre o monte Sinai para receber
de Deus a lei, mas na sua ausência o povo com o consentimento de Arão fez um
ídolo que figurava um bezerro, o adorou e lhe
ofereceu sacrifícios atribuindo àquele ídolo vão a sua libertação do Egipto.
O povo de Israel portanto depois de ter visto Deus operar grandes e tremendos
juízos tanto no Egipto como no deserto, depois de
ter visto a glória de Deus sobre o monte Sinai, o próprio monte fumegar e
tremer, e depois de ter ouvido a voz de Deus, se corrompeu até ao ponto de
fazer aquele bezerro de ouro para adorá-lo no lugar de Deus. Ele em vez de adorar e servir a Deus se pôs a adorar e a servir
um ídolo, e por este seu acto Deus se irou ao ponto de o querer destruir.
Mas Moisés intercedeu por ele e Deus não o destruiu; de qualquer modo Moisés
regrassando ao campo deu ordem para matar os idólatras, e naquele dia morreram cerca de três mil homens. No
princípio a Igreja aborrecia as estátuas e as imagens, depois a pouco e pouco
homens introduziram no seu meio o culto das imagens e das estátuas,
conseguindo desviar muitos fiéis de Deus e fazê-los adorar as imagens. Isto
pôde acontecer porque muitos bispos estabelecidos para apascentar o rebanho
de Deus deixaram de vigiar. Importa dizer também porém que houveram bispos
que rejeitaram o culto das imagens e exortaram os
fiéis a não se conformarem a este costume pagão que homens corruptos tinham
introduzido na Igreja. Por quanto respeita à igreja romana
importa dizer que ela está mergulhada na idolatria. |
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Moisés disse ao povo: "Guardai, pois, com diligência as vossas almas,
pois nenhuma figura vistes no dia em que o Senhor,
em Horebe, falou convosco do meio do fogo; para que não vos corrompais, e vos
façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de
homem ou mulher; figura de algum animal que haja na terra; figura de alguma
ave alada que vôa pelos céus; figura de algum animal que se arrasta sobre a
terra; figura de algum peixe que esteja nas águas debaixo da terra..."
(Deut. 4:15-18). Os Católicos dizem que as suas
estátuas e as suas imagens não são ídolos porque não têm a forma de animais
ou aves ou peixes, mas não é assim como eles dizem porque a Palavra de Deus
chama ídolos tanto às esculturas e às imagens de animais, de aves e de peixes
como às esculturas e às imagens na forma de Cristo, Maria, e os santos
tradicionais e qualquer outra pessoa. A passagem supradita o faz perceber
muito bem isso. Irmãos, ninguém vos engane de alguma
maneira. |
||
"Nem levantarás imagem, a qual o Senhor teu Deus odeia" (Deut. 16:22). |
||
"E os levitas dirão em alta voz a todos os
homens de Israel: Maldito o homem que fizer imagem esculpida, ou fundida,
abominação ao Senhor, obra da mão do artífice, e a puser em um lugar
escondido. E todo o povo, respondendo, dirá:
Amém" (Deut. 27:14,15). Portanto todos aqueles
que fazem uma imagem esculpida estão sob maldição. |
||
Nos Salmos está escrito: "Os ídolos das nações
são prata e ouro, obra das mãos dos homens; têm boca, mas não falam; têm
olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua
boca. Semelhantemente a
eles se tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam" (Sal.
135:15-18). Eis por que os Católicos romanos não falam como deveriam, não
vêem o que nós vemos, e não ouvem o que nós ouvimos, e porque estão mortos
nas suas ofensas sem a vida de Deus; precisamente porque põem a sua confiança
nos ídolos que se fabricam. |
||
Em Isaías
está escrito: "Todos os artífices de imagens esculpidas são nada; e as
suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias
testemunhas nada vêem nem entendem, para que eles sejam confundidos. Quem forma um deus, e funde uma imagem
de escultura, que é de nenhum préstimo? Eis que todos os seus seguidores
ficarão confundidos; e os artífices são apenas homens; ajuntem-se todos, e se
apresentem; assombrar-se-ão, e serão juntamente confundidos. O ferreiro faz o machado, e trabalha nas brasas, e o forja com
martelos, e o forja com o seu forte braço; ademais ele tem fome, e a sua
força falta; não bebe água, e desfalece. O carpinteiro estende a régua
sobre um pau, e com lápis esboça um deus; dá-lhe forma com o cepilho; torna a esboçá-lo com o compasso; finalmente dá-lhe forma à
semelhança dum homem, segundo a beleza dum homem, para habitar numa casa. Um
homem corta para si cedros, ou toma um cipreste, ou
um carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta uma faia, e a
chuva a faz crescer. Então ela serve ao homem para
queimar: da madeira toma uma parte e com isso se aquenta; acende um fogo e
assa o pão; também faz um deus e se prostra diante dele; fabrica uma imagem
de escultura, e se ajoelha diante dela. Ele queima a metade no fogo, e com isso prepara a carne para comer; faz um
assado, e dele se farta; também se aquenta, e diz: Ah! já
me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz para
si um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se, e
lhe dirige a sua súplica dizendo: Livra-me porquanto tu és o meu deus. Nada sabem, nem entendem; porque se lhe untaram os olhos, para
que não vejam, e o coração, para que não entendam. E nenhum deles
reflete; e não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e assei pão sobre as suas brasas; fiz um assado e
dele comi; e faria eu do resto uma abominação? ajoelhar-me-ei
ao que saiu duma árvore? Apascenta-se de cinza. O seu coração enganado o
desviou, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não
há uma mentira na minha mão direita?’ (Is. 44:9-20).
Com estas palavras Deus declara inúteis e enganados
os homens que fabricam um ídolo, o adoram e lhe oram invocando a sua ajuda. A
Palavra de Deus não deixa espaço para mal-entendidos; é clara. |
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Deus diz em Jeremias: "Mas eles todos são
estúpidos e insensatos; não é senão uma doutrina de vaidade; não é mais que
madeira; prata batida em chapas trazida de Társis, e ouro de Ufaz, trabalho
do artífice, e das mãos do fundidor; seus vestidos são de azul e púrpura;
obra de peritos são todos eles. Mas o Senhor é o verdadeiro Deus; ele
é o Deus vivo e o Rei eterno, pelo seu furor treme a terra, e as nações não
podem suportar a sua indignação...... Quando ele faz
soar a sua voz, logo há rumor de águas no céu, e ele faz subir os vapores das
extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva, e dos seus tesouros
faz sair o vento. Todo homem então torna-se estúpido e sem
conhecimento; todo o fundidor envergonha-se da sua imagem esculpida; porque
as suas imagens fundidas são uma mentira, e nelas não há fôlego. Vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitação virão a
perecer" (Jer. 10:8-10, 13-15 Riveduta).
Portanto todos os que se acham sábios e ensinam a
fazer estátuas e imagens são estúpidos e insensatos diante de Deus e ensinam
uma doutrina vã. Além disso segundo o profeta Jeremias no
dia em que Deus castigará as nações pela sua maldade perecerão todas as
estátuas e todas as imagens que os homens fizeram para adorá-las. Que o
saibam bem os Católicos romanos: as estátuas e as imagens que figuram Cristo,
Maria, os santos antigos ou outros homens que eles levantaram e pintaram nas
suas basílicas, nas suas casas, pelas ruas e praças, sobre as montanhas e em tantos outros lugares no dia do castigo perecerão
junto com aqueles que lhes oferecem culto. |
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AS PEREGRINAÇÕES
[12] |
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||
A doutrina
dos teólogos papistas |
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As peregrinações proporcionam graças excepcionais e são escriturais. Um escritor católico afirmou que a
peregrinação é antes de tudo um acto de fé e depois é ‘uma forma eminente de
oração e vale para aquele que a faz graças excepcionais’. Os teólogos
papistas sustentam as peregrinações com as Escrituras dizendo que segundo a
lei de Moisés também os Israelitas se deviam deslocar três vez ao ano a
Jerusalém, a cidade santa. Por isso o que é prescrito aos Católicos é
escritural porque também eles são exortados a ir aos lugares santos. |
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História |
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Por quanto respeita à origem e à difusão das
peregrinações no seio da igreja católica romana
dizemos estas poucas coisas. |
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Depois da morte de Cristo, o lugar onde Jesus
tinha nascido, aquele onde tinha sido criado, os lugares onde tinha pregado,
e sobretudo o lugar onde tinha sido crucificado e sepultado, começaram a ser
considerados por muitos lugares mais santos do que os outros, e por isso começou por parte de muitos a migração para estes
lugares; migração, que devemos dizer, não parou até hoje. Mas
não foi só a terra santa que começou a ser a meta de muitos peregrinos, mas
também Roma, porque a tradição dizia que nesta cidade tinham morrido
mártires Pedro e Paulo, e muitos iam venerar os seus túmulos. No curso do tempo as peregrinações no seio da igreja
romana se multiplicaram de maneira impressionante porque começaram a
multiplicar-se túmulos de mártires e relíquias de todo o género, e as pessoas
foram convencidas que indo venerar esses túmulos ou essas relíquias obteriam
de Deus por meio delas graças. Depois foi-lhes dito que se fizessem a
peregrinação a este ou àquele outro lugar obteriam a
remissão das suas penas temporais, isto é, a indulgência; e assim elas foram
sobremodo incentivadas a fazer as peregrinações. Ainda hoje as peregrinações
estão ligadas às indulgências. Em Itália os lugares onde os
peregrinos católicos se deslocam em maior número são Roma, Assis e Loreto.
No exterior Lourdes, Fátima, La Salette e
Medjugorje. Mas examinemos o porquê de os Católicos irem em grande número a estes lugares chamados santos: a Roma vão
para visitar os túmulos de Pedro e Paulo; a Assis vão para adorar e orar a
Francisco e obter através dele graças; a Loreto vão visitar a pretensa casa
de Maria transportada pelos anjos de Israel para Itália; a Lourdes, a Fátima,
a La Salette e a Medjugorje vão para obter de Maria as graças de que
necessitam e para adorá-la. E em muitos outros lugares vão para venerar o
sudário, corpos e pedaços de corpos de pessoas mortas, pedaços de madeira que
dizem ser da cruz em que foi crucificado Jesus, as vestes, o véu e o anel de
noivado de Maria; e muitas outras coisas que seria demasiado longo enumerar
todas. |
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Confutação |
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A Escritura de
modo nenhum confirma as peregrinações católicas |
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Os Israelitas subiam a Jerusalém porque
Jerusalém é a cidade que foi escolhida por Deus para ali pôr o seu nome e os
Israelitas tinham recebido de Deus a ordem de subir
três vezes por ano ao lugar que ele escolheria conforme está escrito:
"Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão perante o Senhor teu
Deus, no lugar que ele escolher: na festa dos pães ázimos, na festa das
semanas, e na festa dos tabernáculos" (Deut. 16:16).
Esta é a razão pela qual no tempo de Jesus está dito que os seus pais
"iam todos os anos a Jerusalém, à festa da páscoa" (Lucas 2:41), e que quando Jesus alcançou doze anos subiu também
ele com eles a Jerusalém "segundo o costume da festa" (Lucas 2:42).
Também depois que Jesus foi elevado ao céu Jerusalém continuou a ser a meta periódica
de muitos Judeus; recordamos a tal propósito que no Pentecostes "em
Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que
estão debaixo do céu" (Actos 2:5), precisamente
em razão da ordem dada por Deus na lei. |
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Mas agora nós crentes em Cristo não somos
chamados como o eram os Judeus a subir anualmente a Jerusalém para ali
celebrar as três festas judaicas acima mencionadas porque Cristo aboliu na
sua carne estas práticas religiosas dizendo à mulher samaritana: "A hora
vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a
tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram
o adorem em espírito e em verdade" (João
4:21,23,24). Deus está por toda a parte, e nós não necessitamos de ir a algum lugar particular para adorá-lo; porque isso o
podemos fazer em qualquer sítio. Jesus Cristo também disse: "Porque onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no
meio deles" (Mat. 18:20); estas suas palavras
confirmam que nós não necessitamos de fazer nenhuma peregrinação para algum
lugar particular para achar a sua presença, porque ele está presente no meio
de nós. Recordamos também que a lei tem uma sombra dos bens
futuros e não a realidade exacta das coisas; portanto também as festas
judaicas que os Judeus eram chamados a celebrar subindo a Jerusalém
eram figura de coisas que deviam acontecer e não a realidade exacta das
coisas. A realidade daquele subir a Jerusalém consiste no facto de nós termos
chegado à Jerusalém de cima conforme está escrito aos Hebreus: "Mas
chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial"
(Heb. 12:22); isto significa por conseguinte que nós
não somos chamados a ir em peregrinação a Jerusalém nem três vezes ao ano e
nem sequer uma vez ao ano ou pelo menos uma vez na vida. Nós crentes somos
chamados peregrinos e forasteiros porque estamos em viagem para a nossa
pátria celestial; como Abraão, Isaque e Jacó confessaram ser peregrinos
porque buscavam uma pátria melhor, a celestial, da mesma maneira também nós
declaramos estar em peregrinação para a cidade celestial da qual somos
cidadãos. Para lá estamos indo, a essa cidade anelamos,
e como estamos angustiados até que esta viagem não termine! |
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Demonstramos assim que a peregrinação para
Jerusalém prescrita por Deus foi abolida e que nós crentes não somos chamados
a nos deslocar a algum lugar particular da terra
para adorar a Deus ou para receber dele algum particular benefício ou benção,
porque não há certos lugares onde Deus está mais presente do que em outros.
Para clarificar este conceito faço um exemplo. Nós sabemos
com certeza que Jesus Cristo nasceu em Belém, foi criado em Nazaré, foi
batizado no rio Jordão, e ainda junto ao rio Jordão foi ungido com o
Espírito Santo. Sabemos também que
ele andou sobre o mar de Tiberíades, que operou milagres à volta deste mar;
que pregou no templo de Jerusalém, que foi morto em Jerusalém. Ora, todas
estas coisas são verdadeiras porque a Escritura as testifica claramente; mas
isto não nos leva a querer ir a Israel para andar nos lugares onde andou
Jesus Cristo, o Filho de Deus, para sermos abençoados ou curados por meio
deles pelo Senhor como se eles tivessem virtudes sobrenaturais ou que Deus
conferisse graças particulares àqueles que se deslocam aos mesmos lugares
onde andou o seu Filho. Permanecendo firme que a
terra de Israel é terra santa, se nós fizéssemos assim nos tornaríamos também
nós supersticiosos. |
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Uma palavra
ao ‘peregrino’ católico |
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Para concluir quero dizer ao ‘peregrino’
católico romano estas palavras do profeta: "Na tua comprida viagem te
cansas; porém não dizes: Não há esperança!" (Is. 57:10);
mas também: ‘Caí em ti mesmo; mas não te dás conta de ter sido enganado e de
ir atrás da vaidade? Não subas a estes lugares onde
é praticada a idolatria: vai a Cristo e encontrarás nele todas as bençãos
espirituais’. Não continues a fazer estas peregrinações pensando adquirir
méritos diante de Deus ou receber graças excepcionais, mas vem ao monte Sião,
vem à Jerusalém celestial reconhecendo-te um pecador necessitado do perdão
divino e então sim obterás graça sobre graça. |
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AS PROCISSÕES |
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||
A doutrina
dos teólogos papistas |
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As procissões são súplicas feitas para louvor de Deus. Na liturgia católica a procissão é uma
súplica solene feita em honra e louvor de Deus ou dos santos, em
agradecimento, em penitência e em expiação, especialmente em tempos de
calamidade. Existem procissões ordinárias, que ocorrem todos os anos em
algumas festas ou em certos lugares (das velas, das palmas etc.), e
procissões extraordinárias que são convocadas por circunstâncias particulares
em ocasião de uma calamidade ou de um agradecimento. A mais solene,
dentre todas as procissões, é a procissão eucarística da festa do Corpus Domini (Corpo do Senhor). |
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Confutação |
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A procissão não é uma prática escritural mas uma prática de origem
pagã |
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Tem a procissão um fundamento bíblico? Nenhum.
No livro dos Actos dos apóstolos, em que Lucas narra de maneira pormenorizada
como se desenvolvia a vida da Igreja primitiva em Jerusalém; e nas epístolas
que os apóstolos escreveram às Igrejas não encontramos rasto de nenhuma
procissão em honra e louvor de Deus, ou para pedir-lhe chuva ou esconjurar
uma tempestade. Também no que diz respeito ao pão
que era partido e distribuído aos fiéis em comemoração da morte de Cristo,
não se diz que ele era levado em procissão pelas ruas das cidades ou das
povoações. Também as procissões em
honra dos santos ou de mártires não existiam. Ao contrário hoje estas
procissões em honra dos santos (os verdadeiros e os falsos) estão muito
difundidas no seio da igreja romana; todos os anos, em todas as terras, é
levada em procissão a estátua que figura Fulano ou Sicrano que se diz seja o
protector da terra. E o povo sem entendimento se prostitui após estes ídolos
mudos que são abominação para Deus, adorando-os, invocando-os para que os
proteja, agradecendo-lhes; e assim em vez de dar a glória Àquele a quem
pertence a glória, a dão aos seus ídolos. Até quando durará isto? A
procissão é um costume pagão. Na Grécia o início dos jogos de Olímpia era
precedido por uma procissão formada pelos magistrados das cidades, pelos
sacerdotes e por representantes das várias cidades que iam oferecer um solene
sacrifício a Zeus. Também no Egipto a procissão era
um costume muito difundido; no dia fixado a imagem do seu deus era posta
sobre um carro em forma de barco, e se a procissão procedia sobre o Nilo, o
sacerdote e o povo acompanhavam a imagem do seu deus pela margem com danças,
cânticos e luminárias. Portanto, ainda uma vez, emerge de maneira clara que o
catolicismo contém um enésimo costume de origem pagã. |
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CONCLUSÃO |
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O culto a Maria, aos santos e aos anjos,
dirigido com o auxílio de imagens e estátuas de
todos os géneros e de todos os tamanhos, com peregrinações a este ou àquele
outro santuário e com procissões em honra de Maria etc., certamente constitui
aos olhos de Deus algo de abominável que o repugna. Não me
alongo mais; vos digo apenas irmãos fugi da idolatria presente na igreja
católica romana para não atrairdes a ira de Deus sobre a vossa cabeça.
Aborrecei-a e confutai-a. |
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NOTAS |
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||
[1] Na
realidade Maria é mais importante do que Jesus para os Católicos. Considere-se, entre outras coisas, que aqui em Roma em 580
lugares de culto da igreja católica (os citados no Tuttocittà ‘97) 133
são dedicados exclusivamente a Maria, enquanto só 33 são dedicados
exclusivamente a Jesus (incluindo Corpus Domini e SS. Sacramento). |
||
|
||
[2] É de notar
que Tomás de Aquino, um dos sumos doutores da igreja romana (no qual está
baseada muita da sua teologia), era nitidamente
contrário à imaculada conceição. Eis quanto ele declarou: ‘O
corpo da Virgem foi concebido em pecado original e por isso contraiu aqueles
defeitos’ (Tomás de Aquino, A Suma Teológica, III, q.14). |
||
|
||
[3] A Escritura diz, ao contrário, que só Jesus foi tentado
porém sem nunca pecar (cfr. Heb. 4:15) e que
"se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não
está em nós" (1 João 1:10). Os teólogos papistas dizendo que Maria nunca
pecou durante a sua vida mentem e fazem Deus
mentiroso. |
||
|
||
[4] Amatulli
Flaviano no seu livro anteriormente citado para
explicar aos Católicos que estas palavras de Mateus não querem dizer que
depois que Maria deu à luz Jesus, ela teve relações carnais com José diz: ‘A
respeito desta forma de expressão, eis um outro exemplo, tomada da Bíblia: E
Mical, filha de Saul, não teve filhos até ao dia da morte de Davi (2 Sam
6,23). Que quer dizer isso? Que
depois da morte de Davi teve filhos? Evidentemente não’ (pag. 192). Mas este
citou mal as palavras da Escritura porque a Escritura não diz até à morte de
Davi mas até à morte de Mical de facto o texto diz: "E Mical, filha de
Saul, não teve filhos até ao dia da sua morte". Portanto Mical não teve
filhos até à sua morte. Alguns exemplos tirados da Bíblia que, pelo
contrário, nos mostram que o significado das palavras de Mateus é o que nós
lhe damos, são os seguintes. Jesus antes de partir disse aos seus:
"Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos
de poder" (Lucas 24:49). Isto significa que depois que fossem revestidos
de poder podiam ausentar-se de Jerusalém, o que nós sabemos depois aconteceu.
Nos Actos está escrito que mais de quarenta Judeus foram ter com os
principais dos sacerdotes e anciãos e disseram-lhes: "Conjuramo-nos sob
pena de maldição a não provarmos coisa alguma até que matemos a Paulo"
(Actos 23:14). Isto significa que depois que o matassem voltariam a
comer regularmente. |
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[5] Afonso de
Ligório depois da sua morte, mais precisamente em 1839, foi também canonizado
santo por Gregório XVI, o que confirma que para ser
canonizado santo pelo papa é necessário ter sido idólatra na terra. |
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[6] Este termo
está presente neste versículo: ‘Vem a hora em que
qualquer que vos matar julgará prestar um serviço (latreia) a
Deus" (João 16:2). |
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[7] O declarou
tal Pio IX. Eis o decreto que sancionou esta enésima impostura papal: ‘O Santíssimo Senhor Nosso Papa Pio IX, consternado pela
recentíssima e funesta situação das coisas, para confiar a si mesmo e os
fiéis ao potentíssimo patrocínio do Santo Patriarca José, quis satisfazer os
desejos dos Excelentíssimos Bispos e solenemente declarou-o Patrono da Igreja
Católica’ (Decret. ‘Quemadmodum
Deus’ da Congr. dos SS. RR. 8 de Dezembro de 1870). |
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[8] Sobre o
facto dos quatro milagres pelo menos que o morto
deve fazer para ser declarado santo falarei em seguida, aqui me limito a
dizer que se trata da enésima impostura papal. |
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[9] A respeito
da beatificação de alguém que precede a sua canonização
deve ser dito que para ela é apresentado um pedido à Congregação das
causas dos santos por parte dos Católicos de uma diocese quando neles existe
a convicção que aquela pessoa morta em fama de santidade já está no céu e lá
ora por eles. Por aqui se percebe que o presumido santo não pode ser
declarado logo beato no céu porque primeiro deve
passar um período de tempo mais ou menos longo no purgatório a sofrer. Não se percebe porém com base em que critério após um certo tempo
da sua morte certas pessoas começam a sentir que ele tenha entrado finalmente
no paraíso. É destes dias a notícia que João Paulo II tem pressa de
beatificar Maria Teresa de Calcutá, morta pouquíssimos dias atrás; a quereria
beatificar com efeito pelo Jubileu. Mas para que isto
aconteça é preciso saltar algum procedimento porque o tempo que resta é
demasiado curto. E assim se as coisas
correrem como eles esperam Maria Teresa de Calcutá será declarada beata ainda
antes de outros, mortos décadas antes dela e que estão à espera de ser
beatificados! [ Nota do tradutor: entretanto, este livro foi escrito em 1998,
Teresa de Calcutá foi beatificada a 19 de outubro de 2003, apenas 6 anos após
a sua morte. Nunca ninguém atingiu a beatificação em um
período tão curto] Nós crentes porém
sabemos que para que alguém morto em Cristo seja declarado beato (ou
bem-aventurado) não necessitamos de esperar dias, meses, anos, ou séculos,
porque há mais de mil e novecentos anos o Espírito Santo declarou beatos
todos os crentes em Cristo Jesus que morrem, de facto João diz: "E ouvi
uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora
morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que
repousem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem " (Ap.
14:13) e isto porque eles entram logo no paraíso de
Deus que está no céu. Mas os Católicos romanos que morrem nos seus pecados
não são em nada bem-aventurados porque vão para o Hades em tormentos. Mas a
cúria romana faz crer aos seus seguidores que eles são felizes! Que engano,
que ilusão, que impostura! |
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[10]
Naturalmente saber isto não autoriza ninguém a
invocar os anjos porque eles estão às ordens de Deus e obedecem à sua
palavra. Recordai-vos que Davi cria que os anjos o protegiam mas ele nas suas
angústias se dirigia somente a Deus. |
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[11] Fazemos
notar que ensinando esta doutrina sobre a invocação
dos anjos os teólogos papistas se põem contra o concílio de Laodicéia da
segunda metade do século IV o qual decretou: ‘Não convém que os cristãos
abandonem a Igreja de Deus e invoquem os Anjos’ (Non oportet cristianos,
ecclesia Dei relicta, abire at Angelos nominare). |
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[12] A peregrinação é um rito religioso presente também no Islão, no Budismo e no Hinduísmo. Maomé impõe aos seus seguidores ir em peregrinação a Medina, mas sobretudo para Meca. E Buda impõe aos seus seguidores que façam quatro peregrinações aos principais lugares da sua carreira mortal que são a sua aldeia natal, o lugar onde recebeu ‘a revelação’, o lugar onde começou a pregar e por fim a aldeia onde morreu. Para os Hinduístas há alguns rios sagrados, entre estes o mais importante é o Ganges; para eles mergulhar nele ou simplesmente costeá-lo significa assegurar a bem-aventurança eterna; por isso se deslocam desde lugares longínquos para ir a este rio. |
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